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Apostila Penal I segunda parte

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20 Conflito Aparente de Normas
Quando duas ou mais normas parecem, em tese, se amoldar a uma conduta. Entretanto só uma norma é aplicável, excluídas as outras por princípios lógicos e de valoração jurídica do fato.
É matéria recente. Questão de sistematização. 
# de concurso de crime (arts. 69 ao 72 do CP). Através de uma ou mais condutas, o agente pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. [Aqui todas as normas violadas são atribuídas ao agente. Ex: Se vários roubos (concurso material - soma das penas), se crime continuado (aplica uma das penas com um acréscimo). Se com uma ação produzir dois ou mais crimes, ocorrerá: (concurso formal – aplica a pena de um deles + a exasperação) ]. Aqui está regulado pela Lei Penal, enquanto o conflito aparente de normas é construção da doutrina e da jurisprudência.
# conflito de lei penal no tempo (há sucessão de normas no tempo, em que somente uma esta vigente por ocasião da prática delituosa).
# concurso aparente de norma.
20.1 Terminologia: 
Unidade de Lei (JESCHECK).
Concurso de Leis (tradicional na Espanha), segundo MIR PUIG, citado por BITENCOURT.
Concurso real ou aparente? Não estamos diante de um conflito efetivo (desordem e falta de coordenação entre as normas que compõe o sistema), pois se aplica apenas uma norma.
No concurso de crimes, a lei dispõe sobre suas espécies e requisitos. Ex: concurso ideal (formal) uma só conduta, dois ou mais crimes, idênticos ou não. Enquanto no conflito aparente de normas a tarefa é encetada através do trabalho exegético.
20.2 Momento de estudo: teoria da norma? Teoria do crime (tipicidade – adequação típica)? Teoria da Pena? Interpretação da lei penal?
20.3 Requisitos: Segundo BITENCOURT, pressupõe:
UNIDADE DE CONDUTA OU FATO. (simples ou complexa). Complexa: aglutinação de comportamentos que a lei disciplina como um só comportamento. Na verdade,a lei nada disciplina, é sim o esforço hermenêutico para evitar o bis in idem.
PLURALIDADE DE NORMAS COEXISTENTES.
RELAÇÃO DE HIERARQUIA OU DE DEPENDÊNCIA ENTRE DUAS NORMAS.
Para outros tem que ter vigência contemporânea.
20.4 Finalidade: manter a coerência sistemática do ordenamento jurídico e preservar a inaceitabilidade do “bis in idem”.
20.5 Princípios
Para Antolisei: basta a especialidade. Para Frosali e Moro: especialidade e subsidiariedade. Para Flávio Augusto: especialidade, subsidiariedade e consunção. Para Oscar Stevenson e Capez: especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade. Para Nucci: também o princípio da sucessividade.
20.5.1 Especialidade.
Norma geral / especial. Visa evitar o BIS IN IDEM. Análise IN ABSTRATO. Prevalece a especial. Ex: Tipo básico e os derivados (qualificado/privilegiado); crime único com conteúdo fático de crimes diversos, ex: roubo = furto + ameaça. Art. 121 (homicídio) / 123 (infanticídio). Art. 33 da lei 11.343/06 (prevalece, segundo o STJ) e artigo 334 do CP para a hipótese de importação clandestina de entorpecente (cloreto de etila). Injúria (140) e art. 22 (injúria) da lei de imprensa, lei 5.250/67. O crime militar exclui o comum. Art. 148 (seqüestro) e o art. 249 subtração de incapazes, menor de 18 anos e interdito, subtraída de quem tem a sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial.
É possível a alegação do desconhecimento da droga, mas atuando com conhecimento da situação de mercadoria proibida importada, pode-se desclassificar para a hipótese de contrabando.
Para Flávio Augusto: a norma especial e a geral devem tutelar o mesmo bem jurídico (objetividade jurídica) e haja relação de gênero e espécie. Às vezes, o argumento decisivo não é o título. Ex: apropriação indébita e peculato.
Como regra, a lei especial não é afastada pela criação de lei nova de caráter geral. Ex: lei específica trata do cálculo da pena, se posteriormente há modificação no CP no capítulo genérico que cuida da multa, preserva-se a legislação especial. Mas há exceção. Ex: o art. 12 atua em um contexto genérico, sem se levar em conta o princípio constitucional da retroatividade da lei penal benéfica. Então a lei especial pode tratar de matéria (multa) de maneira diversa do que vem dispondo no CP. Salvo, se a lei geral (modificada) afeta essencialmente determinado instituto. É o que ocorreu com o art. 85 da lei 9.099/95 que estipula “não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei”. O CP à época admitia a conversão na proporção de 1 dia multa por 1 dia de prisão até o máximo de 360. Após a modificação do art. 51 do CP (alteração feita pela lei 9268/96) que afasta a possibilidade da conversão em prisão, pois passa a ser considerada dívida de valor, caso não seja paga pelo condenado.
Enfim, nem sempre a lei especial mantém a sua aplicabilidade em face de modificação da lei geral.
A disposição genérica e específica deve guardar absoluta contemporaneidade, e realizadas no mesmo contexto fático. Assim, se a mãe, sob influência do estado puerperal tentar matar o próprio filho e depois de algum tempo, já fora do estado puerperal, vem a matar o filho, responde: pelo infanticídio tentado + homicídio consumado.
20.5.2 Alternatividade.
Não há conflito, pela ausência de unidade de elemento. Ex: furto / apropriação indébita. O fato conjunção carnal está previsto nos arts. 213, 215 e 216-A, assim se for eleito o art. 213, os outros serão afastados. Segundo BITENCOURT, ou não se trata de fato único, mas de fato múltiplos que se excluem mutuamente, assim, como as disposições legais que lhes correspondem, ou então se trata de fatos que se enquadram nos critérios de especialidade ou da subsidiariedade.
Para Masson: pode-se partir para a 1ª hipótese: de que a situação é tratada em duas ou mais disposições legais diante do mesmo fato. Ex: se configura o art. 215, exclui o art. 213 do CP. Ou a 2ª hipótese: em que o tipo contém vários fatos alternativamente, como modalidade de uma mesma infração penal. Restando configurado crime único. Ex: as inúmeras condutas previstas no art. 33 da lei de drogas. São tipos mistos alternativos: art. 121, § 2º, IV (modos de execução), art. 121, § 2º, III (meios de execução), e art. 233 (circunstâncias de lugar).
Se o agente importa, transporta e vende maconha, haverá crime único, não por aplicação da alternatividade, mas pela consunção (post factum não punível). Mas, se ele importa ópio, exporta cocaína e vende heroína, falta a relação de causalidade, daí resultando em três crimes diferentes, segundo CAPEZ, configurando o concurso material, art. 69 do CP.
Ainda segundo CAPEZ, é problema terminológico, é a própria consunção que se opera dentro de um mesmo tipo (na mesma norma). Na mesma linha de raciocínio, MASSON: “não há conflito entre leis e sim conflito interno na própria lei penal”.
 
20.5.3 Subsidiariedade.
Primariedade / Subsidiariedade. Quando em duas normas se descrevem graus diversos de violação do mesmo bem jurídico.
Para Masson: A norma subsidiária “é a que define como crime um fato incluído por aquela na previsão de delito mais grave, como qualificadora, agravante, causa de aumento de pena, ou inclusive, modo de execução”.
Norma primária (maior valor), norma subsidiária (soldado de reserva).
A norma especial (gênero e espécie, na expressão de CAPEZ: duas caixas iguais, mas uma com um detalhe diferente) mesmo mais branda é a aplicada. Na subsidiariedade a norma primária afasta a subsidiária (menos grave) (caixa idêntica, só que esta cabe dentro daquela, segundo CAPEZ).
Diversos níveis de proteção podem acautelar o bem jurídico, todos proporcionalmente compatíveis com a lesão, assim, a lesão principal contém a subsidiária.
A análise se faz in concreto, ou seja, segundo OSCAR STEVENSON, a aplicabilidade da norma subsidiária e a inaplicabilidade da principal não resultam da relação lógica e abstrata de uma com a outra, mas do juízo de valor do fato em face delas.
Segundo HUNGRIA: “... se a pena do tipo principal (sempre mais grave) é excluída por qualquer causa a pena dotipo subsidiário se apresenta como “soldado de reserva”, e aplica-se pelo residum”.
Expressa. A lei é que diz. O texto condiciona a sua aplicação à não aplicação de outra norma mais grave. Ex. art. 15 da lei 10.826/03, arts. 129, § 3º, 132, 249, 238 e 239, todos do CP.
Tácita: Determinado fato funciona como elementar, majorante ou meio prático de execução de outra figura mais grave. Ex. Dano (subsidiário). Principal, art. 155 §4º, I. Violação de domicílio para roubo ou furto. O seqüestro e a extorsão para o delito art. 159. Art. 202(circunstanciado pela omissão de socorro) da lei 9.503/97. O estupro com relação ao constrangimento ilegal. O art. 132 “Periclitação da vida ou saúde de outrem” do CP e o art. 15 “disparo de arma de fogo” da lei 10.826/03 são absorvidos pelo artigo 121 c/c 14-II (homicídio tentado), pois este é mais grave e mais amplo.
Segundo JESCHECK, a estrutura lógica da subsidiariedade não é a da subordinação, mas a da interferência. Ex: Greco (art. 311 e 302 do CTB, se não acontece a morte não se aplica o 1º).
O bis in idem é admissível no art. 140, § 2º (onde não se aplica o princípio da subsidiariedade implícita). Art. 329 (resistência), onde a violência é elementar, mas o § 2º manda aplicar a pena da violência de forma cumulativa.
O crime complexo é aqui resolvido. Para CAPEZ é na consunção.
Para Greco: este princípio é dispensável, pois a regra da especialidade resolve todos os problemas. Ora, se a norma subsidiária foi aplicada é porque não há norma mais gravosa (primária) a ser aplicada, o que vem a ser a especialidade.
