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DIREITO CIVIL I – Prof. Sérgio Vieria
Surgimento, significado, diferenciação, divisão e características do Direito
1. Surgimento e significado do direito:
Conceito de Direito: é o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social.
“Direito é a norma das ações humanas na vida social, estabelecida por uma organização soberana e imposta coercivamente à observância de todos”. Duas características do Direito são: generalidade (a norma jurídica é feita para alcançar toda a sociedade) e juridicidade (o estado pode fazer observar a norma posta aos administrados).
2. Regras Sociais ou éticas:
2.1) Ações humanas que interessam ao Direito: todas as ações que possam violar a paz social.
2.2) Evolução das regras de comportamento: moral jurídica ou 	jurídica moral (adultério).
4. Direito Objetivo e Subjetivo:
Conceito: É o conjunto de regras de comportamento na vida social, estabelecido por um organismo soberano e imposto coercivamente à observância de todos, bem como a prerrogativa de cada um de invocar em seu favor este preceito geral.
Direito Objetivo: conjunto de normas postas pelo Estado na sociedade em um determinado espaço de tempo a fim de que seja observado por todos sob pena de sanção coercitiva.
Direito Subjetivo (pessoal): faculdade que a pessoa tem de exercer algo que está contido no preceito primário (lei), ou seja, a escolha que é dada a todos de “cobrar” um direito previsto na norma.
5. Direito Público e Direito Privado:
- Normas de Ordem Privada: Conjunto de regras que tem por finalidade estabelecer situações que dizem respeito a pessoas ou grupo de pessoas na sociedade tendo em vista os seus interesses particulares levando em conta a igualdade entre as pessoas e o poder de disponibilidade ($$).
Características: são dispositivas (as partes podem dispor de situações particulares da maneira que quiserem); supletiva (ampla liberdade dos particulares estabelecerem as regras mas o Estado “suplementa” as eventuais omissões para que não haja insegurança jurídica);
- Normas de Ordem Pública: Conjunto de regras que tem por finalidade estabelecer princípios e normas relacionados a fatos que interessam a toda coletividade.
Características: são imperativas (ser impositiva, obrigatória, coativa) e não supletivas.
- Pertencem ao Direito Público: Constitucional, Penal, Administrativo, Processual, Internacional
- Pertencem ao Direito Privado: Civil, Comercial, Empresarial.
Disciplina, Histórico, Diferença e Princípios do Novo Código
1. Disciplina e Âmbito de Aplicação:
Direito Civil: é o ramo do Direito Privado que cuida de estabelecer regras sobre direitos e interesses particulares, em geral, direitos disponíveis.
2. Histórico do Direito Civil:
Vem do direito romano, sofrendo influência do direito alemão e católico; passou posteriormente a sofrer influência do Bill of Rights, da declaração dos direitos do homem e do cidadão.
3. Código Civil Brasileiro de 1916:
Clóvis Bevilaqua foi o protagonista e precursor deste código civil; era muito individualista (traçava normas por objeto a pessoa em si, sem se preocupar com a sociedade), patrimonial e patriarcal;
4. Divisão do Código Civil Brasileiro de 2002:
4.1) Pessoas
	
	a) Naturais
		- personalidade e capacidade;
		- direitos da personalidade;
		- ausência.
	b) Jurídicas
	c) Domicílio							PARTE GERAL
4.2) Bens: Classificação de bens						
4.3) Fatos Jurídicos:
	a) negócio jurídico;
	b) Atos jurídicos lícitos;
	c) Atos ilícitos;
	d) Prescrição e decadência;
	e) prova.
- Direito das Obrigações;
- Direito das empresas;
- Direito das coisas;							PARTE ESPECIAL
- Direito de família;
- Direito das sucessões.
5. Princípios Básicos do Código Civil de 2002:
5.1) Socialidade:
	É aquele que leva em consideração os direitos individuais, mas leva em conta o ambiente coletivo que prevalece sobre os interesses individuais.
5.2) Eticidade:
	Razão, lealdade, honestidade. É aquele que consagra a ética humana como base de todo o ordenamento jurídico.
5.3) Operabilidade:
	Possibilidade da mesma norma tipificada na lei ser aplicada praticamente ao caso concreto com eficácia; o aplicador conseguir ajustar a aplicabilidade da norma no passar do tempo; torna a norma aplicável ao caso concreto, definindo o que é “ato jurídico” e o que é “negócio jurídico”.
Pessoa, Personalidade, Capacidade e Legitimação
1) Pessoa
Art. 1º Toda pessoa (natural e jurídica) é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
2) Personalidade
Art. 2º A personalidade civil (aptidão que um ser recebe do ordenamento jurídico para que ele possa ser inserido dentro do mundo jurídico) da pessoa começa com o nascimento com vida; ...
3) Capacidade Jurídica
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Espécies de capacidade: 1. Capacidade de direito ou de gozo (só de nascer a pessoa tem); 2. Capacidade de fato ou exercício (aptidão de exercer por si só os atos da vida civil – acima dos 18anos ou dos 16 anos se emancipado).
4) Legitimação
É um requisito a mais que o legislador pede para que a pessoa capaz pratique certos atos da vida civil.
Ex: quem é casado em um regime que não seja comunhão total de bens, para que dê um imóvel de garantia (hipoteca) deve ter autorização do outro cônjuge.
Início da Personalidade
1. Começo da Personalidade Natural
Art. 2º A personalidade civil da pessoa, começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
- Consequências jurídicas: transmitir patrimônio (sucessões);
- Como se prova o nascimento com vida: exame hidrostático do pulmão;
- Nascituro: um “ser” gerado em que se encontra em período gestacional (barriga da mamãe);
- Concepturo: decorre da prole eventual (pode existir), ou seja, possível filho de alguém que estão deixando um bem em testamento. É válido se essa pessoa for viva no momento da minha morte;
- Proteção do nascituro na legislação: código civil, código penal, CF/88. Possibilita a nomeação de um “curador” para proteger dos direitos do nascituro (para não haver dilaceração dos bens).
Teoria Natalista: é aquela que entende que a personalidade da pessoa humana se dá no nascimento com vida, antes é apenas uma expectativa. Ela se confirma apenas com o nascimento com vida.
Teoria Concepcionista: a personalidade civil da pessoa humana começa a partir da concepção e não no nascimento, portanto, já é possível se falar em personalidade antes do nascimento.
Posição do STJ e do STF: Não há uma posição consolidada dessa matéria, aplica-se ora uma ora outra. O STJ decidiu em vários casos o direito do nascituro para adquirir personalidade (teoria concepcionista). 
Para Maria Helena Diniz ela dividiu em personalidade jurídica em formal e material. Para a personalidade jurídica formal, a personalidade jurídica é adquirida na concepção (concepcionista). Para a personalidade jurídica material a personalidade jurídica é adquirida no nascimento com vida (natalista).
A ordem de vocação hereditária é (regime de separação total de bens): descendente, ascendente, cônjuge e colateral.
Os três primeiro são chamados de herdeiros necessários (pois recebem de qualquer forma), pois o legislador garantiu o recebimento deles, fazendo com que o autor do testamento somente possa dispor de metade dos bens que tem, os outros 50% são dos herdeiros necessários, independente da vontade do autor.
Incapacidade, suprimento, proteção e cessação
1. Espécies e Conceito
2. Modificação legislativa: Lei 13.146/15
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos:
Obs 1:
a) os incapazes absolutos necessitam de representação (supri à incapacidade do autor, se faltar a representação o ato é nulo- nulidade)
b) os incapazes relativamente necessitam de assistência (complementa a incapacidade, se faltar assistência o ato é anulável - anulabilidade).
Obs 2: Incapacidadeé uma restrição legal que o legislador impõe à prática de um ato nos casos de incapazes, a fim de evitar a invalidade.
Art. 4º São incapazes relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
	I – os maiores de 16 e menores de 18 anos;
	II – os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
	III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
	IV – os pródigos.
