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Aula 14 Introdução ao Estudo do Direito

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CCJ0003 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Aula 14: LEI DE INT. ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
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Introdução ao Estudo do Direito
Conteúdo desta aula
CONFLITO DE LEIS NO TEMPO E NO ESPAÇO
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DIREITO INTERTEMPORAL
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TEORIAS DO DIREITO ADQUIRIDO
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TEORIA SUBJETIVISTA
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TEORIA OBJETIVISTA
5
PRÓXIMOS 
PASSOS
PRINCÍPIO DO DOMICÍLIO, DA NACIONALIDADE E DA TERRITORIALIDADE
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Conflito de Leis no Tempo e no Espaço
AULA 14: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO II
A eficácia da lei no tempo diz respeito ao tempo de sua atuação até que desapareça do cenário jurídico. 
Como tal fato pode ocorrer?
Em duas hipóteses: 
Se a lei já tem fixado seu tempo de duração, com o decurso de prazo determinado ela perde sua eficácia e vigência;
Se ela não tem prazo determinado de duração, permanece atuando no mundo jurídico até que seja modificada ou revogada por outra de hierarquia igual ou superior (LINDB, art. 2º); é o princípio da continuidade das leis. 
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Direito Intertemporal
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Toda a matéria tratada no art. 2º da LINDB, dá margem a uma infinidade de conflitos. Tais conflitos são chamados de “conflitos das leis no tempo”.
O conflito das leis no tempo nasce justamente da colisão da lei nova com a anterior. 
Muitas vezes permanecem consequências da lei antiga, sob a vigência da lei nova, e situações que foram criadas pela lei antiga já não encontrarão apoio na lei nova. Então, há que se estudar até que ponto a lei antiga pode gerar efeitos e até que ponto a lei nova não pode impedir esses efeitos da lei antiga. Chamaremos tal fenômeno de direito intertemporal.
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Direito Intertemporal
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As normas legislativas de direito intertemporal são chamadas disposições transitórias. A própria lei pode estabelecer tais disposições, dispondo sobre sua vigência ou sobre a vigência de leis anteriores.
Todavia, são os princípios jurídicos que estabelecem as grandes linhas do direito intertemporal. Entre tais princípios estão os da retroatividade e da não retroatividade da lei (que vimos no material da aula passada).
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O direito adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e Lassalle), o ato jurídico perfeito e a coisa julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição da República e do Código Civil de 2002.
Teorias do Direito Adquirido
Determina o art. 6º da LINDB que “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. No mesmo diapasão dispõe o inciso XXXVI do art. 5º da CF/88: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Logo, para entender-se a irretroatividade, é importante que se entenda o que significa direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
Na aula 13 conhecemos os conceitos de direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito, agora vamos conhecer as teorias relativas ao direito adquirido.
Há duas teorias acerca do direito adquirido: a teoria subjetivista e a objetivista.
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Teoria Subjetivista
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A teoria subjetivista, também denominada teoria clássica ou teoria dos direitos adquiridos, leva em conta os efeitos dos fatos jurídicos sobre as pessoas. O domínio da lei nova é delimitado segundo a natureza dos efeitos produzidos no passado.
Cardozo sintetiza a teoria subjetivista nos seguintes termos:
"De forma sintética, poderíamos dizer que os defensores dessa corrente têm, como alicerce de todas suas reflexões, a ideia de que as novas leis não devem retroagir sobre aqueles direitos subjetivos que sejam considerados juridicamente como adquiridos pelo seu titular. Ou em outras palavras: ao ver destes, a questão da irretroatividade das leis tem assento na premissa fundamental que afirma a impossibilidade de uma lei vir a desrespeitar? direitos adquiridos? sob o domínio de sua antecedente." 
CARDOZO, J. E. M. Da retroatividade da lei. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995, p. 113.
Muitos autores célebres apresentaram-se como importantes defensores da doutrina subjetivista, entre eles, Gabba, Merlin, Blondeau, Mailhet de Chassat, Demombe, Lassalle e Savigny. 
Dúvida não resta, entretanto, que, de todos os partidários desse pensamento, Gabba é, reconhecidamente, o maior e mais relevante ponto de referência. 
Sua obra Teoria della Retroattività delle Leggi representa o ponto culminante da doutrina, tendo oferecido conceito de direito adquirido que serviu de influência, entre outros, ao legislador brasileiro, e que, até os dias que correm, orienta a jurisprudência pátria.
À época de Gabba predominava a crença de que a retroatividade da lei seria, em si mesma, uma injustiça, devendo, por conseguinte ser aplicado o princípio absoluto da irretroatividade das leis, para solucionar os problemas relativos aos conflitos de leis no tempo.
Gabba, em sua teoria, combate a referida crença e defende que, no conflito de leis no tempo, é perfeitamente justa a aplicação da lei nova a relações constituídas anteriormente, desde que se respeitem todos os direitos adquiridos. 
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Teoria Subjetivista
Baseado neste conceito, Gabba analisa os diversos elementos que julga encontrar na composição da essência dos direitos adquiridos.
Para tanto, desenvolve sua abordagem em torno do conceito do direito que pode ser considerado como adquirido, do conceito de direito como elemento do patrimônio e, ainda, do conceito de fatos aquisitivos.
Assim, afirma ser adquirido todo direito que: 
Nos termos da lei sob cujo império ocorreu o fato do qual se originou, passou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem o adquiriu.
É consequência de um fato idôneo a produzi-lo, em virtude da lei do tempo no qual o fato foi realizado, ainda que a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação de uma lei nova sobre o mesmo.
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Assim, afirma ser adquirido todo direito que: 
Teoria Subjetivista
Quanto ao primeiro conceito de direito adquirido, ensina o consagrado mestre italiano que o "direito" mencionado no conceito de direito adquirido refere-se ao direito subjetivo, ou seja, ao direito concreto, isto é, aquele proveniente da verificação do fato pressuposto pela lei. 
Já quanto ao "direito como elemento do patrimônio", pondera Gabba que, para um direito ser considerado adquirido, não basta que seja concreto; é, também, indispensável que se tenha tornado elemento ou parte do patrimônio individual, já que existiriam muitos direitos que não se poderiam propriamente chamar de adquiridos, porque não fariam parte do patrimônio de quem o possui.
Nos termos da lei sob cujo império ocorreu o fato do qual se originou, passou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem o adquiriu.
É consequência de um fato idôneo a produzi-lo, em virtude da lei do tempo no qual o fato foi realizado, ainda que a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação de uma lei nova sobre o mesmo.
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Finalmente, analisando o problema dos "fatos aquisitivos", afirma Gabba que os direitos pertencentes aos indivíduos sempre se fazem adquirir mediante "fatos". 
Enquanto uma pessoa não puder demonstrar que a hipótese legal verificou-se em seu favor, o que existiria seria apenas uma possibilidade de direito, mas não direito concreto e muito menos direito
adquirido. 
Teoria Subjetivista
Desse modo, conclui que, havendo o fato necessário à aquisição de um direito ocorrido integralmente sob a vigência de uma determinada lei, mesmo que seus efeitos somente se devam produzir em um momento futuro, eles terão de ser respeitados na hipótese de sobrevir lei nova. 
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Teoria Objetivista
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Para os objetivistas, o conflito de leis no tempo resolve-se por meio da identificação da lei vigente no momento em que os efeitos dos fatos são produzidos. Entre os doutrinadores objetivistas, destaca-se o francês Paul Roubier, cuja teoria foi acolhida pelo legislador brasileiro.
Paul Roubier preferia utilizar a expressão "situação jurídica" em lugar da designação "direito adquirido", ao argumento de que aquela seria superior ao termo direito adquirido, por não ter um caráter subjetivo e poder ser aplicada a situações como a do menor, do interdito e do pródigo.
 