20.5.4 Consunção (absorção)
A norma definidora de um crime é meio necessário, ou fase normal de preparação ou execução de outro crime, bem como fato anterior ou posterior realizado com a mesma finalidade prática. Uma definição de crime é mais ampla que outra. Aqui, as relações não são de gênero e espécie, mas de minus a plus, continente a conteúdo, de todo e parte, de inteiro e fração. Ex: O consumado absorve o tentado. O homicídio absorve a lesão corporal. A norma consuntiva (absorve) a norma consunta (absorvida). O peixão engole o peixe, que engole o peixinho, que engole o girino. Não é a norma que absorve, e sim os fatos, segundo CAPEZ.
Aqui a regra é de majus a minus, parte a todo, continente a conteúdo.
Fundamentos: 1- bem jurídico (norma menos vasta) já é protegido pela norma mais vasta.
		 2- A violação da norma subseqüente é desdobramento normal da violação da norma antecedente.
# princípio da subsidiariedade, pois neste, compara-se as leis para saber qual é aplicável ao fato concreto. Na Consunção, comparam-se os fatos, onde o mais amplo e que absorve os menos amplos e menos graves. O fato é que consome outros fatos, e não uma lei que consome as outras.
Auxílio à conduta direta.
Imperfeição a perfeição.
Crime progressivo: minus a plus (o crime de dano absorve o de perigo. O delito consumido é chamado de “ação de passagem”).
Progressão criminosa no sentido estrito.
Antefato (art. 25 da LCP para o art. 155; art. 14 da lei 10.826/03 é absorvido pelo art. 121). Para Grispigni, o ante factum ocorreria apenas se o bem jurídico pertencer à mesma vítima. Para Flávio Augusto, o critério anterior é restritivo, pois além do bem jurídico ou a unicidade da vítima deve-se aliar o fim perseguido. Assim, todas as vezes que a violação de uma norma tem por escopo normal a subseqüente violação de outra, o fato anterior deve ser absorvido. Ex: o falso é absorvido pelo estelionato, se aquele se exaure neste (súmula 17 do STJ). Capez critica esta súmula, (estaria equivocada, pois o peixinho acaba por engolir o peixão).
Para Masson: no crime progressivo há incursão obrigatória pela infração menos grave, pois não se pode matar sem antes lesionar. Já no ante factum, a violação da lei penal menos grave pode não ser cometida. Ex: roubar uma bolsa da vítima, quebrando o vidro do veículo automotor. 
Ainda segundo Masson: há fatos concomitantes e que não são punidos, ex: lesões corporais leves, por ocasião do estupro.
Pós-fato impunível (insere no curso normal da intenção, ou não representa maior dano ao bem jurídico). Para Flávio Augusto: o crime posterior não precisa atingir o mesmo bem jurídico e o mesmo sujeito passivo. Basta seja uma conseqüência do anterior. Ex: Fragoso: o agente falsifica moeda e coloca em circulação, responde pela moeda falsa (art. 289).
No caso de venda de coisa subtraída: Toledo: entende que o agente deve responder: furto + estelionato, em concurso material (empreende nova lesão jurídica contra vítima diferente). Para Fragoso: é mero exaurimento do crime de furto, ou na fala de Flávio Augusto “fim perseguido”, ou seja, conforme Masson: “se o ânimo era o de lucro (vender para apurar dinheiro) cuida-se de exaurimento, ficando consumido”.
Crime complexo ou composto: meio a fim: parte da doutrina acha que se resolve com a especialidade ou subsidiariedade tácita.
Segundo Capez, há que se observar o contexto fático. Ex: o art. 14 e 15 da lei 10.826/03 são absorvidos pelo art. 121 se o desafeto busca em casa a arma e retorna ao boteco para matar seu algoz. Agora, se porta a arma ilegalmente a noite inteira e depois, de madrugada, rouba, responde por dois crimes, art. 14 da lei 10.826/03 e o art. 157 do CP, isto porque, segundo Capez, há diversidade do momento consumativo e dos contextos dos fatos. O mesmo raciocínio é válido para o delito de embriaguez ao volante (art. 306) e a direção perigosa (art. 311), em relação ao art. 202 e 203, todos do CTB, cuja consunção absorve os delitos anteriores. Mas, se forem contextos diferentes ocorrerá o concurso material entre infrações.
Para Flávio Augusto, o art. 14 será absorvido se o agente tiver adquirido a arma para o fim específico de matar, pois assim integra o iter criminis percorrido pelo agente, caracterizando a progressão criminosa. Agora, se não há este fim específico, o crime do art. 14 já estará consumado antes da execução do homicídio.
Para Masson: no crime complexo há um concurso de crimes, mas por opção técnico-legislativa, optou-se por castigar o agente pela figura final, pois valora em conjunto os fatos em concurso.
Delito consunto (absorvido).
Delito consuntivo (absorve).
20.5.5 Sucessividade
Art. 3º, V da lei 1.521/51 (economia popular) e o art. 4º, VI da lei 8.137/90 (contra ordem tributária e relações de consumo) preceituam idêntico crime: “vender mercadoria abaixo do preço de custo com o fim de impedir concorrência”. Assim, aplica-se a lei mais recente.
# crime conexo
Entre o crime-meio e o crime-fim há concurso material. Ex: mata o segurança e seqüestra a garota para obter vantagem como condição do resgate. Assim, responde por homicídio qualificado (§2º, V) + 159 do CP, as penas serão somadas.
Se se trata de homicídio (o torna qualificado), se é outro crime (agravante do art. 61, II, “b”).
Se o crime-fim não chega a ser tentado não há punição para este, mas não impede o recrudescimento da conexão. Ex: mata o segurança, mas não chega nem a tentar o art. 159 do CP. Responde pelo homicídio qualificado pela conexão (§2º, V).
No ante factum e no post factum impuníveis, o delito anterior e posterior são desdobramentos naturais, pois a violação da norma visa à subseqüente violação de outra.
Ex: Na conexão, o crime-meio e o crime-fim não é o que normalmente ocorre na vida prática. Homicídio e ocultação ou destruição de cadáver (art. 211): há aqui conexão consequencial, pois, o art. 121 não tem por finalidade obter o art. 211, não sendo um post factum. 
Agora: o agente penitenciário que recebe propina para facilitar a fuga responde por (art. 317, § 1º do CP), devendo ser absolvido do art. 351, pois aquele tem por escopo a pratica deste.
Falsifica documento público e depois mata a única testemunha, para garantir a impunidade: homicídio qualificado + falso (297).
Falsifica documento e dele faz uso só responde pelo crime de falso (297), pois o art. 304 é conseqüência normal da prática do crime de falso.
20.7. Ausência de previsão legal.
O conflitoaparente de normas não foi previsto legalmente pelo CP.
O art. 12 do CP trata do princípio da convivência das esferas autônomas. Não se presta a solucionar as relações entre o art. 121 e 123 do CP, por exemplo. 
Assim, não se trata do princípio da especialidade entre os diversos crimes e que estão na parte especial do CP.
	Teoria geral do crime
Noxa, noxia, delictum (desviar, resvalar, desvio da lei), crimen (mais graves delitos), peccatum, maleficium, reato. Significavam mais o dano causado.
A teoria geral do crime é a parte da dogmática jurídico penal que estuda o crime do ponto de vista jurídico, como fato punível, para retirar dele os requisitos essenciais e suas formas especiais de aparecimento.
Infração penal (sistema dicotômico): Crime (ou delito);
 Contravenção.
Infração penal (sistema tricotômico): Crime;
 Delito;
 Contravenção.
Não há diferença ontológica (essência) entre crime e contravenção. A diferença reside na pena.
A política criminal é que incumbirá de analisar o fato é considerá-lo, levando em conta: as circunstâncias do fato, tipo de ação, resultado, reiteração, alarma social, reparabilidade etc.
Diferenças entre crime e contravenção penal, conforme André Estefam, quanto às conseqüências jurídicas: 1- a contravenção é sempre de ação penal pública incondicionada (art. 17 LCP). O crime (art. 100 CP) pode ser pública incondicionada ou condicionada ou privada; 2- O art. 4º da LCP não pune a tentativa de contravenção penal; 3- crime: doloso ou culposo, quando à contravenção basta ser voluntária (art. 3º LCP); 4- Aos crimes se aplica o art. 20 caput e 21 do CP, enquanto às contravenções se aplica somente o erro de direito (art. 8º LCP); 5- É punível o crime praticado no Brasil e no estrangeiro, enquanto a contravenção só é punida se praticada no Brasil; 6- Limite de cumprimento de pena: crime: 30 anos, Se contravenção: 5 anos (art. 10 LCP); 7- Crime: sursis: 2 a 4 anos e excepcionalmente 4 a 6 anos, conforme art. 77 CP, e a contravenção 1 a 3 anos (art. 11 LCP).
Ilícito civil (sanções mais atenuadas) / ilícito administrativo (se a lei disser: “multa” ou “penalidade – multa” será infração administrativa / ilícito penal (se a lei disser: “pena – multa).
Conceito de crime: Natural (Garófalo). 
			 Ferri-Berenini: são ações puníveis aquelas determinadas por móveis individuais (egoísticos) antissociais e que perturbam as condições de existência (vida) social e contradizem a moralidade média do povo, em um certo momento.	
			 Formal.
			 Material.
			 Formal/material: conceito de crime do Carrara.
			 Sintomático: expressão reprovável da personalidade do agente.
			 Analítico: elementos estruturais do crime. É o conceito formal fragmentado em elementos. Fato típico, ilicitude e culpabilidade. A punibilidade?
 Fato: Fato comum
 Fato jurídico (lato sensu): fato natural
 fato humano: voluntários (atos jurídicos) : atos lícitos.
 (ações humanas) involuntários: atos ilícitos.
Requisitos (genéricos) do crime: características e não elementos.
Fato típico: fato que se amolda ao conjunto de elementos descritivos do crime contidos no tipo penal.
O tipo é uma conjectura, uma suposição e não uma verdade demonstrada.
Antijurídicidade: contrário ao direito. Condutas não permitidas. Contrariedade do fato à lei.
Culpabilidade: é o elo entre a ação típica e ilícita é a pena. Pressuposto de imposição da sanção penal? Requisitos: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
Punibilidade: aplicabilidade da sanção. Possibilidade jurídica de aplicação da pena. Efeito jurídico do comportamento típico e ilícito sendo culpável o agente.
