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CÁLCIO E FERRO INTERAÇÃO E BIODISPONIBILIDADE 1 INTRODUÇÃO Os minerais representam cerca de 4 a 5% do peso corpóreo ou 2,8 Kg em um homem de 70Kg. Cerca de metade desse peso corpóreo é cálcio e outro quarto é fósforo. Macromineral: Substâncias inorgânicas homogêneas, de ocorrência natural, requeridas pelos serem humanos em quantidade de 100 mg/dia ou mais Micromineral (oligoelementos): Substâncias inorgânicas, homogêneas, de ocorrências natural, requeridas pelos seres humanos em quantidades menores que 100 mg/dia 2 MACROMINERAIS MACROMINERAIS: Cálcio Fósforo Magnésio Sódio Cloro Potássio e Enxofre 3 MICROMINERAIS MICROMINERAIS: Ferro Zinco Cobre Iodo Manganês Flúor Molibdênio Cobalto Selênio Cromo Estanho Níquel, Vanádio e silício 4 BIODISPONIBILIDADE Conceito: A proporção do Nutriente que é digerido, absorvido e metabolizado pelo organismo, capaz de estar disponível para uso ou armazenamento. 5 CÁLCIO É o mineral mais abundante do corpo humano, responsável por cerca de 1 a 2% do peso corporal, e deste, 90% encontram-se nos dentes e ossos. 6 FUNÇÕES Construir e manter os ossos e dentes É necessário na transmissão nervosa e regulação dos batimentos cardíacos. Várias das proteínas de coagulação do sangue necessitam de cálcio para sua atividade. Importante na regulação da contração muscular, já que a proteína troponina, que regula a contratibilidade da actina e miosina é dependente de cálcio Influi no transporte das membranas celulares, possivelmente atuando como um estabilizador dessa membrana 7 CÁLCIO ESQUELÉTICO O osso está constantemente sendo sintetizado e reabsorvido ( o processo predominante depende da idade e do estado fisiológico do indivíduo). Em crianças : predomínio da síntese óssea Em adultos normais: estes processos estão em equilíbrio O envelhecimento do osso é retardado quando a reabsorção predomina O osso adulto inicia as perdas durante a quinta década, em ambos os sexos, mas avança mais rapidamente nas mulheres. 8 BIODISPONIBILIDADE DE CÁLCIO Pode ter baixa absorção em alimentos ricos em ácido oxálico, como espinafre, batata doce e feijão A lactose eleva absorção em seres humanos com fornecimento de lactase normal, mas em seres com deficiência de lactase, a lactose inibe a absorção do cálcio O ácido oxálico é o inibidor mais potente da absorção do cálcio (espinafre, acelga, beterraba), formam oxalato de cálcio que é insolúvel no TGI. Alimentos ricos em ácido fítico como feijão cru, sementes, castanhas, cereais e isolados de soja, também podem proporcionar baixa absorção do cálcio (formam fitato de cálcio) As fibras solúveis em frutas e vegetais afetam negativamente a absorção do mineral 9 INTERAÇÃO NUTRIENTE - NUTRIENTE Proteína: As proteínas aumentam a excreção urinária de cálcio, assim, ao dobrar a quantidade de proteínas e aminoácidos da dieta, aumenta-se a excreção urinária de cálcio em 50% Sódio: A alta ingestão de cloreto de sódio (NaCl) resulta em maior absorção de sódio, com aumento do sódio urinário e obrigatoriamente maior perda de cálcio urinário Cafeína: Pode ter impacto negativo na retenção do cálcio No meio alcalino, fósforo e cálcio formam fosfato de cálcio, insolúvel. 10 CÁLCIO E GRUPOS ESPECIAIS DA POPULAÇÃO Intolerância à lactose: Indivíduos intolerantes à lactose geralmente evitam produtos à base de leite. Sendo então o leite e seus derivados os alimentos que apresentam as maiores quantidades de cálcio na dieta, e com melhor biodisponibilidade, esse grupo apresenta risco de deficiência. 