Parágrafo único: a capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
2. Conceito de Deficiência (Lei 13.146/15):
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Obs: a princípio, deficiente não é considerado incapaz. Ele será considerado incapaz (assim como qualquer outra pessoa) se comprovado mediante exame que ele tem suprimida sua capacidade de discernimento.
3. Incapacidade Absoluta:
I – os menores de 16 anos:
4. Incapacidade Relativa:
I – Os maiores de dezesseis e menores de 18;
II – Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos (gastão $$) – eles não podem realizar nenhum ato que disponha/envolva questões financeiras (venda, doação, penhor, hipoteca, etc.). Ele pode praticar qualquer ato da vida civil que não disponha patrimônios (casar, votar, testemunha, autorizar casamento da filha).
Obs: nos casos de incapacidade relativa, em regra, não se pode praticar sozinho os atos da vida civil, porém, tem algumas exceções em que se pratica atos válidos da vida civil: votar, testemunha, prestar concurso se destinado a 16 a 18 anos, fazer testamento, reconhecer filho em testamento, assinar contrato de emprego (rescisão contratual NÃO).
5. Processo de Interdição
Obs: o juiz nomeia um curador e emite uma sentença de curatela; quem pode entrar com processo de interdição são o cônjuge, os parentes que têm legítimo interesse, Ministério Público, etc.
Obs: são duas ações importantes para o juiz decretar a interdição: entrevista pessoal com o juiz (antes era chamado interrogatório) e ........... A sentença deve ser registrada em cartório tomando efeito erga omnes.
Art. 1.767 Estão sujeitos a curatela (a pessoa que fica responsável por cuidar do patrimônio da pessoa):
I – Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
V – os pródigos.
- Invalidação do ato praticado antes e depois da interdição: a pessoa que quer invalidar o ato deve provar que à época que o ato foi praticado ele já era portador da anomalia para que o juiz decida pela invalidação dos atos praticados, com isso os efeitos da sentença será ex-tunc.
Para atos praticados depois da sentença de interdição (sem curador), eles são considerados nulos salvo os casos de boa-fé, ou seja, se em certos casos que não haja condições para perceber que a pessoa era portadora de anormalidade (interditado).
- Velhice: não é sinônimo de incapacidade
6. A situação jurídica dos índios
Parágrafo único do Art. 4º do CC: A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Obs: os índios são considerados incapazes. Administrativamente quem cuida é o FUNAI, judicialmente quem cuida é o Ministério Público Federal.
Lei 5.371/67 (criação da FUNAI) Lei nº 6.001/73 (Estatuto do Índio)
A lei protege o: índio isolado e o índio em vias de integração; trata da emancipação do índio, integrando-o à sociedade, tornando-o “capaz”.
Requisitos para a capacidade (índio integrado):
- ter 21 anos completos;
- conhecimento da língua portuguesa;
- conhecimento dos usos e costumes nacionais;
- conhecimento de uma atividade profissional para sua sobrevivência;
- autorização judicial ou então, autorização da FUNAI homologada pelo poder judiciário.
7. Sistema de proteção aos incapazes no Código Civil
Espalhados pelo Código Civil são possíveis encontrar normas que protegem os incapazes (hiposuficientes). Ex: assistência e representação; curatela, tutela (protege falta do poder familiar), prescrição não corre para incapaz (perda da pretensão em recurso do transcurso do tempo), não é possível fazer inventário extrajudicial (cartório) quando envolver incapaz, em regra dívida de jogo não pode ser cobrada mas se a pessoa pagar o credor não é obrigado a devolver salvo se quem cobra for incapaz.
8. Cessação da Incapacidade
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
8.1 Maioridade: pode praticar atos da vida civil sozinho de forma válida.
8.2: Emancipação: é a antecipação da maioridade, tornar alguém capaz antes do momento próprio pelas condições que ele possui.
Parágrafo único: cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
	1) Emancipação voluntária: é dada pelos pais, se os dois estiverem divergindo de opinião, o juiz
					 decide.
	2) Emancipação judicial: é feita através de uma sentença judicial nos casos em que o menor está
				 sob tutela.
	3) Emancipação legal: hipóteses previstas em lei.
II – pelo casamento: precisa de autorização, deve ter no mínimo 16 anos, se o casamento for nulo as partes voltam ao status quo, salvo p/ o de boa fé.
III – pelo exercício de emprego público efetivo: desde que o edital preveja a situação.
IV – pela colação de grau em curso superior
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Obs: emancipação não é direito subjetivo, é expectativa de direito, ou seja, o adolescente não tem o direito de pedir, somente dá se os pais quiserem. Caso seja concedida, ela é irretratável (ato jurídico perfeito e acabado).
Obs: atos que não podem ser praticados mesmo após a emancipação:
1) Não pode tirar a CNH;
2) Não pode entrar em puteiro ou boate;
7. Extinção da Personalidade Natura
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; ...
1. Efeitos Jurídicos da Morte
As obrigações personalíssimas (contratos que devem ser executados por pessoa certa) não se transferem com a morte.
2. Espécies de Morte
	2.1 Morte Real: situação irreversível dos sinais vitais (encefálica (+ importante), circulatória e
			 respiratória);
	2.2 Morte presumida: casos onde não se tem certeza da morte, mas existe uma alta probabilidade que isso tenha acontecido.
	a) Com declaração de ausência:
	Art. 6º E existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
	b) Sem declaração de ausência:
	Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
	I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
	II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
	Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
	2.3) Comoriência:
Fenômeno pelo qual se consideram duas ou mais pessoas mortas de forma simultânea naqueles casos onde não for possível estabelecer uma pré-morte; ela se aplica nos casos onde as pessoas que morreram possuem uma relação jurídica de transferência de patrimônio (sucessória).
	- Lei de Registros Públicos:
	- Lei 6.683/79 (anistia política/ revolução de 1964)
3. Morte Civil
Tratamento que o ordenamento jurídico dá fazendo com que elas sejam tratadas em certos casos que as especifica como se mortas fossem.
- Indignidade ou deserdação: ambas ocorrem em casos para afastar o autor de certos fatos da herança a que teria direito.
8 – Individualização da Pessoa natural
1. Necessidade e Modos
Uma pessoa pode ser identificada pelo nome, estado ou domicílio.
2. Nome
	- Nome civil (direitos de personalidade) e comercial (direitos patrimoniais);
	- Importância da existência do nome: importância pública e privada;
	-Meios de defesa do nome:
		a) civil:
			- meio administrativo – busca defender o nome sem necessidade de procurar o
						 judiciário;
			 - meio judicial – precisa buscar a defesa postulando ação própria no judiciário;
3. Pseudônimos (nome que não é de batismo)
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas (artística, intelectual, cultural) goza da proteção que se dá ao nome.
4. Elementos do Nome
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Obs: não pode ser nome vexatório.
5. Prenome
5.1 Retificação do prenome:
Obs: em regra o nome é imutável salvo em alguns casos devidamente justificados com autorização judicial (ou em 2 casos em que o próprio cartório decide).
Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios.
Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público.
a) Apelidos públicos notórios: nomes utilizados normalmente e que passam a ser conhecidos no meio social de maneira notória.
b) Fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime: tendo em vista a lei de cuida das testemunhas; proteção da vida (muda-se o nome inteiro).
c) Erro gráfico evidente: erro quando do registro pelo oficial de cartório.
d) Nomes que exponham seu portador ao ridículo
e) Nome de uso “Jurisprudência”: aquele em que a pessoa é conhecida e que todos acreditam que ele tem aquele nome porém não tem. Isso se dá porque se acostumaram a chamar a pessoa de um nome e acabou ficando.
f) Homonímia: nomes iguais, geralmente são nomes mais comuns. Ex: João da Silva.
g) Primeiro ano após a maioridade: teoricamente seria em cartório, porém, na prática será pela via judicial.
h) Tradução de nomes estrangeiros: tentativa de socializar o nome da pessoa. Ex: Paul Paulo.
i) Transexualismo: aparenta um sexo, mas entende internamente que pertença ao sexo oposto.