Teoria bipartida: fato típico e ilicitude. Adeptos: DAMÁSIO, FLÁVIO AUGUSTO, MIRABETE, DOTTI, CAPEZ.
Para Capez:
1- A teoria clássica (causalista ou naturalista): dolo e culpa estavam na culpabilidade. Então adotam a concepção tripartida. Com o finalismo: dolo e culpa vão para a conduta. A culpabilidade passa a apresentar apenas elementos puramente valorativos. Passou a ser um juízo de valoração externa ao crime, ou seja, reprovação exercida sobre o agente.
2- Não pode ser ao mesmo tempo: elemento externo (valoração que recai sobre o autor do crime e estar dentro deste (crime). Não é o crime que é culpado, mas o autor.
3- Pode haver crime sem culpabilidade. Ex: para aplicar medida de segurança: agente imputável + crime. Assim, só será internado em manicômio se cometer crime. Aquele que adquirir dolosamente, produto de roubo cometido por menor, não cometeria receptação, pois se exige a prática de crime e menor não o pratica pela ausência de culpabilidade, ex de Damásio.
4- O CP se refere, quando a ilicitude é excluída: “não há crime quando o agente pratica o fato”: art. 23 do CP.
O CP se refere: quanto o fato é atípico, não há crime: art. 1º do CP.
Conclusão: são seus elementos: fato típico + ilicitude.
Quando se refere à culpabilidade o CP: “É isento de pena o agente que ....”., art. 26 do CP.
Para Nucci:
A culpabilidade é um juízo de reprovação social incidente sobre o fato e seu autor.
Fato típico e ilicitude (como acima foi visto)
Fato típico + ilicitude + culpabilidade + punível (Basileu Garcia, Mezger, Munoz Conde, Hessemer etc).
Fato típico + culpável (Miguel Reale Júnior, baseado na teoria dos elementos negativos do tipo).
Fato típico + antijurídico e punível (Luiz Flávio Gomes). A culpabilidade é a parte que liga o crime à pena.
Fato típico + antijurídico + culpável: majoritária. Desde causalistas e finalistas e adeptos da teoria social da ação.
Ex: de Nucci: considerar criminoso o menor de 18 anos? Ou o que agiu sob coação moral irresistível ou aquele que praticou um fato típico e ilícito, mas agiu por erro escusável de proibição? E no caso da obediência hierárquica?
Ora, dizer que são “criminosos”, mas não recebem pena, não soa bem.
Trivializando: até mesmo a tipicidade e a ilicitude são pressupostos da pena.
Teoria Constitucionalista (fato típico, antijurídico e punível). A culpabilidade é fundamento da pena, assim, não faz parte da teoria do delito. De outro lado, jamais existe delito sem ameaça de pena (punibilidade).
Crítica (Nucci): desgruda o crime de um lado e a pena de outro, ligados pela culpabilidade, e o risco é libertar a culpabilidade do crivo da legalidade e permitir incontáveis formas de medir a pena e a culpabilidade do autor, por exemplo.
Não há crime sem ameaça de pena: é uma realidade, mas não por conta da punibilidade. Delito é o ilícito que a sociedade almeja ser punida com pena e não com qualquer outro tipo de sanção.
Teoria tripartida: fato típico, ilicitude e culpabilidade.
Requisitos do Fato típico: 
Conduta humana: positiva / negativa, dolosa / culposa.
Resultado: salvo nos crimes de mera conduta.
Nexo causal: saldo nos crimes de mera conduta e formais.
Tipicidade: enquadramento legal.
O tipo penal: é uma conjectura, uma suposição e não uma verdade demonstrada.
Elementares / circunstâncias. Art. 163 e inciso 1º do § 4º do art. 155 do CP.
Elementares são os requisitos específicos da infração penal. Interfere na qualidade do crime
Circunstâncias: acessoriedade. Interfere na quantidade da sanção.
Ausência de elementar: atipicidade absoluta ou atipicidade relativa.
Do sujeito ativo
Conceito
Terminologia: 
Agente: (antes da prática do delito);
Autor: no JECRIM.
Investigado, indiciado: durante o inquérito policial.
Denunciado: o que teve ofertado contra si a denúncia.
Acusado ou réu: o que teve a denúncia recebida pelo Juiz.
Sentenciado: condenado (recluso ou detento).
Criminoso ou delinqüente: conceito criminológico ou sociológico (autor de conduta desviante).
Ingresso: inicia o cumprimento da pena.
Egresso: acaba de sair do estabelecimento prisional (emregra cumpriu a pena).
Criminoso (delinqüente): biopsíquico.
Capacidade penal: aptidão em tese para responder à lei penal. Aptidão para submeter-se aos efeitos da violação da lei penal. Os menores e a pessoa jurídica não possuem capacidade penal ativa. Já o doente mental tem, tanto que se lhe aplica uma medida de segurança. É quem pode figurar na relação processual a fim de submeter-se à aplicação da lei penal.
Incapacidade: menores de 18 anos e pessoa jurídica. O parlamentar inviolável na imunidade absoluta, as pessoas inseridas nos arts. 181 e § 2º do 348, todos do CP. Aqui nem se instaura o inquérito policial.
Capacidade das pessoas jurídicas: natureza jurídica: teoria da ficção legal e teoria da realidade (organicista). Dualismo das máximas: Societas Delinquere Non Potest / Societas Puniri Potest.
Constituição da República, arts. 173,§ 5º e 225,§ 3º: crimes contra o meio-ambiente, economia popular e contra a ordem econômico-financeira.
Art. 3º da lei 9605/98, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativamente, civil e penalmente “por decisão de seu representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade”.
Contra: 
Não pratica conduta, pois não tem vontade própria;
Não tem consciência própria e não entende o efeito intimidativo da pena;
Impossibilidade de analisar o erro de tipo, proibição, dolo e culpa.
Com a punição alcança outras pessoas, o que ofende o princípio da pessoalidade, pois pode alcançar outras pessoas além do condenado.
Impossibilidade de aplicação a pena de prisão.
Segundo Marcos Desteffoni, citado por André Estefam: falta de capacidade natural de ação, a carência de culpabilidade e a falta de indicação clara dos tipos penais em que poderia a pessoa jurídica incorrer: “A responsabilidade é sempre indireta, decorrente da conduta da pessoa física ...”. Ainda André Estefam: Os tribunais tem condicionado a instauração de um processo penal contra a pessoa jurídica somente diante de um concurso necessário de agentes, ou seja, a denúncia deve descrever a conduta da pessoa jurídica e da pessoa física (que agiu em nome e no interesse ou benefício da pessoa jurídica) ainda que esta pessoa física não tenha sido identificada.”.
Capacidade especial: Crime comum.
Crime próprio: condição de fato (natural ou social) e jurídica. Sujeito ativo especial ou qualificado.
Crime de mão-própria (atuação pessoal ou de conduta infungível)
Capacidade especial nas normas permissivas e exculpantes: arts. 128 e 181 do CP.
Do sujeito passivo.
Conceito
Sujeito passivo geral, constante ou formal: Estado
Sujeito passivo particular, eventual ou material: é quem sofre diretamente a lesão jurídica sendo o titular do bem jurídico tutelado. Pode ser: família, homem, pessoa jurídica, sociedade, o Estado e outros.
Exemplo de crimes e sujeito passivo: homicídio, autoaborto, bigamia, peculato, prevaricação e fraude contra seguros.
Crime vago: incêndio, explosão, ato obsceno etc.
Estado e sujeito passivo: geral (genérico): todos os crimes. Único: rebelião, sedição e outros. E, sujeito passivo c/c sujeito passivo particular: moeda falsa.
Quem pode ser sujeito passivo?
Incapaz?
Morto? art. 212 vilipêndio a cadáver (sujeito passivo: coletividade, familiares). Para André Estefam, no art. 212, primariamente são a família e os amigos do morto, em caráter secundário é a sociedade.
§ 2º do art. 138 “é punível a calúnia contra os mortos (sujeito passivo: familiares).
A palavra cadáver possui significados distintos, segundo André Estefam: Para o art. 211 é o corpo sem vida, enquanto represente a pessoa que se foi, ou seja, antes de sua total decomposição, quando ainda subsiste a conexão simbólica entre os despojos e o falecido. Assim, o esqueleto não é cadáver para este delito. Já o art. 212 “ao lado do corpo existe como objeto material as cinzas mortuárias. Portanto, se considera o “menos” deve abranger o “mais” (o corpo já decomposto e suas partes, como o esqueleto humano.
Feto?
Animais e coisas inanimadas? Ver art. 32 da lei 9605/98 (sujeito passivo: coletividade).
Pessoa Jurídica? Crime de furto.
Crimes contra a honra: normalmente são praticados contra as pessoas físicas que compõem a pessoa jurídica (sócio, administrador ...). 
Calúnia: a Pessoa jurídica não pode praticar crime (salvo os ambientais), assim, a calúnia dirigida à pessoa jurídica importa em calúnia contra os diretores ou sócios. 
Injúria: a Pessoa Jurídica não tem consciência da dignidade ou decoro, assim, a injúria dirigida contra a pessoa jurídica importa em injúria contra os diretores ou sócios.
Difamação: sim, pois possui boa fama, reputação.
Sujeito passivo e ativo ao mesmo tempo: Autolesão, suicídio, auto acusação falsa, incêndio de coisa própria (pode ser crime contra a incolumidade pública), automutilação.
Rixa: crime plurissubjetivo.
Sujeito passivo e prejudicado: Prejudicado é qualquer pessoa a que o crime tenha provocado algum prejuízo patrimonial ou não, tendo como conseqüência direito ao ressarcimento. Ex: crime art. 311 do CP, Falsificação de moeda (sujeito passivo: coletividade, prejudicado quem receber a moeda falsa).
Objeto do Delito: “aquilo a que visa o delito”.
Objeto jurídico: bem ou interesse protegido pela norma. Formal: ofensa irrogada ao direito público subjetivo do Estado a observância do mandamento proibitivo ou preceito penal. Direito de ver a norma penal cumprida.
