Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Simples Nacional Atualizações 2017 e 2018 2 Currículo da Instrutora Joyce Batista Neto Scoto Formação Acadêmica e Qualificações: Advogada inscrita na OAB/PR, formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Pós-Graduada pelo MBA EM DIREITO TRIBUTÁRIO EMPRESARIAL no Estação Business School. Atuante nas áreas contábil, tributária e fiscal prestando consultoria para empresas de grande, médio e pequeno porte, sócia da SEVEN TREINAMENTOS & CONSULTORIA. Instrutora de cursos in company e professora na pós Graduação Unicesumar/PR. 3 Sumário 1. ABERTURA DE EMPRESA X PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................... 5 1.1 SIMPLES NACIONAL ............................................................................................... 9 1.2. Tratamento Jurídico e Tributário diferenciado das demais Pessoas Jurídicas ...................................................................................................................................... 10 2. DAS RECENTES ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO (2017 E 2018) ....................... 12 3. O QUE É O SIMPLES NACIONAL – PRINCIPAIS CARACTERISTICAS E AS MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ..................... 13 3.1 Do Conceito de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e a alteração do limite estabelecido para EPP (Art.3º, inciso II da LC 123/06) ............. 13 3.2 Inscrição e Baixa do Simples Nacional ............................................................... 14 3.3. Dos Tributos envolvidos na apuração do SIMPLES NACIONAL ...................... 15 3.4. Conceito de Receita Bruta no Simples Nacional ............................................... 17 3.5. Impedimentos e vedações a atividade do SIMPLES ......................................... 19 3.6. Inclusão de Novas atividades .............................................................................. 21 3.7. Base de Cálculo Simples Nacional ..................................................................... 22 3.7.1. Base de Cálculo a ser aplicada até 31/12/2017 ............................................... 22 3.7.2. Base de Cálculo a ser aplicada a partir de 01/01/2018 ................................... 23 3.8. Retenção ISS ......................................................................................................... 26 3.9. Folha de Pagamento ............................................................................................. 28 3.10. Do Micro Empresário Individual – MEI - Novas regras para o MEI ................. 30 3.11. Do Investidor Anjo .............................................................................................. 32 3.12. Exclusão do Simples Nacional - Solicitação e Efeito ...................................... 34 3.13. Majoração da alíquota ........................................................................................ 37 3.14. Dos Créditos ....................................................................................................... 38 3.15. Das Obrigações Fiscais Acessórias ................................................................. 38 3.16. Das Penalidades ................................................................................................. 39 3.17. Do acesso aos mercados ................................................................................... 40 3.18. Do Apoio à Inovação .......................................................................................... 40 3.19. Dos anexos e enquadramentos ......................................................................... 41 4 3.20. Parcelamento de Débitos ................................................................................... 41 3.21. DECRETO PR Nº 6276/2017 – Importações Simples Nacional ........................ 42 5 1. ABERTURA DE EMPRESA X PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Antes de adentrarmos ao tema, é necessário a contextualização do mesmo, e a consequente análise dos procedimentos anteriores aos regimes de apuração e a sistemática de tributação das pessoas jurídicas. Diante disto, temos que quando as pessoas físicas pensam em ter seu negócio devem analisar as seguintes e principais ideias: Identificar uma ideia de negócio Examinar o mercado Elaborar um plano de negócios Examinar a viabilidade do negócio Verificar a fonte de recursos financeiros Efetuar a abertura e a legalização de sua empresa Após a identificação do negócio e a análise de sua viabilidade, surge então a primeira ideia de planejamento tributário, pois a pessoa física precisa ter um plano de negócios, com as principais informações abaixo: Qual será o tipo de empresa que quero ter? (SIMPLES, PRESUMIDO, REAL) Qual minha perspectiva de faturamento? Qual a previsão de crescimento? De posse destas informações, então a pessoa jurídica consegue efetuar o primeiro planejamento tributário de sua empresa, no sentido de que já sabe quanto pretende faturar e expandir seus negócios e para tanto já tem a melhor opção de sociedade cumulado com o melhor regime tributário aplicado em sua empresa. Ainda com relação ao tema, quando da abertura de uma empresa a pessoa física precisa ter em mente que tipo de sociedade pretende abrir, e para tanto existe uma legislação específica que rege os tipos de sociedades empresariais e é sobre elas que vamos falar um pouco agora. O Código Civil (CC), Lei nº 10.406/02, traz a regulamentação das sociedades existentes, com exceção das Sociedades por Ações (Sociedades Anônimas) que são reguladas pela nº Lei 6.404/76. 