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Anotações em Aula Penal 1

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DIREITO PENAL I – Prof. Paulo Donadelli
- A finalidade do direito penal é tutelar (proteger) bens jurídicos fundamentais.
- bem = tudo aquilo que possui “valor”;
- bem jurídico = tudo que é protegido pelo Estado.
Objetividade Jurídica do crime: é o bem jurídico fundamental que o crime defende, ou seja, todo crime protege um bem jurídico fundamental.
Crime complexo: é aquele que tem dupla objetividade jurídica, ou seja, tutela dois bens jurídicos fundamentais (ex: latrocínio, extorsão mediante sequestro).
Características do Direito Penal (principais)
1) Seletivo: seleção das condutas que serão tipificadas e transformadas em crime, pelo legislador (condutas graves). Todo crime está descrito dentro de um tipo penal. O tipo penal é, portanto, a estrutura normativa que define o crime.
2) Fragmentário: o direito penal se interessa por parte dos bens jurídicos e não de todos, apenas os fundamentais.
3) Última ratio: é quando a norma de outro ramo do direito não consegue solucionar o problema aí então entra o direito penal em “última instância” para solucionar (subsidiariedade).
4) O direito penal deve ser adequado socialmente, ou seja, deve atender às vontades da sociedade.
Qual poder legislativo tem competência pra legislar em matéria penal? Segundo o art. 22, I, CF/88 compete privativamente a União legislar sobre direito penal.
Obs: lei complementar poderá autorizar Assembleia Legislativa a legislar sobre direito penal (quem elabora a lei complementar é a União).
1. Principio da Legalidade Penal:
 Art. 1º. - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Obs: não existe crime e não existe pena fora da lei; os dois subprincípios embutidos são: princípio da reserva legal e o da anterioridade penal.
- Reserva Legal: o crime e a pena são fatos reservados à lei; somente por lei ordinária/complementar federal podem ser criados crimes e definidas penas.
- Anterioridade Penal: a norma penal incriminadora que cria um crime nunca retroage, portanto, é irretroativa (para prejudicar o réu).
2. Lei Penal noTempo 
Art. 2º. - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Aboliciu Criminis: quando um crime deixa de existir.
Obs 1: Tudo que “beneficia” retroage e tudo que “não beneficia” não retroage.
Obs 2: Sem que ocorra a mudança da conduta criminosa o legislador pode, no decorrer do tempo, modificar as penas para mais ou para menos. Nesse caso, aplica-se a lei que mais seja benéfica ao réu, até mesmo se a lei estiver revogada por outra (ultratividade penal – dar aplicação jurídica a uma lei já revogada).
3. Lei Excepcional ou Temporária
Art. 3º. - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Em regra, as leis não possuem prazo certo de vigência, elas iniciam e tem validade por tempo indeterminado. Na lei temporária a vigência é datada, ou seja, tem data para iniciar e para terminar a vigência. A lei excepcional vigora em um evento não comum, durante um tempo anormal na sociedade, ou seja, ligada a um fato excepcional. Ex: calamidade pública, guerra, epidemias etc.
Obs: aboliciu criminis não se aplica nesse artigo, ou seja, os crimes praticados durante a vigência de lei temporária/excepcional aplica-se a “pena” dessa lei, os efeitos permanecem.
“A lei se encerra e seus efeitos permanecem”.
4. Tempo do Crime
Art. 4º. - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Existem 3 teorias que delimitam o tempo do crime:
4.1) Teoria da Atividade (adotada no Brasil): o crime aconteceu no momento da ação ou omissão (conduta humana).
4.2) Teoria do Resultado: o crime acontece no momento em que se dá a produção do resultado.
4.3) Teoria Mista ou da Ubiquidade: o crime acontece no momento da ação ou omissão ou no momento do resultado.
Obs: nos crimes permanentes a conduta se prolonga no tempo, ou seja, ela acaba apenas quando cessa a ação/omissão.
