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Prática Penal: LIBERDADE PROVISÓRIA

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Jayne Freire Nascimento1
201201631548
PRÁTICA SIMULADA III – AULA 6:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL. 
APF Nº ____
ALBERTO, (qualificação completa), vem por seu advogado (procurador em anexo), à presença de V. Exª, com fulcro no art. 310, III do Código de Processo Penal e do artigo 5º, LXVI da Constituição Federal de 1988, requerer 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA MEDIANTE FIANÇA
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS 
O Requerente foi preso em flagrante delito, pois, segundo o Auto de Prisão em Flagrante, o mesmo foi preso por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, juntamente com Benedito, visto estarem na posse de um automóvel marca Fiat, tipo Uno, que haviam acabado de furtar. 
Ademais, o veículo encontrava-se estacionado regularmente em via pública quando da subtração. 
O dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como incurso no artigo 155, § 4º, IV do Código Penal, e com o fundamento da não arbitragem de fiança por motivo da capitulação. 
Assim, determinou o recolhimento de ambos ao cárcere e juntou nota de culpa. Em seguida, remeteu cópia do Auto de Prisão em Flagrante à Vossa Excelência. 
Acontece que o réu, o então Requerente, é primário e possui trabalho fixo, o que o leva a não fazer jus a tal medida exagerada. 
Sendo assim, por não lhe restar outro meio, vem perante Vossa Excelência galgar-se no Poder Judiciário, a fim de ter o seu direito resguardado e admitido na esfera penal. 
II- DO DIREITO
a) Da Não Presença dos Requisitos do Artigo 312 do Código de Processo Penal:
À luz do artigo 312 do Código de Processo Penal, ao qual disciplina os motivos que autorizam legalmente a prisão preventiva do acusado, encontra-se aqui uma irregularidade processual, tendo em vista não haver necessidade alguma do então réu permanecer na preventiva por falta de amparo legal. 
O artigo 312 determina que a prisão preventiva poderá ser decretada como forma de garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 
Ora, a liberdade do acusado não gera nenhum perigo em concreto para ordem pública, a que, doutrinariamente, sabe-se que não existe definição para o seu termo, ou seja, o que seria manter a ordem pública? O que um réu primário, que possui trabalho fixo, poderia causar à ordem pública? Não há aqui fundamento para tal premissa, até porque, por falta de definição, até mesmo do Supremo Tribunal Federal, a interpretação deste termo deve ser feita sempre de maneira restrita, pois, se trata da liberdade do preso, liberdade essa que é assegurada como direito fundamental, prevista no artigo 5º, LXVI da CF/88, o que torna a prisão uma medida sempre excepcional. 
Ainda, não se encontra fundamento sob a ótica da “ordem econômica”, visto não tratar de crime que a doutrina e a jurisprudência atual titulam como “ crimes de colarinho branco”. Não há nenhum tipo de relevância econômica presente no caso. 
Sob a ótica da conveniência para a instrução processual, não há aqui, também, qualquer respaldo, pois, o acusado não oferece perigo à instrução do processo, não tem ele o intuito de atrapalhar o processo, se quer tem o conhecimento de quem é o proprietário do, em tese, automóvel furtado, o que afasta qualquer, por ventura, alegação de intimidação à suposta vítima. Ou, até mesmo, que venha a tentar fraudar a cena do crime, caso esteja em liberdade, razão pela qual o interesse é do próprio acusado em permanecer em liberdade, visto ter emprego fixo. 
No mais, é assegurado que a aplicação da lei penal será devidamente respeitada, caso venha a se manter a capitulação do acusado com a consequente imposição da sanção penal prevista, visto, como se ressalta em todo momento, ser o réu primário e ter ele trabalho fixo, o que afasta a tese de possível fuga do acusado, devendo este ser mantido em liberdade provisória por não encontrar qualquer respaldo na lei que o mantenha sob privação da liberdade, na forma de Prisão Preventiva. 
b) Da Aplicação da Fiança:
Encontra-se nos dispositivos 323 e 324 do Código de Processo Penal os crimes que não poderão ter a arbitração da fiança, não estando presente neste rol o furto qualificado mediante o concurso de pessoas, o qual foi incurso ao réu. 
Logo, poderia ter sido arbitrado a fiança, uma vez que o crime, em tese praticado, não está no rol taxativo que excetua a fiança. 
Assim, pede-se, respeitosamente, à Vossa Excelência, que seja arbitrada a fiança dentro do mínimo legal, previsto no artigo 325 do Código de Processo Penal, visto a pena máxima do crime imputado ao acusado, não ser superior a 4 anos. 
III- DO PEDIDO 
Isto posto, requer à V. EXª, a concessão da Liberdade Provisória com a expedição do respectivo alvará de soltura, requer, ainda, a fixação da fiança em seu mínimo legal, nos termos do art. 325 do Código de Processo Penal. 
Nestes termos
Pede deferimento
Data/local
Ass. do advogado/OAB

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