 Substancial (é o objeto de proteção): a norma é meio e não fim. Aquilo que a ação criminosa alcança, o bem protegido. Visa o escopo da norma, ou seja a tutela de um valor social. Pode ser genérico (crimes contra a pessoa), ou específico (vida, saúde, liberdade, etc). Agora, nos crimes contra o patrimônio, organização do trabalho, contra a paz pública (arts. 286 a 288), sendo que nos dois grupos anteriores não há nem divisão dos títulos, não ocorrendo a distinção entre objeto jurídico genérico e específico.
Objeto Material: Objeto da ação (delituosa), ou objeto do ataque. No furto é a coisa alheia móvel, no roubo é a coisa alheia móvel e a pessoa humana.
# sujeito passivo.
Ausência: crime impossível, art. 17 (quase crime, tentativa inidônea ou inadequada) impropriedade absoluta do objeto.
Há crimes sem objeto material: ato obsceno e falso testemunho, art. 338 (reingresso de estrangeiro expulso).
Crime formal pode ou não ter objeto material.
Corpo de delito # objeto material.
Instrumento do crime
Ineficácia: crime impossível, art. 17 (quase crime, tentativa inidônea ou inadequada) ineficácia absoluta do meio.
Título do delito
Específico 
Genérico
Qualificação legal e doutrinária dos crimes.
Construção sistemática (científica) da teoria do crime
Legal: Quanto ao fato:“nomen júris” (homicídio, lesão corporal). 
 Quanto à infração (crime / contravenção) sistema dicotômico ou bipartido. O gênero é ilícito penal ou infração penal.
Doutrinária: 
Crime comum / próprio
Crime comum / especial
Crime de Mão própria ( atuação pessoal ou de conduta infungível
Crime vago
Crime consumado (crime perfeito) / crime tentado (crime imperfeito).
Crime impossível (tentativa inidônea ou inadequada)
Crime falho (tentativa perfeita ou acabada) / tentativa imperfeita (inacabada) / tentativa branca (incruenta) / tentativa vermelha (cruenta) / abandonada / tentativa qualificada.
Crime Exaurido
Crime doloso / culposo (comissivo ou omissivo) / preterdoloso (preterintencional)
Crime privilegiado / qualificado. Tipo básico. 
Crime qualificado pelo resultado: Dolo - Dolo : art. 129, § 2º inciso III
 : Dolo - Culpa: art. 129, § 3º (preterdoloso)
 : Culpa - Culpa: art. 258 (2ª parte)
Crime Unissubsistente / Plurissubsistente
Crime de Ação Penal Pública 
Crime de Ação Penal Privada
Crime de ação mútipla (conteúdo variado)
Crime de forma livre / Crime de forma vinculada
Crime Simples / Crime Complexo.
CrimeRemetido
Crime consunto (é absorvido) / Crime consuntivo (que absorve)
Tipo básico / fechado / aberto / congruente / incongruente
Crime dano
Crime perigo abstrato (presumido): art. 14 da lei 10.826/03. A lei presume juris et de jure o perigo. 
Crime perigo concreto: art. 134 do CP
Crime de perigo coletivo: incêndio. Art. 250 do CP
Crime de perigo individual: art. 130 do CP.
Crime de perigo atual: está acontecendo (ocorrendo).
Crime de perigo Iminente: está prestes a desencadear
Crime de perigo futuro: não existindo no presente, pode advir posteriormente
Crime material
Crime Formal (de consumação antecipada ou evento naturalístico cortado) arts. 138, 139, 140, 147 (se consuma quando o sujeito passivo toma conhecimento do mal pronunciado, independente da intimidação que corresponde ao evento) e 158. A conduta se dirige à produção do resultado, sendo indiferente para a consumação ocorrê-lo.
Crime de Mera Conduta (simples atividade): sem evento naturalístico, arts. 150 e 330 do CP.
Delito sem resultado # crime de perigo.
Crime comissivo (propriamente dito): ação stricto sensu.
Crime omissivo próprio (puro): art. 135 do CP
Crime omissivo impróprio (impuro):(comissivo por omissão) espécie de ação no sentido lato sensu
Crime de conduta mista: são omissivos próprios que possuem uma inicial positiva, art. 169, III do CP
Crime Instantâneo
Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes
Crime Permanente (necessariamente)
Crime Continuado
Crime Progressivo
Crime Principal / Acessório
Delito Putativo: Por erro de tipo, por erro de proibição e por obra do agente provocador (flagrante provocado)
Crime de flagrante esperado
Crime de dupla subjetividade passiva
Crime de concurso necessário: coletivos (plurissubjetivos), bilateral (de encontro).
Crimes subsidiários
Crimes comuns / políticos (próprio / impróprio)
Crimes multitudinário
Crimes de opinião
Crime habitual / profissional
Crime conexo: Teleológica (ideológica), conseqüencial (causal) ou ocasional.
Crimes à distância
Crimes Plurilocal
Crimes Pluriofensivo
Crime falimentar
Crime gratuito
Crime a prazo
Crime de circulação
Crime transeunte e não transeunte
Crime de atentado ou empreendimento.
Crime de Trânsito.
Crime internacional
Crime de responsabilidade
Infração de menor potencial ofensivo
Crime Hediondo
Do FATO TÍPICO
1º requisito genérico do crime
Requisitos do fato típico: 1- conduta; 2- resultado; 3- Nexo de causalidade; e, 4- Tipicidade.
OBS: há crimes que não possuem resultado, ou que não exigem o resultado, ou que o nexo causal está exaustivamente descrito no tipo. Nestes casos não haverá a necessidade da pesquisa do nexo causal, como acontece com os crimes de mera conduta, formal e de forma vinculada.
Conduta (ação no sentido lato): ação (sentido estrito) e a omissão.
Conceito: ação ou omissão humana consciente e dirigida a determinado fim; 
Requisitos da conduta: 1- conduta ou comportamento humano; 2- tem que ser exteriorizada. A cogitação não se constitui em conduta; 3- voluntária; e, 4- movimento ou abstenção de movimento.
Elementos da conduta: 1- ato de vontade dirigido a um fim (objetivo visado, meios usados na execução e conseqüência secundária); 2- atuação positiva ou negativa dessa vontade no mundo exterior. Aspecto psíquico e aspecto neuromuscular ou mecânico.
Conduta # ato
Ação # resultado
Ausência de conduta. A conduta pressupõe ato voluntário (vontade) e espontâneo e dirigido a um fim. 1- Ato reflexo. # ato instintivo ou automático (onde haverá conduta).
2- Atos em total inconsciência: hipnose, sono profundo, sonambulismo.
3- Coação Física Irresistível: Vis corporalis. Energia exercida sobre o corpo humano. 
Já a vis compulsiva ou coação moral irresistível exclui a culpabilidade. Há a vontade necessária para constituir a conduta, mas não serve para formar o juízo de reprovação.
4- Caso fortuito e força maior. Natureza jurídica: Excludente da culpabilidade fundada na imprevisibilidade, pois impossibilita uma motivação diversa? Exclui o nexo de causalidade? Exclui a conduta, pois não havendo dolo não haverá conduta.
Teorias da conduta: 
Naturalista ou causal: a conduta é efeito da vontade e causa do resultado. A teoria causal é “ontologicamente inaceitável e axiologicamente inaplicável” Ex: tentativa e crimes omissivos. 
A teoria causal se desenvolveu em um ambiente fortemente positivista. É apreciada com base nas leis da natureza, de matiz fenomenológica.
O centro do interesse é o efeito jurídico produzido pelo resultado (desvalor do resultado).
Separa o conteúdo subjetivo da vontade (que é a origem, a força motriz da conduta) e o processo causal exterior.
O conteúdo subjetivo da vontade pertence à culpabilidade.
A voluntariedade (vontade) pertence à ação.
O dolo (volitivo, enquanto a culpa é elemento normativo)(espécie(psicológica) ou elemento (psicológica-normativa) da culpabilidade.
A culpa é a inobservância do dever de diligência na vida de relação. Falta de cuidado, atenção ou diligência
Finalista: só preocupa com o comportamento e o efeito jurídico em 2º plano. É errôneo distinguir o processo causal exterior e o conteúdo subjetivo da vontade.
Teóricos: Welzel, Wessels
A vontade finalista pertence à ação.
O centro de interesse é a natureza do comportamento reprovável e desvalor da ação.
Não separa o conteúdo subjetivo da vontade e o processo causal exterior.
O conteúdo subjetivo da vontade pertence ao fato típico (conduta) bem como, o processo causal exterior.
Hartmam: a ação se constitui pela direção do “suceder real”.
Se preocupa com o dolo e a culpa.
O dolo é um elemento subjetivo do tipo
Social: causação de um resultado individualmente evitável. Não resolve os problemas dos delitos de mera conduta, tentativa e crime omissivos.
Valoração com o mundo social.
A ação é a prática de um resultado socialmente relevante, questionados pelo direito e não pelas leis da natureza.
Conteúdo da vontade pertence à culpabilidade.
Conceito Neoclássico de conduta: “comportamento humano voluntário manifestado no mundo exterior.”.
Formas da conduta:
Ação
Omissão: naturalista / normativa
Omissivo próprio ou puros: omitir, deixar, não evitar.
Omissivo impróprio (comissivo por omissão) ou expúrios: “a lei faz o não fazer tem o mesmo valor do que o fazer. Há o dever específico de agir.
			Resultado
# ação, mas é igual ao evento ou acontecimento.
Conceito: modificação do mundo exterior, causado pelo comportamento humano voluntário.
Teorias:
Naturalística: alteração fenomenológica # ofensa ao interesse tutelado pela norma.
Normativa ou Jurídica: lesão jurídica ao bem jurídico protegido.
A teoria jurídica é criticada pois a lesão não é efeito do fato, mas seu atributo. A lesividade é a valoração do efeito que está na antijuridicidade.
A lesão de fato do bem # lesão jurídica ao bem interesse protegido (a lesividade faz parte da culpabilidade).
Relação de Causalidade
Visa apurar quando é que um resultado é imputável ao sujeito ativo. É o liame que liga o resultado à ação que o causou.