11 RECOMENDAÇÃO DE INGESTÃO homens mulheres (mg/dia) 0- 6 meses 210 210 7-12 meses 270 270 1-3 anos 500 500 4-8 anos 800 800 14 – 18 anos 1300 1300 19-30 anos 1000 1000 31-50 anos 1000 1000 Acima de 70 1200 1200 12 FONTES Leite e derivados Couve Repolho Folhas de nabo Brócolis Sardinhas Mariscos Ostras 13 TOXICIDADE Os dados disponíveis dos efeitos adversos do excesso da ingestão de cálcio em humanos dizem respeito à ingestão de suplementos. Dos muitos efeitos adversos possíveis de ocorrerem os mais importantes são: Formação de pedra nos rins Síndrome de hipercalcemia Insuficiência renal 14 DOENÇAS RELACIONADAS Raquitismo: ocorre em crianças e adolescentes , resultado da falha na mineralização do osso recém-formado. Osteomalácia: defeito na remineralização dos ossos durante o turnover (ciclo) normal nos adultos. Ocorre desmineralização progressiva, com matriz óssea adequada, provocando dores nos ossos e deformidades do esqueleto, com fraqueza muscular 15 DOENÇAS RELACIONADAS Osteoporose: é uma condição que envolve a perda da matriz e do mineral do osso, comum em idosos. A menor densidade do osso o torna suscetível à fratura Diferentemente, na osteomalácia, a matriz do osso pobremente mineralizada é sujeita à deformação ao invés de fratura. Tetania: níveis de cálcio extremamente baixos no sangue podem aumentar a irritabilidade das fibras e centros nervosos, resultando em espasmos musculares, como câimbras. 16 FERRO O ferro foi detectado como nutriente essencial para os animais em 1860 O Ferro é muito bem conservado pelo organismo; cerca de 90% é recuperado e reutilizado pelo organismo. O organismo do homem adulto contém de 3 a 5g de ferro A anemia é a maior doença causada pela deficiência de um micronutriente, atingindo de 2 a 3 bilhões de indivíduos em todo o mundo 17 DISTRIBUIÇÃO NO ORGANISMO Maior compartimento que contém Ferro é o sangue, que contém a hemoglobina, que possui cerca de 70% de todo o Ferro corporal. Também pode ser armazenado na forma de ferritina e hemossiderina, que representa a concentração de 1/3 do Ferro total. O Ferro contido nos tecidos corporais encontra-se na molécula de mioglobina e o conteúdo mais discreto forma as metaloenzimas, como os citocromos. 18 FUNÇÕES O Ferro na hemoglobina transporta Oxigênio para o músculo em atividade Como componente da mioglobina, atua como fixador do oxigênio nas fibras musculares cardíacas e músculo esquelético. Crescimento celular Está associado com o sistema imune, mas seu mecanismo ainda não está bem definido. 19 TIPOS Dois tipos de ferro são fornecidos pela dieta: O ferro heme: está presente em alimentos de origem animal, como carne bovina, frango e peixe O ferro não-heme: além de ser ofertado pela carne vermelha, também é encontrado nos cereais e outros vegetais 20 ABSORÇÃO é absorvido através das células da mucosa intestinal, principalmente no duodeno é transportado na corrente sangüínea e fluido extracelular ligado a uma proteína plasmática chamada transferrina. O ferro heme é solúvel nas condições do intestino delgado, sendo facilmente absorvido pela mucosa intestinal sem a interferência de fatores químicos e/ou alimentares. Por esta razão, é altamente absorvido: cerca de 15% do ferro heme ingerido pelo indivíduo normal e 35% naquele com baixa reserva de ferro. 21 ABSORÇÃO A absorção do ferro não-heme é bem menor, de cerca de 1 a 5%, e varia substancialmente em função da presença de fatores químicos e alimentares, como é o caso das vitaminas C e A, que facilitam sua absorção. Por outro lado, os fitatos (encontrados em cereais e grãos), as fibras, os taninos (encontrado em chás e no café) e o cálcio dificultam sua absorção. 22 BIODISPONIBILIDADE Componentes facilitadores da sua absorção: ácido ascórbico, ácido cítrico Componentes interferentes: Taninos, fitatos, oxalatos, cálcio 23 CÁLCIO “O cálcio é capaz de inibir a absorção de ferro numa refeição, tanto do heme como do não-heme” • Evitar preparaçõesque contenham leite ou seus derivados nas principais refeições fonte de ferro, como almoço e jantar. 