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conduta acidente profissional apos exposição

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Ano XVII nº 1 Boletim Epidemiológico
Muitos destes acidentes profis-
sionais podem não resultar em in-
fecção pelos vírus HIV ou das He-
patites B e C, mesmo que o pacien-
te fonte esteja infectado por um
deles. O risco é variável, depende
do tipo de acidente e de outros fa-
tores tais como a gravidade, tama-
nho da lesão, presença e o volu-
me de sangue envolvido no aci-
dente, a quantidade de vírus no
sangue do paciente fonte (carga
viral) e a utilização de profilaxia
específica (no caso do HIV com
medicamentos anti-retrovirais).
As seguintes recomendações ser-
vem para orientar e criar em cada
local de trabalho um sistema que
permita notificar rapidamente a
ocorrência destes acidentes profis-
sionais, avaliar o risco da infecção
decorrente dos mesmos, informar
os profissionais sobre as condutas
que devem ser adotadas, monitorar
os efeitos colaterais do tratamento
e posteriormente determinar se
houve ou não infecção pelos vírus
HIV e das Hepatites B e C.
 Todos os acidentes de trabalho
com risco de infecção devem ser
considerados emergência médica,
já que a precocidade no início da
profilaxia anti-retroviral, no caso
do vírus HIV (2 a 72 horas após o
Introdução
Os profissionais da saúde estão
constantemente sob o risco de um
acidente de trabalho envolvendo
sangue ou outros líquidos orgâni-
cos potencialmente contaminados,
que podem resultar em uma infec-
ção por agentes infecciosos tais
como o vírus da Imunodeficiência
Humana (HIV) e os vírus das He-
patites B e C.
Os acidentes profissionais ocor-
rem habitualmente através de pi-
cadas de agulhas, ferimentos com
material ou instrumentos cortantes
(acidentes percutâneos), contato
direto das mucosas ocular, nasal,
oral e pele com sangue ou materi-
ais orgânicos contaminados.
Até junho de 97 nos Estados
Unidos, havia 52 casos documen-
tados de profissionais de saúde que
se contaminaram pelo vírus HIV
após um acidente de trabalho, sen-
do profissionais de enfermagem
(21), técnicos de laboratório (19),
médicos (6) e outras categorias
profissionais (6). Outros 114 traba-
lhadores de saúde adquiriram o
vírus HIV provavelmente através
de um acidente de trabalho, mas
não existem dados definitivos
comprovando os eventos.
acidente), pode diminuir acentua-
damente o risco da infecção.
Conduta do
Profissional
Acidentado Após
Exposição
Na eventualidade de um aci-
dente com profissional de saúde
as condutas a serem adotadas es-
tão descritas a seguir:
1. Cuidados locais
Lesões decorrentes de acidentes
com materiais pérfuro cortantes,
como agulhas, bisturis e outros
potencialmente contaminados, de-
vem ser, imediatamente, lavadas
com água e sabão e/ou solução
anti-séptica detergente (PVPI-
Povedine, Chlorexidina). As mem-
branas mucosas devem ser lava-
das com água corrente em abun-
dância, soro fisiológico 0,9% ou
água boricada, repetindo a opera-
ção varias vezes. Evitar uso de subs-
tâncias cáusticas como hipoclorito
de sódio e não proceder à expres-
são do local ferido, por serem atitu-
des que aumentam a área lesada e,
conseqüentemente, a exposição
ao material infectante.
RECOMENDA˙ÕES E CONDUTAS
APÓS EXPOSI˙ˆO OCUPACIONAL DE
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Ana Lœcia Carvalho Monteiro
Emily Anna Catapano Ruiz
Reynaldo Bonfim da Paz
julho 1999 3
AIDS-02.PM5 18/1/2001, 16:021
Boletim Epidemiológico Ano XVII nº 1
2. Notificação
No momento do acidente, de-
verá ser feita a notificação à che-
fia imediata, a qual, por sua vez,
notificará o Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar (SCIH)/Vigilân-
cia Epidemiológica (VE) e/ou o se-
tor responsável para avaliar o aci-
dente e determinar a conduta, o
mais precocemente possível,
idealmente nas primeiras duas ho-
ras, e no máximo, até 72 horas
após o acidente.
