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https://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530972370/cfi/6/64!/4/12/2@0:34.2 BENS PÚBLICOS 
Domínio público: O termo domínio público, em sentido amplo, é utilizado para se referir ao poder que o Estado exerce sobre todos os bens que se encontrem em seu território, sejam esses bens públicos ou privados; o domínio público pode ser subdividido em domínio patrimonial e domínio eminente, conforme a natureza daqueles bens. Domínio patrimonial é o poder que o Estado exerce sobre os bens do seu patrimônio, é o direito de propriedade sobre seus próprios bens, denominados bens públicos. Domínio eminente é o poder que o Estado exerce sobre todas as coisas existentes em seu território, independentemente da propriedade dos mesmos, em nome do interesse público, devido a sua soberania. É o domínio eminente que possibilita que o Estado intervenha na propriedade de terceiros, tal como quando desapropria bens, utiliza propriedades particulares em caso de perigo público ou estabelece normas para utilização das mesmas por seus proprietários. 
Quanto aos bens das empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), entendemos que são, também, bens públicos com destinação especial e administração particular das instituições a que foram transferidos para consecução dos fins estatutários.... Esse patrimônio, embora incorporado a uma instituição de personalidade privada, continua vinculado ao serviço público, apenas prestado de forma descentralizada ou indireta por uma empresa estatal, de estrutura comercial, civil ou, mesmo, especial. Mas, lato sensu, é patrimônio público, tanto assim que na extinção da entidade reverte ao ente estatal que o criou, e qualquer ato que o lese poderá ser invalidado por ação popular (Lei Federal nº 4.717/1965, art. 1º). CUIDADO!!! Para efeito de concurso público, devemos responder, preferentemente, com base na LEI (bens públicos são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público).
Classificação Dispõe o Código Civil, em seu art. 99, que: São bens públicos: 
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
 III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. (Grifos do autor) Bens de uso comum do povo são aqueles destinados ao uso coletivo, aqueles que podem ser utilizados livremente por todos. 
Bens de uso comum do povo são aqueles destinados ao uso coletivo, aqueles que podem ser utilizados livremente por todos. Em regra não devem ser colocadas restrições ou condições ao uso desses bens pela população; portanto, o uso será, em regra, gratuito, podendo haver, excepcionalmente, a cobrança por sua utilização. O exemplo mais comum é a cobrança de pedágios para utilização de estradas, que são bens de uso comum do povo. 
Bens de uso especial são aqueles destinados à prestação de serviços públicos, às atividades de interesse coletivo; incluem-se aqui os bens utilizados pela própria Administração, como os imóveis onde estão instaladas as repartições públicas e os bens móveis usados na atividade administrativa, e os bens utilizados por particulares para atividades de interesse geral, tais como aeroportos, cemitérios e mercados públicos. 
Bens dominicais são os que não se encaixam nas duas primeiras espécies, ou seja, não são de utilização pelo povo nem são utilizados para um fim de interesse público, portanto, são aqueles bens que podem ser utilizados pela Administração para qualquer fim, inclusive com o objetivo de proporcionar-lhe renda; são bens dominicais, por exemplo, todos aqueles que não estão sendo usados, tais como os prédios públicos desocupados, e aqueles cedidos ou alugados a particulares. 
•Bens do domínio público: aqueles que não constituem patrimônio do Estado → são os bens de uso comum do povo. 
•Bens patrimoniais indisponíveis: aqueles que compõem o patrimônio público mas, em função de sua utilização pública, são indisponíveis, não podendo ser alienados → são os bens de uso especial. 
•Bens patrimoniais disponíveis: aqueles que compõem o patrimônio público e, em função de sua não utilização pública, são disponíveis, podendo ser alienados → são os bens dominicais. 
Características: Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são aqueles regidos por normas de direito público; uma vez que os mesmos estão destinados a fins públicos, estão eles automaticamente excluídos do comércio privado, não podendo, por exemplo, ocorrer a venda ou locação. Esses bens poderão unicamente ser objeto de relações de direito público, tal como se dá nos casos de doação ou venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, investidura, permuta de um imóvel público por outro imóvel necessário à Administração, todos casos expressamente previstos na Lei nº 8.666/1993. 