6. Sobrenome
6.1 Mudanças no sobrenome
a) Casamento: altera para mais ou para menos.
b) Adoção: é permitido mudar até o pré-nome, a pedido do adotante ou do adotado.
c) Reconhecimento de filho: alguém que reconhece a paternidade que até então não era identificado.
d) União estável ou companheirismo
e) Inclusão de nome de padrasto ou madrasta: quando o pai/mãe saia de uma relação e assume relação com outra pessoa. Em regra, não se altera o nome por conta disso, porém, é possível que a figura do padrasto/madrasta se torne importante para a pessoa e ela queira registrar o sobrenome de tal. 
6.2 Outras designações no nome
a) Axiônimo (formas de tratamento): forma respeitosa de tratamento (professor, comendador, etc).
b) Agnome: Júnior, Filho, Neto
c) Alcunha: ex: João gordão, etc.
d) Hipocorístico (diminutivo): ex: Isabel (Bel), Gabriela (Gabi), etc.
7. Estado (soma das qualificações pessoais de alguém)
a) Estado individual: as características próprias do indivíduo que traçam a sua identidade sem levar em consideração outras comparações (idade, cor, sexo, etc).
b) Estado familiar: características de um indivíduo levando em consideração as relações que ele pode possuir com o núcleo familiar (afinidade ou familiar).
c) Estado político: pode ser nacional ou estrangeiro.
8. Domicílio (sede jurídica de alguém – local em que a pessoa é encontrada para os efeitos jurídicos)
Domicilio da Pessoa Natural
Art. 70 do C.C. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Domicílio = residência (elemento objetivo – é onde fixou as coisas materiais) + ânimo definitivo (elemento subjetivo - intenção de permanecer naquele local).
Espécies de Domicilio
a) Domicílio Voluntário (aquele que pode ser escolhido livremente por alguém)
	
	- Geral ou comum: pessoal, profissional, qualquer um onde a pessoa esteja.
	- Especial: quando ele é fixado dentro de um contrato uma sede jurídica, ou seja, um local aonde se encontre a pessoa em função do contrato.
		
Obs: Domicílio de eleição: local apontado pelas partes como sendo a comarca competente para dirimir conflitos derivados deste contrato.
b) Domicílio Necessário (legal) – aquele domicílio apontado pelo legislador em certas situações
	- Domicílio da Pessoa Jurídica: local indicado no estatuto (pessoa jurídica de direito público) ou no contrato social (pessoa jurídica de direito privado).
9. Atos de Registro Civil
1. Identificando os Direitos da Personalidade
Direitos não monetários, sem valor econômico, mas sim um valor humano, deriva da dignidade da pessoa humana. Direitos subjetivos que derivam do intelectual do ser humano
2. Espécies de Direito da Personalidade
	a) Direitos de Personalidade Inatos: aqueles que já nascem com o homem.
	b) Direitos de Personalidade Adquiridos: aqueles que o sujeito vem a adquirir com o tempo.
3. Características dos Direitos da Personalidade
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
	a) Intransmissibilidade: é aquele que não se destaca do seu particular, pois, não se transmite para outras pessoas. Todos têm; não há necessidade de se transmitir; além disso não tem cunho patrimonial.
	b) Inalienabilidade: ele não é transmissível de forma gratuita nem onerosamente (não pode ser negociado). A exceção é sobre os direitos de imagem.
	c) Irrenunciabilidade: o seu titular não pode abrir mão do direito de personalidade, pois, não leva em conta somente o indivíduo mas sim sua personalidade na coletividade.
	d) Imprescritibilidade: não fica sujeito à ação do tempo, ou seja, não perde o direito de personalidade pelo decurso do tempo.
	e) Absolutismo: sobreleva o direito de personalidade, ou seja, todos devem respeito aos chamados direito de personalidade. Eles têm efeitos erga omnes.
4. Medidas de Proteção
a) Preventivas: medidas que podem ser levadas a efeito pelo titular ou interessado a fim de impedir a sua violação.
b) Repressiva: medidas que podem ser levadas a efeito para cessar sua violação.
5. Direitos de Personalidade e Pessoa Jurídica
Artigo 52 do C.C. “aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, à proteção à personalidade”. Ex: nome, reputação, credibilidade.
6. Atos de Disposição do Próprio Corpo
Art. 13 do C.C. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrair os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Lei 9.434/97 (transplante de órgãos e tecidos)
* Sangue, esperma e óvulo não são objetos de estudo dessa lei
Vida: doação de órgão em vida somente pode ser feita para cônjuges ou parentes até 4º grau ou para outras pessoas que não sejam parentes a partir de uma autorização judicial. Só é possívelfazer a retirada do órgão ou tecido se não representar um perigo para o doador e não houver deformação no corpo dele (ex: amputação); podem doar órgãos duplos ou regenerados; os incapazes podem doar desde que o responsável autorize; as gestantes podem doar medula óssea.
Morte: a família pode (até 2º grau) autorizar a transferência dos órgãos do morto exceto se houver disposição ao contrário do defunto; a disposição deve ser gratuita, não pode comercializar órgão; a utilização de pessoas não identificadas para doar órgãos é vedada, os corpos utilizados nas Faculdades de Medicina são de pessoas identificadas porém não reclamadas.
7. O Tratamento Médico de Risco
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Objetivo do legislador:
- Impossibilidade de se manifestar ou atendimento de emergência: nesse caso o médico chama o parente mais próximo e pede autorização para fazer uma intervenção médica; se não houver parentes ele pode fazer a intervenção porque ele tá no exercício regular do direito.
- Decisão médica que contraria convicção religiosa: exemplo são as testemunhas de Jeová que não fazem transfusão de sangue porém que aceitam outro tratamento alternativo.
- Recusa à perícia ou exame determinado:
Art. 232 do C.C A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.
Obs: Ninguém é obrigado a fazer o exame médico, porém, se ele não fizer o exame presume-se relativamente o resultado tomando-se em conta os demais elementos do processo (ex: ação de paternidade. Irá presumir ou não a paternidade com os demais elementos do processo).
8. Direito ao Nome
Não pode ser violado sob pena de indenização. Pseudônimo recebe o mesmo tratamento se for utilizado em situação lícita bem como o nome comercial.
9. Proteção à vida privada, à Honra e a Imagem
Art. 20 do C.C. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinarem a fins comerciais.
	9.1) Vida privada e Intimidade: vida privada quer dizer aos atos gerais praticados pela pessoa; 	intimidade diz respeito à pessoa propriamente dita.
	9.2) Honra:
		a) Honra objetiva: diz respeito ao o que as pessoas pensam sobre você;
		b) Honra subjetiva: diz respeito ao que vocês próprio pensa sobre si, auto-avaliação.
	9.3) Imagem e Voz: diz respeito a divulgação/violação da imagem e/ou voz particular da pessoa.
	9.4) Indenização: divulgação por “repercussão” (foi pega por televisão por acaso) não se 	encaixa. Ex: aparição em reportagem em ambiente aberto ao público em geral.
Art. 5º, X da CF: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
	9.5) Direito de resposta (Art. 5º, V, da CF): é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo (mal sofrido), além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
Obs: é uma possibilidade para contrapor uma violação ao direito de personalidade.
AUSÊNCIA
1. Introdução
Situação jurídica que envolve uma pessoa e outras que estão ligadas a ela naqueles casos em que ela sai do seu domicílio sem poder se verificar se ela vai retornar ou não, sem poder ter certeza se ela morreu; sai do domicílio sem dar notícia de seu paradeiro, sem deixar procurador habilitado, ou então, mesmo deixando o procurador não aceitar esses poderes, ou então, quando os poderes deixados são insuficientes para resolver todas as questões ligadas ao ausente.
2. Fases da Ausência (leva em conta a expectativa de retorno do agente):
1ª Fase: Curadoria dos bens do ausente
* Não tem prazo estabelecido para entrar com o pedido;
* Qualquer um dos interessados pode entrar com o pedido (os que tem interesses jurídicos);
* A primeira medida que o juiz determina é a arrecadação dos bens do ausente (identificação);
* A segunda medida do juiz é nomear um curador, que será responsável por cuidar e administrar o
 patrimônio do ausente (pode ser também o Ministério Público ou até o Juiz de Direito).