O Departamento Pessoal deve
emitir a Comunicação de Aciden-
te de Trabalho – CAT, cujo verso
será preenchido pelo médico que
atender o acidentado, a fim de do-
cumentar o acidente para efeitos
legais.
Também deverá ser feita notifi-
cação à Divisão de Vigilância Epi-
demiológica do Centro de Referên-
cia e Treinamento – DST/AIDS
(Programa Estadual DST-AIDS – do
Estado de São Paulo) conforme
proposta de fluxo de atendimento
de acidentes em profissionais de
saúde.
3. Avaliação do
Acidente
O acidente deverá ser analisa-
do pela equipe responsável
(S.C.I.H / V.E. / Médico do Traba-
lho preferencialmente) quanto a:
A - Material Biológico envolvido:
Sangue, líquido orgânico con-
tendo sangue, líquidos orgânicos
potencialmente infectantes (sêmen,
secreção vaginal, líquor, líquidos
sinovial, peritoneal, percárdico e
amniótico).
Nos acidentes onde nenhum dos
materiais biológicos acima esteja
envolvido, a quimioprofilaxia anti-
retroviral não está indicada.
B - Tipo de Acidente:
PÉRFURO CORTANTE: Com-
preende a penetração através da
pele de agulha ou material ou ins-
trumental médico-cirúrgico conta-
minado com sangue ou outros lí-
quidos orgânicos e potencialmen-
te infectantes.
CONTATO COM MUCOSA
OCULAR, ORAL OU PELE COM
SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE
(FERIMENTO): compreende o con-
tato direto da mucosa ou pele com
solução de continuidade com san-
gue; líquido orgânico contendo
sangue visível; outros líquidos or-
gânicos potencialmente infec-
tantes.
CONTATO COM PELE ÍNTE-
GRA: Compreende o contato da
pele íntegra com sangue; líquido
orgânico contendo sangue visível;
outros líquidos orgânicos poten-
cialmente infectantes.
O contato de material poten-
cialmente infectante com a pele ín-
tegra não constitui situação de ris-
co para infecção pelo HIV e por-
tanto dispensa o uso de quimio-
profilaxia. Porém, se a exposição
envolve grande volume de sangue
e alta carga viral em área de pele
extensa, ou ainda se o contato for
por período prolongado associado
a lesões na pele a quimioprofila-
xia pode ser indicada.
C - Situação sorológica do
paciente fonte em relação ao
HIV:
Paciente fonte comprovada-
mente HIV negativo – não está in-
dicado quimioprofilaxia antire-
troviral.
Paciente fonte comprovada-
mente HIV positivo – iniciar a qui-
mioprofilaxia antiretroviral.
Paciente fonte com situação
sorológica desconhecida – Mate-
rial Pérfuro-cortante sem origem
conhecida. Ex.: material em lixo
comum, chão, etc. Testar o profis-
sional para Anti-HIV , HCV (Vírus
da Hepatite C) , e HBV (Vírus da
Hepatite B).
A decisão de introduzir ou não
a quimioprofilaxia antiretroviral
deve estar baseada no grau de ris-
co do acidente e na análise do
comportamento de risco para in-
fecção pelo HIV do paciente fon-
te. O paciente fonte com situação
sorológica desconhecida deve,
sempre que possível, ser rapida-
mente testado para o vírus HIV, de
preferência após obtido o seu con-
sentimento Na impossibilidade de
identificar a situação sorológica do
paciente fonte, deve-se proceder
como um acidente de fonte HIV
positivo.
O paciente é considerado como
fonte comprovadamente negativo
ou positivo em função da existên-
cia de documentação laboratorial
disponível para o HIV recente ou
no momento do acidente.
D - Situação sorológica do
paciente fonte com relação
aos vírus da hepatite B e C.
Hepatite B: vide Recomendação
para a profilaxia da Hepatite B para
profissionais de saúde expostos a
material biológico.
Hepatite C: não existe quimiopro-
filaxia; acompanhar profissional
acidentado sorologicamente por
06 meses (1ª sorologia no momen-
to do acidente e 2ª sorologia após
06 meses – janela imunológica).
Se sorologia do profissional de saú-
de para HCV for positiva, enca-
minhar para acompanhamento
ambulatorial especializado.