Os bens dominicais, ao contrário, são aqueles que não têm destinação pública específica e, sendo assim, poderão servir para gerar renda para o Estado; a estes bens poderão ser aplicadas normas de direito privado, quando não contrariarem normas públicas específicas. As normas privadas são parcialmente modificadas, derrogadas por princípios de direito público a fim de garantir a supremacia do interesse público, assim, por exemplo, um imóvel federal não utilizado (bem dominical) poderá ser alugado a terceiros, mas a União poderá rescindir o contrato, a qualquer tempo e sem indenização ao locatário, quando necessário ao serviço público. As características gerais dos bens públicos são a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. 
Inalienabilidade Refere-se à impossibilidade de o bem público ser alienado, ou seja, transferido a outra pessoa. O Código Civil dispõe, em seus arts. 100 e 101, respectivamente, que “os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar” e “os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei”. Em verdade, verifica-se que a inalienabilidade só ocorre com relação aos bens do domínio público do Estado (bens de uso comum do povo e bens de uso especial), vez que estes estão destinados, afetados ao interesse público. Os bens do domínio privado, os bens dominicais, não estando afetados a uma destinação pública, podem ser alienados. A desafetação é o meio pelo qual o bem público deixa de integrar o domínio público do Estado e passa ao domínio privado, podendo, assim, ser alienado pelas formas e nas condições previstas na lei. A afetação é o instituto contrário, pelo qual o bem passa a estar afetado a um fim público, sendo incorporado ao domínio público do Estado, tornando-se inalienável. DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA!!! A melhor doutrina entende que a afetação e a desafetação podem ocorrer por meio de LEI ou ATO ADMINISTRATIVO expressos nesse sentido ou ainda podem ocorrer de forma TÁCITA, não expressa, como quando a Administração simplesmente desocupa um imóvel, passando o mesmo, naturalmente, de bem de uso especial para bem dominical (desafetação), ou quando passa a ocupar um bem dominical (afetação). Essa é a posição adotada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro; entretanto, alguns autores, como Hely Lopes Meirelles, defendem que a afetação e a desafetação devem ocorrer por meio de LEI, o que parece ser um excesso de formalismo desnecessário. QUESTÃO COMENTADA CONTROLADOR/RJ – 2002 – FJG A desafetação de bem público decorre de: a) ato jurídico ou de lei; b) lei formal, exclusivamente; c) ato jurídico, necessariamente; d) lei, de ato jurídico ou de fato jurígeno. Comentário O gabarito adotado pela FJG foi a letra D, segundo a doutrina adotada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro. QUESTÃO COMENTADA ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU – 2004 – Cespe/UnB Julgue o item a seguir:Os bens dominiais ou do patrimônio disponível podem ser afetados a uma utilidade pública, por ato administrativo ou por lei. Comentário A afirmativa está certa, a afetação pode ser feita por lei ou por ato administrativo. A questão não mencionou se poderá ou não se dar de forma tácita. QUESTÃO COMENTADA PROCURADOR/DF – 2004 – Esaf Os bens públicos de uso especial são inalienáveis, porque: a) não podem ser vendidos em hipótese alguma; b) só podem ser vendidos mediante licitação pública; c) podem ser alienados, se uma comissão nomeada pelo chefe do executivo atestar sua desnecessidade; d) sua alienação depende de sentença passada em julgado; e) só podem ser vendidos após desafetação por lei. Comentário O gabarito adotado pela Esaf foi a letra E, adotando a posição de Hely Lopes Meirelles. Independentemente de a desafetação só poder se dar por lei, esta é a única opção aceitável, vez que as demais estão erradas. Mesmo após a desafetação, a alienação de bens públicos não poderá ocorrer senão da forma prevista em lei. Assim é que a Lei nº 8.666/1993 exige que, para alienação de bem público, haja prévia avaliação, demonstração de interesse público e licitação. Quando imóveis, exige que a licitação seja realizada na modalidade de concorrência (em determinados casos, será admitido o leilão) e, se os imóveis forem da Administração Direta, autárquica ou fundacional, ainda será exigida autorização legislativa. 
