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Organização da Aula Caro aluno, seja bem-vindo à aula 4 da disciplina Gestão de Custos Industriais! Após termos noções básicas sobre custos, a partir de agora teremos um estudo mais aprofundado sobre o assunto. São estes os temas da aula 4: 1. Custeio variável: aplicações avançadas 2. Custeio Baseado em Atividade (ABC) 3. Determinação do custo dos bens vendidos 4. Métodos para precificação do estoque Custeio Variável: aplicação avançada O sucesso de uma gestão de custos industriais depende da organização sistêmica da empresa. Ou seja, como o comportamento das vendas é incorporado na organização da indústria. É fácil alcançarmos esta percepção quando entendemos que o custo total depende como o custo fixo irá comprometer o comportamento do custo variável. Afinal de contas, como visto em aulas anteriores, a eficiência dos fatores variáveis depende fortemente da estrutura que está estabelecida pelos fatores fixos da empresa. E, dentre outras ferramentas, o grau de comprometimento da receita e a margem de segurança são dois indicadores poderosos sobre essa relação. O Grau de Comprometimento da Receita (GCR) apresenta qual é a posição do ponto de equilíbrio em relação à capacidade máxima de produção da entidade ou ainda, pode ser utilizada considerando a quantidade de venda atual. Sendo assim, quanto maior for seu valor maior é o risco da entidade em suas operações. O motivo? Pense bem, quanto maior for a parcela das vendas que precisa ser usada para apenas atingir o Ponto de equilíbrio, temos que, logicamente, maior é o nosso risco em caso de retração econômica. Veja a fórmula (01): Onde: GCR: Grau de comprometimento da receita RE: Receita de equilíbrio RCM: Receita da capacidade máxima GCR = RE / RCM Pela fórmula demonstrada pela Equação 01, fica claro que o GCR é uma razão que informa quantos reais (R$) da receita de equilíbrio estão presentes em cada um real (R$1,00) de receita da capacidade máxima. Por exemplo, se a GCR for igual ao valor um, nesse caso, toda a capacidade da empresa é apenas para honrar gastos, nada sobra de lucro. Contudo, se o GCR é um valor de 10 centavos, então temos que 10% da RCM é para o PE e os 90% é para geração de lucro. Convenhamos, essa informação para um processo de gestão de custos é incrivelmente importante, pois nos permite entender qual o tipo de estrutura industrial precisa ser construída para aumentar a riqueza da empresa. Quanto ao segundo indicador que o custeio variável nos permite alcançar, temos a Margem de segurança (MS). Esta é uma análise de risco operacional que se obtém pela razão entre a diferença da quantidade transacional (vendas) e o PE, a qual forma a MS Absoluta (MSA), e a quantidade transacionada no período. Veja a fórmula (02): Onde: MSA: Margem Seg. absoluta MS%: Margem Seg. percentual Qt: Quant. Transacional PE: Ponto de Equilíbrio MS% = MSA / Qt . 100 ou MS% = (Qt - PE) / Qt . 100 Como demonstra a Equação 02, o valor obtido para MS% é a demonstração de quanto cada 100 unidades de venda (Qt) apresentam de saldo em relação ao ponto de equilíbrio (Qt - PE). Nesse sentido, quanto maior seu valor melhor para a empresa, pois caso ocorra uma queda das vendas, se esta não for maior que MS%, não teremos um cenário de prejuízo. Reflita comigo, se a empresa tem uma MS% de 25%, isso significa que para 100 unidades de venda (Qt) temos 25 unidades de segurança, sendo assim, uma queda de 10% em relação ao volume Qt, consome apenas 10 unidades de venda e, assim, reduz apenas nossa MS% para 15 unidades, ou seja, sem arrastar a empresa para uma zona de prejuízo. Portanto, novamente, temos aqui um indicador extremamente importante para o processo de gestão estratégica de custos. Acredito que tenha ficado claro que quando uma estrutura industrial é montada acima do necessário, teremos um custo fixo maior e, dessa forma, um custo total maior que resulta em indicadores ruins para GCR e MS%. A solução? Simplesmente, elaborar uma estrutura mais eficiente possível para o curto, médio e longo prazo. Ou seja, o gestor de custos precisa garantir que o curto e médio prazo sejam bons o bastante para permitir que a empresa possa existir até que o futuro, o longo prazo, chegue. Antes de encerrarmos o custeio variável vamos ver sua contribuição sistêmica com relação ao MC, PE, GCR e MS%. Vamos entender: A empresa “Bolacha Sónóis Élegal Ltda.” apresentou os seguintes dados para sua operação mensal: PV: R$ 3,50/unidade (Preço de venda) CF: R$ 70.000,00/mês (Custo fixo) DF: R$ 30.000,00/mês (Despesa fixa) CVu: R$ 0,90/unidade (Custo variável/und). DVu: R$ 0,60/unidade (Desp. variável/und). CMP: 200.000 unidades (Capac. Máx. Produção) Qt: 60.000 unidades (Quant. Transacional) Com base nesses valores determine a MC, PE, CGR e MS%. A) Margem de Contribuição (MC) Cvu + Dvu = GVu 0,90 + 0,6 = R$ 1,50/und. PV – Gvu = MC 3,50 – 1,50 = R$ 2,00/und. Comentário: até que o PE seja alcançado, o MC apresenta que cada unidade de produto vendido pela empresa contribui com R$ 2,00 para que os gastos fixos (custos + despesas) sejam honrados. Após o PE ser alcançado, esse valor por unidade da MC se converte em lucro por unidade vendida de produto. B) Ponto de Equilíbrio (PE) CF + DF = GF 70 mil + 30 mil = R$ 100 mil/mês. GF / MC = PE $100 mil / $2=50 mil unid. Comentário: o valor de 50 mil unidades é o valor do PE. Esse volume de produto indica qual o ponto físico da transação na qual lucro e receita se encontram. Nesse caso: + R$ 175 mil de receita (50 mil x R$3,5 de preço unitário) - R$ 100 mil de gasto variável (50 mil x R$1,5 de gasto unitário) - R$ 70 mil de gasto fixo = R$ 0 (zero) => nem lucro, nem prejuízo => equilíbrio! C) Grau de comprometimento da receita (GCR) RE / RCM = GCR (PV . PE) / (PV . CMP) = GCR Vamos considerar que o preço de venda é constante em PE e CMP: (PV . PE) / (PV . CMP) = GCR 50 mil / 200 mil = 0,25 Sendo: GCR = 0,25 => 25/100 => CGR = 25% Comentário: conforme demonstra o CGR, a empresa consume ¼ de sua capacidade de produção apenas para alcançar o PE, sendo assim, ela ainda dispõe de ¾ dessa capacidade da fábrica para gerar produto para alcançar lucro. Ou seja, ela ainda tem bastante espaço para crescer. D)Margem de segurança percentual (MS%) MSA = Qt – PE MSA = 60 mil – 50 mil = 10 mil unid. MS% = MSA / Qt MS% = 10 mil / 60 mil MS% = 16,67% Comentário: a empresa tem uma MSA de 10 unidades, sendo assim, ela pode ter uma queda de 16,67% em relação ao volume atual de venda (60 mil unidades) sem que isso resulte em uma situação de prejuízo. Ainda ficou com dúvidas? Assista à videoaula, a seguir, em que o professor Ernani explica sobre essas fórmulas. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/A BR/MT50029-A04-P02.mp4
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