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Universidade Federal de Viçosa Setor de Entomologia Agrícola Métodos de Controle Comportamental, Físico, Mecânico, Genético e Legislativo Raul Narciso C. Guedes guedes@ufv.br Entomologia (tel. 3899-4008) Comunicação & Sinais Comunicação: – Processo no qual organismos (emissores) usam sinais (exibições) especialmente modelados para modificar o comportamento de outro organismo (receptor), que pode pertencer a mesma espécie ou outra espécie diferente Sinais: – São comportamentos e estruturas desenvolvidas para comunicação intra- e interespecífica – Uma característica óbvia de um sinal (de um emissor) é sua capacidade de modificar, de alguma forma, o comportamento de um outro organismo (receptor) – Tipos de sinais: » Químicos » Acústicos » Visuais » Táteis Comunicação & Sinais Hipótese explicativas da evolução de sinais: – Redução de ambiguidade: reflete a visão tradicional de que sinais são resultado de vantagem seletiva dos agentes sinalizadores (emissor) reduzindo as chances de confusão entre suas mensagens – Manipulação: apregoa que sinais são padrões comportamentais especialmente desenvolvidos através do qual o indivíduo emissor altera ou manipula o comportamento do indivíduo receptor, para benefício do emissor – Honestidade: apregoa que sinais elaborados podem funcionar como carecterísticas diagnósticas de boas qualidades. Estes sinais são dispendiosos ao indivíduo emissor e portanto só serão devidamente expressos por organismos de alta qualidade. Fundamenta-se no princípio da desvantagem (“handicap principle”) de Zahavi (1975, Journal of Theoretical Biology) Controle de insetos por comportamento visa interferir com a comunicação entre insetos ou insetos e plantas de maneira a minimizar danos ocasionados por eles – Sinais químicos tem sido os principais alvos de manipulação para fins de manejo de insetos-praga Controle Comportamental Substâncias químicas envolvidas na comunicação Controle Comportamental Substâncias químicas envolvidas na comunicação Semioquímicos Aleloquímicos Cariomônio Alomônio Sinomônio Feromônios Sexual Agregação Trilha Alarme Território Substâncias envolvidas na comunicação entre organismos Semioquímicos de ação interespecífica Semioquímicos de ação intraespecífica Favorece emissor Favorece receptor Favorece emissor & receptor Controle Comportamental Formas de utilização de feromônios no MIP - Coleta massal - Confundimento - Atrai e mata - Detecção de pragas - Monitoramento de pragas Amostragem Controle de pragas Controle Comportamental Feromônios registrados no Brasil PRAGA MARCA COMERCIAL Besouro migdolus (Migdolus fryanus) Migdo Besouro castanho (Tribolium castaneum) Bio Tribolium Bicho da maçã (Cydia pomonella) Biocydia e Iscalure Cydia Bicho do fumo (Lasioderma serricorne) Bio Serrico/Monitrap/Serricornin Fersol Bicho furão (Ecdytolopha aurantiana) Ferocitrus Furão Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) Bio Bicudo Broca do olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum) Bio Rhynchophorus e RMD-1 Broca pequena do tomateiro (Neoleucinodes elegantalis) Bio Neo Lagarta enroladeira da maçã (Bonagota cranaodes) Iscalure Bonagota Lagarta rosada (Pectinophora gossypiela) Bio Pectinophora e PB-Rope-L Mariposa oriental (Grapholita molesta) Biographolita Moleque da bananeira (Cosmopolites sordidus) Cosmolure Mosca das frutas (Ceratitis capitata) Bio Trimedilure e Bioceratitis Traça do tomateiro (Tuta absoluta) Iscalure Tuta Traças (Ephestia cautella, Ephestia elutella e Plodia interpunctella) Gachon Controle Comportamental Atraentes Repelentes + 45 55 65 75 Fonte: Ventura (1996) A d u lt o s / a rm a d il h a 2 4 Dias após a instalação 6 8 Taiuiá ou abóbora d’água Controle Comportamental Incluem práticas que envolvem a utilização de barreiras mecânicas e/ou destruição direta de insetos Método de controle muito antigo antecedendo demais métodos de controle – Catação de parasitas em primatas Exemplos de alguns métodos de controle