Imprescritibilidade: Significa que a propriedade dos bens públicos não prescreve, ou seja, não pode ocorrer a perda desses bens pela sua não utilização com o decurso do tempo. Em outras palavras, não é admitido o usucapião de imóvel público, conforme arts. 183, § 3º, e 191, parágrafo único, ambos da Constituição Federal. Ressalte-se que a imprescritibilidade se estende, inclusive, aos bens dominicais, conforme a Súmula nº 340 do STF: “desde a vigência do código civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.” TOTAL
Impenhorabilidade Penhora é uma medida que recai sobre os bens de um devedor a fim de que este salde sua dívida para com os seus credores; dessa forma, os bens penhorados podem vir a ser vendidos para que o valor arrecadado sirva para quitar as dívidas. Os bens públicos não podem ser penhorados, uma vez que a Constituição Federal dispõe, em seu art. 100, que os pagamentos devidos pela Fazenda serão feitos exclusivamente por meio de precatórios. Esse processo especial de execução, prerrogativa conferida à Administração, afasta a possibilidade de penhora de quaisquer bens públicos. CUIDADO!!! Essa característica de impenhorabilidade só deve se aplicar, a princípio, aos bens das pessoas jurídicas de direito público (bens públicos propriamente ditos). Apesar disso, considerando-se que as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) dividem-se entre aquelas que podem desempenhar atividade econômica e as que prestam serviços públicos, tem o STF decidido que os bens das empresas públicas prestadoras de serviços públicos que estejam vinculados à atividade também não podem ser penhorados, em função do princípio da continuidade do serviço público (RE n° 407.099/RS, 22/6/2004).
Com o intuito de colocar fim à referida divergência, vem o Código Civil de 2002 definir bens públicos em seu art. 98 da seguinte forma: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. O próprio Diploma Civilista especifica ainda quem são as pessoas jurídicas de direito público interno em seu art. 41:“I – a União; II – os Estados, o Distrito Fe- deral e os Territórios; III – os Municípios; IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; V – as demais entidades de caráter público criadas por lei”. Bem público, numa concepção legalista, é apenas aquele pertencente a uma das pessoas com personalidade jurídica de direito público, sendo todos os demais con- siderados privados.
Impossibilidade de oneração: Retrata a impossibilidade de instituir-se qualquer ônus sobre um bem público, ou seja, oferecê-lo como garantia de uma dívida a um credor; o bem público não pode ser onerado pelo simples fato de que, em caso do não pagamento da referida dívida, não poderia o bem ser penhorado. São espécies de direitos reais de garantia o penhor, a hipoteca e a anticrese. 
Uso privativo dos bens públicos por particulares: Os bens públicos devem, em regra, ser de utilização comum a todos, entretanto, poderá a Administração conceder a utilização de bens, com exclusividade, a determinada pessoa, física ou jurídica, ou grupo de pessoas, de forma gratuita ou remunerada, sempre que isso se mostrar conveniente, e desde que respeitada a lei e os princípios aplicáveis à espécie. 
O uso privativo de bens de uso comum do povo ou de uso especial só pode ser outorgado pelos institutos públicos da autorização, permissão e concessão de uso. O uso privativo de bens dominicais pode ainda ser outorgado por institutos privados, tais como a locação, a enfiteuse e o comodato. 
Uso privativo de bens do domínio público do Estado: A outorga de uso privativo desses bens é feita por institutos públicos, ou seja, haverá entre a Administração e o particular uma relação de direito público, com todas as suas características inerentes, tais como a supremacia do interesse público sobre o particular, a permitir, entre outras coisas, a extinção unilateral da outorga pela Administração. Outro diferencial entre as modalidades a seguir estudadas é justamente a precariedade existente em cada uma, isto é, a capacidade, maior ou menor, de retirada da outorga de uso. 