* A terceira medida é publicar editais todo mês por um ano para dar publicidade e convocar o ausente
O objetivo é identificar tudo que pertence à pessoa que sumiu e colocar alguém para tomar conta desse patrimônio; identificação dos bens do agente.
2ª Fase: Sucessão Provisória
* Os interessados apresentam os documentos de habilitação (documento que comprove o vínculo)
Traça regras nos casos em que o agente retorna nessa fase; preocupa-se com os herdeiros, credores, beneficiários.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
* Quem são os interessados: descendente, ascendente e cônjuge (herdeiros necessários)
* Sentença que determina a sucessão provisória: espera-se 30 dias para o transito em julgado da 2ª fase e + 6 meses para verificar se o ausente voltará ou não.
* Quem representa o ausente: os interessados, ou seja, descendente, ascendente e cônjuge (herdeiros necessários).
* Frutos e Rendimentos (não é o próprio patrimônio): é dividido entre os interessados, porém, a metade deve ser aplicada (pois se o ausente voltar esse recurso será dele).
* Se houver retorno do ausente nessa fase: o ausente retorna a situação anterior, tudo é dele pois havia somente a posse pelos interessados e não a propriedade do bem; o ausente pega os bens no estado em que estava. Cuidar do bem como se fosse dele, o interessado pode pedir o ressarcimento das benfeitorias feitas; o bem não pode ter sido vendido porque o interessado não detinha a propriedade.
* Penalidade para o ausente quanto aos frutos e rendimentos (não é o próprio patrimônio): se não tiver motivo justificável o ausente sofre a perda dos frutos e rendimentos (apenas aquela metade do valor que foi capitalizado).
3ª Fase: Sucessão Definitiva
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas (garantias).
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. (nessas condições o interessado já pode solicitar diretamente a sucessão definitiva, pula as 1ª e 2ª fases).
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados (tomou o lugar) em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Obs: nessa fase o juiz ao autorizar a abertura da 3ª fase decreta também a morte presumida do ausente. Ou seja, o cônjuge que permaneceu pode se casar novamente.
Regresso nessa fase:
Parágrafo único do art. 39 do CC. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
3. Ausência e Dissolução da Sociedade Conjugal
11 – Pessoa Jurídica
1. Introdução
Ente jurídico com personalidade própria e com bens próprios.
2. Requisitos para a constituição da pessoa jurídica
a) Vontade humana: associaçõesde pessoas naturais com a vontade de criar um ente com personalidade própria; expressamente e por escrito.
b) Licitude do Objeto: quando não atenta ao ordenamento jurídico (leis, costumes e princípios gerais do direito).
c) Elaboração de ato constitutivo: é um documento necessário para previsão de seus elementos indispensáveis e para que haja o registro dessa pessoa jurídica. Pode ser o estatuto ou contrato social.
d) Registro do ato constitutivo no órgão competente: ela adquire personalidade própria (é o “parto” da pessoa jurídica).
* 5 Tipos:
	a) Associações (estatuto – cartório); a “cooperativa” é um tipo de associação porém o STJ
	 entendeu que ela deve ser registrada na junta comercial.
	b) Sociedades simples (contrato social - cartório), Sociedade Empresarial (junta comercial);
	c) Fundação privada (estatuto – cartório);
	d) Partidos políticos (estatuto – cartório);
	e) Entidades religiosas (estatuto – cartório).
* A Sociedade de Advogados deve ser registrada na seccional da OAB, segundo o Estatuto do Advogado.
2.1 Autorização prévia do Estado: em regra não é necessária autorização prévia do Estado para se criar uma pessoa jurídica.
3. Como Atuam / Direitos e Deveres
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Poderá ser representado pelo Conselho ou Assembleia ou até pelo Corpo Diretivo.
4. Sociedades Irregulares ou de Fato
Possuem regulação, ou seja, possui toda a documentação pra sua criação ou “nascimento”, porém não está registrado no órgão competente. É tratada como sociedade simples.
- Quanto à responsabilidade: Para as sociedades regulares, em regra, a responsabilidade dos sócios é subsidiária e limitada. Para as sociedades irregulares a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada.
5. Grupos Despersonalizados
Desprovidos de personalidade, porém possuem capacidade postulatória e legitimidade.
	a) Família: conjunto de pessoas hereditariamente comum.
	b) Massa falida: complexo jurídico de direitos e obrigações que dizem respeito à uma pessoa
	 jurídico cujo passivo superou o ativo.
	c) Espólio: patrimônio de uma pessoa que faleceu. Quem fica responsável é a sucessão
		 testamentária ou legítima (quando não há testamento).
	d) As sociedades sem personalidade jurídica: são as sociedades que não registraram ainda os
							 seus atos constitutivos.
	e) Condomínio: se estabelece quando duas ou mais pessoas detêm a copropriedade de um bem.
6. Classificação da Pessoa Jurídica
a) Quanto à Nacionalidade:
	- Pessoa jurídica nacional:
	- Sociedade estrangeira:
b) Quanto à estrutura interna:
	1) Fundação: os fins perseguidos são fins externos; não tem sócios, só patrimônio; alcançar fins 			sociais.
	2) Corporação: alcançar fins privados, interesses próprios.
c) Quanto à função ou à órbita de sua atuação:
	1) Pessoa Jurídica de Direito Público:
		a) externo: estão fora dos limites do país; Estados estrangeiros e todas pessoas jurídicas
			 regidas pelo dir. internacional
		b) interno: 
				b.1) Administração direta: União, Estados, DF e Municípios.
				b.2) Administração Indireta: autarquia, Fundações, EP, SEM.
	2) Pessoa Jurídica de Direito Privado: associação, sociedade, fundação, entidade religiosa e partido político.
7. As Associações
Pessoa jurídica de direito privado formada a partir da constituição de um patrimônio próprio e de um ato constitutivo denominado “estatuto” e que tem por fim perseguir fins sociais, portanto, não lucrativos. Pode ter atividade econômica, mas não a distribuição de lucros.
Obs: cooperativa é considerada associação
8. Sociedades
O que são: pessoa jurídica de direito privado que pode se apresentar sob duas modalidades e que é formada a partir de um capital social constituído por membros que a compõem na qualidade de sócios e que tem por objetivo desenvolver atividades de cunho lucrativo.
Tipos de Sociedade: simples (composta por profissionais de uma mesma área e que tem objetivo de lucrar com atividades técnicas, conhecimentos específicos. Ex: clínica dentária, veterinária) e empresarial (os sócios desenvolvem atividades típicas de empresário).
Dissolução das Sociedades:
	a) Convencional: por decisão dos sócios nesse sentido;
	b) Legal: desfazimento nas hipóteses em que o próprio legislador assim o fez, previstas;
	c) Administrativa: aquela que se opera pela manifestação de um órgão administrativo, do Estado 			 enquanto administração e se dá nos casos onde houver cassação da 					 autorização para funcionar ou infrigência do sistema legal;
	d) Judicial: aquela dissolução que decorre de uma decisão judicial, de uma sentença.
9. Fundações
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
	I – assistência social;	II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos, IX – atividades religiosas
Definição: pessoa jurídica de direito privado formada pela destinação de um patrimônio livre com o objetivo de se perseguir fins sociais, o que poderá ser feito através de testamento ou escritura pública.
Tipos: fundações públicas e privadas
Fases da Constituição da Fundação:
1) Ato de dotação ou de instituição: por escritura pública (inter vivos), ela passa a valer desde então; ou por testamento (causa mortis) ela passa a valer após a morte.
2) Iniciativa da elaboração do Estatuto: pode ser por elaboração direta ou criação fiduciária, que é cometer a alguém a fazer o estatuto.
3) Aprovação do Estatuto: Ministério Público (fiscal da lei); verifica se o ato é legal, se a pessoa tem competência para tanto, etc.
4) Registro: do ato constitutivo, nesse caso, o estatuto. Com o registro adquiri a personalidade jurídica.
