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APS 2o 1o Semestres 2017 (1)

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – 2017/2 
ATIVIDADE DO 2º/1º SEMESTRES 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Seja bem-vindo à ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA de 2017/2. Nosso objetivo é 
fomentar estratégias que permitam ao aluno construir conhecimento com autonomia e atuação 
em equipe (de 03 a 06 alunos), para desenvolver habilidades de pesquisa, seleção e 
consolidação de informações, comunicação de ideias, debate em grupo e apreensão de saberes 
específicos de sua área de formação profissional. 
 
As atividades de pesquisa, debate e redação do relatório final deverão ser realizadas com 
respeito aos mais rigorosos princípios éticos, o que significa que não serão aceitos textos que 
sejam fruto de plágio. 
 
Aproveite a oportunidade para aprender e avançar em seu conhecimento sobre Direito. Sua 
atuação profissional poderá ser bastante diferenciada de forma positiva se você aproveitar as 
oportunidades didáticas que as ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS da UNIP 
oferecem. 
 
Em caso de dúvida, converse com seu Coordenador. 
 
2. PROBLEMA APRESENTADO 
 
Leia atentamente a matéria abaixo, publicada pela edição digital da Revista Exame (disponível 
em http://exame.abril.com.br/brasil/onu-impunidade-por-tortura-nas-prisoes-e-regra-no-
brasil/. Acesso em 20 de agosto de 2017). 
São Paulo — A impunidade em casos de tortura praticados por agentes públicos 
contra presos se tornou a regra – e não a exceção – no sistema penitenciário brasileiro, 
afirmou o representante regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações 
Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Amerigo Incalcaterra, em entrevista por 
e-mail a EXAME.com. 
Incalcaterra disse que o clima de impunidade nas prisões do Brasil “alimenta a 
continuação de violações de direitos humanos nas prisões”. “A tortura é generalizada 
desde o momento da detenção, durante interrogatórios e em presídios”, disse o 
representante do ACNUDH. 
Além disso, ele afirmou ainda que dados sobre a incidência de tortura e tratamento 
cruel de pessoas privadas de liberdade não estão disponíveis no Brasil. “A falta de 
esforços consistentes para documentar e investigar, processar e castigar delitos de 
tortura e mortes em presídios vão contra as disposições da Convenção contra a Tortura 
e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, da qual o Brasil é 
parte”, disse Incalcaterra. 
Ele fez duras críticas à forma como o Brasil vem historicamente tratando a questão e 
cobrou medidas das autoridades brasileiras que de fato tenham impacto para melhorar 
as prisões no país. “O Brasil precisa enfrentar a crise do sistema prisional, que vem de 
longa data, através de políticas públicas e legislação em linha com os padrões 
internacionais”, afirmou. 
Em novembro do ano passado, o Subcomitê sobre a Prevenção da Tortura e outros 
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes (SPT), composto por 
especialistas da ONU, entregou ao governo brasileiro um relatório sobre violações 
de direitos e tortura praticados em presídios brasileiros. O documento é resultado de 
uma visita realizada pelo SPT a 22 locais de detenção no Rio de Janeiro, Manaus, Recife 
e Brasília, entre 19 e 30 de outubro de 2015. 
No relatório, os especialistas alertaram o Brasil sobre a gravidade dos casos violência 
nos presídios e o risco de novas rebeliões. Entre as unidades visitadas, estava o 
Complexo Penitenciário Anísio Jobim, local onde ocorreu a primeira rebelião de presos 
neste ano, que culminou com a morte de 56 presos. 
Segundo Incalcaterra, o Brasil tem até maio para dar uma resposta ao subcomitê 
explicando quais ações serão tomadas para implantar as recomendações do órgão. “A 
superlotação dos presídios, o déficit de vagas, casos de tortura e rebeliões, o controle 
feito pelo crime organizado e a política de encarceramento são alguns dos principais 
pontos que o Brasil precisa enfrentar neste contexto”, explicou. 
Veja a entrevista completa com o representante regional para América do Sul do Alto 
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos: 
EXAME.COM: O Subcomitê sobre a Prevenção da Tortura e outros Tratamentos 
ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes (SPT) da ONU entregou no fim do 
ano passado um relatório ao Ministério da Justiça do Brasil sobre o que foi 
apurado em 22 prisões do país. Em qual prazo o Brasil deve implementar as 
recomendações do documento? 
Amerigo Incalcaterra: No dia 24 de novembro de 2016, o SPT entregou às 
autoridades brasileiras o relatório sobre sua última missão ao país. A partir desta data, 
o Brasil tem um prazo de seis meses para prestar contas das ações estatais levadas a 
cabo com vistas à implementação de suas recomendações, prazo que expira em maio. 
Embora não haja um prazo específico para a implementação das recomendações do 
Subcomitê, a resposta ao relatório também deverá incluir informação detalhada sobre 
como o país se compromete a implementar essas recomendações. 
 