Autorização de uso É o ato administrativo discricionário, unilateral e precário, pelo qual a Administração autoriza que o particular use com exclusividade um bem público, a partir do interesse privado deste. A autorização de uso é o instituto correto a ser utilizado quando o particular solicita à Administração a utilização de um bem público para satisfazer o seu interesse particular, como, por exemplo, usar uma parte de um terreno público para instalar um barracão que servirá à sua obra particular. A autorização é discricionária, pois depende do juízo de conveniência e oportunidade para a Administração, desde que não cause prejuízos a terceiros, e precária, uma vez que poderá ser retirada a qualquer momento. Ela deve ser conferida por prazo indeterminado, pois a estipulação de prazo certo gera direito ao particular de ser indenizado, caso haja a retirada antes do final do prazo, reduzindo-se a precariedade do ato. Uma vez que a autorização é solicitada por determinado particular por interesse seu, não havendo vários interessados naquele objeto, não é exigida licitação pública. Acrescenta ainda a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro que a autorização de uso “não cria para o usuário um dever de utilização, mas simples faculdade”. QUESTÃO COMENTADA ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT – 22a REGIÃO – 2005 – FCC Para a realização de uma tradicional festa de rua, o poder público municipal da cidade de Vento Forte expediu, no interesse privado do utente, ato administrativo unilateral, discricionário e precário, que facultou a interdição de uma via pública, pelo prazo de 2 (dois) dias, para abrigar o evento. O instituto que possibilitou o uso do bem público denomina-se: a) concessão de uso; b) autorização de uso; c) permissão de uso; d) cessão de uso; e) concessão de direito real de uso. Comentário O gabarito é letra B. O que caracteriza a autorização de uso, diferenciando-a dos outros instrumentos, é o interesse privado do utente. 
Permissão de uso: É o ato administrativo discricionário, unilateral e precário, pelo qual a Administração permite que o particular use com exclusividade um bem público com o objetivo de atender o interesse público. A permissão de uso é o instituto devido para que um particular possa usar um bem público com o objetivo de satisfazer primeiramente o interesse da coletividade,e não o seu próprio, como acontece, por exemplo, quando o particular usa uma praça pública para promover um evento de interesse público. A permissão é discricionária, pois depende do juízo de conveniência e oportunidade para a Administração, e precária, uma vez que poderá ser retirada a qualquer momento; entretanto, esta precariedade é menor do que na autorização. Da mesma forma que na autorização de uso, a permissão de uso deve ser conferida por prazo indeterminado, pois a estipulação de prazo certo gera direito ao particular de ser indenizado caso haja a retirada antes do final do prazo, reduzindo-se a precariedade do ato. Não existe consenso doutrinário a respeito da necessidade ou não de licitação pública para a outorga de uma permissão de uso. Os autores que entendem necessária a licitação se baseiam no art. 2º da Lei nº 8.666/1993 que dispõe que “as obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei”, enquanto outra corrente, baseando-se no mesmo art., defende que as permissões só exigem licitação quando contratadas com terceiros, ou seja, quando a permissão for feita por contrato. Discussão semelhante foi levantada no capítulo referente a serviços públicos, no tocante à permissão de serviço público. Sempre entendeu a doutrina que as permissões (de uso ou de serviço público) são atos administrativos; entretanto, a Lei nº 8.987/1995, relativa à delegação de serviços públicos, dispôs em seu art. 40 que “a permissão de serviço público será formalizada mediante contrato...”, o que exige, neste caso, licitação pública. Resumindo, podemos entender que, em regra, a permissão de uso deve ser por meio de ato administrativo unilateral, sem prazo determinado, dispensando-se, assim, a licitação pública. Quando, ao contrário, a permissão de uso for outorgada por prazo determinado, deverá ser formalizada por contrato administrativo, bilateral, exigindo, neste caso, licitação pública. A permissão de uso por prazo determinado é chamada de permissão condicionada ou qualificada, utilizada nos casos em que o particular precisará investir recursos, necessitando de certa garantia de que a permissão não será retirada a qualquer momento, igualando o instituto, nesse caso, à concessão de uso. DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA!!! Apesar do entendimento supracitado, defendido pela professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, diverge Hely Lopes Meirelles ao dispor que a permissão de uso pode ser por tempo certo ou indeterminado, mas que, em qualquer caso, depende de licitação. Acrescenta ainda a professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro que a permissão de uso não cria para o usuário apenas uma faculdade, mas sim uma obrigação, vez que estará em jogo, aqui, o interesse público, que deve obrigatoriamente ser alcançado.