A teoria de Roubier gira, basicamente, em torno da distinção entre efeito retroativo e efeito imediato. O primeiro seria a aplicação da lei ao passado, enquanto o segundo seria a aplicação da lei ao presente. 
Roubier buscou, também, em sua teoria, um critério que permitisse identificar, no caso concreto, quando se está diante de um efeito retroativo e quando se está diante de um efeito imediato da lei nova. Assim, faz distinção entre uma fase dinâmica, que corresponde ao momento da constituição e extinção da situação, e uma fase estática, que corresponde ao momento em que essa situação produz seus efeitos. 
Conclui, então, que as leis relativas aos modos de constituição ou de extinção de uma situação jurídica não podem, sem retroatividade, contestar a eficácia ou ineficácia jurídica de um fato passado. 
Já quando se cuida de fixar os efeitos dessa situação jurídica, a definição do caráter retroativo faz-se da seguinte forma: os efeitos já produzidos antes da entrada em vigor da nova lei fazem parte do domínio da lei antiga e são intocáveis. A lei nova determinará os efeitos jurídicos que se produzirão após sua entrada em vigor, sem que isto signifique algo diferente do efeito imediato.
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A doutrina brasileira há muito se tem esforçado para conceituar o direito adquirido. No entanto, não se alcançou um conceito preciso e uniforme. Cada autor procura defini-lo da forma que lhe parece mais correta.
Teoria Objetivista
Alexandre de Moraes assim ensina acerca do direito adquirido: "De difícil conceituação, o direito denomina-se adquirido quando consolidada sua integração ao patrimônio do respectivo titular, em virtude da consubstanciação do fator aquisitivo (requisitos legais e de fato) previstos na legislação." 
MORAES, A. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, 2005, p. 299.
Nota-se a grande influência da Teoria dos Direitos Adquiridos de Gabba na doutrina brasileira, uma vez que, para muitos autores brasileiros, indispensável é que o direito tenha se tornado parte do patrimônio individual para ser considerado adquirido.
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Princípio do Domicílio, da Nacionalidade e da Territorialidade
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Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou. 
Chama-se a isto de territorialidade da lei. Esse espaço ou território, em sentido amplo, inclui as terras ou territórios propriamente ditos, as águas e a atmosfera “territoriais”.
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Princípio do Domicílio, da Nacionalidade e da Territorialidade
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Os Estados Modernos, contudo, admitem a aplicação, em determinadas circunstâncias, de leis estrangeiras, em seu território, no intuito de facilitar as relações internacionais. 
Essa é uma consequência do crescente relacionamento entre os homens dentro da comunidade internacional.
Os casos e circunstâncias em que as leis de um Estado são aplicáveis no território de outro constituem o objeto do Direito Internacional. As normas a serem aplicadas em tais casos são fixadas pela lei nacional ou por tratados internacionais.
Os critérios que determinam a vigência territorial ou extraterritorial de certa norma são os seguintes:
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AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?
 
Ler o capítulo 10 – Hermenêutica Jurídica, páginas 181 a 188, do Livro Didático de Introdução ao Estudo do Direito.
Resolver o caso concreto e a questão objetiva da aula 15 e postar os resultados no SAVA.
Navegar pelos demais itens das trilhas de conhecimento do SAVA.
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