 
5. Territorialidade Temperada (relativizada)
Art. 5º. - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Obs 1: O diplomata não se sujeita a legislação do local aonde ele esteja trabalhando mas sim à do seu país de origem (territorialidade temperada).
Obs 2: O alto mar e o respectivo espaço aérea é considerado “terra nulis” (terra de ninguém);
Obs 3: Princípio da Bandeira / Pavilhão: se a embarcação é privada, em área internacional impera esse princípio, ou seja, o crime cometido dentro dessa embarcação será “julgado” pelo país no qual ela está registrada (serão extensão do território nacional). Se estiverem em outro país vigora a lei do país aonde se encontre.
Se a embarcação for pública, aonde quer que ela se encontre sempre será considerada extensão do território nacional.
6. Lugar do crime
Art. 6º. - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Pergunta-se: Onde o crime aconteceu?
1ª Teoria, Atividade: considera-se praticado o crime no lugar onde se deu a ação ou omissão.
2ª Teoria, Resultado: considera-se praticado o crime no local onde se deu a produção do resultado.
3ª Teoria: Mista ou Ubiquidade (adotada no Brasil): considera-se o lugar do crime onde se deu a prática da ação ou omissão como também o local onde se produziu o resultado.
7. Extraterritorialidade
7.1 Princípios Orientadores da Extraterritorialidade: 
7.1.1) Defesa Real ou Proteção: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados no estrangeiro que lesionam ou ofendem o interesse nacional (a vítima é a própria República Federativa do Brasil);
7.1.2) Justiça Universal: aplica-se a lei penal do Brasil a crimes que atentam contra a humanidade (ex: genocídio) ou crimes que a comunidade internacional se obriga a reprimir (ex: terrorismo internacional, tráfico internacional de drogas).
7.1.3) Nacionalidade
	3.1) Ativa: sujeito que pratica a ação;
	3.2) Passiva: interessa a nacionalidade da vítima
7.1.4) Pavilhão ou Bandeira: para aeronaves e embarcações; o crime será julgado no país em que foi cometido; se estiverem em outro país vigora a lei do país aonde se encontre.
Art. 7º. - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes:
	a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (defesa real)
	b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (defesa real)
	c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (defesa real)
	d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (justiça universal)
Obs: chamada de extraterritorialidade incondicionada: nãodepende de qualquer condição.
1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
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II - os crimes: 
	a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (justiça universal)
	b) praticados por brasileiro; (nacionalidade ativa)
	c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (pavilhão ou bandeira)
Obs: chamada de extraterritorialidade condicionada: não basta ocorrer o fato concreto mas sim comprovar algumas condições.
2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso (tem que cumprir todas as condições) das seguintes condições:
	a) entrar o agente no território nacional; 
	b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
	c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
	d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
	e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior além de (princípio nacionalidade passiva):
	a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
	b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Obs: chamada de extraterritorialidade condicionada: não basta ocorrer o fato concreto, mas sim comprovar as 5 condições do item 2º + as duas condições acima.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8º. - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
Eficácia de sentença estrangeira 
Obs: aplica-se comutação de penas; uma pessoa pode ser processada mais de um vez pelo mesmo crime, porém, ela não pode ser punida pelo mesmo crime mais de uma vez.
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º. - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada ( pelo STJ) no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança (tratamento psiquiátrico).
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Obs: não pode homologar a sentença penal estrangeira para cumprimento de pena, apenas para danos civis ou para sujeitá-lo a medida de segurança.
Contagem de prazo
Art. 10. - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum (gregoriano).
Frações não computáveis da pena
Art. 11. - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de real cruzeiro.
Legislação especial
Art. 12. - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
Norma Penal em Branco
É aquela que para ser aplicada necessita de um complemento.
 1) Norma Penal em Branco Latu sensu (sentido amplo): é aquele cujo complemento advém de uma outra norma de mesma hierarquia da lei penal.
2) Norma Penal em Branco Strictu sensu (sentito restrito): é aquela em que o complemento advém de uma outra norma de hierarquia inferior à lei penal.