O documento aponta que a prática de tortura é frequente dentro dos presídios 
visitados. A ONU considera a violência nos presídios brasileiros como 
endêmica e generalizada? 
Membros do SPT, assim como o Relator Especial [o advogado e jurista Juan Mendez] 
sobre tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, 
puderam observar em suas visitas aos presídios no Brasil que a tortura é generalizada 
desde o momento da detenção, durante interrogatórios e em presídios. 
Os especialistas ressaltaram que a tortura afeta de modo desproporcional pessoas de 
estratos sociais mais baixos, negros e minorias. No entanto, o relatório do SPT faz uma 
ressalva de que, enquanto o Brasil coleta dados sobre diferentes aspectos da população 
e sistema carcerários, informações sobre a incidência de tortura e tratamento cruel de 
pessoas privadas de liberdade não estão disponíveis. Os especialistas também alertam 
que, por medo a represálias, detentos são frequentemente persuadidos a não 
denunciar casos de tortura e tratamento cruel. 
Outro aspecto importante ressaltado é que a impunidade em casos de tortura por 
agentes públicos no Brasil continua sendo a regra, e não a exceção, o que contribui 
para que se crie um clima de impunidade que alimenta a continuação de violações de 
direitos humanos. 
Medidas tais como a pronta investigação de mortes por agentes estatais, capacitação 
profissional em direitos humanos, a adoção de protocolos oficiais sobre o uso da força 
da polícia, a revisão dos salários da força policial, garantir a independência dos 
Institutos Médicos Legais e um controle eficaz de empresas privadas envolvidas na 
administração de funções policiais são algumas das medidas propostas pelos 
especialistas para combater a prática da tortura no Brasil. 
Quais foram as práticas de tortura e violações de direitos humanos 
encontradas pelo subcomitê nos presídios visitados? 
O SPT constatou que a superlotação endêmica, as condições chocantes de detenção, 
os problemas de assistência médica aos presos, a falta de acesso à educação, a 
violência generalizada entre detentos e a falta de supervisão adequada dos presos (o 
que leva à impunidade) são alguns dos problemas principais ainda não resolvidos pelo 
Brasil para enfrentar a crise prisional e combater a tortura nos presídios. 
Em suas visitas a diferentes delegacias, prisões, centros de detenção provisória, 
instalações para adolescentes e hospitais penitenciários, o Subcomitê encontrou uma 
atmosfera geral de intimidação e repressão. 
Relatos de detentos sujeitando outros detentos à tortura e facções criminosas com 
significante controle de certos presídios são frequentes, segundo esses especialistas
internacionais. O SPT e o relator especial receberam relatos de prática de tortura e 
tratamento degradante e cruel durante apreensões e em presídios que envolvem o uso 
de choques elétricos, balas de borracha, sufocamento, espancamento com barras de 
ferro e palmatória, técnicas conhecidas como telefone – que consiste em dar golpes 
na orelha da vítima – e o pau arara. Segundo ressaltou o relator especial, o objetivo 
desses atos seria obter uma confissão, pagamento de suborno, ou uma forma de 
castigo ou intimidação. 
O relatório da ONU aponta ainda que metade dos 565 presos mortos em 2014 
no Brasil foi assassinada. O Brasil tem fechado os olhos para os assassinatos 
dentro das prisões? 
É importante notar que os dados de 2014 são seis vezes maiores que os dados de 
2013 e que, como bem aponta o SPT em seu informe, aproximadamente metade dos 
565 indivíduos que morrem enquanto privados de liberdade foram mortos 
intencionalmente. 
A falta de esforços consistentes para documentar e investigar, processar e castigar 
delitos de tortura e mortes em presídios vão contra as disposições da Convenção contra 
a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, da qual 
o Brasil é parte. 
De acordo com os artigos 12 e 13 de referida Convenção, o Estado deverá assegurar 
que suas autoridades competentes procederão imediatamente a uma investigação 
imparcial, sempre que houver motivos razoáveis para crer que um ato de tortura tenha 
sido cometido em qualquer território sob sua jurisdição. 
Além disso, a falta de investigação no Brasil leva ao aumento da cultura da 
violência e da impunidade? 
Exatamente, como já havia alertado o relator especial contra a tortura, o que 
institucionalizou a tortura é a continuidade do ciclo de impunidade em relação a essa 
prática. 
Essas violações frequentes de direitos humanos nos presídios estimulam o 
crescimento das facções criminosas brasileiras dentro das cadeias? 
As facções criminosas têm ganhado força pela falta de controle do Estado dentro das 
cadeias, tendo ramificações praticamente em todos os estados da federação. 
Os altos níveis de superlotação e em geral as condições de detenção que relataram os 
especialistas alimentam a violência e as violações de direitos humanos no contexto 
penitenciário. O Sub-comitê comentou, por exemplo, que a superlotação exacerba os 
níveis de estresse nos detentos, o que resulta em comportamentos agressivos e um 
risco maior de violência entre detentos e também contra os funcionários. 
Nesse sentido, o Sub-comitê recomendou ao Brasil aumentar a dotação de agentes 
penitenciários adequadamente treinados, além de profissionais médicos, para garantir 
a segurança dos detentos e dos funcionários, bem como para reduzir a influência do 
crime organizado no interior das prisões. 
O que a ONU recomenda para as autoridades brasileiras? O que precisa ser 
feito? 
A crise do sistema prisional no Brasil requer um forte compromisso político do mais 
alto nível de governança. O Brasil precisa enfrentar a crise do sistema prisional, que 
vem de longa data, através de políticas públicas e legislação em linha com os padrões 
internacionais. 
As recomendações do SPT, do relator especial, e de outros mecanismos de proteção 
regional e universal de direitos humanos oferecem um sólido guia para a formulação 
de tais políticas. A superlotação dos presídios, o déficit de vagas, casos de tortura e 
rebeliões, o controle feito pelo crime organizado e a política de encarceramento são 
alguns dos principais pontos que o Brasil precisa enfrentar neste contexto. 
O Brasil conta com um sistema de combate e prevenção à tortura, que inclui o 
Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, o que foi reconhecido como 
um desenvolvimento positivo pelos peritos do Sub-comitê. Alguns estados do país já 
criaram mecanismos preventivos contra a tortura, e os governos estaduais que ainda 
não o fizeram também devem estabelecer esse tipo de mecanismo. 
Mas não basta apenas com criar este tipo de órgão: eles devem ser implementados 
efetivamente e as autoridades devem garantir sua autonomia operacional e 
independência, bem como recursos adequados, para que seu trabalho de fiscalização 
possa ter um impacto verdadeiro para o melhoramento do sistema penitenciário do 
Brasil. 
As atividades que o grupo deverá realizar são: 
 
