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CCJ0003 Apresentação da aula 12

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CCJ0003 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Aula 12: Hermenêutica Jurídica II
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Introdução ao Estudo do Direito
Conteúdo desta aula
ANTINOMIAS JURÍDICAS
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ANTINOMIAS SOLÚVEIS (APARENTES)
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ANTINOMIAS INSOLÚVEIS (REAIS)
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INSUFICIÊNCIA DE CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO
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CONFLITO DE CRITÉRIOS DE SOLUÇÃO DE ANTINOMIAS
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PRÓXIMOS 
PASSOS
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
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Antinomias Jurídicas
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
É aquela situação indesejada, na qual são positivadas em um mesmo ordenamento duas normas conflitantes, das quais uma obriga e outra proíbe, ou uma obriga e outra permite, ou uma proíbe e outra permite o mesmo comportamento. 
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Antinomias Jurídicas
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
O estudo das antinomias jurídicas se relaciona à questão da consistência do ordenamento jurídico, à condição de um ordenamento jurídico não apresentar simultaneamente normas jurídicas que se excluam mutuamente, isto é, que sejam antinômicas entre si, a exemplo de duas normas, em que uma manda e a outra proíbe a mesma conduta.
Para que ocorra antinomia, as duas normas devem incidir total ou parcialmente sobre o mesmo caso e, naturalmente, apresentar comandos incompatíveis entre si.
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Introdução ao Estudo do Direito
A solução dos conflitos entre normas jurídicas de um mesmo ordenamento, comporta basicamente três critérios de natureza técnica, voltados a eleger um dos comandos como aplicável ao caso e afastar o outro, exatamente com a finalidade de preservar a coerência do ordenamento jurídico: cronológico (ou temporal), hierárquico e de especialidade da lei.
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
Classificação das antinomias quanto aos critérios de solução
Antinomias Solúveis (Aparentes)
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AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
I. Critério cronológico ou temporal
Chamado também de Lex posterior, é aquele com base no qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece a norma posterior (Lex posterior derogat priori).
Esse critério parte da premissa lógica de que a norma editada mais recentemente tende a expressar de maneira mais fiel a realidade social a que se destina, do que uma norma editada no passado.
Uma observação importante é no sentido de que obviamente não haverá antinomia, caso a lei nova tenha expressamente revogado uma lei anterior, pois neste caso estará evidenciada a perda da vigência da legislação pretérita. 
A antinomia jurídica solúvel pelo critério temporal nada mais representa do que um critério técnico de revogação tácita de lei, previsto expressamente no art. 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
Classificação das antinomias quanto aos critérios de solução
Antinomias Solúveis (Aparentes)
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Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
II. Critério hierárquico
Derivação lógica da estrutura hierarquizada do ordenamento, é aquele pelo qual, entre duas normas incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior, exatamente porque ela é norma de produção, não podendo ser contrariada por uma norma de execução.
Classificação das antinomias quanto aos critérios de solução
Antinomias Solúveis (Aparentes)
O critério hierárquico, também é chamado de Lex superior, porque inspirado na expressão latina lex superior derogat legi inferiori. Por esse critério, na existência de normas incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior. 
Já o contrário, uma norma inferior revogar uma superior é inadmissível. 
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Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
III. Critério de especialidade da lei 
O terceiro critério é o mais complexo dos três, por apresentar um certo grau de subjetividade, inexistente nos demais, em que a norma entrou em vigor posteriormente ou se apresenta em uma posição hierárquica superior. 
Neste caso, trata-se de conflito entre normas de graus de especialidade distintos, o que vai ser aferido a partir do exame do conteúdo de cada uma das normas. 
A norma que trata da matéria do modo mais específico prepondera em relação à norma que disciplina o tema de modo mais genérico.
Classificação das antinomias quanto aos critérios de solução
Antinomias Solúveis (Aparentes)
Esse critério, também é denominado Lex specialis, em função da expressão latina lex specialis derogat legi generali. 
Por esse critério, se as normas incompatíveis forem geral e especial, prevalece a segunda. 
O entendimento que norteia esse critério diz respeito à circunstância de a norma especial contemplar um processo natural de diferenciação das categorias, possibilitando, assim, a aplicação da lei especial aquele grupo que contempla as peculiaridades nela presentes, sem ferir a norma geral, ampla por demais. 
Além do mais, a aplicação da regra geral importaria no tratamento igual de pessoas que pertencem a categorias diferentes, e, portanto, em uma injustiça. 
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Classificação das antinomias quanto aos critérios de solução
Introdução ao Estudo do Direito
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Antinomias Insolúveis (Reais)
São assim denominadas aquelas antinomias que não são de imediato equacionadas pelos critérios de solução anteriormente mencionados porque não comportam a aplicação de quaisquer dos três parâmetros básicos para a solução de antinomias (insuficiência de critérios) ou então porque se pode solucionar a antinomias por dois ou mais dos critérios de solução.
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CRITÉRIO CRONOLÓGICO 
CRITÉRIO HIERÁRQUICO 
Conflito de critérios de solução de antinomias
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Conflito entre o critério hierárquico e o critério cronológico 
O critério hierárquico prevalece sobre o cronológico, o que tem por consequência o afastamento da norma inferior antinômica, mesmo que posteriormente editada. 
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Conflito de critérios de solução de antinomias
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Conflito entre o critério de especialidade e o critério cronológico
Com base nessa regra, o conflito entre critério de especialidade e critério cronológico deve ser resolvido em favor da norma que disciplina de modo específico a matéria, ainda que editada anteriormente: a lei geral sucessiva não prepondera sobre a lei especial precedente (art. 2º, § 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
Em realidade, o que se constata é que o aspecto temporal cede em relação à hierarquia e à especificidade normativa, que são critérios mais “fortes” de solução de antinomia.
CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE
CRITÉRIO CRONOLÓGICO 
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Conflito de critérios de solução de antinomias
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Conflito entre o critério hierárquico e o critério de especialidade
Não existe uma regra geral consolidada neste caso. A solução da antinomia dependerá do exame das peculiaridades de cada caso, pois ainda que a questão hierárquica seja um dos postulados fundamentais do ordenamento jurídico, as normas situadas ao topo da pirâmide do ordenamento jurídico tendem a ter um conteúdo mais aberto e de menor densidade normativa, o que pode fazer ver ao intérprete uma aparente contradição com normas inferiores, que disciplinam de forma mais detalhada certas questões jurídicas, sendo de fato a antinomia muitas vezes apenas aparente.
CRITÉRIO HIERÁRQUICO 
CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE
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Quadro geral dos conflitos entre critérios
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CONFLITO ENTRE O CRITÉRIO HIERÁRQUICO E O DE ESPECIALIDADE
Norma superior geral incompatível com norma inferior especial. Dependerá de cada caso.
CONFLITO ENTRE CRITÉRIO HIERÁRQUICO E O CRONOLÓGICO 
Norma anterior-superior é antinômica em relação a uma norma posterior-inferior. A norma anterior-superior prevalece.
CONFLITO ENTRE CRITÉRIO DE ESPECIALIDADE E O CRONOLÓGICO 
Norma anterior especial é incompatível com uma norma posterior geral. A norma anterior especial prevalece.
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Exemplo prático de antinomia
real
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Exemplo clássico, é o encontrado no Direito das sucessões, senão vejamos:
Código Civil brasileiro, artigo 1.865:
       