Conflito Aparente de Normas
É quando é possível aplicar duas ou mais tipificações a um mesmo caso concreto. Neste caso deve-se verificar qual tipo é mais adequado àquela conduta.
Ex: quando se inicia uma execução de lesão corporal e durante a execução o autor muda o dolo e intensifica a execução matando a vítima, nesse caso o autor só responde pelo crime final – homicídio. A parte de “lesão corporal” apenas serve para agravar. (progressão delituosa).
DO CRIME
Corrente bipartida: entende que o conceito de crime é a junção de dois elementos, fato típico (art. 1º) e antijurídico (art. 23).
Para essa corrente, a culpabilidade (art. 26) é pressuposto de aplicação de pena e não um elemento do crime (pode ter pena ou não).
Corrente tripartida: entende que o conceito de crime é a junção de três elementos, fato típico (art. 1º, antijurídico e culpável (art. 26). (sempre vai ter pena)
1. Fato Típico: toda conduta humana tipificada dentro de um tipo penal
	1.1) Conduta; (modificação do mundo exterior provocando um resultado).
- ação (comportamento positivo ou crime comissivo) ou omissão (comportamento negativo ou crime omissivo) são praticadas apenas por ser humano, de forma dolosa ou culposa;
Elementos objetivos da conduta: ação ou omissão;
Elementos subjetivos da conduta: dolo ou culpa.
O conceito de conduta é formado por dois elementos: objetivos e subjetivos.
* Crime Comissivo ação
			 Próprio: “verbo” é uma omissão
* Crime Omissivo
			 Impróprio (crime comissivo por omissão): “verbo” de ação que se dá na omissão. 			 §2º, art.13 – relevância da omissão. Ex: aquele revestido como garantidor (aquele 			 que tem o dever de agir; tem que fazer algo, mas não faz e isso produz um resultado).
Obs: não se pune NUNCA a tentativa em crime omissivo.
Relevância da omissão 
2º - A omissão é penalmente relevante quando o emitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
	a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
	b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
	c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Causa Paralela ou Concausa (conduta que ocorre juntamente com a conduta):
	- Causa Paralela Absolutamente Independente: que essa causa não tem nada a ver com a outra,
	 dois eventos apartados. A pessoa responde pela tentativa do crime (sempre rompe o nexo causal, 	 ou seja, responde por tentativa). Ex: veneno no suco e terremoto que matou.
	- Causa Paralela Relativamente Independente: a pessoa responde pelo crime consumado (deve-se fazer duas diferenciações, se for concomitante da outra conduta não rompe o nexo causal e responde por consumação, se for um outro fato superveniente rompe o nexo causal e responde pela tentativa). Ex 1: susto com a arma que matou (responde por crime consumado). Ex 2: pessoa leva paulada e ambulância capota e ele morre (responde por crime tentado).
Iter Criminis (4 fases que o autor percorre na linha de desdobramento da conduta):
1ª – Cogitação: pensar, desenvolver em sua mente, elaborar mentalmente algo. (se somente ocorreu cogitação isso não importa ao direito penal – não tem repercussão jurídica penal).
2ª – Preparação: arrumar o modo em que a conduta será realizada. (se somente ocorreu preparação isso não importa ao direito pena – não tem repercussão jurídica penal).
Ex: alugar uma chácara para servir de cativeiro (não é crime).
Somente será considerado crime se for “crime autônomo” (ex: comprar uma arma raspada para executar um sequestro. Se a polícia parar, responderá só pelo fato de comprar arma, é crime de porte de arma).
3ª – Execução: se inicia com a prática do primeiro ato com potencialidade para consumação do crime.
	a) Tentativa: iniciada a execução o crime não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. É causa de diminuição de pena.
		a.1) Tentativa branca: o crime é tentado porém a vítima não sofre nenhum dano. Ex: dei
		vários tiros mas errei todos; quando a munição falha, etc.
		a.2) Tentativa cruenta: quando dá um tiro,porém a vítima vai para o hospital e sobrevive.
		b.1) Tentativa perfeita: o sujeito percorreu toda a linha de execução perfeitamente
		mesmo assim o crime não se consumou.
		b.2) Tentativa imperfeita: quando os atos executórios preparados são interrompidos, não
		se consegue cometer todos eles.
