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Dos Bens Considerados em si mesmos

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Dos Bens 
Bens considerados em si mesmos
Os Bens são classificados de acordo com as relações jurídicas que ocasionam, e ao colocá-los em uma determinada categoria, atraem para si certos princípios que, permitem decidir a forma como a lei o trata e quais as relações jurídicas que desperta. 
Dos Bens Considerados em si Mesmo
Bens Imóveis
Bens Móveis
Bens Fungíveis e Consumíveis
Bens Divisíveis
Bens Singulares e Coletivos
Bens Imóveis (Art. 79, Art. 80 e Art. 81 CC/02)
São aqueles que não podem ser transportados de um lugar para outro sem alteração de sua substância.
Podemos dividir os bens imóveis nas seguintes categorias: 
por natureza;
por acessão física;
por acessão intelectual;
por determinação legal.
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Bens imóveis por natureza
O solo e tudo aquilo que lhe incorporar naturalmente. Assim também, menciona Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, dizendo que pertencem a esta categoria “o solo com a sua superfície os seus acessórios e adjacências naturais”.  Ex: o subsolo, as árvores (quando separadas do solo são consideradas bens móveis), os frutos pendentes (quando separados são considerados bens imóveis), o espaço aéreo.
Bens imóveis por acessão física
“São bens que o homem incorpora permanentemente ao solo” (FIUZA, 2004, p.173) Ex: construções, sementes lançadas à terra.
Bens imóveis por acessão intelectual
“São os bens que o proprietário intencionalmente destina e mantém no imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (Art. 43, III, do CC-16)” (STOLZE, 2007, p.262). 
Por estes bens encontramos nas doutrinas os seguintes exemplos:
a) Exploração industrial: máquinas, ferramentas
b) Aformoseamento: vasos, estátuas no jardim, quadros
c) Comodidade: ar condicionado, escada de emergência, equipamentos de incêndio.
Obs.
Há divergência doutrinária se essa categoria de bens imóveis foi ou não mantida no Código Civil de 2002, pois o legislador não a faz constar expressamente. Venosa menciona que essa “noção (acessão intelectual) também deve estar compreendida na fórmula geral do novo art. 79.” (VENOSA, 2006, p. 311), Gustavo Tepedino diz que “o legislador rejeitou a aderência legal e automática dessa classe de bens aos bens imóveis, o que vale rejeitar qualquer espécie de acessão intelectual, implicitamente configurada.” (TEPEDINO, 2004, p. 174).
Bens imóveis por determinação legal 
Bens imóveis por determinação legal que são aqueles considerados imóveis por determinação legislativa. Ex. herança é tratada como bem imóvel até o momento da partilha.
Bens Móveis (Art. 82, Art. 83, Art. 84 CC/02) 
Bens móveis são aqueles suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia sem que isso altere a sua substância ou destinação econômica.
Os bens móveis podem ser divididos em três aspectos:
por acessão física;
por acessão intelectual;
por disposição legal.
Os bens móveis por natureza ou de acessão física
Os bens móveis por natureza ou de acessão física possuem movimento próprio ou de remoção por natureza. Dentro desta esfera podemos destacar uma espécie de bens móveis que tem movimento próprio são os bens semoventes: o cavalo, gado etc. 
Outros bens destacados nesta esfera são as coisas que podem se movimentar por remoção sem alteração da sua substância e perda econômica-social. Ex: cadeira, carro. 
Bens móveis acessão intelectual
“Pois embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis”. (STOLZE, 2007, p.364) Exemplos que podemos destacar são as: árvores – contrato de compra e venda de uma plantação de eucalipto. Nesta mesma teia Venosa expõem que embora “incorporados ao solo, destinam-se à separação e serão convertidos em móveis, como é o caso das árvores que se converterão em lenha, ou da venda de uma casa para demolição.” (VENOSA, 2006, p. 314)
Bens móveis por disposição legal
São aqueles bens, obviamente considerados por uma determinação legal, estes são considerados móveis para que se submetam ao regime dos bens móveis.
Para tal o artigo 83 do CC/02 considera bens móveis: 
I) as energias com valores econômicos (ex: energia elétrica); 
II) os direitos reais sobre os bens móveis (ex: penhor) e suas respectivas ações; 
III) os direitos pessoais de caráter patrimonial e suas respectivas ações. (ex: ações de sociedade mercantil).
Bens Fungíveis e Consumíveis (Art. 85, Art.86 CC/02)
Bens fungíveis “são aqueles bens que podem ser substituídos por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade” (STOLZE, 2007, p.265). São bens que, caso sejam substituídos, terão a mesma destinação econômica-social cereais, dinheiro, gado. Podemos dizer que o dinheiro é bem fungível por excelência.
Bens Infungíveis são bens que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Segundo Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias, são “bens insusceptíveis de substituição por outro de igual qualidade, quantidade e espécie” (ROSENVALD, 2007, p.356).
Bens Fungíveis e Consumíveis (Art. 85, Art.86 CC/02)
Bens consumíveis “são bens móveis cuja utilização acarreta destruição da sua substância” (FIUZA, 2004, p.174) Exemplos, são: alimentos, cosméticos etc.
Bens inconsumíveis: são os bens móveis cuja utilização reiterada não acarreta destruição da sua substância. “são bens que suportam uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento progressivo natural” (STOLZE, 2007, p266). Portanto são bens que não terminam com o uso. Ex: carro.
Bens Divisíveis (Art. 87, Art. 88 CC/02)
Divisíveis são aqueles que podem ser fracionados em porções reais sem alteração dele.
Os bens podem tornar-se indivisíveis:
por sua natureza, toda vez que o objeto, a sua fração for determinar a perda de sua utilidade, a alteração de substância ou ainda a redução excessiva do seu valor, o bem será considerado indivisível por sua natureza. Ex. Touro reprodutor é um bem indivisível;
por determinação legal, Ex: herança é um bem indivisível até o momento da partilha;
por determinação das partes.
Bens Singulares e Coletivos (Art. 89, Art. 90, Art. 91 CC/02)
Bens singulares são “bens considerados em sua individualidade independentemente dos demais” (ROSENVALD, 2007, p.359). É uma unidade física independente. “são individualizados como um livro ou um apartamento” (FIUZA, 2004, p.176). 
Bens coletivos é a reunião de bens que serão considerados em seu conjunto formando um todo unitário. “As coisas coletivas formam universalidade de fato ou de direito” (STOLZE, 2007, p.268), vejamos:
Universalidade de fato: “conjunto de bens de uma pessoa que tenham destinação unitária” (STOLZE, 2007, p.268). Ex: uma biblioteca ou uma galeria de quadros ou estabelecimento comercial;
Universalidade de direito: complexo de relações jurídicas de uma pessoa dotadas de valor econômico. A norma jurídica é que confere unidade a esses bens. Ex: herança, massa falida, bens do ausente.
Bibliografia 
Código Civil Atualizado
AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução, 6º edição, São Paulo: Renovar, 2006
DINIZ, Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva.
FÁRIAS, Cristiano Chaves e ROSENVALD, Nelson: Direito Civil, Teoria Geral, 6º edição, Lúmen Júris, Rio de Janeiro, 2007 
FIÚZA, Cezar. Direito Civil: Curso Completo. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona, Novo Curso de Direito Civil, Parte Geral, 8º edição. Volume 1.  Saraiva. São Paulo, 2007
TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloísa Helena; BODIN, Maria Celina. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Parte Geral. Volume 1.São Paulo: Atlas, 2004.
DaviSouza de Paula Pinto em:
 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3083

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