Teoria adotada: conditio sine qua non ou da equivalência dos antecedentes causais. Art. 13, caput, 2ª parte do CP.
Todos os fatores causais são considerados, nenhum pode ser afastado, valem o mesmo. Não há diferença entre causa e condição, concausa e ocasião.
Procedimento hipotético de Thyrén: eliminada em mente a causa da série, o resultado deixaria de ocorrer. Excluindo determinado acontecimento o resultado não teria ocorrido “como ocorreu”.
Regressus ad infinitum: delimitado pelo dolo / culpa (causalidade subjetiva).
Aplicação da teoria: crimes materiais. Nos formais e de mera conduta não.
Causalidade na omissão: não existe nexo causal objetivo.
Agora, se o agente não observou a obrigação a que tinha por dever evitar o resultado, assim, haverá uma causalidade normativa entre a obrigação de ativar e o resultado (que não evitou).
Relevância da omissão: omissivos impróprios. § 2º do art. 13, alíneas “a”, “b” e “c”. 
Equívoco legal, na 2ª parte co caput do art.13 do CP, pois a omissão é normativa.
Causas: 
absolutamente independente: Reponde pelos atos anteriores 
preexistente: A fere B, mas B morre envenenado porque antes ingerira, por conta própria, veneno.
Concomitante: A fere B que morre por colapso cardíaco. 
Superveniente: A ministra veneno a B que morre por causa de um desabamento.
Relativamente independente: (em relação à conduta do sujeito).
Preexistente: hemofílico
Concomitante: tiro auxilia no colapso cardíaco.
Superveniente: exclui o nexo. O agente responde pelos atos anteriores se típico.
O § 1º do art. 13 é outra restrição à conditio sine qua non, além do dolo e da culpa.
A causa “relativamente independente”: a causa funciona em face da conduta anterior e conduz como se por si só tivesse produzido o resultado. Ex: ferido, conduzido ao hospital e morre queimado. Em um acidente de trânsito, o veículo abalroa um poste o fio de alta tensão mata um passageiro que havia saído do veículo.
“por si só”: considera autônoma a C.R.Independente quando não se encontra na linha de desdobramento físico da conduta anterior. Forma novo processo causal, não está em posição de homogeneidade. Ex: hospitalizado morre por desabamento, hospitalizado morre por ministração de veneno pela enfermeira. Barqueiro ferido no braço, e, por não ter condições de manejar o leme morre afogado
“não por si só”: se encontra na linha de desdobramento anâtomo-patológico (físico) da conduta anterior. Ex: lesionado, morre ao faltar oxigênio por ocasião da cirurgia.
Tipicidade
Enquadramento legal. Direito de Punir
Tipicidade
Fato típico
Tipo legal
Fato concreto
Tatbestand (alemão): tipicidade
Evolução histórica: não havia a separação das categorias 
Independência. Von Beling
Caráter indiciário. Ratio Cognoscendi. Indício da ilicitude. Mayer: o tipo contém elementos normativos e subjetivos. É a que melhor se adapta à prática penal. Como a fumaça para o fogo.
Ratio Essendi (razão de ser). Mezger. Ação tipicamente antijurídica.
Tipicidade formal, material, conglobante e total
Tipo Penal
Função de garantia: fundamenta a antijuridicidade
Cria o mandamento proibitivo
Concretiza a antijuridicidade. Já existe a ilicitude, e com o tipo a lei concretiza a ilicitude.
Assinala o injusto. A conduta não é antijurídica, mas com o tipo cria-se a antijuridicidade.
Limita o injusto
Conquista liberal
Limita o “iter criminis”
Tipo fundamental, derivado (qualificado e privilegiado)
Tipo simples / misto (alternativo e cumulativo).
Da adequação típica (subsunção ao tipo):
Subordinação Imediata
Subordinação Mediata: por extensão ou ampliada. Arts. 14, II (temporal), art. 29 (espacial) e art. 13,§ 2º. 
Elementos do tipo
O tipo deve ser uma figura fechada, cerrada, pormenorizada, individualizada, objetiva, completa.
O homicídio apresenta uma descrição objetiva simples.
1) Descritivo ou objetivo: se referem ao aspecto material do fato (tipo normal).
A compreensão advém de percepção sensorial, simples atividade cognitiva.
2) subjetivos: referem ao estado anímico ou psicológico do agente. Indicam um fim, intenção, intuito ou ânimo.
Elementos subjetivos do tipo = do injusto. Inclui no tipo o estado anímico ou psicológico, fim visado, intenção. Ex: “para si ou para outrem”, “em proveito próprio ou alheio”, “para fim libidinoso”.
3) normativo: em regra se referem à antijuridicidade (sem autorização de quem de direito, sem autorização legal), referência ao injusto (fraudulentamente, ilicitamente), termos jurídicos (cheque, documento) ou termos extrajurídicos (decoro, desonra própria).
Juízo de valor dentro da tipicidade: “sem justa causa”, indevidamente, ilicitamente, fraudulentamente, decoro, “Mulher honesta”.
O conhecimento advém de uma perspectiva espiritual, referência ao injusto. Valoração jurídico/cultural
Ex: “cara” (Carrara): Donzela ou vende seus préstimos a bom preço?
O tipo penal possui:
1) um ou mais verbos (que é o núcleo do tipo). Ex: matar, subtrair
2) referências ao sujeito ativo (gestante, funcionário público) ou passivo (feto, filho menor).
3) referências ao objeto material (coisa alheia, ser humano vivo, cadáver).
4) tempo (repouso noturno, “durante ou logo após” o parto)
5) lugar (durante ou logo após o “parto”, lugar público, aberto ou exposto ao público)
Etc. 
Com a teoria finalista acabou a dicotomia entre elementos normais (tipo normal: aqueles que possuíssem apenas elementos descritivos) e anormais (tipo anormal: possuíssem elementos normativos e/ou subjetivos (Elementos subjetivos do tipo ou do injusto)).
Do injusto doloso
O dolo é um elemento subjetivo do tipo (implícito)
Conceito: “vontade de praticar um fato que a lei tem como crime”, “vontade de praticar as características objetivas do tipo”.
Teoria: vontade: consciência do fato (representação)
 Vontade de causar o resultado
A vontade é a força motriz da ação. Desejo é uma atitude emotiva carente de eficácia no mundo exterior # vontade.
Art. 18- I “quis o resultado ou assumir o risco de produzi-lo. O dolo é mais que isso. Ex: formas qualificadas que não se reduzem ao resultado.
Dolo natural: não porta a consciência da ilicitude. (conhecimento profano do caráter proibido do ato) teoria finalista.
Dolo normativo: porta a consciência da ilicitude. Teoria causal.
Elemento do dolo: Consciência da conduta, do resultado e do nexo causal entre eles. (momento intelectual, elemento cognitivo).
 Vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. Momento volitivo. Nos crimes de mera conduta a consciência e vontade se dirige a praticar a conduta apenas.
Dolo abrange: Objetivo visado
 Meios
 Consequência secundária.
Espécies de dolo:
Dolo direto: sujeito visa a certo e determinado resultado
Dolo indireto (indeterminado): alternativo (matar ou lesionar) ou eventual (Admite e assume o risco. Prevê o resultado previsível ou possível e aceita ou consente).
Dolo direto e o eventual são equiparados pela lei.
Dolo genérico / dolo específico
Dolo geral (erro sucessivo) # dolo genérico
Dolo e pena: conforme o art. 59 não tem influência na aplicação da pena. Lembrando que pelo código de 40, o art. 59 estava assim redigido: “Dolo (culpabilidade)... “, o que propiciava a diferença no momento da aplicação da pena.
Dolo Eventual: perspectiva da vontade e não da representação, pois esta ocorre na culpa consciente (prevê o resultado como possível ou provável, mas não aceita nem consente). Não basta a dúvida.
Fórmula de FRANK: seja assim, ou de outra maneira, suceda isto ou aquilo, em qualquer caso agirei.
Dolo direto: vontade por causa do resultado.
Dolo eventual: vontade apesar do resultado.
Para BASTOS RAMÍREZ e HORMAZÁBAL MALARÉE o dolo eventual não passa de uma espécie de culpa com representação punida mais severamente.
DO INJUSTO CULPOSO
A Culpa é um elemento do tipo (teoria finalista). Normativa por ser um puro juízo de reprovação.
Inobservância do dever de diligência (cuidado objetivo necessário).
O cuidado objetivo: conformar as condutas no meio social a não causar danos como conformaria uma pessoa prudente e com discernimento.
Art. 121, § 3º (tipicidade): diversidade imensa das formas de conduta.
Comparação da conduta concreta com a conduta cuidadosa, zelosa.
Previsibilidade objetiva: resultado previsível para o homem comum, nas circunstâncias em que o sujeito realizou a conduta.
A imprevisibilidade exclui a tipicidade.
Culpabilidade: previsibilidade subjetiva: sujeito e suas aptidões pessoais e na medida de sua capacidade individual prever o resultado.
A observância do cuidado objetivo genérico exclui a tipicidade.
A observância do dever pessoal exclui a culpabilidade.
Previsibilidade objetiva: possibilidade de antevisão do resultado (só o normal) no momento da realização da conduta, não futura. Critério objetivo: homem prudente e com discernimento. Critério subjetivo: aptidão do sujeito.
Elementos do fato típico culposo:
1- condutahumana voluntária de fazer ou não fazer
2- inobservância do cuidado objetivo
3- previsibilidade objetiva
4- ausência de previsão
5- resultado involuntário
6- nexo causal
7- tipicidade.
Imprudência, Negligência e imperícia (formas da inobservância do cuidado necessário)
Imprudência: prática de fato perigoso, precipitado, forma ativa.
Negligência: indiferença, deixa de praticar alguma coisa, inércia, inatividade.
Imperícia: falta de aptidão para o exercício de arte, profissão.
Espécies:
Consciente (culpa com previsão): resultado previsto pelo agente, que espera levianamente não ocorrer o resultado. Veja que a previsão é elemento do dolo.
Inconsciente : resultado não previsto, mas previsível.
