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AULA 1a Esquizofrenia Sterian

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PSICOPATOLOGIA ESPECIAL
1ª AULA – ESQUIZOFRENIA - A. STERIAN (cap 5 e 6)
Capítulo 5 – TEORIAS DAS PSICOSES NA OBRA DE FREUD – A EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS: DA HISTERIA À PSICOSE
O conceito de conflito psíquico
A partir da análise com pacientes histéricas, Freud chega ao conceito de recalque como o principal mecanismo de defesa que opera na constituição histérica (caso Anna O. – junto com Breuer)
-Recalque: repelir ou manter inconsciente pensamentos, imagens e recordações ligados à satisfação de uma pulsão, que proporcionaria prazer, mas que, face a outras exigências do ego, ameaça proporcionar desprazer. Trata-se de coisas que se quer esquecer.
-Conflito psíquico: o material recalcado continua a funcionar no inconsciente, provocando sintomas para que permaneça recalcado. A luta entre as exigências internas do material recalcado e da instancia repressora chama-se conflito psíquico. (sintoma: formação de compromisso de forças que agem em sentido contrário)
-Conversão histérica: o conflito psíquico gera sintomas e estes podem aparecer como um sintoma somático. A pessoa tem um sintoma no corpo, porém não se consegue detectar nenhuma lesão ou disfunção orgânica que o justifique ( ex: cegueira histérica)
A evolução da teoria freudiana das psicoses
Para Freud na psicose não ocorre o recalque como mecanismo de defesa. O que ocorre é uma espécie de defesa muito mais poderosa e bem sucedida e que se comporta como se o pensamento, imagem ou idéia jamais tivesse ocorrido. Essa defesa é a rejeição da realidade.
- os mecanismos de defesa específicos das psicoses, segundo Freud:	
-na paranóia predominam a projeção e o retorno da libido para o ego, o narcisismo. 
O conceito de narcisismo
A partir da investigação dos sonhos, atos falhos e chistes, o que Freud desvendou o funcionamento do processo primário, da condensação, do deslocamento e dos sistemas consciente, pré-consciente e inconsciente.
 Freud começou a desenvolver o conceito de narcisismo por meio da análise do livro de Schreber (1903), Memórias de um doente dos nervos. Para Freud o narcisismo é um estágio do desenvolvimento da libido, situado entre o auto-erotismo e o amor objetal, no qual a pessoa toma a si própria, seu corpo, como objeto de amor e passa daí para a escolha de outra pessoa, que não ele mesmo, como objeto.
A constituição do aparelho psíquico depende de “uma nova ação psíquica” para o surgimento do narcisismo: de início, a criança investe sua libido de forma fragmentada, por meio de suas pulsões parciais em seus objetos parciais (seio-boca, por exemplo). Tal processo dá origem às pulsões parciais, oral e anal. A síntese das pulsoes parciais permite entrar na fase fálica, onde se faz a escolha de objeto unificado. Para que essa síntese ocorra é necessária a identificação (nova ação psíquica). Só então o ego poderá constituir-se como unidade.
Na esquizofrenia podem-se distinguir três grupos de fenômenos no quadro clinico:
- os que representam o que resta de um estado normal de neurose (fenômenos residuais)
- os que representam o processo mórbido (afastamento da libido de seus objetos e, alem disso, megalomania, hipocondria, perturbações afetivas e todo tipo de regressão)
- os que representam a restauração, nos quais a libido é mais uma vez ligada a objetos, como uma histeria (na esquizofrenia), ou como numa neurose obsessiva (na paranóia)
O conceito de rejeição da realidade
A recusa da realidade é um mecanismo típico da perversão; a rejeição é típica da psicose.
 Para Freud, o psicótico tenta reconstruir a realidade: ao rejeitar a realidade, o psicótico tenta construir uma nova realidade, que esteja de acordo com as exigências internas, de forma delirante e alucinatória. Tal reconstrução nunca é inteiramente bem-sucedida.
Capítulo 6 – TEORIAS PSICANALÍTICAS SOBRE A ESQUIZOFRENIA
Na neurose temos o conflito entre o ego e o id e na psicose entre o ego e o mundo externo.
Para Freud o prognostico da esquizofrenia é mais desfavorável porque o retorno narcísico se dá em uma fixação mais atrás do que ocorre na paranóia, no início do curso do desenvolvimento entre o auto-erotismo e o amor objetal.
As sensações são geradas por estímulos dos diferentes órgãos ou partes do organismo. Essas partes do corpo são erogenizadas, constituindo-se em zonas erógenas. É delas que emanam as pulsões parciais.
