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Jaíne Schneider e Tamires Zarpelon Resíduos Sólidos Urbanos: Impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social Os problemas da contaminação ambiental começaram a ser mais discutidos principalmente após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92, e o debate sobre estratégias de desenvolvimento sustentável continuaram, na realização da Rio+20. Um dos temas discutidos é o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, pois quando esse gerenciamento ocorre inadequadamente, gera impactos ambientais e na saúde. Além disso, uma preocupação dessa questão é devido a tendência de crescimento desse problema. Dessa forma, busca-se caminhos para enfrentar essa questão. O consumo da população atual é fortemente influenciado pelo crescimento populacional, desenvolvimento econômico, entre outras questões. E com o aumento do consumo, aumenta-se consequentemente a produção de resíduos sólidos. Além do problema da quantidade, aumenta-se também o problema da diversidade, surgindo resíduos sintéticos e perigosos tanto ao ecossistema, quanto a saúde humana. São coletados cerca de 180 e 250 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil, e vêm crescendo independente das diferenças regionais. A geração média é próxima de 1kg por habitante/dia de resíduos sólidos no país. A destinação adequada desses resíduos é um forte problema a ser enfrentado, pois boa parte dela não é adequada. Portanto, existem iniciativas para a redução de resíduos descartados, como a coleta seletiva para a reciclagem, além de um manejo adequado dos mesmos, pois eles podem acabar comprometendo o solo, a água e o ar, podendo até mesmo contribuir para o processo de mudança climática. Como esses resíduos afetam a água, ar e solo, eles podem trazer riscos a saúde, visto que o ser humano pode estar exposto a esses elementos. Além disso, há o risco para os profissionais que atuam diretamente no manejo desses resíduos, especialmente os catadores, que geralmente não tomam as medidas de proteção. Os catadores têm papel fundamental na indústria de reciclagem no Brasil, porém incluir o processo de catação no gerenciamento dos resíduos é um fator de grande dificuldade. Desta forma, esse grupo organiza-se por cooperativas, contribuindo muito ambientalmente. Por exemplo, estima-se que a partir desses catadores foi possível evitar a emissão de aproximadamente 28 milhões de CO2 no Brasil em um período de 7 anos. Apesar disso, o Brasil ainda possui baixos percentuais de reciclagem, para melhorar esses índices é preciso incentivar a coleta seletiva, desde a população até os centros de triagem. Os catadores destacam-se mais uma vez nos centros de triagem, pois além de coletar os resíduos, ainda transportam, fazem a triagem, prensam, armazenam e negociam esses materiais para serem reutilizados, contribuindo para vários aspectos ambientais. Foram avaliados no artigo em questão, impactos ambientais imediatos e também a longo prazo, está comprovado que os resíduos além de contaminar o solo, contaminam a água e o ar, esses efeitos devem ser considerados no gerenciamento dos resíduos. Contudo, o manejo de resíduos possui sérias limitações, mesmo utilizando as melhores formas de dispor os resíduos, sempre seguindo a lógica dos 3 R’s, reduzir, reutilizar e reciclar, para que cada vez mais sejam depositadas quantidades de resíduos menores. Sendo os catadores peça fundamental na reciclagem, deve-se implantar a gestão de resíduos de acordo com o município, considerando sempre as condições de trabalho, vulnerabilidade e fragilidade desta classe, entretanto, para que não explorar ou extingui-los é importante a implantação de políticas públicas, aspectos sociais, econômicos e ambientais. O foco é a inclusão desses catadores, valorizando- os e tornando suas atividades mais dignas, sendo essenciais para a sociedade e o meio ambiente. Os aspectos que envolvem o gerenciamento de resíduos sólidos englobam vários aspectos, sendo de grande importância a integração das políticas públicas, econômicas, sociais e ambientais, a grande dificuldade está justamente nesta integração, mas somente com ela a sociedade caminhará rumo ao desenvolvimento saudável, sendo socialmente justo, ambientalmente sustentável, sanitariamente correto e economicamente solidária. Referências GOLVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. 2012. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v17n6/v17n6a14 BERNARDO, José. Sustentaibilidade ambiental e sustentabilidade social:: Os limites e avanços do Programa de Coleta Seletiva de Lixo no município do Cabo de Santo Agostinho, 1998/2004. 301 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006. BAPTISTA, Vinícius Ferreira. Perspectivas e limites das políticas públicas voltadas à coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos: análise a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos e de gestores de cooperativas de catadores de materiais recicláveis no Município do Rio de Janeiro. 450 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Políticas Públicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
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