Imprópria: por equiparação ou assimilação: equiparação do crime culposo ao doloso (trata-se de um crime doloso que é aplicado a pena do culposo).
Compensação de culpas
Concorrência de culpas
Excepcionalidade do crime culposo: parágrafo único do art. 18 do CP. 
Responsabilidade objetiva: não há delito sem dolo ou culpa (stricto sensu).
 
Iter Criminis
Do crime Consumado
Art. 14, I do CP: realização integral dos elementos do tipo. Perfeita conformação do fato cometido pelo agente com a figura típica incriminadora.
“Delito perfeito”. A tentativa é conhecida como “delito imperfeito”. Ou “incompleto” (segundo Zaffaroni).
# crime cometido (engloba até a tentativa). Fixa o tempo do crime, ver art. 4º DP, ou seja, desde o momento da pratica da conduta se tem o crime como cometido. Também fixa a imputabilidade (capacidade de culpa).
Importância: 
Fixar a competência territorial, o processo (o foro de julgamento) será fixado pelo local onde ocorreu a consumação: art. 70 do CPP. Há exceções: homicídio doloso e autoaborto (local da conduta pela repercussão social, ponto de vista acolhida pela jurisprudência dominante), lei 9.099/95 (art. 63, “lugar da prática da conduta”), ECA e outras.
Quanto à prescrição (pretensão punitiva) se adotou o termo a quo (consumação). Exceto: crime permanente, bigamia, falsificação do registro civil, conforme art. 111, incisos III e IV do CP.
Quanto ao concurso de pessoas: a participação deve se dar antes ou durante a consumação. Contribuição posterior pode configurar outro delito, exemplo: favorecimento real ou pessoal.
Crime exaurido: acontecimento posterior (ulterior) à consumação, proveniente da conduta delituosa. Ex: a absolvição ou condenação do réu pelo falso testemunho (que se consumou quando da assinatura do termo de depoimento). 
É chamada de consumação material por Zaffaroni e Pierangeli
Pode ser uma imputação autônoma, qualificadora (§1º do art. 329 do CP), circunstância judicial (art. 59 do CP “consequências do crime”), causa especial de aumento de pena (§ 1º do art. 317, corrupção passiva, “em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.”), fato atípico (após muitos anos parentes da vítima ainda se encontrarem traumatizados pelo homicídio).
Consumação nas diversas espécies: 
crimes materiais: com a produção do resultado. Com a morte no homicídio.
crimes culposos: produção resultado (involuntário) naturalístico. Na lesão corporal culposa, com a lesão à integridade corporal.
crimes mera conduta: simples conduta. Simples entrada em residência alheia, no art. 150 do CP.
crimes formais: simples conduta. Ex: violação de segredo profissional, art. 154 do CP. Pois o crime se contenta com a simples divulgação, independentemente da produção de dano a outrem.
crimes permanentes: a conduta potrai a ilicitude no tempo. Desde o início da conduta que integraliza o tipo até cessar a permanência. Ex: sequestro.
crimes omissivos: Impróprio (comissivos por omissão): produção do resultado naturalístico que condiciona a punição. Próprio: com a não realização da conduta exigida (comportamento negativo). 
crimes qualificados pelo resultado: com a produção do evento, art. 260 (Perigo de desastre ferroviário), §§ 1º (se do fato resulta desastre) e 2º (no caso de culpa, ocorrendo desastre).
crimes de perigo (probabilidade do dano): concreto: quando da verificação da probabilidade do dano (o perigo deve ser demonstrado), art. 309 do CTB; abstrato: simples pratica da conduta, pois independem da demonstração do efetivo perigo, art. 14 da lei 10.826/03.
crimes complexos: depende da natureza (material, formal ou de mera conduta).
crimes habituais: com a reiteração dos atos que configuram o estilo de vida do agente. Ex: curandeirismo.
Condição objetiva de punibilidade
São elementos que se encontram fora do tipo legal e não alcançável (abrangidos) pelo dolo. Sua presença é necessária para o início da ação penal. Ex: art. 7º, § 2º, alínea “c” do CP, “estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição”, também a alínea “d”, bem como, Sentença declaratória de falência, o trânsito em julgado da sentença anulatória de casamento para o delito de bigamia, parágrafo único do art. 236 (induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento) exige a sentença transitada em julgada que anule o casamento.
Para outros, seriam elementos constitutivos do delito (elementares). Crítica: retrocesso à fase pré Beling, bem como a consumação independe da verificação da condição objetiva de punibilidade.
Para Flávio Augusto seria uma condição de procedibilidade (condição específica da ação penal).
Objeto de discussão são os crimes antefalimentares (para a punição depende da sentença declaratória de falência). Corrente: Elemento constitutivo do tipo penal falimentar: Considerá-la como elementar destes delitos é desconsiderar que ela não é abrangida pelo dolo do agente, e também, o ato do juiz é que consumaria o delito. As outras são: condição objetiva de punibilidade e condição de procedibilidade.
Momento consumativo do delito antefalimentar: no momento em que realiza o fato criminoso (defendida por Hunbria, Stefenson, Fuher e Flávio Augusto). Pós-falimentar: varia de acordo com a natureza material, formal ou de mera conduta.
Iter criminis: fases.
São as fase pela qual passa o delito, desde o momento em que surge a idéia delituosa até a consumação (meta optata).
Fase interna: 
Cogitação (idealização, deliberação e resolução). Não é punível. Ex: pensar em praticar um delito.
Fase externa: 
Preparação: atos sensíveis externos. Em regra não é punível, salvo quando o legislador resolve punir de forma autônoma, um ato preparatório de outro crime. Aqui o sujeito não será responsabilizado pelo ato preparatório do delito que pretendia praticar, mas sim estará praticando ato executório de um delito autônomo. Ex: art. 291 do CP: “petrechos para falsificação de moeda”; Art. 33, inciso I da lei de drogas: “importa, exporta, remete ..., matéria- prima, insumo, ou produto químico destinado à preparação de drogas” e outros, são chamados de crimes-obtáculo. Outros exemplos: art. 288 do CP (Associação criminosa: o agente é punido não por ter pensado em se associar com o fim de cometimento de crimes, mas porque efetivamente, externamente manifestaram adesão àquela finalidade). Lei 13.260 de 16/06/2016 “Art. 5o  Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito: Pena - a correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade.§ lo  Incorre nas mesmas penas o agente que, com o propósito de praticar atos de terrorismo:I - recrutar, organizar, transportar ou municiar indivíduos que viajem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade; ou II - fornecer ou receber treinamento em país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade.§ 2o  Nas hipóteses do § 1o, quando a conduta não envolver treinamento ou viagem para país distinto daquele de sua residência ou nacionalidade, a pena será a correspondente ao delito consumado, diminuída de metade a dois terços”
Execução: esta se inicia com um ato idôneo e inequívoco. A tentativa está vinculada aos atos executórios.O ato idôneo é aquele que tem potencialidade lesiva, ou seja, o capaz de lesar o bem jurídico. É apurada no caso concreto e depende de diversos fatores, como, qualidade e quantidade dos meios, condições da vítima, tempo lugar e outros. Ex: uma dose ínfima de veneno, mas ministrada aos poucos, dia-a-dia, pode ser idônea. O ato inequívoco é o que intenciona lesionar o bem jurídico. É o que demonstra o propósito do agente.
Para a existência da tentativa exige-se a presença da idoneidade e a inequivocidade.
O ato absolutamente inidôneo ou equívoco é um ato meramente preparatório.
Para demonstrar a idoneidade do ato, recorre-se às seguintes teorias: 
a) Teoria subjetiva: importante é o plano interno do autor, a fase da preparação também será punida.
b) Teoria objetiva: o ato de execução depende do início da realização do tipo penal. Não basta apenas o querer.
b1) Teoria material ou da hostilidade ao bem jurídico: quando ocorre o ataque ao bem jurídico. É a situação concreta de perigo a que é submetido o bem jurídico. Crítica: aqui o perigo pode até se apresentar diante de um ato preparatório, o que não satisfaz, segundo Damásio. Em que momento se apresenta o ataque ao bem jurídico?
b2) Teoria formal (ou objetivo-formal): quando do início da realização do tipo (núcleo do tipo). Crítica: aqui há situações em que o agente ainda não penetrou ao núcleo do tipo e patente está o início de atos executórios do crime.
b3) Teoria objetivo-material: são atos executórios os que começam a pratica do núcleo do tipo, bem como, os imediatamente anteriores, de acordo com a percepção de terceira pessoa (terceiro observador)
b4) Teoria objetivo-individual: defendida por Welzel e Zaffaroni. Há que distinguir “começo de execução do crime” e “começo de execução da ação típica”. Se o sujeito inicia o deslocamento físico da coisa alheia móvel, está a toda prova praticando um comportamento que se amolda ao núcleo do tipo do art. 155 do CP, assim, está executando a ação típica e o crime. Então, segundo Damásio, “começo de realização do crime” é mais amplo que o “começo de realização da conduta típica”. Aqueles atos, anteriores ao início de execução da conduta típica, mas de acordo com o plano subjetivo do agente, devem ser considerados como início de realização do crime. Acrescenta e complementa a teoria objetivo-formal com os elementos: plano do agente e proximidade com o núcleo do agente. Aqueles atos imediatamente anteriores à conduta que se amolda ao verbo típico passam a ser valorizados como de execução, e como tal puníveis. Crítica: é tarefa complexa apurar o plano do autor, bem como, o que seriam “atos anteriores”? Qual a sua extensão?
O melhor é conjugar os critérios. Mas, se persistir a dúvida, deve ser considerado como ato preparatório.
Consumação: acima.
Exaurimento: não é fase do iter criminis.
Da tentativa.
É a execução iniciada de um crime, que não se consuma por C.A.V.A., segundo Damásio. 
Natureza Jurídica.
Prevista na norma de extensão do inciso II do art. 14 do CP. 
Constitui-se em uma ampliação temporal da figura típica. É uma das hipóteses de adequação típica de subordinação mediata (indireta).
Sem a previsão do inciso II do art. 14, os atos tentados seriam atípicos, diante do princípio da estrita legalidade.