Pena de Tentativa 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3.
Obs: Quando iniciada a execução, quanto mais perto da consumação menor a atenuação da pena; quando mais longe da consumação mais atenuado será o crime.
Obs: Nunca há crime na forma tentada em: crime omissivo, crime culposo, crimes habituais (só nos instantâneos), contravenção penal ou crimes impossíveis. (VAI CAIR NA PROVA !!!)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15. - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. (após o início da execução e antes da consumação. Não há como haver tentativa nesses casos, ou foi tentativa ou algum desses dois institutos)
	a) Desistência voluntária: voluntariamente desiste de prosseguir na execução.
	b) Arrependimento eficaz: voluntariamente impede que o resultado se produza.
Arrependimento posterior (posterior à consumação)
* Tem que ser SEM violência ou grave ameaça; deve se arrepender após a consumação, mas antes de iniciado o processo; deve ter reparado o dano.
Art. 16. - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
Crime impossível
Art. 17. - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio (o que é utilizado para a prática do crime, instrumento do crime) ou por absoluta impropriedade do objeto (ex: a pessoa esqueceu seu celular na mesa e depois, sem saber que era dela mesma, subtraiu para si; Tício pretende matar Mévio e invade sua casa para desferir-lhe tiros, porém, Mévio já se encontrava morto há 4h por um AVC, mas Tício não sabia) é impossível consumar-se o crime.
4ª – Consumação: se dá quando reúne todos os elementos do tipo penal.
Crime consumado 
	I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Sujeitos do Crime
a) Sujeito Ativo do crime: quem pratica a conduta, o criminoso. Quem pode ser é pessoa humana
Classificação dos Crimes segundo o sujeito ativo:
	a1) Crime Comum: aquele crime que pode ser praticado por qualquer pessoa (maior e capaz).
	Ex: homicídio, furto, roubo.
	a2) Crime Próprio: aquele que somente uma categoria de pessoas pode cometer o crime. Ex:
	peculato, prevaricação, corrupção passiva, concussão, infanticídio.
Obs: O Direito Brasileiro adotou o regime da responsabilidade penal da pessoa jurídica, a PJ pode ser punida pela prática de crimes, mas quem cometeu o crime foi a pessoa física responsável (dirigente). Somente podem praticar crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira/tributária e contra crimes contra a economia popular.
b) Sujeito Passivo do Crime: recebe a conduta, a vítima. Pode ser pessoa física, jurídica, coletividade*, a família* (no caso de crimes contra mortos), o Estado.
* Entes despersonalizados, portanto os crimes cometidos contra eles são crimes vagos. (a vítima é um ente despersonalizado. Ex: crime ambiental, vilipêndio a cadáver, etc.)
	1.2) Resultado;
	1.3) Nexo causal; (relação de causa-efeito ente a conduta e o resultado)
	1.4) Tipicidade. (verificar se a conduta está descrita em algum tipo penal).
Relação de Causalidade
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente.
1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Art. 18. - Diz-se o crime:
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado (dolo direto – o agente tem consciência da conduta que pratica, do resultado, e o faz) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo indireto eventual – o agente quer praticar a conduta e sabe que há grande possibilidade/probabilidade de surgir um resultado só que ele é indiferente ao resultado, não o queria, porém assumi o risco – teoria do assentimento);
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
* não há crime culposo se não se der o resultado (por isso não se pune a tentativa de crime culposo)
	a) Imprudência: comportamento positivo, ação (ex: fazer as coisas com pressa).
	b) Negligência: comportamento negativo, omissão (ex: não estudar para a prova).
	c) Imperícia: falta de perícia, falta de conhecimento técnico.
Culpa Consciente: é quando o sujeito prevê o resultado que era previsível, porém não quer que o resultado aconteça, pois, o sujeito acha que tem possibilidade de evitar o resultado (excesso de confiança).
