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CÁLCULO EM UMA VARIÁVEL Limites e continuidade Profa. Dra. Cláudia Aline A. S. Mesquita Profa. Dra. Grasiele Cristiane Jorge Profa. Dra. Vanessa Gonçalves Paschoa Ferraz (Material em fase de construção e aprimoramento) ICT - UNIFESP - São josé dos Campos Limites e continuidade 0.1 Noção intuitiva de limite e continuidade Considere as seguintes funções g(x) = x+ 1, h(x) = x2 − 1 x− 1 , u(x) = x2 − 1 x− 1 , se x 6= 1 3, se x = 1 e v(x) = x+ 1, se x < 1x, se x ≥ 1 Vamos analisar o comportamento destas no ponto x = 1 e em suas proximidades. Preencha a tabela abaixo com o valor das funções nos pontos dados: 1 1. Mostre que g, h, u e v são iguais para todo x ∈ R com x < 1. 2. O que ocorre com estas funções quando x = 1? e quando x > 1? 3. Faça um esboço do gráfico das funções g, h, u e v, destacando o comportamento destas no ponto x = 1. Para estudar o comportamento das funções nas proximidades de um determinado ponto p do domínio, usaremos dois conjuntos: um de valores reais maiores que p (valores à direita de p), e outro de valores reais menores que p (valores à esquerda de p). Quando nos aproximarmos de p com valores maiores que p, diremos que "x tende a p pela direita" e usaremos a seguinte notação x→ p+, Da mesma maneira, quando nos aproximarmos de p com valores menores que p diremos que "x tende a p pela esquerda" e usaremos a seguinte notação x→ p−. 2 Limites laterais Observe o gráfico e os valores obtidos na tabela para a função g. Note que, quando x se aproxima de 1 pela direita, o valor de g(x) se aproxima de 2. Quando isto ocorre dizemos que "o limite da função f quando x tende a 1 pela direita é igual a 2", e denotamos da seguinte forma lim x→1+ g(x) = 2. Analogamente, quando x se aproxima de 1 pela esquerda, o valor de g(x) se aproxima de 2. Quando isto ocorre dizemos que "o limite da função g quando x tende a 1 pela esquerda é igual a 2", e denotamos da seguinte forma lim x→1− g(x) = 2. De maneira mais geral temos as seguintes descrições informais de limites laterais (ire- mos ainda definir de maneira rigorosa estes conceitos) ' & $ % Definição: Seja f uma função com valores reais. Escrevemos lim x→p+ f(x) = L e dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p pela direita é igual a L, se os valores de f(x) tornam-se arbitrariamente próximos de L quando x se aproxima suficientemente de p pela direita. Da mesma forma, escrevemos lim x→p− f(x) =M e dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p pela esquerda é igual a M , se os valores de f(x) tornam-se arbitrariamente próximos de M quando x se aproxima suficientemente de p pela esquerda 3 • Quais os limites laterais das funções h, u e v quando x se aproxima do ponto 1 pela esquerda ou pela direita? Limite Note que, para a função g temos que lim x→1+ g(x) = lim x→1− g(x) = 2. Quando isto ocorre, dizemos que "o limite de g(x) quando x tende a 1 é igual a 2", e denotamos da seguinte forma lim x→1 g(x) = 2. Essa discussão nos leva a uma descrição (informal) de limite. ' & $ % Definição: Seja f uma função com valores reais. Escrevemos lim x→p f(x) = L e dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p é igual a L, se os valores de f(x) tornam-se arbitrariamente próximos de L quando x se aproxima suficiente- mente de p pela direita ou pela esquerda. Isto é, quando tivermos a igualdade lim x→p+ f(x) = lim x→p− f(x) = L. Observação 1: Quando os limites laterais de uma função f em um ponto p são diferentes, dizemos que o limite de f(x) quando x tende a p não existe. • Qual o limite das funções h, u e v quando x tende a 1? 