6 De acordo com o artigo 982 do Código Civil, temos dois principais tipos de sociedade, quais sejam: i) a sociedade empresária; ii) Sociedade Simples. A Sociedade Simples é a sociedade constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário, geralmente são sociedades formadas por pessoas que exercem profissão intelectual, sendo sujeito aos registros determinados pela legislação (Ex.: Dentistas, Advogados, Médicos, etc) Já a Sociedade Empresária que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro estabelecidos no art. 967 do Código Civil (Junta Comercial, etc). A Sociedade Empresária deve constituir-se em um dos tipos estabelecidos nos artigos 1039 a 1092 do código civil conforme abaixo elencamos: Sociedade em Nome Coletivo (arts.1.039 a 1.044 do CC) - Neste tipo de sociedade, somente pessoas físicas podem participar e todos possuem responsabilidade ilimitada e solidária perante as obrigações assumidas pela empresa. Ou seja, cada sócio responde ilimitadamente e isoladamente por qualquer obrigação social da empresa, mesmo que o montante do capital exceda o valor do capital social. Sociedade em Comandita Simples (arts. 1.045 a 1.051 do CC) - A Sociedade em Comandita Simples possui dois tipos de sócios: comanditados e comanditários, sendo os primeiros, pessoas físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas ações sociais (colaborando com o capital social), e os segundos, são obrigados apenas pelos valores de suas quotas. Sociedade Limitada (arts. 1.052 a 1.087 do CC) - As Sociedades Limitadas são caracterizadas principalmente pela responsabilidade limitada dos sócios, ou seja, os sócios investem um valor X no capital social da empresa e são responsáveis somente pela integralização do capital. O capital social é representado por quotas e cada sócio é responsável diretamente pelo seu montante, apesar de existir aobrigação solidária pela integralização das quotas subscritas pelos demais sócios. 7 Sociedade Anônima (arts. 1.088 e 1.089 do CC) - A principal característica da sociedade anônima é que o capital social é dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço da emissão das ações subscritas ou adquiridas. Na nomenclatura costuma figurar a abreviação S/A, S.A ou SA. Podem ser classificadas como sociedades de capital fechado e sociedades de capital aberto. No primeiro caso, a empresa pertence a um grupo reservado de sócios conservando uma determinada liberdade contratual. As sociedades de capital aberto são detentoras de autorização especial para negociar suas ações no mercado de capitais. Sociedade em Comandita por Ações (arts. 1.090 a 1.092 do CC) - Neste tipo de sociedade, assim como na sociedade em Comandita Simples, existem 2 tipos de sócios: os comanditados, que respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações da sociedade, e os comanditários, que respondem apenas pelas cotas ou ações subscritas. Mas as semelhanças acabam por aqui. Na sociedade em Comandita de Ações é uma sociedade de capitais cujo capital é dividido em ações e onde só os acionistas podem ser diretores ou gerentes. Este tipo de sociedade está em franco declínio no Brasil. Estes são os principais tipos de sociedades empresariais que existem no Brasil. Agora, após a análise dos tipos de sociedade é necessário escolher o melhor regime tributário para enquadrá-la corretamente e ainda com vistas sempre ao planejamento tributário. Importante destacar que o planejamento tributário nada mais é do que a organização de ideias que visam a economia lícita de tributos, para que em conjunto a sociedade desenvolva suas atividades da forma menos onerosa e que ao final obtenha a lucratividade desejada. Destaca-se que para aquelas empresas que já estão em funcionamento, cabe mencionar que o planejamento tributário visa no auxilio, tanto das decisões do passado, no sentido de quantificar as contingências e saber quais são os reais problemas, bem como no planejamento do futuro. Resta-nos agora falar a respeito do cenário tributário que estamos inseridos. 8 Aspectos do cenário tributário brasileiro A legislação tributária no Brasil é dinâmica e complexa, por isso ocorre que muitas vezes no momento de executá-la o operador do direito se depara com algumas situações tais como a dificuldade de interpretação e aplicação da legislação, o que acaba gerando erros constantes na apuração, no pagamento, na compensação e na informação dos tributos. E ainda neste sentido, a Receita Federal do Brasil vem implementando diversas obrigações acessórias com o intuito de promover a integração dos fiscos (Federal/Estadual/Municipal), mediante a padronização e compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais, conforme vemos no quadro abaixo: Esta diversidade no cenário tributário brasileiro acaba gerando várias dificuldades para o contribuinte, uma carga tributária elevadíssima, pesadas multas, gerando muita insegurança muitas vezes para o empresário. Por isso a importância de contratar profissionais capacitados e treinados para o desenvolvimento do trabalho. EFD ECF EFD Reinf CT-eeSocial ECD NF-e 9 Cabe agora, tratarmos a respeito da tributação sobre a renda, assunto que é importantíssimo quando falamos de regimes de apuração, afinal porque temos que tributar a renda? Tributação sobre a Renda O tributo é uma obrigação de pagar, criada por lei, impondo aos indivíduos o dever de entregar parte de suas rendas e patrimônio para a manutenção e desenvolvimento do Estado, afinal vivemos em sociedade e o Estado deve representá-la se fazendo presente nas áreas de interesse desta, sobretudo saúde, educação, segurança, política econômica, entre outras. O tributo deve ser pago em dinheiro, não sendo possível que a dívida seja liquidada com outros bens, tais como móveis, veículos, sacos de cereais, etc. Havendo autorização legal, todavia, é possível o pagamento de tributo com imóveis. Nesse sentido temos o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN) dispondo o assunto nos seguintes termos: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Em termos gerais classificam-se cinco espécies de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais. A pessoa jurídica poderá elencar qual o melhor tipo de regime tributário para tributar a sua renda, exceção aquelas que tem opção obrigatória pelas regras do RIR/99, passaremos agora a tratar especificamente do Simples Nacional e suas particularidades. 1.1 SIMPLES NACIONAL O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados, quais sejam União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 10 É administrado por um Comitê Gestor (CGSN) composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; Cumprir os requisitos previstos na legislação; e Formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: Ser facultativo; Ser irretratável para todo o ano-calendário; Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; Disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS; Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais (DEFIS); Prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; Possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao estado ou ao município. 