4 julho 1999
AIDS-02.PM5 18/1/2001, 16:022
Ano XVII nº 1 Boletim Epidemiológico
4. Fluxograma
 Avaliação de Quimioprofilaxia (QP) para o HIV:
julho 1999 5
AIDS-01.PM5 18/1/2001, 13:471
Boletim EpidemiológicoAno XVII nº 1
MANUAL DE CONDUTAS
(s)Sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos são materiais biológicos envolvidos na transmissão
do HIV. Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva (em ambientes odontológicos)
são materiais de risco indeterminado para a transmissão do vírus. Exposições a materiais potencialmente infectantes que não o sangue ou
material biológico contaminado com sangue, devem ser avaliados de forma individual. Em geral, estes materiais são considerados como de
baixo risco para transmissão ocupacional do HIV. Qualquer contato com material concentrado do HIV (laboratórios de pesquisa, com
cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma exposição ocupacional que requer avaliação clínica para
definir a necessidade de quimioprofilaxia. Em situações de mordeduras, é considerado como exposição de risco quando envolver sangue.
Líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional do HIV: suor, lágrima, fezes, urina, saliva (exceto em ambientes odontológicos).
Nestes casos, a quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico não são recomendados.
(l) Pele não-íntegra – A integridade da pele é considerada comprometida se há qualquer evidência de lesão, dermatite ou ferida aberta.
(n) Contato com pele íntegra usualmente não é considerada como um risco de transmissão do HIV. Entretanto, o risco de transmissão deverá
ser considerado quando envolver exposição com volume elevado de material biológico (contato prolongado, superfície extensa de pele
exposta). Nestas situações, há necessidade de discussão individual para avaliação da necessidade ou não de quimioprofilaxia e
acompanhamento.
(Q) A combinação de diversos fatores de gravidade (agulhas de grosso calibre, lesão profunda) contribui para um risco elevado de transmissão
se o paciente-fonte é HIV positivo.
 
1 Um paciente-fonte é considerado não infectado pelo HIV quando há documentação de exames anti-HIV negativos e não há evidência
clínica recente sugestiva de infecção aguda pelo HIV.
 
2 Um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de Aids.
 
3 Estes são exemplos de marcadores para estimar os títulos virais no paciente-fonte para fins de quimioprofilaxia anti-retroviral e não refletem
todas as situações clínicas que podem ser observadas. Apesar de um alto título de HIV no paciente-fonte ser associado a um maior risco de
transmissão, a possibilidade de transmissão de um paciente com baixa carga viral deve ser considerada.
 
4 Em situações que envolvam acidentes com paciente-fonte com sorologia anti-HIV desconhecida ou paciente-fonte desconhecido (material
encontrado no lixo, em áreas de expurgo ou outros), deve ser avaliado a possibilidade de risco de HIV levando-se em consideração a
origem do material (áreas de alto risco como Serviços de Emergência, Centro Cirúrgico, Diálise, entre outros) e a gravidade do acidente.
Observações:
• Quimioprofilaxia (QP) Não Recomendada (1+A ou 1+C) – A quimioprofilaxia é indesejável. O tipo de exposição não possui risco conhecido
de transmissão pelo HIV. O profissional que atender o acidentado deve esclarecer que o risco de toxicidade dos anti-retrovirais ultrapassa
o benefício da quimioprofilaxia.
• Considerar Quimioprofilaxia (QP) Básica (1+B ou 2+C ou 3+C) – Esses tipos de exposição têm risco bastante pequeno de transmissão do
HIV. Um alto título de HIV no paciente-fonte pode justificar a opção por início de quimioprofilaxia. Se o risco de toxidade dos anti-
retrovirais ultrapassa o benefício da quimioprofilaxia, deve ser discutido pelo profissional de saúde acidentado e o profissional que atendeu
o acidente.
• Recomendar Quimioprofilaxia (QP) Básica (2+A) – A maior parte das exposições ao HIV encontra-se nessa categoria. Apesar de não ter
sido observado nenhum risco aumentado de transmissão pelo HIV, o uso de quimioprofilaxia é apropriado.
• Recomendar Quimioprofilaxia (QP) Expandida (2+B ou 3+A ou 3+B) – Esses tipos de exposição representam um risco aumentado de
transmissão pelo HIV.
Quimioprofilaxia Básica = AZT+3TC
Indicada em exposições com risco conhecido de transmissão pelo HIV.
Quimioprofilaxia Expandida = AZT+3TC+IP (indinavir ou nelfinavir)
Indicada em exposições com risco elevado de transmissão pelo HIV.