Culpa Inconsciente: é quando o sujeito não prevê o resultado que era previsível.
* Todos os eventos imprevisíveis não configuram crime, nem doloso nem culposo (ex: alguém que se atira na frente do carro).
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
REVISÃO
1) Quais são os dois princípios que formam o princípio da legalidade penal?
R: Reserva Legal (A União é quem tem competência para legislar sobre direito penal) e da anterioridade (deve-se ter lei anterior definindo crimes e cominando penas).
Abolitiu Criminis: lei nova revoga lei anterior deixando de ser crime tal conduta. O abolitiu criminis extingue todos os efeitos PENAIS, apenas penais.
2) Qual são as teoria adotadas para tempo e lugar do crime?
R: Tempo do crime = teoria da atividade; Lugar do Crime = teoria da ubiquidade.
3) O que se considera território por extensão?
R: trata de embarcação e aeronave princípio da bandeira 
4) Quais são os 2 únicos casos em que se permite homologação de sentença penal estrangeira no Brasil?
R: no caso de reparação do dano civil da vítima ou para execução de medida de segurança (para cumprimento de pena JAMAIS).
5) Quais são os 4 princípios orientadores da extraterritorialidade penal no Brasil?
R: proteção e defesa real (interesses do Estado), justiça universal (atentam contra a humanidade), nacionalidade (de onde o sujeito nasceu – ativa ou passiva), da bandeira (só vale p/ embarcações privadas em território estrangeiro e ali não foram julgados).
6) Conceito de crime
R: Teoria bipartida é fato típico e antijurídico (culpabilidade é apenas pressuposto de aplicação da pena); para a Teoria tripartida é o fato típico, antijurídico e culpável).
O que é conduta para teoria clássica: é uma força mecânica; um fazer ou não fazer; é só ação/omissão (elementos objetivos)
O que é conduta para teoria finalista: conta a finalidade, o porquê de se fazer; leva em conta dolo/culpa (tem elemento subjetivo).
Elementos caracterizadores da fatalidade: evento humano ou da natureza (caso fortuito ou força maior)
Norma Penal em Branco: aquela que necessita de um complemento, que pode advir de lei de mesma hierarquia ou hierarquia inferior.
PROVA AV 1 – Art. 1º ao 18
Teoria do Erro
Falsa percepção da realidade. Engano. 
1) Erro de Tipo (art. 20 CP): Erro do tipo penal, ou seja, no fato típico(excludente de tipicidade).
Exclui o dolo Exclui a conduta Exclui o fato típico Exclui o crime
Art. 20: Os erros sobre o tipo penal exclui o dolo, podendo o sujeito responder a título de culpa, se houver essa previsão legal.
2) Erro de Proibição (art. 21 CP): potencial consciência da ilicitude (está ligadoà culpabilidade, exclui a culpabilidade).
	Obs: nas duas primeiras NÃO HÁ CRIME NEM PUNIÇÃO
3) Erro de Execução (art. 73 CP): Iter criminis: 3ª fase – execução.
Surge um resultado diverso do pretendido pelo erro na execução do crime.
Obs: Quando danificar um bem alheio sem intenção, ele sai da esfera penal e vai para a cível. Quando a intenção é danificar o bem propriamente dito, aí se tipifica penalmente.
4) Erro sobre a pessoa da vítima(art. 20, §3º CP):
Ex: o sujeito quer matar a vítima, mas ele não quer sujar as mãos e contrata um matador de aluguel. Mas o matador de aluguel mata a pessoa errada. A pessoa responde pelo homicídio doloso.
Quando o crime se consuma?
R: Quando se reúne todas as elementares do tipo penal.
Elementos do Fato Típico
Conduta		Resultado		Nexo Causal		Tipicidade
 		 Um crime pode se consumar
Classificação de crimes segundo o resultado
1) Crime material;
2) Crime formal;
3) Crime de mera conduta.
1) Crime material: é aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado. É visível, pode se identificar (conduta – verbo). Necessitando da produção do resultado para a consumação do crime.