1.2. Tratamento Jurídico e Tributário diferenciado das demais Pessoas Jurídicas A Lei Complementar nº 123/2006 representa um conjunto de normas que consolidam o tratamento diferenciado e favorecido, no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a ser aplicado as ME e as EPP´s. 11 Este tratamento diferenciado compreende os benefícios abaixo elencados: Inscrição e Baixa simplificada; Acesso aos Mercados; Simplificação das Relações de Trabalho; Fiscalização Orientadora; Associativismo; Estímulo ao Crédito e à Capitalização; Estímulo à Inovação; Regras Civis e Empresariais; Acesso à Justiça; Apoio e Representação. A partir da leitura acima, podemos concluir que a LC nº 123/2006 contém, benefícios não tributários (tratamento jurídico diferenciado – Ex.: Inscrição e Baixa) e benefícios tributários (Unificação dos tributos). Como forma de controlar a fruição destes benefícios e estabelecer regras para sua aplicação a Lei Complementar nº 123/06, em seus artigos 3º e 17º estabeleceu condições para que as empresas pudessem usufruir do benefício, tal como o limite de faturamento, bem como as vedações ao ingresso do SIMPLES. Dentro deste contexto temos as recentesalterações na legislação tributária, tais como a Lei Complementar nº 155/2016, que alteram regras de cálculo, limites e faixas para que as empresas possam calcular o valor devido. Passaremos agora a tratar das principais alterações nas regras do Simples Nacional. 12 2. DAS RECENTES ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO (2017 E 2018) Para melhor compreensão das recentes alterações que o Simples Nacional sofreu no ano calendário de 2016 e que impactaram os próximos anos, elaboramos um quadro ilustrativo, conforme abaixo colocamos: Passaremos agora a tratar dos principais aspectos de cada alteração e a sua aplicação no dia a dia das empresas. Lei Complementar e Resoluções Principais Alterações -Alteração do limite da RB; -Inclusão de novas atividades;-Investidor Anjo; Resolução CGSN nº 126/2016 - Segregação da RB MI e ME; -Para concessões de benefícios de ICMS e ISS deverá ser levado em conta a segregação de RB MI e ME (art. 31 Res. CGSN nº 94/2011); -Domicílio Tributário Eletrônico – DTE-SN (art. 110 A Res. 94/2011)-Parcelamento especial para débitos até o ano calendário de 2013 (art. 130 A Res. 94/2011) Resolução CGSN nº 128/2016 Emissão de DAS para os MEI por meio de aplicativo celular (Art. 40, §3º, III, Res. 94/2011) Resolução CGSN nº 129/2016 Alterações no conceito da composição da RB (art. 2º da Res. 94/2011) Resolução CGSN nº 130/2016 Dispõe sobre a adoção pelos Estados e pelo Distrito Federal de sublimites de receita bruta acumulada auferida, para efeito de recolhimento do ICMS no ano-calendário de 2017 Resolução CGSN nº 131/2016 Destaque para instituição da ECD para empresas que receberem aporte de capital através da Investidor Anjo Resolução CGSN nº 132/2016 Trata/Regulamenta a respeito do parcelamento instituído pela LC nº 155/2016 Resolução CGSN nº 133/2017 Altera a Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011, que dispõe sobre o Simples Nacional. Resolução CGSN nº 134/2017 Dispõe sobre o parcelamento previsto no art. 9º da Lei Complementar nº 155/2016. Lei Complementar nº 155/2016 Resolução CGSN nº 127/2016 13 3. O QUE É O SIMPLES NACIONAL – PRINCIPAIS CARACTERISTICAS E AS MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 3.1 Do Conceito de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e a alteração do limite estabelecido para EPP (Art.3º, inciso II da LC 123/06) De acordo com o artigo 3º da Lei Complementar 123/2006, considera-se ME, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). Já com relação a Empresa de Pequeno Porte EPP, pode ser assim chamada a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). De acordo com a Lei Complementar nº 155/2016, a empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional em 31 de dezembro de 2017, que durante o ano calendário de 2017 auferir receita bruta total anual entre R$ 3.600.000,01 (três milhões, seiscentos mil reais e um centavo) e R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2018, ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante. Vejamos: LC 123/06 – “Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 14 (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito. Importante também destacar outra alteração relevante foi disciplinada no artigo 20, §1º da LC nº 123/06, a qual determina que a empresa de pequeno porte que ultrapassar os limites a que se referem o caput e o § 4o do art. 19 (R$ 3.600.000,00) estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, a partir do mês subsequente àquele em que tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus estabelecimentos localizados na unidade da Federação que os houver adotado. E as empresas em início de atividade? Para as empresas em início de atividade, serão estabelecidos limites para seu enquadramento de acordo com a proporcionalidade do número de meses em que a ME ou a EPP houver exercido atividade e os limites definidos no artigo 3º da LC nº 123/06, conforme vimos acima. Vejamos o exemplo abaixo: 3.2 Inscrição e Baixa do Simples Nacional O processo de abertura, registro, alteração e baixa da ME ou EPP, bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, e de preferência eletrônico. De acordo com os artigos 4º a 11º da LC nº 123/06, que trata dos procedimentos de inscrição e baixa do SIMPLES, temos a redução a zero de todos os custos, inclusive prévios, relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao funcionamento, ao alvará, à 15 licença, ao cadastro, às alterações e procedimentos de baixa e encerramento e aos demais itens relativos ao Microempreendedor Individual. Esta redução a zero inclui todos os valores referentes a taxas, a emolumentos e demais contribuições relativas aos órgãos de registro, de licenciamento, sindicais, de regulamentação, de anotação de responsabilidade