mecânico: – Apanha manual ou catação – Técnica da batida – Barreiras – Impacto – Pós-abrasivos Controle Mecânico Controle Mecânico Apanha manual ou catação: coleta manual de ovos, larvas/ninfas e ou adultos facilmente visíveis Controle Mecânico Técnica da batida: • Batida em plantas após colocação de panos/plásticos sob as mesmas Barreiras: • Dispositivos ou práticas que visam impedir ou dificultar o acesso do inseto à planta Impacto: • Tática usada em moinhos • Lançamento de grãos contra anteparo Pós abrasivos: • Uso de pós abrasivos que removem a camada de cera da cutícula dos insetos, ocasionando a morte deles por dessecação Controle Mecânico Terra de diatomácea Tempo após o tratamento (dias) In s e to s v iv o s ( % ) Romano et al. (2006) Método de controle que se baseia no uso de fenômenos físicos visando o controle de insetos Métodos mecânicos de controle se inserem dentro dos métodos físicos, mas serem aqui tratados de forma independente Possibilidades: – Manipulação de temperatura » Queima de restos culturais » Resfriamento de grãos – Manipulação de umidade » Irrigação/drenagem » Secagem de grãos – Emissão de radiações eletromagnéticas Controle Físico Controle Físico Manipulação de temperatura e umidade queima drenagem e irrigação secagem de grãos Controle Físico Insetos diurnos: cor do substrato Insetos noturnos: • Infra-vermelho (p.ex., milho emitindo em IV menos atrativo a lagarta da espiga do milho) • Ultra-violeta (p.ex., fototropismo positivo explorado em armadilhas luminosas) Energia sonora: Aquecimento Ambiente fechado (alto custo) Atração & repelência Pernilongo Mariposas (ultra-som) Emissão de radiação eletromagnética Controle Genético Manipulação genética das pragas Procedimentos de esterilização Reduzir o potencial reprodutivo da praga - Quimioesterelizantes Alquilantes, busulfan, antimetabólitos, triazinas e uréias. - Radiação ionizante[Raios X e (60Co e 137Cs), partículas e ] Técnica do macho estéril (TME) x Técnica do inseto estéril (TIE) - bicheira (Cochliomyia hominivorax) • décadas de 50-60: ilha de Curação (sul da Flórida) • posteriormente (60-80): sudoeste americano & México • mais recentemente: Panamá (canal como barreira) • outras instâncias de êxito (parcial): •Moscas-do-estábulo em St. Croix (Ilhas Virgens; fim de 70) •Moscas da frutas no Pacífico e Califórnia (iniciado na década de 80) •Mosca tsé-tsé na África •Moscas das frutas (México, década de 80; Brazil recentemente) Ex.: Controle Genético Requisitos para a utilização da técnica Criação massal Sexagem dos insetos Boa competitividade dos insetos estéreis Acasalamento único da fêmea/ciclo Capacidade de dispersão Alto investimento econômico Praga restrita a locais isolados O inseto estéril não deve causar prejuízo A população da praga deve estar baixa (10-100:1) Controle Genético Adaptado: Calcagno et al. (2002) S u c e s s o d e c ó p u la ( % ) Controle Legislativo Serviço quarentenário Leis, portarias e decretos Medidas de controle Obrigam o cumprimento - Praga quarentenária A1 - Praga quarentenária A2 Fumigação A frio A quente Irradiação Ceratitis capitataAnastrepha suspensaBractocera carambolae Tratamentos quarentenários Controle Legislativo Exportações para EUA Laranja Melão Mamão Sistema Approach Mossoró Áreas livre Controle Legislativo Medidas obrigatórias de controle Algodão Acácia negra Destruição dos restos culturais até 15 de julho Coleta e queima de galhos atacados Controle Legislativo Legislação disciplinadora do uso de agentes ou métodos de controle: – Inseticidas: » Lei dos “Agrotóxicos” (no. 7802 de 11 de julho de 1989) Substituiu legislação de 1934 Disciplina uso de pesticidas e institui receituário agronômico – Legislação disciplinadora do desenvolvimento, produção e utilização de organismos transgênicos na agricultura: » Institução da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) – Legislação disciplinadora de uso de agentes de controle biológico nos EUA
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