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Síntese Santo Agostinho e São Tomás

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O presente trabalho tem por objetivo responder alguns questionamentos a respeito da linguagem. Tais como: o que é linguagem? Qual a sua origem? O que é significado? Qual é a relação de linguagem e pensamento? E, por fim, qual é a relação de linguagem e realidade? Sob a perspectiva Agostiniana e Aquiniana. Assim, nesta síntese serão expostas as ideias e os posicionamentos dos filósofos, respectivivamente.
Santo Agostinho ou, como era conhecido, Agostinho de Hipona, foi um filósofo, Teólogo, escritor e bispo que nasceu em Tagaste, próximo de Hipona, na então província romana de Numídia, na África, hoje Suk Ahras, na Argélia, no dia 13 de novembro de 354. Agostinho tornou- se um dos alicerces da teologia dialética ao fazer a mescla da filosofia grega e o pensamento cristão e exerceu grande influência em diversas outras áreas do conhecimento. 
Escreveu cerca de 100 textos, dentre eles, tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas, os quais são lidos e reeditados até hoje e são base fundamental para a doutrina da igreja católica
O filósofo morreu durante o cerco de Hipona pelo rei dos vândalos, Genserico, no dia 28 de agosto de 430 e foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja, em 1292, pelo Papa Bonifácio VIII.
Embora Santo Agostinho, com seus mais de cem textos, não tenha escrito especificamente um livro sobre a linguagem, é possível perceber seu grande interesse de pela linguagem no conjunto de sua obra. 
É em seu livro, De Magistroescrito em 389 d.c. que se desenrola com o diálogo entre Santo Agostinho e seu filho, Adeodado, que O filósofo apresenta as suas principais idéias sobre o tema e sobre o qual se baseará o presente trabalho.
 