técnica, de vistoria e de fiscalização do exercício de profissões regulamentadas; assim com o agricultor familiar, bem como o MEI e o empreendedor de economia solidária ficam isentos de taxas e outros valores relativos à fiscalização da vigilância sanitária. Ainda neste sentido, poderá a ME ou EPP com débitos proceder a seu pedido de baixa sem a necessidade de estar inativa a 12 meses permanecendo a responsabilidade do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores pelas obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, apuradas antes ou após o ato de extinção. Destaca-se que após 12 meses consecutivos sem recolhimento de contribuições ou declarações acessórias, mesmo que sem qualquer notificação poderá o MEI ter sua inscrição automaticamente cancelada, devendo a informação ser publicada no Portal do Empreendedor, na forma regulamentada pelo CGSIM. Por fim, a LC nº 155/16 incluiu o parágrafo 6º no artigo 4º da LC nº 123/06, que determina que na hipótese de ocorrer fraude no registro do ME por terceiros, o pedido de baixa deverá ser efetuado por meio eletrônico, e terá seu efeito retroativo à data do registro. 3.3. Dos Tributos envolvidos na apuração do SIMPLES NACIONAL O Simples Nacional implica no recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação (DAS), dos seguintes impostos e contribuições: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; 16 Contribuição para o PIS/Pasep; ContribuiçãoPatronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar; Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS Contudo, o §1º, do artigo 13 da LC nº 123/06, determina que o recolhimento dos tributos de forma única através do DAS, não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF; Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE; Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual; 17 Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; ICMS devido nas operações de substituição tributária tributação concentrada em uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto com encerramento de tributação – (observar o artigo 13, §1º, inciso XIII, alínea “a”); ISS devido em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; ou na importação de serviços; Demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. De acordo com a LC nº 155/16, que acrescenta o §1ºA na LC nº 123/06, os valores repassados aos profissionais de que trata a Lei nº 12.592/2012 (Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador), contratados por meio de parceria, nos termos da legislação civil, não integrarão a receita bruta da empresa contratante para fins de tributação, cabendo ao contratante a retenção e o recolhimento dos tributos devidos pelo contratado. 3.4. Conceito de Receita Bruta no Simples Nacional De acordo com o artigo 3º, §1º da LC nº 123/06, considera-se receita bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Para efeito de enquadramento, serão consideradas as receitas auferidas no ano- calendário anterior, exceto no ano de início de atividades. Importante também destacar que para fins de enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, poderão ser auferidas receitas no mercado interno até o limite de R$ 4.800.000,00 a partir de 2018 ou ainda os limites estabelecidos para início 18 de atividade, e, adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, inclusive quando realizada por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 da LC 123/06, desde que as receitas de exportação também não excedam os referidos limites de receita bruta anual. Continuando a tratar da Receita Bruta, temos que de acordo com a Resolução CGSN nº 94/2011, em seu artigo 2º, §4º, já com as alterações da Resolução CGSN nº 129/2016, compõe a Receita Bruta da ME ou da EPP: O custo do financiamento nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado no documento fiscal; As gorjetas, sejam elas compulsórias ou não; Os Royalties, aluguéis e demais receitas decorrentes de cessão de direito de uso ou gozo; e As verbas de patrocínio Ainda com relação ao tema, o §4ºB, do artigo 2º da referida resolução, determina que não irão compor a Receita Bruta os seguintes itens: A venda de bens do ativo imobilizado (cuja desincorporação ocorra somente a partir do segundo ano subsequente ao da respectiva entrada); Os juros moratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do atraso no pagamento de operações ou prestações; Remessa de mercadorias a título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional e não haja contraprestação por parte do destinatário; Remessa de amostra grátis; Os valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual, desde que não corresponda à parte executora do contrato E quando o pagamento das obrigações (DAR ou RECEBER) se der por meio de troca de mercadorias ou de prestações de serviços, será tributado? 19 De acordo com o artigo 2º, §10º da Resolução CGSN nº 94/2011, o adimplemento das obrigações comerciais por meio de troca de mercadorias, prestação de serviços, compensação de créditos ou qualquer outra forma de contraprestação não desnatura, para as partes envolvidas, a configuração de receita bruta devendo, portanto, ser tributada normalmente. Ainda com relação ao tema, pesquisamos alguns julgados da RFB que trata a respeito da atualização monetária ser incluída no cômputo da Receita Bruta para fins de apuração do Simples Nacional. Vejamos: SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 135, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2017. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL. EMENTA: RECEITA BRUTA. CORREÇÃO MONETÁRIA. Atualização monetária de preço estabelecido em contrato de prestação de serviços integra a receita bruta para fins de enquadramento no Simples Nacional. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº. 123, de 2006, Art. 3º, §1º. 3.5. Impedimentos e vedações a atividade do SIMPLES O artigo 3º, §4º, bem como o artigo 17 da LC nº 123/06, elenca as pessoas jurídicas que por algum motivo, não poderão se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado para o SIMPLES. Referidas pessoas jurídicas poderão ser identificadas conforme abaixo transcrevemos: De cujo capital participe outra pessoa jurídica (PJ X PJ); Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior; De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta lei complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00); 20 Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta lei complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00/R$4.800.000,00 – para 2018); Cujo sócio ou titular seja, administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00/ R$4.800.000,00 – para 2018); Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; Que participe do capital de outra pessoa jurídica; Queexerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar (atividades obrigadas ao Lucro Real); Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores (vedação a determinados planejamentos tributários com vistas somente a economia tributária); Constituída sob a forma de sociedade por ações. Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade Com relação ao último ponto, que trata da relação entre os sócios da ME ou EPP com o contratante dos serviços, temos que a referida relação pode ser definida da seguinte forma: (art. 3º da CLT) Pessoalidade: diz respeito ao fato de que somente a pessoa física pode ser empregada e, que deve estar legalmente constituído na relação empregatícia quem realizará o trabalho. Subordinação: refere-se à situação objetiva direcionada à forma de prestação do trabalho e não uma sujeição pessoal do empregado é a possibilidade, que assiste ao empregador, de intervir na atividade do empregado. 21 Habitualidade: é aquilo que se transformou em hábito, em usual, é costumeiro, é rotineiro, que é constante ou muito frequente, comum. EXERCÍCIO Com relação a este ponto a respeito da relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade, vamos falar um pouco a respeito da lei da terceirização? O que é a lei de terceirização? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ A Quem ela se destina? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Pode qualquer PJ ser uma empresa de terceirização? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3.6. Inclusão de Novas atividades Importante aqui destacar que a LC nº 155/2016, acrescentou novas atividades ao rol do SIMPLES NACIONAL, as quais vamos abaixo elencar: Indústria ou comércio de bebidas alcoólicas como: micro e pequenas cervejarias; micro e pequenas vinícolas; produtores de licores e micro e pequenas destilarias desde que não produzam ou comercializem no atacado; Serviços médicos como a própria atividade de medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; medicina veterinária; odontologia; psicologia, psicanálise, terapia OBS: Com relação a este ponto deve-se tomar bastante cuidado, pois a partir do eSocial, bem como da EFD Reinf, será muito fácil para a RFB identificar a empresa constituída na forma do Simples que presta serviço com subordinação e habitualidade. 22 ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da Lei Complementar 123/2006. 3.7. Base de Cálculo Simples Nacional 3.7.1. Base de Cálculo a ser aplicada até 31/12/2017 De acordo com o artigo 18 da LC nº 123/06, o valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a VI sobre a base de cálculo estabelecida no §3º do mencionado artigo 18. Ainda neste sentido, para determinar a alíquota a ser aplicada, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração, após isto sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a referida alíquota. Vamos verificar o exemplo abaixo: Pessoa jurídica Atividade: Prestação de Serviços de advocatícios (Art. 18, §5ºC, inciso IV) 23 Receita Bruta Acumulada 12 meses: R$ 1.350.000,00 Receita auferida no mês: R$ 650.000,00 Qual a faixa do Anexo – Faixa 8 – Alíquota de 10,76% Como fazer o cálculo: Base de Cálculo: R$ 650.000,00 x 10,76% = R$ 69.940,00 Valor a pagar no DAS: 69.940,00 3.7.2. Base de Cálculo a ser aplicada a partir de 01/01/2018 A LC nº 155/06 em seu artigo 1º, alterou a forma do cálculo do SIMPLES NACIONAL, determinando que a partir de janeiro de 2018, o valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3º do artigo 18. E como ficou o cálculo? Vejamos o exemplo abaixo: Pessoa jurídica Atividade: Prestação de Serviços de advocatícios (Art. 18, §5ºC, inciso IV) Receita Bruta Acumulada 12 meses: R$ 1.350.000,00 Receita auferida no mês: R$ 650.000,00 Qual a faixa do Anexo IV – Faixa 4 – Alíquota de 14% 24 No novo formato do Simples Nacional, de acordo com a LC 155/16, a fórmula de cálculo é a seguinte: Onde cada sigla significa: RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração; Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; De acordo com o exemplo acima colocado, o faturamento da empresa é de R$ 650.000,00, sendo assim, o cálculo deverá ser efetuado da seguinte forma: R$ 1.350.000 x 14% – R$ 39.780,00 / R$ 1.350.000 = 11% Valor final do imposto: R$ 650.000,00 x 11% = R$ 71.500,00 Vejamos mais alguns exemplos de como era e como ficará o cálculo para o Simples Nacional em 2018: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 25 Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 9,12% Faixa 4 - Alíquota Nominal - 10,70% Parcela a Deduzir: 22.500,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 9,12% Alíquota Efetiva: (1.700.000,00x10,70%-22.500,00)/1.700.000,00 Alíquota Efetiva: 9,38% Valor a pagar = 31.920,00 Valor a pagar: 32.817,65 Diferença do Valor em 2017 para 2018 897,65 Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 9,62% Faixa 4 - Alíquota Nominal - 11,20% Parcela a Deduzir: 22.500,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 9,62% Alíquota Efetiva:1.700.000,00x11,20%-22.500,00/1.700.000,00Alíquota Efetiva: 9,88% Valor a pagar: 33.670,00 Valor a pagar: 34.567,65 Diferença do Valor em 2017 para 2018 2.647,65 Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 13,68% Faixa 4 - Alíquota Nominal - 16% Parcela a Deduzir: 35.640,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 13,68% Alíquota Efetiva:1.700.000,00x16%/1.700.000,00 Alíquota Efetiva: 13,90% Valor a pagar: 47.880,00 Valor a pagar: 48.662,35 Diferença do Valor em 2017 para 2018 16.742,35 Anexo I - Comércio Anexo II - Indústria Anexo III - Serviço 26 3.8. Retenção ISS O artigo 21 da LC 123/06, já com as alterações da LC 