4 • Qual o limite de v quando x tende a 0? Continuidade Um conceito que está intimamente ligado a ideia de limite, é o de continuidade. Intuiti- vamente, podemos dizer que Uma função f é contínua em um ponto p de seu domínio se o gráfico desta não apresenta salto em p. Comparando os gráficos, podemos ver que o gráfico de g não apresenta "salto"no ponto x = 1. Diferente das funções h, u e v, que por sua vez apresentam "salto"em x = 1. Dessa maneira, podemos concluir que, no ponto x = 1, a função g é contínua, porém, as funções h, u e v não. Observação 2: Se f está definida próximo de um ponto p mas não é contínua neste ponto, dizemos que f é descontínua em p, ou ainda que f tem uma descontinuidade em p É razoável esperar que se f estiver definida em p e for contínua em p, então lim x→p f(x) = f(p). De fato, vemos que no ponto x = 1 temos que lim x→1 g(x) = g(1), o mesmo não ocorre para as funções h, u e v: lim x→1 h(x) = 2 6= h(1), pois h não está definida em x = 1, lim x→1 u(x) = 2 6= u(1) = 3, 5 lim x→1 v(x) não existe. Assim, podemos descrever continuidade usando a seguinte afirmação que provaremos mais tarde: ' & $ % Definição: Uma função f é contínua em um ponto p se e somente se lim x→p f(x) = f(p) Exercícios • Utilizando a ideia intuitiva de limite e continuidade, calcule: a) lim x→1 (x+ 2) b) lim x→0 (x2 + 3) c) lim x→0 x2 + x x d) lim x→1/2 4x2 − 1 2x− 1 e) lim x→0 sinx Limites infinitos Considere a seguinte função f(x) = 1 x2 . Sabemos que f não está bem definida em x = 0. Estamos interessados em analisar o comportamento desta função nas proximidades deste ponto. Para isso, preencha a tabela 6 de valores numéricos para f : e esboce o gráfico de f(x) = 1 x2 . Note que, à medida que x se aproxima de 0, os valores de 1/x2 crescem indefinida- mente. Isto se dá, pois, neste caso, x2 também se aproxima de 0, e portanto 1/x2 fica arbitrariamente grande e não se aproxima de nenhum valor, isto é, lim x→0 1 x2 não existe. Para indicar este comportamento da função f , usamos a seguinte notação: lim x→0 1 x2 = +∞. Em geral, temos' & $ % Definição: Seja f uma função definida em ambos os lados de p, exceto possi- velmente em p. Então, lim x→p f(x) = +∞ indica que os valores de f(x) ficam arbitrariamente grandes (tão grande quanto quisermos) tomando x suficientemente próximo de p, mas não igual a p. 7 Observação 1: Note que, podíamos ter uma função g tal que −g(x) fica arbitrari- amente grande, quando tomamos x suficientemente próximo de p, mas não igual a p. Por exemplo, a função g(x) = − 1 x2 tem esse comportamento, visto que −g(x) = f(x). Neste caso, denotamos da seguinte forma lim x→p g(x) = −∞ Observação 2: Usar a notação acima NÃO significa considerar∞ como um número, muito menos significa que o limite exista. Isto é simplesmente uma maneira de expressar, de uma forma particular, a não existência do limite. Observando o gráfico da função f podemos notar que esta chega muito perto do eixo y (ou da reta x = 0), mas não o toca. Neste caso, dizemos que a reta x = 0 é uma assíntota vertical de f . Mais geralmente, temos ' & $ % Definição: Se pelo menos uma das condições abaixo forem satisfeitas lim x→p f(x)∞ lim x→p+ f(x) =∞ lim x→p− f(x) =∞ lim x→p f(x) = −∞ lim x→p+ f(x) = −∞ lim x→p− f(x) = −∞ , então, a reta x = p será chamada assíntota vertical da curva y = f(x). Comportamento oscilante Considere a seguinte função f(x) = sen 1 x . 8 Queremos estudar o comportamento desta função quando x se aproxima de 0. Preencha a tabela de valores para f . e esboce o gráfico de f(x) = sen 1 x . Note que, a medida que x se aproxima de 0, os valores de 1/x crescem indefinidamente, porém, os valores de sen 1 x oscilam entre 1 e −1. De fato, não importa quão próximo estejamos de 0, sempre é possível escolher valores x1 e x2, mais próximos ainda, tal que sen 1 x1 = 1 esen 1 x2 = −1. Assim, o limite não existe. Em resumo, até aqui temos três tipos de comportamentos associados à não-existência de um limite.' & $ % 1. f(x) possui limites laterais distintos quando x tende a p; 2. f(x) aumenta ou diminui ilimitadamente quando x