AZT = zidovudina; 3TC = lamivudina; IP = inibidor de protease.
Pelo fato da quimioprofilaxia apresentar potencial de toxicidade, o seu uso não é justificado em exposições com risco desprezível de transmissão
pelo HIV. Além disso, pelo fato da inexistência de evidências suficientes de benefício, o uso de esquemas expandidos não são recomendados
para todos os tipos de exposição.
6 julho 1999
AIDS-01.PM5 18/1/2001, 13:472
Ano XVII nº 1 Boletim Epidemiológico
5 - Posologia e Administração dos Antiretrovirais
ou
Quando indicado Inibidor de Protease (IP), iniciar preferencialmente com Indinavir (Crixivan®), na falta
ou na impossibilidade do seu uso indicar o Nelfinavir (Viracept®).
INDINAVIR
800mg 8/8 horas 4 semanas
2 cáps. (400mg) 3 x / dia 30 dias
ou
DROGA DOSE INTERVALO DURAÇÃO
AZT
300mg 12/12 horas 4 semanas
3 cáps. (100mg) 2 x / dia 30 dias
3TC
150mg 12/12 horas 4 semanas
1 comp. (150mg) 2 x / dia 30 dias
BIOVIR 1 cáp.
12/12 horas 4 semanas
(AZT + 3TC)
150mg 3TC
2 x / dia 30 dias300mg AZT
NELFINAVIR
750mg 8/8 horas 4 semanas
3 cáps. (250mg) 3 x / dia 30 dias
Efeitos Adversos e Interaçıes dos Medicamentos Utilizados na Quimioprofilaxia
(*) leite desnatado, suco, café ou chá, ou com alimentos leves, como torradas com geléia, suco ou café com leite desnatado e açúcar, ou ainda leite desnatado com sucrilhos e açúcar.
Efeitos Adversos
Anemia, neutropenia, leucopenia,
plaquetopenia, náuseas, vômitos, astenia,
mal-estar geral, cefaléia, miopatia, insônia,
pigmentação ungueal e de mucosas,
alteração das provas hepáticas, hepatite.
Pancreatite, diarréia, dor abdominal,
anemia, neutropenia.
Nefrolítiase, hematúria, cefaléia, insônia,
náusea, vômitos, astenia, fadiga, distúrbios
do paladar, pele e boca secas, dor
abdominal, trombocitopenia,
hiperbilirrubinemia indireta assintomática,
aumento de triglicerídeos,
hipercolesterolemia, hiperglicemia e
diabetes.
Diarréia (efeito mais freqüente), exantema,
flatulência, náusea, dor muscular, fraqueza,
aumento de triglicerídieos,
hipercolesterolemia, hiperglicemia e
diabetes.
Medicamento
ZIDOVUDINA (AZT)
c/ alimento
LAMIVUDINA (3TC)
c/ alimento
INDINAVIR (IDV)
Jejum de ≥ 1hora antes ou
≥ 2 horas após alimentação
ou com alimentos com
baixo teor de gordura (*)
(ingerir diariamente 1,5
litros ou mais de líquidos
para evitar aparecimento
de nefrolitíase).
NELFINAVIR (NFV)
c/ alimento
Interações
Ganciclovir, anfotericina B, flucitosina, SMX-TMP, dapsona, pirimetamina, citostáticos, sulfadiazina (↑
risco de toxicidade hematológica). Monitorar anemia e neutropenia.
Probenecida, fluconazol, paracetamol (↑ níveis séricos do AZT). Monitorar toxicidade do AZT.
Estavudina e ribavirina (potencial para redução da atividade anti-retroviral). Evitar uso concomitante.
Sulfametoxazol+trimetoprima (↑ biodisponibilidade de 3TC). Não há necessidade de ajuste de dose.
Zalcitabina (potencial antagonismo). Evitar uso concomitante.
O indinavir não deve ser co-administrado com: rifampicina, astemizol, terfenadina, cisaprida, ergotamina
e diidroergotamina, midazolam ou triazolam.
Rifabutina (↓ níveis séricos de indinavir, e o indinavir ↑ níveis séricos da rifabutina).
Cetoconazol e itraconazol (↑ níveis séricos de indinavir). Considerar a redução da dose do indinavir para
600mg 8/8h.
Didanosina (↓ absorção de IDV). Administrar com intervalo mínimo de 1 hora.