155/16, determina em seu §4º, inciso I, que a alíquota aplicável na retenção do ISS corresponderá a alíquota efetiva do ISS estiver sujeita no mês anterior ao da prestação. In Verbis: Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei Complementar, deverão ser pagos: § 4º A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional somente será permitida se observado o disposto no art. 3o da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, e deverá observar as seguintes normas: I - a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá à alíquota efetiva de ISS a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação; Por fim, o artigo 1º da LC 155/16, que altera o artigo 18 da LC nº 123/06, inclui o §1ºB, o qual determina que os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição constante dos anexos I a V. Vejamos: § 1o-B. Os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar, observando-se que: I - o percentual efetivo máximo destinado ao ISS será de 5% (cinco por cento), transferindo-se eventual diferença, de forma proporcional, aos tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual; II - eventual diferença centesimal entre o total dos percentuais e a alíquota efetiva será transferida para o tributo com maior percentual de repartição na respectiva faixa de receita bruta. Diante disto, pode-se ter uma alteração nas alíquotas aplicadas. Vejamos um exemplo abaixo do cálculo da alíquota do ISS. 27 Utilizando os dados do exemplo anterior temos: Pessoa jurídica Atividade: Prestação de Serviços de advocatícios (Art. 18, §5ºC, inciso IV) Receita Bruta Acumulada 12 meses: R$ 1.350.000,00 Receita auferida no mês: R$ 650.000,00 Qual a faixa do Anexo IV – Faixa 4 – Alíquota de 14% De acordo com os dados do exercício a alíquota efetiva é calculada da seguinte forma: R$ 1.350.000 x 14% – R$ 39.780,00 / R$ 1.350.000 = 11% Passaremos agora a calcular a alíquota de retenção do ISS: Alíquota Efetiva: 11% Percentual de repartição constante no anexo IV: 40% 11% x 40% = 4,40% De acordo com a regra antiga, seria utilizada uma alíquota de 10,76% sobre a RB mensal e a alíquota do ISS a destacar na NF seria 4,31%. Para este exemplo temos uma mudança desfavorável nas alíquotas, mas tudo vai da análise do caso em concreto. Exercícios 1) Quando devo efetuar a retenção do ISS? Teve alguma novidade com a Lei Complementar nº 157/2016? ______________________________________________________________________ 28 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 2) Como seria o cálculo da retenção para cada faixa do Anexo III ? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 3.9. Folha de Pagamento 29 Para as empresas prestadoras de serviço, quanto maior for a folha de pagamento da empresa, menor a alíquota. Isso quer dizer que mesmo as atividades que em teoria pagam mais impostos podem ser enquadradas ainda no anexo III. Para isso, a razão entre o valor da folha salarial e a receita bruta deve ser igual ou maior que 28%. Se o contrário ocorrer e empresas que em um primeiro momento figuram nos anexos III e IV tiverem uma relação entre folha e receita menor que 28%, serão tributadas de acordo com as alíquotas do anexo V, que são maiores. Segue abaixo a legislação comentada a respeito do tema: LC nº 123/06 – “Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3o deste artigo, observado o disposto no § 15 do art. 3o. (...) § 5º-J. As atividades de prestação de serviços a que se refere o § 5o-I - (medicina, inclusive laboratorial e enfermagem, medicina veterinária, odontologia, psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite, serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, Geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia, representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros, perícia, leilão e avaliação, auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração, jornalismo e publicidade, agenciamento, exceto de mão de obra) - serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar caso a razão entre a folha de salários e a receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a 28% (vinte e oito por cento). § 5o-M. Quando a relação entre a folha de salários e a receita bruta da microempresa ou da empresa de pequeno porte for inferior a 28% (vinte e oito por cento),serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar as atividades previstas: 30 I - nos incisos XVI (fisioterapia), XVIII (arquitetura e urbanismo), XIX (medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem), XX (odontologia e prótese dentária) e XXI (psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite) do § 5o-B deste artigo; II - no § 5o-D deste artigo – (administração e locação de imóveis de terceiros, academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais, academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes, elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante, licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação, planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante, empresas montadoras de estandes para feiras, laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica, serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética, serviços de prótese em geral). § 5o-K. Para o cálculo da razão a que se referem os §§ 5o-J e 5o-M, serão considerados, respectivamente, os montantes pagos e auferidos nos doze meses anteriores ao período de apuração para fins de enquadramento no regime tributário do Simples Nacional. (Destacamos e incluímos as atividades mencionadas em cada artigo) 3.10. Do Micro Empresário Individual – MEI - Novas regras para o MEI Com o objetivo de tornar possível o fim da informalidade e a legalização daquele que trabalha por conta própria, o Governo Federal instituiu a figura do microempreendor individual (MEI), por meio de alterações na LC nº 123/06 através da LC nº 128/08. De acordo com a legislação para se enquadrar na condição de MEI, é necessário se encaixar nas condições do artigo 18A, §1º, já com as alterações da LC nº 155/2016, o qual determina que considera-se MEI o empresário individual, ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 31 81.000,00 (oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. Para as empresas