tende a p; 3. f(x) oscila entre dois valores fixos quando x tende a p. 9 • Seja f(x) = 1/x. Esboce o gráfico de f, identifique os limites laterais nos pontos de indeterminação e as assíntotas verticais. • Encontre as assíntotas verticais e confirme sua resposta fazendo o gráfico das funções abaixo a) f(x) = tgx b) g(x) = lnx c) h(x) = x x2 − x− 2 • Na teoria da relatividade, a massa de uma partícula com velocidade v é m = m0√ 1− v2/c2 , em quem0 é a massa da partícula no repouso e c a velocidade da luz. O que acontece se v → c? • Considere a função maior inteiro, que é denotada por [x] e definida da seguinte maneira: associa a cada número real x, o maior inteiro que é menor ou igual a x. Por exemplo, [4, 8] = 4, [4] = 4, [pi] = 3, e [ √ 2] = 1. � Esboce o gráfico desta função � mostre que lim x→1 [x] não existe � Existe algum p ∈ R para o qual lim x→p [x] existe? justifique. 10 Cálculo de limites usando suas leis Muitas vezes conhecer o limite de algumas funções simples ou usuais, é muito para poder- mos calcular o limite de certas funções mais elaboradas. Isto é possível usando algumas propriedades dos limites, chamadas Leis de limites' & $ % Leis do limite: Considere c uma constante e suponha que os seguintes limites existam lim x→p f(x) e lim x→p g(x). Então, • lim x→p [f(x) + g(x)] = lim x→p f(x) + lim x→p g(x) • lim x→p [f(x) + g(x)] = lim x→p f(x) + lim x→p g(x) • lim x→p [cf(x)] = c lim x→p f(x) • lim x→p [f(x)g(x)] = lim x→p f(x). lim x→p g(x) • lim x→p [ f(x) g(x) ] = lim x→p f(x) lim x→p g(x) se lim x→p g(x) 6= 0 Não é difícil acreditar que tais propriedades são verdadeiras usando a ideia intuitiva de limite. Mais para frente, provaremos algumas dessas propriedades usando a definição precisa de limite. • Usando as leis acima, o que podemos concluir sobre lim x→p [f(x)]n? • Calcule os seguintes limites a) lim x→p c b) lim x→p x • Agora, usando as propriedades e os limites da questão anterior, calcule lim x→p xn. 11 Podemos também verificar um limite para as raízes da forma a seguir.# " ! lim x→p n √ x = n √ p, onde n é um inteiro positivo (se n for par, supomos p > 0). Mais geralmente, temos a seguinte lei, que é demonstrada como uma consequência do resultado anterior.' & $ % lim x→p n √ f(x) = n √ lim x→p f(x), onde n é um inteiro positivo (se n for par, supomos lim x→a f(x) > 0). O teorema abaixo expande nossas ferramentas para o cálculo de limites, visto que mostra como analisar o limite em uma função composta.' & $ % Sejam f e g funções tais que lim x→p g(x) = L e lim x→L f(x) = f(L), então lim x→p f(g(x)) = f(lim x→p g(x)) = f(L). • Calcule os seguintes limites justificando cada passagem a) lim x→5 (2x2 − 3x+ 4) b) lim x→−2 x3 + 2x2 − 1 5− 3x Observação: Note que as funções acima são do tipo algébricas (isto é, podem ser construídas usando-se operações algébricas entre polinômios). Logo, desde que estas são contínuas em seu domínio, também poderíamos ter calculado os limites acima, substi- tuindo diretamente 5 em x. • Encontre os seguintes limites: a) lim x→0 |x| 12 b) lim t→0 √ t2 + 9− 3 t2 c) lim h→0 (3 + h)2 − 9 h d) lim x→7 √ x− 2− 3 x− 7 e) lim x→−4 x2 + 5x+ 4 x2 + 3x− 4 • lim x→0 |x| x existe? Justifique Abaixo enunciaremos um teorema que nos garante uma propriedade adicional de limite.' & $ % Teorema do confronto: Se g(x) ≤ f(x) ≤ h(x) quando x está próximo de p (exceto possivelmente em p) e lim x→p g(x) = lim x→p h(x) = L, então lim x→p f(x) = L. A utilidade do teorema do confronto (ou teorema de sanduíche) pode ser observada no cálculo do seguinte limite: lim x→0 x2sen 1 x De fato, desde que −1 ≤ sen 1 x ≤ 1, Multiplicando a desigualdade por x2 obtemos −x2 ≤ x2sen 1 x ≤ x2. Como lim x→0 −x2 = 0 e lim x→0 x2 = 0, então, pelo teorema do confronto, lim x→0 x2sen 1 x = 0 13 • Use o Teorema do confronto para mostrar que lim x→0 x2 cos 20pix = 0. • Se 1 ≤ f(x) ≤ tg(pix 4 ) para todo x, encontre lim x→1 f(x). A Definição formal de limite Examinando a descrição informal de um limite, vemos que os significados exatos não foram ainda dados à duas sentenças: "f(x) torna-se arbitrariamente próximos de L" e "x se aproxima suficientemente de p". Para motivar a definição precisa de limite, vamos considerar a seguinte função g(x) = 2x− 1, sex 6= 36 sex = 3 Para obter mais detalhes sobre o limite da função g(x) quando x se aproxima de 3, por exemplo, podemos nos perguntar: Quão próximo de 3 deverá estar x para que f(x) difira de 5 por menos que 0, 1? Assim, nosso problema é achar um número, que denotaremos por δ, tal que |f(x)− 5| < 0, 1 se |x− 3| < δ com x 6= 3. • Mostre que |f(x)− 5| = 2|x− 3|. • Usando o item anterior mostre que se δ é igual a 0, 05. 14 • Responda a pergunta feita no início da seção: Quão próximo de 3 deverá estar x para que f(x) difira de 5 por menos que 0,1? 15 Para que o número 5 seja precisamente o limite de f(x), quando x tende a 3, devemos ser capazes de tornar a diferença |f(x) − 5| menor que qualquer número positivo. Se chamarmos ε a um número positivo qualquer, vemos pelas conclusões anteriores que, 0 < |x− 3| < ε 2 implica que |f(x)− 5| = 2|x− 3| < ε. Esta é uma maneira precisa de dizer que f(x) está próximo de 5 quando x está suficien- temente próximo de 3. Segue abaixo uma definição precisa de limite:' & $ % Definição: Seja f uma função definida em um intervalo aberto contendo p (exceto possivelmente em p) e seja L um número real. Dizemos que o o limite de f(x) quando x tende a p é L, e escrevemos lim x→p f(x) = L, se para todo número ε > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que |f(x)− L| < ε se 0 < |x− p| < δ. O gráfico nos dá uma ideia de qual a relação entre ε e δ: Os limites laterais também podem ser definidos precisamente da seguinte forma 16 ' & $ % Definição (limite esquerdo): Escrevemos lim x→p− f(x) = L, se para todo número ε > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que |f(x)− L| < ε se p− δ < x < p. ' & $ % Definição (limite direito): Escrevemos lim x→p+ f(x) = L, se para todo número ε > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que |f(x)− L| < ε se p < x < p+ δ. E também podemos definir de maneira precisa o significado da notação abaixo.' & $ % Escrevemos lim x→p f(x) = +∞, se para todo número M > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que |f(x)| > M se |x− p| < δ. Da mesma forma, escrevemos lim x→p f(x) = −∞, se para todo número M > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que |f(x)| < −M se |x− p| < δ. • Encontre os limites abaixo, e prove sua afirmação usando a definição. a) lim x→2 (x2 − 4x+ 5) b) lim x→−5 (4− 3x 5 ) 17 c) lim x→9− 4 √ 9− x d) lim x→3 x2 • Seja f a função constante f(x) = c. Prove que lim x→p f(x) = c para qualquer ponto p ∈ R, usando a definição. • Mostre que lim x→0 1 x2 = 0 usando a definição. 0.1.1 Limites fundamentais Limite fundamental trigonométrico Por uma analise geométrica do comportamento da função sen x, sabemos que existe um r > 0 tal que 0 < sen x < x < tg x, para 0 < x < r. Dividindo-se a desigualdadepor sen x obtemos 1 < x sen x < 1 cosx . Portanto, para 0 < x < r, cosx < sen x x < 1. Por outro lado, se −r < x < 0 então 0 < −x < r e cos(−x) < sen (−x)−x < 1. Como cos(−x) = cos x e sen (−x)−x = sen x x , então para −r < x < 0 vale cosx < sen x x < 1. Assim, para todo x, como 0 < |x| < r, cosx < sen x x < 1. Desde que lim x→0 cosx = 1, pelo teorema do confronto,ff � � � lim x→0 sen x x = 1 18 Limite fundamental exponencial Uma das maneiras de definir o número de Euler e, é como o seguinte limite:ff � � � lim x→0 (1+x)1/x = e Por enquanto, assuma que o limite seja verdadeiro (demonstraremos este fato em outro momento do curso). A função f(x) = (1+x)1/x é muito comum no estudo da matemática financeira, quando