O papel da função materna em relação à constituição do eu no bebê - a mãe erogeniza o corpo do bebê e o ajuda a integrar as vivencias fragmentadas em uma imagem unificada de si mesmo. É a partir dessa imagem unificada que o bebê pode ter um eu.
O processo de identificação que unifica e constitui o eu - os pais idealizam uma imagem para seu filho com a qual este pode vir a se identificar. A criança passa a ter a ilusão de ser aquilo que os pais gostariam que ela fosse, formando o eu ideal da criança, que lhe dá a vivência de uma pessoa inteira. Para se manter nessa posição idealizada, o indivíduo tenta realizar a realização desses ideais, surgindo o ideal do eu, que se projeta para o futuro, determinando a razão de viver, o desejo.
A função do supereu - o ideal do eu é o protótipo do supereu, comparando o eu atual com o ideal do eu. O supereu dá a noção dos limites, funcionando como uma “consciência”, um vigia. Ele surge da influência crítica dos pais e daqueles responsáveis pela educação da criança.
A constituição do psiquismo humano:
- o psiquismo humano não nasce pronto. Ele é constituído na relação da criança com a mãe. São nos cuidados oferecidos pela mãe, nos primeiros anos de vida de seu filho, que são transmitidas as informações essenciais para que ele se transforme de um ser indefeso e dependente, em um individuo autônomo. O bebê vai distinguindo a realidade interna da externa através da descontinuidade desses cuidados, descobrindo que existe outro além dele mesmo. Ao nomear as necessidades que percebe em seu filho, a mãe vai simbolizando as sensações que nele despontam. 
Fonte e alvo da pulsão - as excitações geradas pelo organismo (fonte da pulsão), que inicialmente tendem à descarga imediata pela via motora (choro), passam a poder encontrar uma satisfação (alvo da pulsão). Por exemplo, a fome encontra no seio a sua satisfação.
A vivência de satisfação e sua relação com as representações:
- o bebê adquire a condição de adiar a saciedade das exigências de seu corpo quando já consegue ligar a pulsão a um objeto ( fome-seio). Toda vez que escuta a voz da mãe ou algum outro sinal de sua chegada, “imagina” a satisfação que está por vir. Esta é a vivencia de satisfação. As percepções vindas do interior e exterior de seu organismo vão deixando marcas (traços mnêmicos) na criança, formando uma rede de “lembranças” (representações) que ajudam a suportar o adiamento da descarga de suas sensações.
 A representação de coisa é o investimento nas imagens que vão se formando e fica registrada no inconsciente. Só se torna consciente quando é ligada à representação de palavra formando o processo secundário.
 Na esquizofrenia as palavras são tomadas como representação de coisa. A comunicação fica prejudicada. O funcionamento psíquico é regido pelo processo primário, ficando o pensamento e a linguagem como um quebra-cabeça incompleto.
 Nos sonhos temos as marcas de memória de experiências conscientes e pré-conscientes (restos diurnos), que ocorreram sob a égide do processo secundário.
Na esquizofrenia a ligação entre a representação de coisa e a representação de palavra está impedida. A rejeição da realidade provoca um desinvestimento da representação inconsciente do objeto. Ao rejeitar uma percepção da realidade, o esquizofrênico desinveste, em seu inconsciente, a representação de coisa do objeto. 
A tentativa de cura procura recuperar o valor da percepção rejeitada por meio de representações de palavras que poderiam se ligar a representação de coisa desligada da rede simbólica: o objeto perdido.
 Diferença da esquizofrenia e da melancolia em relação ao objeto: na esquizofrenia,ocorre uma fuga da realidade que provoca o desinvestimento do objeto. Na melancolia é a perda do objeto que produz a retração da libido dirigida ao mundo exterior. Esta libido retraída é reinvestida no próprio ego do individuo, sob a forma de autocrítica.
A ambivalência afetiva na melancolia: o melancólico retirou do objeto sua libido, mas através de uma identificação narcísica, o objeto foi projetado para o eu. O eu da pessoa então é tratado como o objeto que foi abandonado, submetido aos atos de amor e ódio antes dirigidos ao objeto.
 Na obra Além do princípio do prazer, Freud (1920) apresenta os conceitos de pulsão de vida e pulsão de morte:
- a pulsão de vida abrange as pulsões de autoconservação e as sexuais, sendo responsável pela preservação da vida e a conservação da unidade do indivíduo. A pulsão de morte é responsável pela redução das tensões geradas no organismo, tendendo a levá-las ao menor grau possível. O estado de inércia absoluta (princípio de Nirvana) corresponde ao estado inorgânico da morte.
Para que o funcionamento mental seja normal, precisa haver um equilíbrio entre essas duas forças: a pulsão de vida e a pulsão de morte.

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