Delavirdina (↑ níveis séricos de IDV). Considerar a redução da dosede indinavir para 600mg 8/8h.
Nevirapina (↓ níveis séricos de IDV). Não há necessidade de ajuste de doses.
O nelfinavir não deve ser co-administrado com: rifampicina, fenobarbital, fenitoína, carbamazepina,
ergotamina, diidroergotamina, astemizol, terfenadina, cisaprida, midazolam ou triazolam.
Rifabutina (↓ níveis séricos de nelfinavir, e o nelfinavir ↑ níveis séricos de rifabutina).
Bloqueadores de cálcio (possibilidade de aumento dos níveis séricos dos bloqueadores). Monitorar
toxicidade.
Saquinavir (↑ níveis séricos de SQV). Não há necessidade de ajuste de doses.
Nevirapina (↑ níveis séricos de NFV). Não há necessidade de ajuste de doses.
Atenção: Etinilestradiol e noretindrona (↓ níveis séricos dos hormônios). Usar métodos contraceptivo
alternativo ou adicional.
julho 1999 7
AIDS-01.PM5 18/1/2001, 13:473
Boletim Epidemiológico Ano XVII nº 1
6. Coleta de Material e Seguimento clínico/laboratorial do
profissional acidentado:
1 – Relatar a história do acidenta-
do em uma ficha de evolução
clínica para documentação do
caso. Na anamnese deve-se
perguntar a profissional aci-
dentada (sexo feminino) qual
foi a data da sua última mens-
truação, para descartar gravi-
dez. Para as gestantes, vítimas
de acidente profissional, os
benefícios da utilização dos
antiretrovirais e os riscos ine-
rentes para o concepto não são
conhecidos e devem ser dis-
cutidos e analisados conjunta-
mente com o médico caso a
caso. Dependendo do tipo de
exposição, material fonte e
gravidade do acidente, a pro-
fissional acidentada deve ser
informada dos riscos e se optar
e insistir pelo uso dos antiretro-
virais a mesma deverá assinar
um termo de consentimento.
Sabe-se que o AZT traz bene-
fícios e pode ser administrado
com segurança no segundo e
terceiro trimestres da gravidez.
Não se tem, ainda, a mesma
segurança com relação à utili-
zação de outros antiretrovirais
na gestação.
2 – Verificar o prontuário do pa-
ciente fonte (resultados soro-
lógicos do mesmo), solicitar
exames que por ventura sejam
necessários para identificar a
necessidade de medidas adi-
cionais de profilaxia ao aci-
dentado, como por exemplo:
paciente fonte HbsAg, reco-
mendar profilaxia para Hepa-
tite B.
3 – O SCIH ou setor responsável
deverá proceder à coleta de
amostra de sangue do profis-
sional de saúde para sorologia
imediata para HIV, HbsAg,
Anti-HBs e Anti HCV. A iden-
tificação da amostra deve ser
codificada, buscando preser-
var o sigilo e evitando cons-
trangimentos para o profissio-
nal acidentado.
4 – Seguimento clínico/laborato-
rial. O anti-HIV deverá ser
colhido: na data do acidente
(até no máximo 15 dias de-
pois), aos 45 dias (06 sema-
nas), 90 dias (03 meses) e 180
dias (06 meses) após o mesmo.
Os exames bioquímicos (ami-
lase, bilirrubinas, creatinina,
fosfatase alcalina, TGO, TGP
e uréia) hemograma comple-
to e urina tipo I deverão ser
realizados antes do início dos
antiretrovirais, 15 dias após o
início e ao término dos 30 dias
da medicação para avaliação
da função hepática e renal do
acidentado devido aos efeitos
adversos dos antiretrovirais.
A avaliação clínica deverá ser
semanal durante o uso dos antire-
trovirais e a situação vacinal do
acidentado para Hepatite B e situa-
ção sorológica para a Hepatite B e
C devem ser investigadas.
O tratamento tem como objeti-
vo principal evitar a contamina-
ção, e também buscar o restabe-
lecimento do equilíbrio psicológi-
co. Sendo assim, além do acom-
panhamento sorológico faz-se ne-
cessário o aconselhamento em to-
das as etapas do seguimento, in-
cluindo orientações como: evitar
a amamentação, usar preservativos
em relações sexuais, e não doar
sangue durante o período de
acompanhamento (clínico/labora-
torial), que deverá ser de seis me-
ses, nos casos que houver risco
para aquisição para o HIV.