Extinção das Fundações e destinação de seus bens:
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível (o patrimônio que existia antes, deixa de existir) ou inútil (atingiu o objetivo) a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
10. Entidades Religiosas
Pessoa jurídica de direito privado com natureza de associação; ela possui um estatuto que deve ser registrado no cartório. São criadas para atividades eminentemente religiosas. O Estado não pode criar embaraços no pedido, pois, ela é uma derivação da crença religiosa, um direito fundamental previsto na CF/88.
11. Partidos Políticos
Pessoas jurídicas de direito privado e que se assemelham às associações; possui um estatuto que deve ser registrado no cartório do Distrito Federal e levar ao registro no TSE.
12. Desconsideração da Pessoa Jurídica
Fazer com que o dano causado a alguém passe pelo patrimônio da empresa e chegue diretamente ao bolso do sócio fazendo quebrar a regra até então vista (autonomia patrimonial - de que o dano atinge apenas a empresa).
Art. 50 do C.C. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do MinistérioPúblico quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
	Teoria Maior: se divide em objetiva e subjetiva. Objetiva diz respeito à mistura patrimonial entre
	sócio e pessoa jurídica; na Subjetiva diz respeito ao desvio de finalidade dos recursos pelo sócio.
	Teoria Menor: não há necessidade de se detectar/demonstrar desvio de finalidade e confusão
	patrimonial, para atingir o patrimônio dos sócios. Basta que haja fraude e falta de patrimônio.
Desconsideração Inversa:
Possibilidade de decretação de desconsideração de pessoa jurídica pelo caminho inverso, quando o estado juiz decreta a incolumidade patrimonial para alcançar a solução na empresa, por conta de uma atuação do sócio na vida privada dele.
13. Responsabilidade das Pessoas Jurídicas
13.1 Pessoas Jurídicas de Direito Privado:
	a) Contratual: porque decorre da violação de cláusulas contratuais estabelecidas pelas partes.
	b) Extracontratual (aquiliana): quando uma conduta causa prejuízo a uma pessoa que não está
	descrito em nenhum contrato.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
	a) Responsabilidade Subjetiva: ela decorre do dever de indenizar por um ato próprio, ou seja,
	quem causou o dano é obrigado a indenizar.
	b) Responsabilidade Objetiva: alguém responde por um ato danoso mesmo não tendo praticado
	conduta alguma, ou seja, mesmo sem ter agido com culpa lato sensu.
13.2. Pessoa Jurídica de Direito Público:
Art. 37, § 6º da CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Força maior e Caso Fortuito: força maior é acontecimento que exclui a responsabilidade e está ligado a fatos da natureza; caso fortuito é ligado a um comportamento humano.
Exclui a responsabilidade do Estado: força maior, caso fortuito, culpa exclusiva da vítima e atos de terceiro.
Danos decorrentes de atos judiciais:
Art. 133 do CPC. Responderá por perdas e danos o juiz, quando:
	I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
	II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
Artigo 5º LXXV da CF. “O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”.
Danos decorrentes de Atos Legislativos:
Imunidade parlamentar:
Art. 53 da CF. Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
Art. 29 da CF. O Município reger-se-á por lei orgânica, aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os seguintes preceitos:
VIII – inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.
PROVA AV1 ATÉ AQUI !!!
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12. BENS
1. Introdução
Tudo aquilo que pode ser apropriado pelo homem e possui valor econômico, que pode ser transformado em pecúnia. O patrimônio NÃO aumenta sem justificativa.
2. Bens Corpóreos e Incorpóreos
	a) Bens corpóreos: aqueles que podem ser tangidos pelo homem, ou seja, sujeitos à alienação.
	b) Bens incorpóreos: aqueles que possuem valor econômico, mas que não são tangidos pelo
	homem. Ex: direito à herança, créditos, software, etc.
3. Patrimônio
	a) Teoria Afetação: é constituído só dos créditos que a pessoa possui;
	b) Clássica (adotada no Brasil): patrimônio é um complexo jurídico dos créditos e débitos, ou
	seja, tudo aquilo que	compõe a personalidade econômica de alguém.
3.1 Não constituem patrimônio: a força de trabalho não constitui o patrimônio, é apenas o fator de constituição do patrimônio.
3.2 A importância da noção de patrimônio: por conta da transmissão de patrimônio; por conta de responder pelas obrigações.
“O patrimônio do devedor responde por suas obrigações”: o patrimônio de qualquer um pode ser expropriado para solver as obrigações da pessoa.
4. Classificação do Código Civil de 2002
Importância:
Bens considerados em si mesmos: leva em consideração as características próprias do bem, não leva em consideração a presença ou não de outro bem.
Bens imóveis:
Art. 79 do C.C. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
a) Imóvel por natureza: em regra, é o solo.
	Regra de extensão: considerado bem imóvel por natureza o solo além disso tudo aquilo que
	estiver	para cima e para baixo.
	Regra de restrição: solo é onde se pode verificar um interesse justo do proprietário, até uma
	altura	que demonstre um legítimo interesse. Não é proprietário das jazidas e leitos de água 	subterrâneos,	o que pode ocorrer é uma atividade extrativista desde que autorizado pelo Estado.
b) Imóvel por acessão natural: é aquilo que acrescenta no imóvel sem a participação do homem. Ocorre nos fenômenos do direito real. Ex: aluvião, avulsão, formação de ilhas
c) Imóvel por acessão artificial: é aquilo que acrescenta no imóvel com a participação do homem. Pode ser construção ou plantação.
d) Imóvel por definição legal:
Art. 80 do C.C. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
	I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
	II – o direito à sucessão aberta (herança como um todo é considerado um bem imóvel).
Conceito amplo de Bens Imóveis: é tudo aquilo que faz parte do solo ou que foi acrescentado à ele por atuação humana ou não, bem como, tudo aquilo que o legislador assim o quis.
4.2.2 Bens Móveis
Art. 82 do C.C São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
a) Móveis por natureza:
	a.1) Semoventes: circulam independentemente do homem (ex: animais)
	a.2) Móveis propriamente ditos: que podem ser deslocados de um lugar para outro
Navios e Aeronaves: em regra são bens móveis, exceto, se eles forem dados como garantida de pagamento de dívida, aí é considerado bem imóvel (isso é considerado hipoteca).
b) Móveis por determinação legal:
Art. 83 do C.C. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
	I – as energias que tenham valor econômico (inclusos dados transmitidos por cabo ou satélite);
	II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
	III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
c) Móveis por antecipação: são aqueles bens imobilizados temporariamente na medida em que a intenção é transferi-los, mobilizados, dá-los uma destinação econômica de bem móvel, ou aqueles alienados para a demolição (ex: plantação de árvores para corte).
Importância da distinção de Bens Móveis e Imóveis: tributos são diferentes para bens móveis e imóveis; fins de usucapião; autorização ou vênia conjugal; venda de bens de incapazes; crime
4.2.3 Bens Fungíveis e Infungíveis:
Art. 85 do C.C São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Fungíveis: são aqueles que podem ser trocados por outros, sem qualquer prejuízo. Pois, nesses casos há uma semelhança jurídica, econômica e social.
Infungíveis: são aqueles que não podem ser substituídos por outros semelhantes, pois, são heterogêneos, não possuem a mesma qualidade (obra de arte, cavalo de corrida).Só é possível um tipo de restituição no lugar, que é o “valor” ($$).
4.2.4 Bens Consumíveis e Inconsumíveis:
Art. 86 do C.C. Sãoconsumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Obs: o que importa é a intenção; avalia-se caso a caso, dependendo do contexto.
4.2.5 Bens Divisíveis e Indivisíveis:
Art. 87. Bens divisíveis são os que podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo do uso a que se destinam.
Divisíveis:
Indivisíveis: não é possível dividir sem que se prejudique o uso a que se destina.
	a) por natureza: aquele que não suporta ser fracionado em razão de sua substância
	independentemente da atuação do homem (ex: documento; animal – se “dividir” perde a essência).
	b) por determinação legal: o legislador considera alguns bens como indivisíveis, sempre visando
	o interesse maior ou o interesse público (ex: lotes urbanos)
	c) por vontade das partes: as partes determinam a indivisibilidade de determinado bem, por meio
	de acordo. Esse acordo perdura por no máximo 5 anos, a fim de atender a função social.