É um tipo aberto (fica a cargo do juiz a definição de ato executório).
É um tipo incongruente.
Elementos da tentativa.
a) início de realização (execução) do crime. Não se contenta com os atos preparatórios (comprar o veneno, espreitar a vítima, fazer a mira com a arma), exigindo a prática de atos típicos de execução (ofertar à vítima o canapé envenenado, acionar o mecanismo da arma de fogo, vibrar o punhal visando alcançar a vítima). 
Adotou-se a teoria objetiva (realística), pois exige para punição que o ato acarrete um perigo ao bem jurídico.
Afastou-se a teoria subjetiva (voluntarística): se satisfaz com a exteriorização voluntarística, ainda que através de atos preparatórios. E também a teoria sintomática: basta a demonstração da periculosidade subjetiva.
b) não consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Não se trata da interrupção ou paralização do iter por vontade (voluntária ou espontânea) do agente. O que gera a impunidade pela presença da desistência voluntária ou o arrependimento eficaz.
Trata-se de circunstâncias alheias à intenção do agente que obsta o prosseguimento ou impede a integralização do tipo. A vítima se desvencilha do golpe, uma cirurgia exitosa evita a morte etc.
c) o dolo de consumação. Não há distinção entre o dolo de tentativa e dolo de consumação, pois não há um dolo especial de tentativa.
É possível a tentativa constituída pelo dolo eventual, ou seja, assume o risco da consumação, mas esta não se dá por circunstâncias alheias à vontade do agente. Para Greco, a redação do art. 14, II do CP ao se referir à “vontade” limitou o instituto à teoria da vontade, excluindo-a do alcance do dolo eventual (teoria do consentimento).
No dolo alternativo, também há compatibilidade com a tentativa. Para Aníbal Bruno, caso o agente atire na vítima, para ferir ou para matar, mas erre o alvo, deve ser imputada a tentativa de lesão corporal (crime menos grave). Para Frederico Marques (apoiado por Flávio Augusto), deve ser imputado o crime mais grave a tentativa de homicídio.
Perfeitamente possível é a tentativa com dolo de ímpeto. A súbita (estado emocional, agudo, sem premeditação) resolução criminosa não exclui a vontade dirigida a um escopo definido. Como magistralmente discorre Hungria: “a dificuldade de prova não pode influir na conceituação da tentativa”. Nucci levanta a questão de que podem surgir dúvidas, se o agente agiu inopinadamente e agrediu a vítima, configuraria lesão corporal consumada ou tentativa de homicídio? Se não for dissipada a dúvida imputa-se a forma menos drástica, mas isto não inviabiliza o instituto da tentativa com dolo de ímpeto.
Espécies de tentativa
Imperfeita (tentativa propriamente dita ou acabada): processo executório é paralisado ou interrompido. Não há o exaurimento, segundo Damásio, de “toda a potencialidade lesiva”. Ex: vítima ferida levemente consegue fugir ante o segundo golpe mortal do agente.
Perfeita (crime falho ou delito frustrado, inacabada): processo executório é integralmente realizado. Aqui, o “crime”, segundo Damásio, “é subjetivamente consumado em relação ao agente que o comete, mas não o é objetivamente em relação ao objeto ou pessoa contra a qual se dirigia”, e mais “o agente realiza tudo o que acha necessário para produzir o resultado, mas ele não ocorre”. Ex: acionar o mecanismo da arma esgotando todos os projéteis, mas uma intervenção cirúrgica exitosa evita a morte.
A distinção entre as duas espécies acima terá importância no estudo da desistência voluntária e no arrependimento eficaz.
Para Damásio, como a lei não distingue a tentativa perfeita da imperfeita, para fins da dosimetria da pena em abstrato (art. 14, parágrafo único), o juiz deve ponderá-la quando da análise do art. 59 do CP.
Cruenta (vermelha): quando o objeto material é atingido.
Incruenta (branca): quando o objeto material não é atingido.
# tentativa falha. Segundo Nucci, aqui há tentativa, pois o agente não prosseguiu na execução acreditando na existência do impedimento (convicção íntima). Não há interferência externa. Não está configurada a desistência voluntária, pois não há vontade livre. Ex: terceiro convence agente de que a arma que aponta para a vítima está descarregada, e o agente não aciona a arma convicto de que seu plano falhou. (ex: Roxin).
Elemento subjetivo da tentativa
O inciso II do art. 14 não faz menção expressa ao elemento subjetivo, mas, implicitamente está patente a vontade do agente, e que vai especificar a figura típica de acordo com os atos executórios. Assim, está presente o dolo (o mesmo que está presente no crime consumado). Não há aqui um dolo próprio, especial.
Na tentativa há intenção de provocar ou assumir o resultado, que não vem a ocorrer. Já no crime culposo não há intençãode provocar o resultado, mas este vem a ocorrer. Conclui-se, inadmissível é a figura da tentativa de crime culposo.
Parte da doutrina admite a tentativa de crime culposo na chamada culpa imprópria (extensão, equiparação ou assimilação), onde, segundo Damásio, o sujeito incide em erro de tipo inescusável (vencível, censurável). Ex: agente labora em erro de fato vencível, supõe equivocadamente encontrar-se sob o palio da legítima defesa, e, em defesa própria ou alheia alveja o suposto “ladrão”, errando o alvo. Responderia por tentativa de homicídio culposo. Para Nucci (não admite a tentativa na culpa imprópria) deve o agente responder por lesão corporal culposa, se ferir. Devendo haver punição apenas pelo resultado efetivamente atingido.
Damásio entende que não há exceção, o que ocorre é uma tentativa de um crime doloso a que se aplica a pena da tentativa de crime culposo.
Inadmissibilidade da tentativa
a) os crimes culposos;
b) os crimes preterdolosos. Neste o resultado vai além da intenção do agente. Na tentativa, o agente fica aquém do que pretendia. Nos crimes qualificados pelo resultado, em que o evento agravador é atribuído a título de culpa inadmite a tentativa. Mas, se o evento agravador for punido a título de dolo admitirá a tentativa. Para Nucci, o crime preterdoloso pressupõe o mesmo bem jurídico protegido no antecedente no consequente.
c) as contravenções penais. Em tese há a possibilidade de existência da tentativa, porém não será punível (art. 4 da LCP).
d) os crimes omissivos próprios. Não há como fracionar o processo executório, ou seja, ou faz o que deveria fazer e não há crime, ou não faz o que se espera e comete o delito. Ex: omissão de socorro. Os comissivos por omissão admite.
e) os crimes unissubsistentes (sejam eles, materiais, formais ou de mera conduta). São os que se perfazem mediante apenas um único ato. Ex: injúria oral. 
Os plurissubsistentes admitem a tentativa.
f) os crimes condicionados. Aqueles cuja punição se condiciona à superveniência do resultado. Ex: participação em suicídio.
g) os crimes habituais próprio, que não possuem um iter. Ex: rufianismo, art. 230 do CP, curandeirismo, art. 284, I do CP. Flávio Augusto adverte que alguns crimes habituais admitem a tentativa, como por exemplo, art. 282 do CP: medico, abre consultório e é preso quando da primeira consulta (crime habitual impróprio, conforme Bitencourt).
h) os crimes permanentes de forma exclusivamente omissiva. Ex: cárcere privado, médico que não libera paciente restabelecido. Não liberar favorecido pelo alvará de soltura.
Os que tenham forma comissiva admitem a tentativa. Ex; tentar limitar a liberdade de alguém, mas é preso ao colocar a vítima no porta-malas do veículo.
i) crimes de atentado. Art. 352 do CP. Art. 17, caput, lei 7.170/83, lei de Segurança Nacional, “Tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o Estado de Direito”.
j) no crime continuado, somente se admite nos delitos que o compõem. Assim, impossível falarmos em “tentativa de crime continuado”.
k) no crime complexo, a tentativa, segundo Damásio, “a tentativa ocorre com o começo de execução do delito que inicia a formação da figura típica ou com a realização de um dos crimes que o integram”.
l) os crimes de perigo abstrato não admitem. Quanto aos crimes de perigo concreto, se o perigo não sobrevém por CAVA é possível.
m) crimes com tipo penal composto de condutas amplamente abrangentes: é impossível dissociar a tentativa da consumação. Ex: Masson: “Art. 50, I da lei 6.766/79: “Dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta lei ou das ...”.
m) crimes-obstáculo: são atos preparatórios de outros crimes listados como delito autônomo. Ex: art. 253 do CP (fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante) qu é preparação do delito do art. 251 do CP (explosão). e art. 277 do CP (substância destinada à falsificação). Para Zaffaroni é admissível a tentativa para estes delitos (que punem os atos preparatórios).
Crimes punidos apenas na modalidade tentada
A redação típica orienta a punição apenas as formas tentadas. Ex: art. 9º da lei 7.170/83 “Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país”.
Aplicação da pena (punibilidade da tentativa)
Teoria subjetiva (voluntarística ou monista). A pena do conatus deve ser igual à do crime consumado. A punibilidade considera relevante a manifestação da vontade do agente. Prevalece o desvalor da ação, e não o desvalor do resultado. Ex: a pena para a tentativa incruenta (objeto material não é alcançado) deve ser igual à pena do homicídio consumado.
Teoria sintomática. A mera presença da periculosidade subjetiva possibilita a punição de atos preparatórios, isto com base na finalidade preventiva da pena.
Teoria objetiva (realística ou dualista). Importante e relevante é a exposição a perigo ao bem jurídico. Justifica-se, portanto, a punição a menor da tentativa frente ao delito consumado. 
Conforme o parágrafo único do art. 14 do CP esta foi a teoria adotada pelo CP, ou seja, a pena da tentativa é calculada tendo por base o delito consumado diminuída de 1 a 2 terços, cujo critério se dará pela proximidade ou não com a consumação.