24 ÁCIDO FÍTICO Presente nos grãos dos cereais integrais e nas leguminosas Responsável pelo estoque de energia do grão A germinação reduz o teor de ácido fítico – deixar os grãos de molho por 12h antes de cozinhar Reconhecido como um antinutriente 25 POLIFENÓIS Compostos bioativos com ação antioxidante, associados a benefícios contra doenças cardiovasculares e câncer Evitar a ingestão desses alimentos durante ou próximo às refeições fonte de ferro Chá (principalmente o chá preto), café, chocolate (cacau) Podem se ligar ao ferro e dificultar sua absorção 26 HIPOCLORIDRIA Diminuição do ácido clorídrico do suco gástrico (...); sinônimo de hipo-acidez. (Dicionário médico) Possíveis causas são infecção por H. Pylori; má nutrição prolongada (deficiência de zinco e vit. B6); excesso de açúcar e gorduras; alimentação excessiva; estresse; envelhecimento; uso de anti-ácidos. A hipocloridria pode reduzir a absorção de vit. B6, ácido fólico, cálcio, ferro e ainda predispor à infecções intestinais 27 FATORES QUE MELHORAM A ABSORÇÃO DE FERRO Vitaminas e ácidos orgânicos – “a vitamina C é o mais potente promotor da absorção de ferro” Baixos estoques de ferro no organismo FOS (frutooligossacarídeos) – estudos indicam que a ingestão de FOS pode favorecer a absorção do ferro no intestino grosso; neutralizam os efeitos negativos do ácido fítico sobre a absorção de ferro 28 DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO FERRO Hemocromatose (excesso de Ferro): Não há mecanismo fisiológico no organismo para a remoção do excesso de Ferro. Há várias condições que podem causar acúmulo perigoso de reservas de ferro no organismo. São observadas altas doses de hemossiderina nos tecidos, com possível aumento do tamanho do fígado, desenvolvimento do diabetes, hipogonadismo, inflamação das articulações e doença cardíaca potencialmente fatal. 29 DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO FERRO Anemia: A anemia por deficiência de ferro é o desvio nutricional de maior prevalência em todo o mundo. Geralmente, essa deficiência é o resultado de um longo período de balanço negativo de ferro. O balanço corporal de ferro pode ser negativo se houver carência alimentar, aumento das necessidades (infância, adolescência, gestação e lactação), sangramento anormal, perdas crônicas pelo trato gastrointestinal ou má absorção intestinal. 30 DISTÚRBIOS RELACIONADOS AO FERRO Anemia Ferropriva: Nessas situações ocorre diminuição do ferro corporal armazenado, as hemácias apresentam-se microcíticas e hipocrômicas, os níveis circulantes de hemoglobina, de ferro e ferritina diminuem e há aumento de transferrina. Anemia por deficiência de Ferro: Resultado de uma insuficiência de hemoglobina na circulação, provocando uma diminuição da habilidade de transporte de oxigênio para os tecidos. 31 SINAIS E SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA DE FERRO diminuição da capacidade de trabalho físico e mental comprometimento da resposta imunológica e, consequentemente, maior número de infecções Alterações psicológicas e comportamentais (irritabilidade, fadiga, atenção diminuída, anorexia), dentre outras. Em gestantes, essa deficiência aumenta os riscos associados às complicações da gravidez, com aumento da mortalidade e morbidade no binômio mãe/filho, provoca o aumento da incidência de partos prematuros e de recém-nascidos com baixo peso. Na infância, pode causar déficit no crescimento, distúrbios epiteliais, fadiga, falta de atenção, prejuízo no desenvolvimento psicomotor e no desenvolvimento da linguagem, com conseqüências muitas vezes irreversíveis. 32 FONTES DE FERRO NUMA DIETA VEGETARIANA Vegetais verde-escuros (couve, agrião, brócolis...) Leguminosas (feijao, grão de bico,lentilha) Castanhas, nozes, amendoas Melado de cana Frutas secas 33 TERAPIA ALIMENTAR Escolher alimentos fonte de ferro, como vegetais verde- escuros, leguminosas, castanhas, frutas secas... Deixar os grãos de molho por 12h antes de cozinhar; Evitar a ingestão de alimentos ricos em polifenóis, como café, chás e cacau (chocolate) durante ou próximo às refeições fonte de ferro; Utilizar temperos que estimulam a digestão (gengibre, alecrim...) e também aqueles fonte de ferro, como salsinha, cebolinha, sempre frescos 34 TERAPIA ALIMENTAR Evitar preparações que contenham leite ou seus derivados nas principais refeições fonte de ferro, como almoço e jantar; Consumir alimentos fonte de Vitamina C durante as refeições. Ex: temperar a salada com limão; Reduzir o consumo de gorduras saturadas e açúcar, e incrementar a ingestão de alimentos integrais e vegetais. 35
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