4.2.6 Bens Singulares e Coletivos:
Art. 89 do C.C. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais.
Singulares: são aqueles que ainda que se apresentem junto com outros, eles são considerados individualmente (ex: carro, microfone). É considerado um a um independente se tiver vários deles.
Coletivos: são aqueles que são formados da reunião de vários bens individuais, mas que se apresentam como um todo, uma unidade (ex: rebanho, biblioteca).
4.3 Bens reciprocamente considerados:
	1) Principal: é aquele que existe e subsiste por si mesmo, não depende de um outro, pois, possui
	autonomia.
	2) Acessório: bem cuja existência depende de outro bem, chamado de principal; não possui
	autonomia.
As classes de bens acessórios:
Art. 95 do C.C. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objetos de negócio jurídico.
	a) Frutos: aquilo que se retira do bem principal, ma ele não se acaba, nasce novamente; ele se
	repõe (ex: vegetais, café, cria dos animais).
	b) Produtos: unidade que se retira do bem principal só que ele não renasce, ele se acaba (ex:
	petróleo, carvão, pedra).
Divisão dos frutos:
a) Naturais: são os que se retira da coisa e independentemente da atividade humana (ex: árvores frutíferas)
b) Industriais: aquela utilidade que é retirada do bem principal pelo homem (ex: produtos industrializados)
c) Civis: são os juros, rendimentos;
d) Pendentes: aqueles que se encontram atrelados ao bem principal (ex: café que está no pé de café);
e) Percebidos ou colhidos: aqueles que foram tirados do bem principal.
f) Estantes: foram retirados do bem principal, mas encontram-se armazenados;
g) Percepiendos: os que já deveriam ter sido colhidos, mas não foram;
h) Consumidos: os frutos que já foram utilizados.
c) Benfeitorias: toda atividade realizada no bem principal que tem a função de protegê-lo de melhorá-lo ou simplesmente embelezar.
	1) Voluptuárias: são aquelas realizadas no bem principal visando um bem estar do seu
	proprietário consumidor).
	2) Úteis: de alguma forma elas acrescem utilidade no bem, tornam a utilização do bem mais
	benéfica.
	3) Necessárias: são as que precisam ser feitas, em razão de se evitar o perecimento do bem ou até
	mesmo a perda.
Obs: quem faz as benfeitorias necessárias tem o direito de retenção, que é o direito de quem fez a benfeitoria reter o bem até que as benfeitorias sejam ressarcidas pelo proprietário (somente nos casos em que o legislador permite). 
Regra: “Nas benfeitorias, o acessório segue o principal, salvo determinação em contrário”. (se as partes acordarem, o acessório não seguirá o principal).
d) As Pertenças: são acréscimos e melhoramentos que se faz no bem principal com objetivo de melhorar, dar maior utilidade, porém diferentemente da benfeitoria ela não se incorpora ao bem principal, continuam sendo autônomos (ex: trator da fazenda, ferramentas, mobiliários, ar-condicionado). Se retirar a pertença não prejudica o bem principal, pois, não havia se incorporado.
Regra: “Nas pertenças, o acessório não segue o bem principal, salvo estipulação em contrário”. (se as partes acordarem, o acessório seguirá o principal).
Art. 93 do C.C. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
4.3 Bens quanto ao titular do domínio (Públicos e Particulares).
Art. 98 do C.C São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a que pertencerem.
Divisão dos bens públicos:
a) Bens de uso comum do povo: o estado é o titular do domínio, mas estão abertos ao uso coletivo (ex: ruas, museus, campus universitário, etc.). Pode ser gratuito ou oneroso
b) Bens de uso especial: bens pertencente ao Estado mas destinados a serviços públicos específicos (ex: Câmaras, quartel, delegacia).
c) Bens dominicais: não tem destinação específica e nem é de uso geral, praticamente não tem atividade. Não estão afetos à utilização do povo nem mesmo a utilização de um serviço público específico, se assemelha da propriedade particular (ex: galpão, fazenda
Obs: É possível transformar um determinado tipo de bem em outro? Sim, através de um instituto de direito administrativo chamado “afetação” (procedimento administrativo pelo qual se transforma um bem dominical em bem de uso especial ou de uso comum) ou “desafetação” (é o contrário da afetação).
Alienação de Bens Públicos: os bens públicos em regra não podem ser alienados, salvo os bens dominicais.
Bens Públicos e a Usucapião: usucapião é a aquisição da propriedade alheia em função do transcurso do tempo e mais outros requisitos. Bens públicos não podem ser adquiridos por usucapião.
5. Bens quanto à possibilidade de serem ou não comercializados:
São os bens que podem ser alienados, postos no comércio. Em regra eles são comercializados, exceto os que não podem ser (por vontade humana ou por vontade da lei – inalienabilidade, incomunicabilidade, impenhorabilidade).
FATOS JURÍDICOS
1. Introdução: acontecimentos que têm relevância para as pessoas e para o mundo jurídico (jurígenos).
2. Espécies de Fatos Jurídicos
a) Fatos naturais: acontecimento que decorrem da própria natureza ou de comportamento humano, mas cujos resultados surgem por si só.
- Ordinários: são aqueles que são esperados com certa frequência, regularidade (ex: nascimento, morte).
- Extraordinários: não acontecem com frequência, e em geral, não são esperados e não podem ser previstos (ex: caso fortuito, força maior).
b) Fatos humanos: são aqueles que decorrem diretamente do comportamento humano, portanto, causam reflexo jurídico na sociedade.
- Ilícitos: aquele comportamento que viola o ordenamento jurídico.
- Lícitos: aquele fato jurídico que é praticado em consonância com o ordenamento jurídico.
3. Atos Jurídicos em Sentido Estrito: todo comportamento humano que gera um efeito jurídico esperado ou não, cujos efeitos jurídicos já estão previamente determinados pelo legislador (ex: reconhecimento de paternidade).
a) atos materiais ou reais: atos praticados e que não tem intenção de criar uma obrigação, comportamentos que geram efeito jurídico, mas a intenção de quem os pratica não é atingir à alguém intencionalmente (ex: mudar de domicílio, etc.).
b) participações: o praticante do ato tem a intenção de levar ao conhecimento de alguém a pratica do ato para gerar consequências para essa pessoa (ex: notificações, interpelações, citações).
Obs: Atos potestativos: atos jurídicos que projetam efeito jurídico sobre outras pessoas quer elas queiram ou não.
4. Negócios Jurídicos: acontecimentos que se deflagrado, cometido, também geram efeitos assim como o ato jurídico gerou, mas na verdade ele gera efeitos dentro da expectativade quem o praticou. A principal característica é a flexibilização dos efeitos pretendidos. As partes podem determinar os efeitos que serão gerados, pretendidos.
4.1 Classificações dos negócios jurídicos 
a) Unilaterais, Bilaterais, plurilaterais: 1) Unilateral é aquele feito a partir de uma declaração de vontade (ex: testamento). Receptício (tem que chegar ao conhecimento de um destinatário p/ produzir efeitos). A “promessa de recompensa” é não receptício, pois, mesmo não chegando ao destinatário ela produz efeitos jurídicos. 2) Bilateral é aquele feito que se forma a partir da convergência de duas declarações de vontade (ex: qualquer contrato). Pode ser oneroso ou gratuito. 3) Plurilateral é aquele que se concretiza através de várias declarações de vontade no mesmo sentido (ex: decisão de credores no concurso geral de credores).
b) Gratuitos, onerosos, neutros e bifrontes: Gratuito é aquele negócio onde apenas um dos contratantes obtém vantagem, o outro fica com a perda, o prejuízo (ex: doação – é tipo de contrato bilateral). O oneroso é aquele negócio jurídico onde ambas as partes experimentam lucros e sacrifícios (ex: compra e venda). Oneroso comutativo é aquele em que se consegue prever os lucros e sacrifícios. Oneroso aleatório é aquele em que pelo menos uma das partes não conseguem prever os lucros ou sacrifícios. Neutros são aqueles que as partes modificam/estipulam cláusulas que dão efeitos diferentes ao negócio. Bifrontes são aqueles que podem ser realizados com características diferentes a gosto das partes (ex: contrato de depósito – o depositante deixa determinado bem móvel na mão no depositário p/ restituir futuramente; contrato de mandato – alguém confere poderes a outro p/ ela praticar atos em seu nome).