1. O grupo deverá fazer um resumo da matéria publicada na Exame digital, com pelo 
menos 05 parágrafos contendo os aspectos principais abordados. 
2. Os participantes do grupo deverão fazer uma pesquisa na rede mundial de 
computadores sobre a privatização do sistema prisional no Brasil e, apresentar o 
resultado em um texto de no mínimo 40 e no máximo 80 linhas. Deverão se atentar, 
principalmente, para os seguintes pontos: existem presídios privatizados no Brasil? A 
experiência tem sido positiva ou negativa? Por que? 
3. Os participantes do grupo deverão apresentar 3 argumentos favoráveis e três 
argumentos contrários à privatização dos presídios no Brasil. 
 
Observações: A estrutura do trabalho deve levar em conta os tópicos acima exigidos em 
ítens/capítulos separados. Configuração mínima: Arial 12, espaçamento 1,5. 
 
3. PRAZO DE ENTREGA E POSTAGEM DA APS 
 
Os trabalhos da Atividade Prática Supervisionada deverão ser postados no site 
http://trabalhosacademicos.unip.br/entrega pelos líderes dos Grupos que deverão 
cadastrar anteriormente os RA’s dos demais componentes, em data a ser estabelecida e 
divulgada no próprio site. As APS serão validadas e registradas individualmente em ficha 
própria (Ficha de Acompanhamento da APS - anexa), e que deverão ser postadas (de todos 
os integrantes do Grupo) pelo Líder juntamente com o Trabalho no site acadêmico. 
 
Bom trabalho!

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