. Concessão de uso É o contrato administrativo pelo qual a Administração concede que o particular use com exclusividade um bem público, de acordo com o uso próprio e específico que deve ser dado àquele bem. A concessão de uso é um contrato administrativo, ou seja, é uma relação bilateral entre a Administração Pública e o particular, obrigatoriamente por prazo determinado, no qual estão dispostos os direitos e deveres do particular. Na concessão normalmente são exigidos investimentos do particular, razão pela qual é necessária a garantia de estabilidade pelo prazo contratual. Esse contrato pode vir a ser rescindido unilateralmente pela Administração antes do prazo, por interesse público; entretanto, essa rescisão dará direito à indenização do particular pelos prejuízos sofridos. Deve ser adotada a concessão de uso para que o particular use o bem público para o fim a que ele se destina, como, por exemplo, quando ele usar um restaurante construído dentro de um prédio público para essa finalidade. É exigida licitação pública para a concessão de uso e, da mesma forma que na permissão, cria uma obrigação de uso para o particular.
1 (CESPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) As águas públicas de uso comum incluem os mares territoriais, as correntes, os canais, os lagos e as lagoas navegáveis ou flutuáveis e as fontes e reservatórios públicos. CERTO 
2 (CESPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Consideram-se bens móveis da União as ferrovias, as instalações portuárias, os telégrafos, os telefones, as fábricas, as oficinas e as fazendas nacionais. ERRADO 3 (CESPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Nos termos da legislação, quanto à destinação, os bens públicos classificam-se em bens de uso comum, de uso especial, de uso privativo e bens dominicais. ERRADO 4 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Os bens privados do Estado, que não se submetem ao regime jurídico de direito público, são aqueles adquiridos de particulares por meio de contrato de direito privado. ERRADO 5 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Bens dominicais são aqueles que podem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou pela própria natureza do bem. ERRADO 6 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Os bens de uso especial do Estado são as coisas, móveis ou imóveis, corpóreas ou não, que a administração utiliza para a realização de suas atividades e finalidades. CERTO 7 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Os bens de uso comum não integram o patrimônio do Estado, constituindo coisas que não pertencem ao ente público ou a qualquer particular, não sendo passíveis, portanto, de aquisição por pessoa física ou jurídica. ERRADO 8 (CESPE/TJ-DFT/JUIZ/2016) Os bens dominicais são aqueles pertencentes ao Estado e afetados a uma finalidade específica da administração pública. ERRADO 9 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Situação hipotética: a União decidiu construir um novo prédio para a Procuradoria-Regional da União da 2ª Região para receber os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública. Assertiva: nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem dominical. ERRADO 10 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos. ERRADO 11 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pro labore. CERTO 12 (ESAF/ANAC/ESPECIALISTA EM AVIAÇÃO CIVIL/2016) 
Acerca dos bens públicos, analise as afirmativas abaixo, classificando-as em verdadeiras (V) ou falsas (F) para, ao final, selecionar a opção que contenha a sequência correta. 
( V) Somente são bens públicos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público. 
(v ) Os bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública não são bens públicos, embora possam estar sujeitos a regras próprias do regime jurídico dos bens públicos quando estiverem sendo utilizados na prestação de um serviço público. 
(V ) A inalienabilidade dos bens públicos não é absoluta. 
(F ) Embora os bens públicos sejam impenhoráveis, é possível, em hipóteses constitucionalmente previstas, ocorrer o sequestro de valores necessários à satisfação de dívidas constantes de precatórios judiciais. a) V, V, V, F. b) V, V, V, V. c) F, F, V, V. d) V, V, F, F. e) V, V, F, V. 
13 (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Asdrúbal havia recebido permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornal em praça aprazível do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca de Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. b) anular a permissão de usode bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de haveres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização. 
14 (FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) O regime jurídico de direito público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela imprescritibilidade, que 
a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, portanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do princípio da isonomia. 
b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, independentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio da reciprocidade. 
c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usucapião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas também se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública. 
d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e responsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador da área. 
e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. 