“Se o testador não souber, ou não puder assinar, o tabelião ou seu substituto legal assim o declarará, assinando neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das testemunhas instrumentárias”  
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Exemplo prático de antinomia real
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Aplicando-se a hermenêutica sistemática jurídica ao dispositivo legal em mote, resta evidente que:
O dispositivo trata de um requisito jurídico do testamento, a assinatura do testador;
Pode acontecer que, um determinado testador não saiba ou não possa escrever; 
Havendo no caso concreto tal eventualidade, imperativamente o referido documento será assinado pelo tabelião ou por quem lhe faça as vezes.
 
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Exemplo prático de antinomia real
Introdução ao Estudo do Direito
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Então, encontramos no mesmo diploma legal, no artigo 1872, verbis:
"Não pode dispor de seus bens em testamento cerrado quem não saiba ou não possa ler".
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Exemplo prático de antinomia real
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
Igualmente usando a hermenêutica sistemática no dispositivo jurídico, fica claro que:
A lei veda a disposição de bens em testamento cerrado em determinadas eventualidades;
Uma destas eventualidades impeditivas, reside no caso do testador ser analfabeto. 
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Exemplo prático de antinomia real
Introdução ao Estudo do Direito
AULA 12: HERMENÊUTICA JURÍDICA II
Ora, a contradição enfocada é muito clara, pois, uma norma veda totalmente aos analfabetos testarem da forma cerrada, enquanto outra norma contradiz aquela, permitindo aos analfabetos a forma cerrada de testar, sob a condição do redator do documento assiná-lo.
Observação: o testamento cerrado é: “Aquele escrito com caráter sigiloso, feito e assinado pelo testador ou por alguém em seu rogo, e completado por instrumento de aprovação lavrado por oficial público em presença de cinco testemunhas idôneas". 
- MH Diniz, 1998
O tratamento jurídico das antinomias acabará efetivamente recaindo sob a competência dos magistrados, ao decidir o conflito aplicando o que lhe parece melhor ao caso concreto.
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Ler o capítulo 9 – Hermenêutica Jurídica, páginas 170 a 180, do Livro Didático de Introdução ao Estudo do Direito.
Resolver o caso concreto e a questão objetiva da aula 13 e postar os resultados no SAVA.
Navegar pelos demais itens das trilhas de conhecimento do SAVA.
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