c) Inter vivos e Causa Mortis: Inter vivos são aqueles negócios realizados em vida para que tenham efeitos em vida; Causa mortis são aqueles realizados em vida, mas para que tenham efeitos após a morte (em vida tem validade, mas ainda não tem eficácia).
d) Principais e Acessórios: Principal é aquele que possuem autonomia, ou seja, ele não depende de nenhum outro negócio para ter validade/eficácia. Acessórios são aqueles que não possuem autonomia.
e) Solenes e não-solenes: Solene tem o sentido de formalidade, deve seguir determinada forma específica para ter validade. Não-solenes são os que não dependem de forma específica (informal).
f) Simples, Complexos e Coligados: Simples é aquele que se concretiza com um único ato (ex: compra e venda). Complexo é aquele que dependem de uma série de atos a serem praticados. Coligado são vários negócios jurídicos feito no interesse das partes mas dentro de um único instrumento (ex: arrendamento posto de gasolina coligado com contrato de locação das bombas coligado com contrato de comodato das bandeiras, etc.).
4.2 Interpretação do negócio jurídico:
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Obs: adota-se no Brasil a Teoria da Vontade e não a Teoria da Representação.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
5. Ato-Fato Jurídico: (fato jurídico em sentido estrito).
É um acontecimento da vida fenomênica que cria efeitos jurídicos não obstante a ausência de vontade específica de alguém e tão pouco sua capacidade. (não leva em conta a intenção nem a capacidade)
6. Aquisição de Direitos: adquiri direito aquele que integra mais um patrimônio ao seu, ou mais um direito em sua personalidade.
a) Originária e Derivada: aquisição originária se dá nos casos onde não há uma ligação entre aquele que adquire e outra pessoa que transfere (ex: aluvião). A aquisição derivada quando é possível identificar uma ligação jurídica entre o atual proprietário e o proprietário anterior (ex: compra e venda).
b) Universal e Singular: a universal acontece quando alguém adquire algo na totalidade. Singular é quando a aquisição é feita ou ocorre em parte de um todo.
c) Atual e Futuro: atual é a que está ocorrendo no momento e não depende de algum fato ulterior. A aquisição futura é a que acontece dependente de algum comportamento ulterior (não deferida = depende de um acontecimento futuro que não depende dele; deferida = não depende de nenhum acontecimento diretamente a ele).
7. Conservação de Direitos
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
	- Medidas Preventivas: são aquelas que o interessado na aquisição de um direito pode propor a
	fim de impedir/afastar uma violação do seu direito.
	- Medidas Repressivas: são aquelas que visam cessar uma violação já em andamento.
8. Modificação de Direitos
8.1 Classificação da modificação:
a) objetiva: Transformação que ocorre sobre o objeto da relação jurídica, por exemplo, alguém que deve algum bem, mas através de um acordo passa a dever certa quantia em dinheiro.
b) subjetiva: mudança que ocorre sobre as partes na relação obrigacional.
8.2 Extinção e Perda de Direitos
a) Extinção: opera-se o fim do direito, tanto para o titular atual como para qualquer outro.
b) Perda: opera-se a perda para um e ganho para outro; o bem se transfere para outro titular (ex: desapropriação)
14 – Elementos do Negócio Jurídico
1. Introdução e Classificação
- Elementos naturais: aqueles que estão contidos no negócio jurídico e que constituiu sua essência.
- Elementos essenciais: é estrutural para o negócio jurídico; fazem parte do núcleo do negócio.
- Elementos acidentais: são os que podem ou não serem acrescidos a um determinado negócio jurídico e se assim o for o objetivo é mudar as consequências e os efeitos do negócio jurídico. (condição, termo e encargo)
2. Requisitos de Existência do negócio Jurídico
Escala Pontiana. Requisitos de 3 elementos: existência, validade e eficácia.
2.1 Declaração de vontade:
a) Formas da manifestação de vontade:
- Expressa: é aquela onde o emissor diz exatamente o que deseja.
- Tácita: concordância que decorre de um comportamento de alguém que é compatível com a declaração de vontade esperada.
- Presumida: decorre de um comportamento humano previsto pelo legislador.
b) Espécies de declaração de vontade:
- Receptícia: a declaração tem que chegar até o destinatário, ser recepcionada por ele.
- Não-receptícia: não precisa chegar ao conhecimento da pessoa para que ela tenha o respectivo direito.
c) Silêncio como manifestação de vontade:
Art. 111. O silencia importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
d) Reserva Mental:
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
2.2 Finalidade Negocial
É a possibilidade de se adquirir, conservar, transformar ou extinguir direitos.
2.3 Idoneidade do Objeto:
Quando o ato praticado é apto a alcançar o fim desejado;
3. Requisitos e Validade do Negócio Jurídico
Art. 104 do C.C. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
a) Forma livre: concensualismo, as próprias partes decidem como será o negócio, as cláusulas.
b) Forma especial ou solene: formalismo; deve-se praticar de determinada forma para ter validade.
	- Única: só tem uma forma de fazer o ato jurídico (ex: transferir bem imóvel: registrar o título aquisitivo no registro de imóvel).
	- Múltipla: o legislador exige uma forma solene, porém, dá mais de uma forma de praticar o ato jurídico.
c) Forma contratual: é aquela que foi combinada pelas partes, por exemplo, as partes incluem uma cláusula no contratona qual o contrato só terá validade se for registrada em cartório (em regra não precisa).
Consequência da falta do formalismo: nulidade, sem efeito algum (com efeitos ex-tunc).
15 – Representação
1. Significa da Representação
Alguém está participando de um ato em nome de outra pessoa.
2. Partes
Representante (aquele que pratica o ato em nome de outra) e representado (aquela pessoa que está se envolvendo no ato praticado).
3. Espécies de Representação
Art. 115 Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
3.1 Representação Legal: por lei; aquela que decorre do texto da lei; encontra respaldo no texto da lei (ex: pais e filhos).
3.2 Representação Voluntária: pelo interessado; aquela que decorre de um ajuste de vontades entre pessoas interessadas; decorre de um contrato (contrato de mandato).
- Revogação: cassação dos poderes, quando a pessoa não quer mais ser assistido por determinada pessoa.
3.3 Quem pode ser mandatário e mandante: mandante é aquele que dá poderes; mandatário é aquele que recebe poderes, através de um documento chamado “procuração”.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
4. Espécies de Representantes
Legal: decorre do mandamento da lei.
Judicial: representa alguém em função de uma decisão judicial (tutor, curador).
Convencional: age em nome de outra pessoa em função de um acordo estabelecido (contrato de mandato).
5. Regras da representação
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
6. Contrato Consigo Mesmo (autocontratação)
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
16 – Elementos Acidentais
Podem ou não serem acrescentados ao negócio jurídico, e se for aplicar muda o resultado do negócio.
1. Introdução
Podem ou não serem acrescentados ao negócio jurídico, e se for aplicar muda o resultado do negócio.
2. Condição: um elemento futuro e incerto que se deflagrado faz surgir a eficácia do negócio jurídico ou põe fim a ele.
Negócios que não admitem a condição:
Classificação das condições:
- Suspensivas: o evento futuro e incerto que se deflagrado faz surgir o efeito do negócio jurídico
- Resolutivas: evento futuro e incerto que se deflagrado faz neutralizar os efeitos do negócio jurídico que até então estavam em andamento.