15 (FCC/TRT-23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) O regime jurídico de direito público abrange a impenhorabilidade e a imprescritibilidade dos bens públicos, o que, em relação à Administração Direta e à Indireta, significa que 
a) a impenhorabilidade dos bens públicos não afasta a possibilidade de constrição de recursos públicos em moeda corrente para créditos de natureza alimentar, excepcionando o regime de execução por meio de precatórios. 
b) a imprescritibilidade incide sobre os bens públicos, para impedir a aquisição por usucapião, mas não se confunde com a imprescritibilidade do direito da Fazenda Pública propor ações de ressarcimento do erário por atos de improbidade administrativa. 
c) em razão das funções administrativas sempre visarem ao bem comum, as ações judiciais de particulares contra a Fazenda Pública são imprescritíveis. 
d) a impenhorabilidade dos bens públicos abrange o patrimônio das autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, excluído o das fundações, porque estão sujeitas a regime jurídico de direito privado. 
e) o direito da Fazenda Pública propor ações judiciais em face de pessoas jurídicas de direito público ou privado, bem como de pessoas físicas, é imprescritível, em observância ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos. 
16 (FCC/TCE-AM/AUDITOR/2015) Maria Sylvia Zanella Di Pietro, na obra Uso Privativo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibilizados de tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo desdobrar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e conservação do bem”. Esse entendimento dirige-se a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso comum do povo já têm destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações, sob pena de ilegalidade. b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instrumentos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material. c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletividade, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos. d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao regime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados ao atendimento do interesse público. e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público, não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em razão da diversidade de regimes jurídicos. 
17 (FCC/MPE-PB/ANALISTA MINISTERIAL/2015) O Ministério Público do Estado da Paraíba ajuizou ação civil pública contra a Prefeitura de Campina Grande, haja vista a desafetação irregular de bem público. A propósito do tema, considere as seguintes assertivas: 
Na desafetação, o bem é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado, do Estado ou do administrado. 
Os bens dominicais são alienáveis, porém a alienabilidade não é absoluta, já que podem perdê-la pelo instituto da afetação. 
Os bens de uso comum do povo não comportam desafetação, pois, por sua própria natureza, são insuscetíveis de valoração patrimonial. 
Está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, apenas. c) II, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. 
18 (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Pela perspectiva tão somente das definições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os pertencentes a a) um estado, mas não os pertencentes a um território. b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia. c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal. d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia. e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública.
1. CERTO 2. ERRADO 3. ERRADO 4. ERRADO 5. ERRADO 6. CERTO 7. ERRADO 8. ERRADO 9. ERRADO 10. ERRADO 11. CERTO 12. B 13. C 14. C 15. E 16. B 17. D 18. E
(V) “São públicos os bens de domínio nacional pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual fora pessoa a que pertencerem” (art. 98 do CC). – As empresas públicas e as sociedades de economia, embora sejam pessoas jurídicas de direito privado, integram as pessoas jurídicas de direito público interno, assim os bens destas pessoas também são públicos.
(V) São exemplos de bens estatais que não são enquadrados como bens públicos os bens das pessoas jurídicas estatais de direito privado (prédios do Banco do Brasil, da Petrobrás...). Afinal, estes entes administrativos não prestam serviços públicos.
(V) “Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei”. Portanto, a inalienabilidade dos bens públicos não é absoluta. 
(V) Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
É importante registrar que existe uma única hipótese em que deve ser feito pagamento direto pela Fazenda, sem seguir a sistemática de precatórios: trata-se das obrigações de pequeno valor, definidas em lei (art. 100, § 3º).
As entidades de direito público estão obrigadas a incluir nos respectivos orçamentos a verba necessária ao pagamento dos precatórios oriundos de sentenças transitadas em julgado e apresentados até 1º de julho, fazendo-se atualizados monetariamente (art. 100, § 5º).As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao presidente do tribunal que proferia a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar o sequestro da quantia respectiva, a requerimento do credor, nos casos de (art. 100, § 6 º) : 
preterição de seu direito de procedência; enão alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito.

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