Teoria da impressão ou objetivo-subjetiva. Segundo Masson, citando Zaffaroni: “ a punibilidade da tentativa só é admissível quando a atuação da vontade ilícita do agente seja adequada para comover a confiança na vigência do ordenamento normativo e o sentimento de segurança jurídica dos que tenham conhecimento da conduta criminosa”. Nucci citando Roxin, ”a tentativa é punível, quando e na medida em que é apropriada para produzir na generalidade das pessoas uma impressão juridicamente ‘abaladora’; ela põe, então, em perigo a paz jurídica e necessita, por isso, de uma sanção correspondente a esta medida”
Quantidade da diminuição?
É causa obrigatória de redução da pena.
Varia de acordo com o perigo a que foi submetido o bem jurídico. O critério será com base no iter criminis percorrido. Quanto mais próximo da consumação chegar, menor deverá ser a diminuição (1/3), ao contrário, quanto mais longe (2/3).
Não é de se levar em consideração a espécie de crime, os meios empregados, condições pessoais do agente, seus antecedentes e outras.
No Direito Alemão, a pena da tentativa é a mesma para o crime consumado, podendo (não é obrigatório) o juiz, diante das circunstâncias diminuí-la. Costa e Silva defende o critério de que a tentativa deve ser apenada mais levemente que o crime consumado, podendo (faculdade), o juiz, diante de “casos excepcionais, de suma gravidade, impor a mesma pena do crime consumado”, segundo Damásio.
Significado da expressão “salvo disposição em contrário“ do parágrafo único do art. 14 do CP.
Corresponde aos delitos de atentado ou empreendimento. Ex: art. 325 do CP, art. 309 do Código Eleitoral (lei 4.737/65).
No CPMilitar em seu art. 30, parágrafo único estipula: “Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado”.
Tentativa e JECrim
Aplicando-se a diminuição mínima (1/3) sobre a pena abstrata máxima cominada e sendo igual ou menor que 2 anos será de competência do JECrim.
Desistência Voluntária e Arrependimento eficaz
Art. 15 do CP. Conhecida como tentativa abandonada. 
A caracterização da espécie depende do momento em que o processo executório é interrompido.
Não há a imputação da tentativa (aqui estão presentes motivos de política criminal).
Requisitos:
Exige-se a voluntariedade (não precisa ser espontânea, mas precisa ser livre de coação física ou moral). Ex: abandona a residência onde entrara para furtar, diante de uma tremenda enxaqueca.
Bem como a eficácia: evitação do resultado. Se sobrevier o resultado, será responsabilizado fazendojus à atenuante genérica art. 65, III, alínea “b”, 1ª parte do CP.
O motivo não interessa: medo, piedade, decepção com a vantagem, éticos, religiosos, o que importa é que seja voluntária. 
Ao contrário, se foge, ante a presença do dono da residência não será voluntária. A mesma solução deve ser dada ao caso em que o agente supõe o obstáculo (confunde o barulho de uma ambulância com a sirene de uma viatura policial) e foge, haverá tentativa, pois há desistência involuntária.
Involuntária é a que ocorre por força exterior à vontade do agente.
São incompatíveis com o crime culposo, exceto na culpa imprópria.
Desistência voluntária
Na desistência voluntária o próprio agente interrompe e não prossegue na execução, tem caráter negativo. Agente que efetua apenas um disparo em direção à vítima, estando com a arma carregada.
Excepcionalmente se dará através de comportamento positivo nos casos de crimes comissivos por omissão. Ex: a mãe que resolve alimentar o filho (realiza o conduta que havia sido omitida), que anteriormente negara o alimento com a intenção de matá-lo. 
Pela fórmula de Frank: “não quero, mas posso”: voluntário. Não posso, mas quero: não voluntário.
Consta na primeira parte do art. 15 do CP “... voluntariamente, desiste de prosseguir na execução”. Trata-se da não continuação (paralização) do ato executório, óbvio antes de esgotar o processo executivo. Assim, é compatível com a tentativa imperfeita ou inacabada. Se o agente realizar tudo aquilo necessário para a consumação, é possível ocorrer a tentativa perfeita.
Pode ocorrer nos crimes materiais, formais e de mera conduta. Ex: após separar os bens (coisa alheia móvel), o agente, voluntariamente, abandona o local sem levá-los. 
Nos crimes unissubsistentes não é possível a desistência voluntária, pois com o único ato de execução o crime já estará integralizado (consumado).
Há desistência voluntária na suspensão da execução (adiamento da empreitada delituosa), com o propósito de repeti-la em momento mais oportuno, sem, contudo utilizar-se destes antecedentes posteriormente. 
Pode ocorrer a pausa na execução: há interrupção momentânea, vindo a aguardar momento mais propício. Se for preso durante a pausa haverá tentativa de furto, quando o ladrão paralisa a execução aguardando a passagem de transeuntes, para depois retomar a empreitada.
Agora, se o agente, temporariamente, aguarda momento mais propício, haverá tentativa, mas será necessário que ele renove ou se aproveite dos atos já executados (execução retomada). Caso contrário, diante do simples “adiamento”, não há que se negar a desistência voluntária. 
Suscitam dúvidas a situação em que o agente, com animus necandi, munido de um revólver com mais de um projétil, atira e erra o alvo. Para Costa e Silva, trata-se de tentativa perfeita e não se pode falar em desistência voluntária. Para Hungria, haveria desistência voluntária. Para Flávio Augusto há uma desistência voluntária uma vez que o agente não havia realizado tudo aquilo necessário, podia prosseguir e não quis. Assim, se alveja a vítima levemente, e não repete novos disparos trata-se de desistência voluntária. Acaso alveje a vítima em região vital (tórax, abdômen) e não vem a falecer, trata-se de tentativa perfeita.
Acaso, no tema anterior, o agente estiver munido de um revólver com apenas uma munição, responde pela tentativa de homicídio pois “ainda que quisesse, não poderia prosseguir”.
Obs: atentemos para o disposto no art. 10 da lei 13.260 de 16/03/16, lei de terrorismo. Mesmo antes de iniciada a execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º da referida lei, aplicam-se as disposições do art. 15 do CP.
Arrependimento eficaz
No arrependimento eficaz (resipiscência, ou arrependimento operoso, na Alemanha: arrependimento ativo), após exaurir a atividade executória, o agente se incumbe (pratica ato reversivo) de evitar a produção do resultado, tendo caráter positivo, pois exige nova ação que frustre a consumação. Corresponde à segunda parte do art. citado “... voluntariamente, ..., ou impede que o resultado se produza”. 
Ex: Após degustar a envenenada comida, o agente ministra o antídoto, evitando a morte da vítima.
Agora, se antes do ato reversivo, o vômito da vítima torna ineficaz o evento pelo expelir do veneno, trata-se de tentativa de homicídio. 
É compatível com a tentativa perfeita (acabada ou crime falho) e nos crimes materiais (ou causais).
Eficácia do arrependimento. Se ineficaz: não irá configurar o art. 15 do CP, mas configurará o art. 65, III, “b” do CP.
 
Fundamento 
Tradicionalmente a doutrina ensina que se trata de uma medida de política criminal, pois estimula a não consumação. No direito alemão prevalece o entendimento de que se trata de um direito premial a fundamentar a impunidade, sendo uma renúncia do direito de punir do Estado. É a ponte de ouro referida por Von Liszt.
Natureza jurídica
a) Para Hungria (seguido por Noronha e Anibal Bruno): causa de extinção de punibilidade (não prevista no art. 107 do CP). São circunstâncias que ocorrem após a tentativa e que afasta a punibilidade, pela renúncia estatal em punir. A punibilidade é a possibilidade jurídica de imposição da pena, pressupondo a prática de um delito (ou pelo menos uma tentativa). Para Nucci, não se pode suprimir retroativamente a tipicidade. Zaffaroni: “Se o começo de execução é objetiva e subjetivamente típico, não se compreende como um ato posterior possa eliminar o que já se apresentou como proibido, situação que muito se assemelha à do consentimento subsequente”.
A opção por esta vertente produz efeito no concurso de pessoas, pois o mandante que incumbe o agente-executor da morte de “A”, acaso o agente-executor venha a desistir voluntariamente de prosseguir, somente este seria beneficiado pela não punição pela tentativa de homicídio. Enquanto o mandante responderia pela tentativa de homicídio.
b) Masson, citando Welzel e Roxin: são causas de exclusão da culpabilidade. Ao desistir do delito idealizado estará afastada a culpabilidade do delito principal, devendo responder pelo que já concretizou.
c) Para Damásio: causas de exclusão da adequação típica. A tentativa, por ser uma norma de extensão (adequação típica de subordinação indireta), exige que a não consumação se dê por circunstâncias alheias à vontade do agente. Nos dois institutos acima, é o próprio agente (vontade dele) que faz com que o momento consumativo não ocorra, tornando atípica a conduta e inaplicável a norma de extensão. A conclusão resulta da análise a contrario sensu do inciso II do art. 14 do CP. Não se pode aceitar a argumentação de que se trata de causa de extinção da punibilidade, pois não se dá o conatus (pela ausência da C.A.V.A), e para ocorrer uma causa de extinção de punibilidade exigiria um crime consumado ou tentado. É a posição dominante na jurisprudência e a mais acolhida pela doutrina.
Para Flávio Augusto trata-se de atipicidade do fato.
Tentativa qualificada
Configurada uma das figuras do art. 15 do CP o agente não responde pela tentativa, mas pode responder pelos atos anteriores (se porventura típicos), conhecida como Tentativa Qualificada. Ex: responder pela violação de domicílio, ao desistir de prosseguir na execução do furto em residência.
Natureza jurídica da tentativa qualificada
Para Damásio, o princípio da consunção, onde a norma consuntiva (define a tentativa) não sendo aplicada, a lei inicialmente consumida (violação de domicílio) ressurge e adquire autonomia. A desistência de consumar o furto não fundamenta a impunidade do comportamento delituoso anteriormente cometido.
Há comunicabilidade do art. 15 aos diversos participantes diante do concurso de pessoas?
Para (Hungria, Damásio), diante da atipicidade dos atos executórios iniciados, alcança também os partícipes. Apregoa o caráter misto (objetivo e subjetivo) e com base no art. 30 do CP.O acessório segue a sorte do principal. 
O partícipe se quiser se ver livre da imputação, deve convencer o autor principal a não consumar o delito, sob pena

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