Vale lembrar que este indivíduo
pode se expor ao risco de adquirir
estas infecções em seu cotidiano e
que isto deve ser, previamente e
cuidadosamente, investigado para
descartar outras situações de risco;
além do que, deve ser este um mo-
mento oportuno para reforçar as
orientações gerais de prevenção.
Referências Bibliográficas
1 – Bartlet JG. Medical
Management of HIV
Infection. John Hopkins
University School of
Medicine, 1998.
2 – Biossegurança – Atualidades
em DST/Aids. Ano I, número
01, junho de 1998.
3 – Cardo, DM. Comunicado em
aula do V Congresso
Brasileiro De Controle de
Infecção Hospitalar. Rio de
Janeiro – RJ. 24-27/11/1996.
4 – CENTERS FOR DISEASE
CONTROL.
Update: provisional public
health service
recommendations for
chemoprophylaxis after
occupational exposure to
HIV. MMWR, v. 45, n. 22, p.
468 - 472, 1996.
5 – CENTERS FOR DISEASE
CONTROL. MMWR, v. 47,
n. RR 07, pp. 01-33, 1998.
6 – Ministério da Saúde,
Secretaria de Políticas de
Saúde, Coordenação
Nacional de DST e AIDS.
Manual de Condutas.
Exposição Ocupacional a
Material Biológico: Hepatite
e HIV.
8 julho 1999
AIDS-02.PM5 18/1/2001, 16:024
Ano XVII nº 1 Boletim Epidemiológico
RECOMENDA˙ˆO PARA PROFILAXIA DE HEPATITE B PARA
PROFISSIONAIS DE SAÚDE EXPOSTOS A MATERIAL BIOLÓGICO
Paciente Fonte HBsAg
POSITIVO
ou desconhecido
COM RISCO*
01 dose de
(HBIG) 1
e iniciar esquema
vacinal**
ou
completar vacinação
Não Imunizar
01 ou 02 doses de
HBIG 4
e Revacinar 5
Fazer Anti-HBsAg 6
Com Resposta Adequada
Não Imunizar
Sem Resposta Adequada
01 ou 02 doses de
HBIG 4
e Revacinar 5
Situação do
Profissional da Saúde
Exposto
Não Vacinado
ou
Vacinação Incompleta
Vacinado
com
Resposta Adequada
 2
Vacinado
sem
Resposta Adequada 3
Vacinado
Resposta
Não Conhecida
Paciente Fonte
HBsAg
DESCONHECIDO
SEM RISCO
Iniciar Esquema
vacinal**
ou completar
esquema vacinal
Não Imunizar
Revacinar 5
Fazer Anti-HBsAg 7
Com Resposta Adequada
Não Imunizar
Sem
Resposta Adequada
Revacinar 5
Paciente Fonte HBsAg
NEGATIVO
Iniciar Esquema
vacinal**
ou completar
esquema vacinal
Não Imunizar
Revacinar 5
Não Imunizar
Fonte: modificado do MMWR, vol. 46, nº RR. 18, 1997.
* pacientes politransfundidos, com cirrose, em hemodiálise, HIV+, usuário de drogas.
** A vacina Anti-Hepatite B consiste em 03 doses (0, 1 e 6 meses).
1 HBIG o mais precocemente possível até 7 dias após acidente/dose 0.06ml/kg administrada por via IM.
Solicitar o HBIG-Imunoglobulina Humana contra a Hepatite B aos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais.
2 Anti-HBsAg ≥ 10 UI/ml.
3 Anti-HBsAg ≤ 10 UI/ml.
4 Apenas para as pessoas que mesmo após revacinação continuem sem resposta adequada.
5 Administrar novamente 03 doses da vacina contra Hepatite B (0, 1 e 6 meses). Caso continue sem
resposta adequada, cada caso será discutido individualmente.
6 Na impossibilidade de fazer o teste Anti-HBsAg tratar o profissional acidentado com 01 dose de HBIG +
01 dose de vacina contra Hepatite B.
7 Na Impossibilidade de fazer o teste Anti-HBsAg tratar o profissional acidentado com 01 dose de vacina
contra Hepatite B.
julho 1999 11
AIDS-02.PM5 18/1/2001, 16:025

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