2) Crime formal: é aquele em que o tipo penal descreve a conduta e descreve o resultado, mas basta a prática da conduta para a consumação do crime. O resultado é um evento futuro, pode ou não acontecer. Ex: sequestrar – se consuma quando acontece o sequestro.
Palavra mágica = a fim de, com intuito.
3) Crime de Mera Conduta: é aquele em que o tipo penal só descreve a conduta. Basta a conduta para consumar.
ANTIJURIDICIDADE
* Alguma conduta que é contra a lei, fato ilícito.
* As excludentes de ilicitude está arrolado no art. 23 do CP, que é: legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
1. Excludentes de Ilicitude
1.1 Estado de Necessidade: conduta realizada em uma situação de perigo atual (deve estar acontecendo) ou risco de sofrer um dano, a fim de autoproteção ou de terceiro.
Obs: quem causa o perigo não pode atestar estado de necessidade.
Obs: pode sacrificar o bem jurídico para proteção de bem próprio ou de terceiro, porém, devem ser proporcionais os bens jurídicos.
Obs: ataque de animal (cão) é estado de necessidade.
Obs: furto famélico: roubar alimento para se sustentar ou a filho. Pode enquadrar-se em estado de necessidade.
1.2 Legítima Defesa: defende-se de uma injusta agressão humana, a si próprio ou para terceiros, atual ou iminente.
Obs: precisa-se usar dos meios moderados, quem excede perde a razão.
	1.2.1 Legítima defesa Putativa (imaginária): ex: matar alguém pensando que era bandido, mas não era, era um amigo, pois, as circunstâncias do momento o levou pensar que era um agressor.
1.3 Estrito Cumprimento do Dever Legal: cumprimento de uma atividade que por lei está autorizado e deve-se fazer.
1.4 Exercício Regular de Direito: golpe em uma luta (esportes); utilização de cão, cerca elétrica/concertina em proteção à propriedade.
________________________________________________________________________________________
Obs: há duas possibilidades de excludente de ilicitude para o aborto: 1) caso de estupro; 2) para salvar a vida da gestante.
CULPABILIDADE
* Não se confunde “culpabilidade” com “culpa”, esta é elemento subjetivo da conduta; aquela é um elemento conceitual de crime.
* Culpabilidade é definida como juízo de valor, censurabilidade pela sociedade.
A Culpabilidade é Formada:
1) Imputabilidade Penal (arts. 26, 27 e 28, CP): é sinônimo de responsabilidade penal, IMPUTÁVEL; quem não tem responsabilidade penal é INIMPUTÁVEL.
Inimputáveis:
	a) Doentes mentais, com desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26): o legislador adotou o critério biopsicológico. Não basta comprovar somente a condição biológica, é necessário comprovar que mesmo portador dessa condição mental a pessoa não tem capacidade de discernir a conduta (inteiramente /completamente).
- Inteiramente incapaz: absolve e aplica medida de segurança.
- Parcialmente incapaz: condena e aplica redução de pena (1/3 a 2/3).
- Sentença absolutória Imprópria: sentença que reconhece a inimputabilidade por doença mental e destina medida de segurança.
	b) Adotou o critério biológico, e o critério é a idade (art. 27): menor de 18 anos é inimputável.
	c) Art. 28. Não exclui a imputabilidade:
		c.1) nem a emoção nem a paixão – quem praticar o crime nesses estados irão responder por eles
		(não existe legítima defesa da honra);
		
		c.2) a embriaguez:
			1) dolosa (voluntária);
			2) culposa (involuntária) - teoria actio libera in causa (pessoa era livre no momento para
			escolher)- : se a pessoa era “livre” e decidiu iniciar a conduta ela irá responder pelos atos.
Obs: ambas são tipos de embriaguez não acidentais.
Obs: embriaguez pré-ordenada é se embriagar para “criar coragem”, com isso, a pessoa além de responder pelo crime aplica-se um agravante da pena.