- Lícitas e Ilícitas: lícitas são aquelas que se encontram em consonância com o ordenamento jurídico;
- Possíveis e Impossíveis:fisicamente e juridicamente possíveis; possibilidade = ordenamento jurídico permite
Consequências da impossibilidade ou ilicitude da condição: 
- Casuais, potestativas, mistas e perpexas: casuais são aquelas que dependem do acaso (ex: natureza); potestativa: depende do querer de mais de uma pessoa; mista: mistura vontade e acontecimento externo; perplexa: deixa o intérprete sem saber o que fazer, ou seja, tem o mesmo efeito da puramente potestativa (não tem efeito jurídico).
Ficção do implemento (malícia na frustação):
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento, for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento. (aquele que traz prejuízo a alguém fica obrigado a reparar esse prejuízo).
3. Termo: é um acontecimento, momento, inicial ou final, que faz surtir efeitos a um negócio jurídico (é futuro e certo)
3.1 Espécies de termo:
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
-Termo inicial: momento em que se inicia a eficácia do negócio jurídico.
-Termo final: momento em que cessa a eficácia do negócio jurídico.
-Termo convencional: é um momento em que se inicia ou termina a eficácia de um negócio jurídico acordado entre as partes.
-Termo judicial: é um momento em que se inicia ou termina a eficácia de um negócio jurídico em função de uma decisão judicial.
-Termo certo e incerto: termo certo é aquele onde é possível se estabelecer o início e o final com precisão; termo incerto é aquele cujo acontecimento é certo (futuro), mas em momento incerto, indefinido (ex: morte).
- Termo essencial e não essencial: a diferença é saber se a prestação ainda pode ser esperada por alguém. O termo essencial é aquele que deve ser observado sob pena de não se ter mais interesse nenhum pela pessoa que o aproveita (ex: entrega vestido casamento); termo não essencial é aquele que não precisa ser realmente cumprido naquela data (ex: contrato de aluguel).
- Não admitem Termo: ex: casamento, reconhecimento de filho.
- Contagem de prazo: é um espaço de tempo que pode ser encontrado entre dois termos, ou, entre a declaração de vontade e o termo inicial.
4. Encargo ou Modo
Significado: é um ônus que o autor de uma liberalidade impõe para que seja cumprida pelo seu beneficiário. Somente em negócios gratuitos (ex: doação). O encargo não cumprido implica em mora.
Encargo como condição suspensiva:
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. (mistura de encargo + condição)
Ilicitude ou impossibilidade de encargo:
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade caso em que se invalida o negócio jurídico.
17 – Defeitos do Negócio Jurídico
1. Introdução: defeito que afeta o resultado do negócio jurídico
2. Quais são (geram anulabilidade – deve ser anulado nos 4 primeiros anos)
a) erro: vício de consentimento.
b) dolo: vício de consentimento.
c) coação: vício de consentimento.
d) lesão: vício de consentimento.
e) estado de perigo: vício de consentimento.
f) fraude contra credores: vício social: de fato a declaração de vontade é emitida como a pessoa queria só que ela queria com um objetivo escuro, ou seja, enganar os seus credores (sociedade).
____________________________________________________________________________________
g) simulação: geram nulidade do ato praticado.
18 – ERRO
1. Significado: quando alguém acredita em uma realidade que não está acontecendo; vício na vontade.
2. Espécies de Erro
- Substancial: acontece quando o engano se dá sob o núcleo do negócio jurídico
- Acidental: o emissor de declaração de vontade continua enganado, porém, o engano se projeta sob a periferia, circunstância do negócio praticado (não invalida o negócio jurídico)
3. Requisitos para que se Invalide o negócio por Erro
1) Que o erro seja Substancial:
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico (erro quanto à norma).
2) Que o erro seja Escusável: desculpável, pode desculpar o autor, pois, qualquer pessoa no lugar dele cometeria o mesmo erro.
3) Que o erro seja Real: erro palpável, forte, economicamente apreciável.
4. Diferença entre erro substancial e vício redibitório
Erro substancial incide sobre a pessoa, sobre a declaração de vontade dela, uma falsa ideia da realidade (prescrição em 4 anos). Vício redibitório incide sobre a coisa, fazendo com que isso diminua ou perca substancialmente o valor; um produto que não funciona (prescrição em 30 dias bens móveise 1 ano p/ bens imóveis).
5. Regras especiais sobre o erro
O falso motivo:
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Transmissão errônea de vontade:
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios impostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
Convalescimento do erro:
PROVA: 1) incapacidade absoluta, relativa (deficiência x incapacidade); 2) ato jurídico x negócio jurídico, o que caracteriza um e outro; 3) disposição do próprio corpo, vivo ou morto, regras; 4) Bens, a classificação (móveis, imóveis, até pertença); 4) modalidades da pessoa jurídica, diferença das + próximas, ex: sociedade e associação; 5) Vícios; 6) Classificação Bens – principais e acessórios, pertença; 7) Caso concreto: aula 7, aula 8, aula 9, aula 5.
24 – Invalidade do Negócio Jurídico
1. Ineficácia e Invalidade
Ineficácia é a não produção de resultados do negócio jurídico (ou porque não é existente ou porque foi decretada a invalidade dele). Invalidade é a falta de requisitos de validade colocados pelo legislador que se não observados também geram a falta de eficácia do ato esperado.
2. Nulidade: é a sanção de ineficácia projetada sobre um negócio jurídico em função de não observância dos requisitos legais.
a) Total: a nulidade se dá quando a decretação de invalidade se projeta sobre todo o negócio jurídico.
b) Parcial: o legislador reconhece a ineficácia do ato praticado, mas reconhece que parte desse ato permaneça desde que cumpridos outros requisitos. 
c) Textual: é identificada naqueles casos onde o legislador usa a expressão nulidade ou nulo.
d) Virtual: é aquela que vem através de outras expressões utilizadas pelo legislador, mas nos permite concluir que o ato não tem eficácia alguma porque é nulo de pleno direito.
2.1 Hipóteses de Nulidade:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando (efeitos ex-tunc):
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz (art. 3º e 4º do CC);
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
2.2 Quem pode alegar as nulidades?
 
Qualquer pessoa, ou todo aquele que tem o mínimo de interesse jurídico (não somente as partes), Ministério Público, Juiz (de ofício).
3. Anulabilidade: é a sanção de invalidade que o ordenamento jurídico impõe a um determinado ato por desconformidade de normas de caráter secundário, privado, de interesse particular.
3.1 Hipóteses de anulabilidade:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
4. Disposições Especiais
Imprescritibilidade:
Art. 166. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce no decurso do tempo.
Conversão do Negócio Jurídico
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvesem previsto a nulidade.
Confirmação do Negócio:
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Invalidade e punição do incapaz:
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos (relativamente capaz), não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Efeitos da invalidade do negócio jurídico (efeitos ex-nunc):
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-á as partes ao estado que antes se achavam e não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Invalidade do Instrumento do negócio jurídico:
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio.
Incomunicabilidade da invalidade:
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico, não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
25 – Simulação
1. Significado
Apresentar algo que não existe ou então apresentar algo que existe, mas para encobrir algo que não se deseja demonstrar; isso é feito em conluio (duas ou mais pessoas).
2. Características da Simulação
a) Acordo de vontades: pelo menos deve haver duas pessoas.
b) Consciência da desconformidade entre a vontade e a declaração: a pessoas deve ter consciência de que o ato é desconforme com o ordenamento jurídico.
c) Propósito de enganar: as pessoas não estão só conscientes da desconformidade, além disso, elas querem de alguma maneira enganar e obter um benefício.
3. Espécies de Simulação:
3.1 Absoluta: acontece quando o negócio jurídico apresentado na verdade não existe, mas as partes apresentam tal ato como se existisse a fim de alcançar os seus propósitos.
3.2 Relativa: as partes apresentam uma realidade que não existe em um ato jurídico que existe, ou seja, é só relativa a falsa atuação.
5. Efeitos da Simulação
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
6. Quem pode suscitar?
Qualquer pessoa, ou todo aquele que tem o mínimo de interesse jurídico (não somente as partes), Ministério Público, Juiz (de ofício).
26 – Atos Jurídicos Lícitos
1. Disciplina do Novo Código Civil
Art. 185. Os atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do título anterior.
27 – Atos Ilícitos
1. Disciplina do Novo Código Civil

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