tratamos de juros compostos e títulos de capitalização. • Mostre que usando o limite acima, obtemos o seguinte resultado mais geral: lim x→0 (1 + kx)1/x = ek • Usando o limite fundamental e as propriedades de limite, mostre que lim x→0 ax − 1 x = ln a Exercícios: 1. Calcule os limites abaixo a) lim x→0 1− cosx x2 b) lim x→0 sen 5x x 19 c) lim x→0 tg x x d) lim x→0 tg 3x sen 4x e) lim x→0 x− tg x x+ tg x f) lim x→0 1− cosx x g) lim x→0 x+ sen x x2 − sen x 2. Calcule os seguintes limites usando o limite fundamental exponencial a) lim x→0 (1− x)1/x b) lim x→0 ( e3x − 1 x )1/x c) lim x→0 2x − 25x x c) lim x→0 ( 1− x 1 + x )1/x 3. Seja f(x) = e2x. Calcule o seguinte limite lim h→0 f(x+ h)− f(x) h . 20 Limites no infinito; Assíntotas horizontais Agora, estudaremos o comportamento de uma função quando x cresce ou decresce indefi- nidamente, isto é, quando x tende a +∞, ou x tende a −∞, ou ainda, quando |x| tende a +∞ . Considere a função f(x) = x2 − 1 x2 + 1 . O gráfico de f é dado na figura abaixo: Note que quanto maior o x, mais próximos de 1 ficam os valores de f(x). Podemos expressar isto escrevendo lim x→∞ x2 − 1 x2 + 1 = 1. Da mesma maneira, quando x decresce indefinidamente (isto é, cresce em valor absoluto, mas é negativo), os valores da função f também ficam próximos de 1. Em geral, usamos a seguinte notação' & $ % lim x→∞ f(x) = L para significar que os valores de f(x) podem ficar tão próximos quanto quisermos de L tomando x suficientemente grande. E lim x→−∞ f(x) = L para significar que os valores de f(x) podem ficar tão próximos quanto quisermos de L tomando x suficientemente grande em valor absoluto, mas negativo. Uma definição que agora pode ser introduzida é a de assíntota horizontal� ffi fi fl A reta y = L é chamada assíntota horizontal do gráfico de f se lim x→−∞ f(x) = L ou lim x→∞ f(x) = L. 21 Observação: Todas as propriedades de limite que vimos também são válidas se x→ a for substituído por x → +∞ ou x → −∞ (por exemplo, o limite da soma é a soma dos limites, o limite do produto é o produto dos limites e Teorema do confronto). • Dado o gráfico da função f abaixo: Encontre os limites infinitos, limites no infinito e assíntotas para a função f . • Considere a função f(x) = 1 x . Esboce o gráfico e analise os limites no infinito e os limites infinitos desta função. Observação: Um resultado muito útil no cálculo do limite de algumas funções é o seguinte' & $ % Se r > 0 for um número racional, então lim x→∞ 1 xr = 0. Se r > 0 for um número racional tal que xr seja definida para todo x, então lim x→−∞ 1 xr = 0. 22 Limites infinitos no infinito Considere a função f(x) = x2, e seu gráfico Note que quando x cresce em valor absoluto, o valor de f(x) cresce indefinidamente. Podemos expressar isto da seguinte forma lim x→∞ x2 =∞, e também, lim x→−∞ x2 =∞. De maneira mais geral, temos as seguintes notações: 23 ' & $ % lim x→+∞ f(x) = +∞ para significar que os valores de f(x) podem ficar tão grandes quanto quisermos, se tomarmos x suficientemente grande; lim x→+∞ f(x) = −∞ para significar que os valores de f(x) podem ficar tão grandes em valor absoluto, mas negativo, quanto quisermos, se tomarmos x suficientemente grande; lim x→−∞ f(x) = +∞ para significar que os valores de f(x) podem ficar tão grandes em valor quanto quisermos, se tomarmos x suficientemente grande em valor absoluto, mas negativos; lim x→−∞ f(x) = −∞ para significar que os valores de f(x) podem ficar tão grandes em valor absoluto, mas negativo, quanto quisermos se tomarmos x suficientemente grande em valor absoluto, mas negativos. • Encontre a) lim x→+∞ x5 + x4 + 1 2x5 + x+ 1 b) lim x→∞ 3x2 − x− 2 5x2 + 4x+ 1 c) lim x→−∞ √ 2x2 − 1 3x− 5 • Esboce o gráfico de y = (x − 2)4(x + 1)3(x − 1) achando seus interceptos e seus limites quando x→∞ e x→ −∞. 24
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