Obs: Quando a embriaguez for total e por caso fortuito ou força maior ela exclui a imputabilidade. (ex: alguém inseriu alguma substância na bebida que o deixou embriagado)
2) Potencial consciência da Ilicitude (art. 21, CP):
Significa que o agente acha que a conduta dele não se enquadrava em ilicitude, ou seja, Erro de Proibição: exclui a culpabilidade, pois o agente não tem a potencial consciência da ilicitude. O agente tem a convicção de que não está fazendo nada de errado, não é alegar que desconhecimento da lei.
3) Inexigibilidade de Conduta Diversa (art. 22, CP):
 
Não exijo que o agente tenha uma conduta diferente da que ele teve naquela determinada situação.
Coação física irresistível: há emprego de violência, perde a racionalidade, a voluntariedade exclui o dolo e/ou culpa exclui a conduta exclui o fato típico não há crime.
Coação Moral: não retira a voluntariedade; não há emprego de violência e sim de grave ameaça. exclui a culpabilidade
Ordem superior hierárquica não manifestadamente ilegal: se a ordem foi “aparentemente” legal o agente não responde, naquele momento não parecia ser ilegal exclui a culpabilidade.
Ordem superior hierárquica manifestadamente ilegal: se o agente verifica que a ordem é manifestadamente ilegal ele deve descumprir a ordem, senão será cúmplice de tal.
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ASSUNTOS DA PROVA
QUESTÃO 1 – princípios norteadores do Direito Penal (trabalhinho);
QUESTÃO 2 – elemento nexo de causalidade (fato típico – conduta/resultado/nexo causal/tipicidade). Art. 13. Diferença entre causa e concausa (relativamente ou absolutamente independente);
QUESTÃO 3 – Elementos que compõe o conceito analítico do crime; (crime é fato típico, antijurídico e culpável); tripartido e bipartido.
QUESTÃO 4 – Culpabilidade; o sujeito é ou não responsável criminalmente? (imputabilidade penal – 1º elemento – menor de 18 anos, doente mental que não tem discernimento e embriagado por causo fortuito ou coisa maior);
QUESTÃO 5 – Art. 4º: Tempo do Crime (teoria da atividade) – aplicação da lei penal
QUESTÃO 6 – Crime culposo, Art 18, II; conceito de culpa consciente de forma geral (imprudência, negligência e imperícia).
QUESTÃO 7 – Teoria do Erro (erro de tipo, proibição, de execução ou pessoa da vítima);
QUESTÃO 8 – Nexo causal – de forma geral.
QUESTÃO 9 – crime omissivo (conduta por omissão); é ou não garantidor?
QUESTÃO 10 – excludente de ilicitude (legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal, exercício regular de direito).
Casos concretos
Nº 10
a) Norma Penal em Branco: ela necessita de complemento, precisa exemplificar na legislação qual a função do médico, do dentista e do farmacêutico.
b) Se verificarmos na norma de regulamentação de médico, a atividade de acupuntura não é exclusiva de médico, portanto, não tem tipicidade então não é crime.
Nº11
a) não responde pelo crime de lesão corporal pois atua em estado de necessidade, há uma situação de perigo atual.
Nº 12
a) Nesse caso cabe legítima defesa, pois, ninguém está autorizado a “matar” em estrito cumprimento do dever legal.
b) O excesso descaracteriza a legítima defesa, não recebe a excludente de ilicitude se comprovado o excesso.
Nº 13
a) Não exclui a culpabilidade, pois, é motivo fútil. Teoria do actius libere in causa, se no início vc é livre para ingerir, dali pra frente a pessoa assume todos seus atos. Responde por Homicídio qualificado.
Nº 14
a) A pessoa alegou que não sabia que se tratava de cocaína, portanto, aplica-se a “teoria do erro – erro de tipo” (ele não sabe o que tá fazendo – não tem dolo). Exclui a tipicidade não tem fato típico não tem crime.
Nº 15
Erro de proibição – a pessoa comete o crime mas não sabe que tá cometendo pq ela acha que aquilo não é crime (porem configurou apropriação indébita).

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