em início de atividade o limite será de R$ 6.750,00 (seis mil, setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. Segue abaixo um quadro resumo com as principais alterações advindas com a LC nº 155/2016: Antes da LC nº 155 Validade até 31/12/2017 Após a LC nº 155 Empresário individual conforme art. 966 do código civil Empresário individual conforme art. 966 do código civil ou empreendedor que exerça atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural. (Art. 18-A, §1º) Receita Bruta no ano-calendário de R$ 60.000 (sessenta mil) Receita Bruta no ano-calendário de R$ 81.000 (oitenta e um mil). (Art. 18-A, §1º) Baixa no Portal eletrônico, informação na Junta Comercial, baixa na Receita Estadual e na Prefeitura (alvará) e outros cadastros com a administração pública. Baixa exclusivamente no Portal eletrônico, com dispensa de comunicação a demais orgãos. (Art. 18-A, §16A) Obrigatório a inscrição e pagamento de anuidade em orgão de Conselho de classe profissional. Dispensa do cadastro e recolhimento em órgãos de conselho profissional quando já o for na qualidade de pessoa física. (Art. 18-A, §19A) Contribuinte Individual do INSS Empresário individual - contribuinte individual Trabalhador rural - contribuinte especial. (Art. 18-A, §18C) 32 Pode contratar até um (01) funcionário por no máximo um salário mínimo ou piso da categoria. Não mudou, ainda pode contratar até um (01) funcionário por no máximo um salário mínimo ou piso da categoria. (Art. 18-E, §4º) 3.11. Do Investidor Anjo A LC nº 155/16, criou a figura do investidor anjo, que traz para pequenas empresas em geral, mas principalmente para as “Startups”, o benefício de receberem investimentos de pessoas físicas ou jurídicas em troca de participação das mesmas nos lucros auferidos sem a necessidade do ingresso no contrato social como sócias administradoras isentando as mesmas dos riscos em relação a dívidas do empreendimento que caberá somente aos sócios. – Artigo 61 A da LC 155/16. Produção de efeitos a partir de janeiro de 2017 Obrigatoriedade de entrega de ECD A microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) que receber aporte de capital de investidor-anjo está obrigada a manter a Escrituração Contábil Digital (ECD)? A microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) que receber aporte de capital de investidor-anjo, na forma prevista nos artigos 61-A a 61-D da Lei Complementar nº 123/2006, deverá manter a Escrituração Contábil Digital (ECD) e ficará desobrigada da escrituração do Livro Caixa. Registra-se que a falta de entrega da ECD, pela ME ou EPP, acarretará a exclusão de ofício do Simples Nacional. (Artigo 61, §§ 3º e 3º-A da Resolução CGSN nº 94/2011) 33 34 Exercício 01 – Como ficam as regras de tributação dos rendimentos recebidos pelo investidor anjo através da IN nº 1.179/2017? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3.12. Exclusão do Simples Nacional - Solicitação e Efeito 35 A exclusão do SIMPLES, seja de forma opcional ou obrigatória, deverá ser efetuada através de comunicação de exclusão diretamente no portal do Simples Nacional. A exclusão opcional, ou seja, a critério do contribuinte, deverá ser efetuada obrigatoriamente com uma comunicação à RFB, o referido pedido de exclusão solicitado durante o mês de Janeiro produz efeitos desde o início do mesmo ano-calendário. A exclusão das pessoas jurídicas do Simples Nacional, por opção, após o mês de janeiro, somente produzirá efeitos a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente. Ainda temos a situação da exclusão obrigatória que é quando a pessoa jurídica ME ou EPP optante do Simples Nacional, atingir qualquer das situações societárias descritas como impeditivas. Nestes casos de exclusão obrigatória, seus efeitos serão validos a partir do mês seguinte ao da ocorrência da situação impeditiva. A exclusão deverá ser comunicada a Receita Federal até o último dia útil do mês subsequente ao da ocorrência da hipótese de vedação. O pedido de exclusão será realizado no Portal do Simples Nacional. Para os casos de exclusão obrigatória observar as seguintes regras com relação ao excesso de limite: A Empresa que não estiver em início de atividade e exceder o limite de 4.800.000,00 estará sujeito a exclusão do Simples Nacional com efeitos a partir: a) Do ano-calendário subsequente - Caso a receitabruta não ultrapasse o valor de R$ 4.960.000,00 (superior a 20% do limite); Base legal: § 9ºA, do art. 3º, da Lei Complementar 123/2006 com redação dada pela Lei Complementar 139/2011. EXCLUSÃO • Excesso de limite 36 b) Do mês subsequente à ocorrência do excesso - Caso a receita bruta ultrapasse o valor de R$ 4.960.000,00 (superior a 20% do limite) Base legal: § 9º, do art. 3º, da Lei Complementar 123/2006 com redação dada pela Lei Complementar 139/2011. Neste caso a Receita Federal deverá ser comunicada: Até o último dia útil do mês subsequente àquele em que se deu o excesso de receita bruta em mais de 20% do limite. Até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subsequente àquele em que se deu o excesso de receita bruta, na hipótese de não ter ultrapassado em mais de 20% do limite. A microempresa e a empresa de pequeno porte que no decurso do ano-calendário de início de atividade ultrapassarem o limite de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período estarão excluídas do Simples Nacional, com efeitos retroativos ao início de suas atividades, conforme §10, do art. 3º, da Lei Complementar 123/2006. A Exclusão só não terá efeitos retroativos caso a receita bruta não ultrapasse em 20% do limite proporcional, sendo assim, os efeitos da exclusão serão a partir do ano- calendário subsequente, conforme § 12º, do art. 3º, da LC nº 123/2006 com redação dada pela LC nº 139/2011. Deverá multiplicar o valor de R$400.000,00 (quatrocentos mil reais) pelo número de meses de funcionamento para identificar o limite em caso de empresa em início de atividade. A Receita Federal deverá ser comunicada: Até o último dia útil do mês subsequente àquele em que se deu o excesso de receita bruta em mais de 20% do limite proporcional. Até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subsequente àquele em que se deu o excesso de receita bruta, na hipótese de não ter ultrapassado em mais de 20% do limite. 