Para Santo Agostinho “A linguagem é um instrumento que permite que as almas ajam uma sobre as outras”. Ele defendia a linguagem como sendo essencialista, isto é, esta é responsável pela representação das coisas e do próprio mundo e que possuía duas funções: a de ensinar e a de relembrar. Os sinais designam o objeto e na medida em que o representam, eles despertam a lembrança, chamam à mente os conteúdos da consciência (BASTOS, 2013). Linguagem, portanto, se define pelos sinais, representações que possuem determinada significação. Ademias, Agostinho, defendendo o poder/possibilidade de ensinar e de convencer da linguagem, mostra esta como ação de uma alma sobre a outra. 
Santo Agostinho defendia que a eficácia e eficiência da comunicação é condicionada ao conhecimento do significante da palavra e pelo conhecimento da realidade, pois desconhecendo a ambos, as palavras ficam sem sentido, tornam-se apenas um ruído. Portanto, as palavras sem a existência do “verbo interior”, tornar-se-iam vazias e Impossibilitariam o desenvolvimento linguístico. 
Assim, dada a importância desse “verbo interior” para a configuração da comunicação, o filósofo aponta que a existência da linguagem depende da posição dos homens enquanto seres singulares, possuidores de uma mente dotada por Deus, em um contexto plural que o permite assimilar e memorizar os significados passados pelos indivíduos desse contexto. 
Já sobre o Significado, Santo Agostinho trata-o como a forma de aprendizado das coisas. Ele diz que se aprende não pela palavra, mas pelo significado, que se dá apenas depois que se tem a percepção das coisas. A palavra serve como um incentivo para procurarmos as coisas. Agostinho procura mostrar que nada é aprendido por meio dos sinais (palavra), mas o que se aprende é aquilo que está escondido sob o som das palavras, ou seja, o seu significado, cujo seu conteúdo está no conhecimento das coisas, por isso, é através das coisas que se aprende o significado. Assim, o significado é 
Ao decorrer do texto é possível identificar, o pensamento de Agostinho em relação à linguagem e pensamento. “A resposta à segunda objeção toma como norte a vinculação entre linguagem e pensamento. Agostinho diz que, mesmo sem emitir nenhum som, nós falamos na nossa intimidade, uma vez que o pensamento pensa as palavras que estão dispostas na mente. Nesse caso estamos recordando e assim podemos dizer que aprendemos o ensinamento contido na linguagem”. Para Santo Agostinho, a relação entre linguagem e pensamento se enquadra no ato de ensinar e recordar, pois a mente memoriza as palavras que podem ser recordadas a qualquer momento. Ademais, o ato de ensinar é feito através da fala, na qual Santo Agostinho afirma ser o resultado daquilo que está disposto na mente, ou seja, as palavras.
Então, já finalizando os pensamentos de Santo Agostinho, ele fala sobre a relação da linguagem e da realidade. A sua principal idéia é que a linguagem é tida como um sinal sonoro (fala), na qual indica as coisas presentes na realidade. Logo, conclui- se que, para que o som (fala) possa ser interpretado como um sinal, ele precisa remeter-se a algo existente na realidade. 
Tendo um ponto de vista diferente de Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, embora também não tenha escrito “os dez mandamentos da linguagem” aborda o tema em vários de seus livros, em especial, em seu livro comentário ao De Interpretatione de Aristóteles, no qual disserta sobre o desenvolvimento da linguagem e ainda analisa a relação entre a realidade material, alma humana e as palavras.
Santo Agostinho foi um importante teólogo, filósofo e padre dominicano do século XIII que nasceu no castelo de Roccasecca, em Aquino, na região do Lácio, no sul da Itália em 1225, que buscou utilizar a filosofia greco-latina clássica para compreender o cristianismo e suas revelações. Além disso, Aquino fundou a escola tomista de filosofia e teologia.
Considerado um dos principais representantes da escolástica, São Tomás de Aquino morreu na cidade de Fossanova (Itália) em 7 de março de 1274. Este foi declarado santo pelo papa João XXII em 18 de julho de 1323. 
Segundo a visão Aquiniana, o homem é um ser social e político e que, portanto, necessita se comunicar, isto é, manifestar seus pensamentos, vontades e/ ou desejos. Isto é propiciado por esse sistema de signos que brotam de um ser inteligente e racional, composto de corpo e alma. Santo Agostinho diz que “A linguagem é também uma palavra interior, enquanto um diálogo da alma com ela mesma.”. A linguagem, defendida por Aquino, surge de um processo cognitivo, no qual a formação de conceito depende de, primeiramente, da percepção do homem sobre a “coisa” por meio da alma. Portanto, antes de ser um conceito, algo externo, a linguagem é um dialogo da alma com ela própria, a fim de perceber “a coisa”.
No texto, a respeito do significado São Tomás de Aquino diz que a satisfação da necessidade do homem de se relacionar e de se comunicar, acontece por intermédio da voz, da fala. Ai que o significado entra no contexto. As vozes devem conter significado para ambos os indivíduos para que possa ter a comunicação. Por exemplo, os Homens que falam línguas diferentes, certamente, encontrarão dificuldade de socializar, uma vez que não haverá entendimento entre eles. O idioma estabelece a conexão entre a palavra e as ideias, gerando assim O significado. Tudo isso acontece porque o homem forma vozes significativas. Essas vozes são formadas a partir do conhecimento intelectual que abstrai as ‘espécies inteligíveis’ e universais do aqui e do agora. Assim, O significado está na relação que se estabelece entre a palavra, o signo e a ideia.
Para São Tomás de Aquino, a relação entre linguagem e pensamento se dá através da atuação do intelecto na linguagem, como por exemplo, a percepção do universal ser de imediato, comparado à percepção do particular, do singular. É através do intelecto que as percepções se juntam dando sentido as atribuições.
“[...] É pela teoria de conhecimento - a qual é constituída pelas paixões da alma no âmbito intelectivo, onde a abstração, realizada pelo intelecto agente, permite o intelecto possível receber as "espécies inteligíveis" para a formação de conceitos, os quais, após passarem pelo processo de composição e divisão, podem se expressos - que Tomás deAquino fundamenta o modo pelo qual a linguagem (as vozes significativas e a escrita) se realiza.”. Segundo o que se observa na teoria da linguagem Aquiniana, para entendermos de fato a relação que a linguagem tem com a realidade, precisa-se entender também a sua teoria do conhecimento, na qual diz que ao ter um contato com o dado objeto ( Realidade Material), este mesmo objeto passa por um processo de abstração, processo ocorrido no intelecto, onde é imprimida uma imagem desse objeto material qualquer, e forma-se alguns conceitos a respeito do objeto, e em seguida tanto o objeto quanto os seus conceitos podem ser expressos através da linguagem (oral e/ou escrita).
Diante desta síntese, é possível compreender dois dos diversos prismas pelos quais a linguagem é estudada, analisada e, dentro do possível, compreendida. Os dois filósofos-teólogos, defendem suas teorias com base nos dois grandes pensadores clássicos: Platão e Aristóteles. Santo Agostinho, diante da filosofia platônica, defende a linguagem como denominação de objetos, que pressupõe a existência do verbo interior, enquanto que São Tomás de Aquino, baseado em Aristóteles, defende a linguagem como resultado do processo cognitivo.

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