37 3.13. Majoração da alíquota A majoração da alíquota de 20% ocorre em dois casos: Quando a empresa iniciou as atividades no decurso do ano-calendário e exceder o limite da receita bruta proporcional; Quando a empresa que não está em início de atividade e exceder o limite da receita bruta anual. Observação: A majoração da alíquota máxima previstas nos anexos I a V será calculada a partir do mês em que ocorrer o excesso do limite da receita bruta anual e até o mês anterior aos efeitos da exclusão. Base legal: §§ 16 e 16-A, do art. 18 da Lei Complementar 123/2006 com redação dada pela Lei Complementar 139/2011. PONTO DE ATENÇÃO!! Será excluída automaticamente do Simples Nacional, a ME ou EPP que promover a alteração de dados no CNPJ que importem em: Alteração de natureza jurídica para sociedade anônima, sociedade empresária em comandita por ações, sociedade em conta de participação ou estabelecimento, no Brasil, de sociedade estrangeira; Inclusão de atividade econômica vedada à opção pelo Simples Nacional; Inclusão de sócio pessoa jurídica; Inclusão de sócio domiciliado no exterior; Cisão parcial; ou Extinção da empresa. 38 Os efeitos da exclusão dar-se-ão a partir do mês subsequente ao da ocorrência da situação de vedação. 3.14. Dos Créditos As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidas pelo Simples Nacional. As pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional terão direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisições de mercadorias de microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, desde que destinadas à comercialização ou industrialização e observado, como limite, o ICMS efetivamente devido pelas optantes pelo Simples Nacional em relação a essas aquisições. A alíquota aplicável ao cálculo do crédito deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá ao percentual de ICMS previsto nos Anexos I ou II desta Lei Complementar para a faixa de receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da operação. Destaca-se que se a operação ocorrer no mês de início de atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, a alíquota aplicável ao cálculo do crédito corresponderá ao percentual de ICMS referente à menor alíquota prevista nos Anexos I ou II da LC 123/06. 3.15. Das Obrigações Fiscais Acessórias A microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional deverá apresentar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais, que deverá ser disponibilizada aos órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, observados prazo e modelo aprovados pelo CGSN. 39 A declaração de que trata o caput deste artigo constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nela prestadas. 3.16. Das Penalidades Aplicam-se aos impostos e contribuições devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no Simples Nacional, as normas relativas aos juros e multa de mora e de ofício previstas para o imposto de renda, inclusive, quando for o caso, em relação ao ICMS e ao ISS. Quando a pessoa jurídica deixar de comunicar a sua exclusão do SIMPLES, estará sujeita a multa correspondente a 10% (dez por cento) do total dos impostos e contribuições devidos de conformidade com o Simples Nacional no mês que anteceder o início dos efeitos da exclusão, não inferior a R$ 200,00 (duzentos reais), insuscetível de redução. Já com relação a falta de comunicação, quando obrigatória, do desenquadramento do microempreendedor individual da sistemática de recolhimento prevista no art. 18-A da Lei Complementar 123/06 sujeitará o microempreendedor individual a multa no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais), insusceptível de redução. Nos casos de apresentação do arquivo com incorreções ou omissões, a pessoa jurídica será intimada a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela autoridade fiscal, na forma definida pelo Comitê Gestor, e sujeitar-se-á às seguintes multas: De 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos tributos e contribuições informados na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo; 40 De R$ 100,00 (cem reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. As multas poderão ser reduzidas a: 50% , quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; 75%, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. A multa a ser aplicada não será inferior a R$ 200,00 (duzentos reais). 3.17. Do acesso aos mercados A microempresa e a empresa de pequeno porte beneficiárias do SIMPLES usufruirão de regime de exportação que contemplará procedimentos simplificados de habilitação, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio, na forma do regulamento. Referido benefício também se aplica quando as pessoas jurídicas prestadoras de serviço de logística internacional forem contratadas por beneficiários do SIMPLES. Estas empresas estão autorizadas a realizar atividades relativas a licenciamento administrativo, despachoaduaneiro, consolidação e desconsolidação de carga, bem como a contratação de seguro, câmbio, transporte e armazenagem de mercadorias, objeto da prestação do serviço, na forma do regulamento. 3.18. Do Apoio à Inovação De acordo com o 65, § 4º da LC 123/06, ficam reduzidos a zero as alíquotas dos impostos e contribuições (IPI, PIS e Cofins e PIS e Cofins Importação e ICMS), incidentes na aquisição, ou importação, de equipamentos, máquinas, aparelhos, instrumentos, acessórios, sobressalentes e ferramentas que os acompanhem, na forma definida em regulamento, quando adquiridos, ou importados, diretamente por microempresas ou empresas de pequeno porte para incorporação ao seu ativo imobilizado. 41 3.19. Dos anexos e enquadramentos Para verificar o correto enquadramento nos Anexos da LC 123/06, é necessário que a PJ conheça a sua atividade desenvolvida, sendo assim, segue abaixo o roteiro dos principais anexos da referida legislação: ANEXO I – Comércio ANEXO II - Industria ANEXO III – Receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados nos §§ 5ºC do art. 18 ANEXO IV – Receitas decorrentes de serviços relacionados no §5ºC do artigo 18 ANEXO V – Receitas decorrentes de serviços relacionados no §5ºI do artigo 18 3.20. Parcelamento de Débitos De acordo com a LC nº 155/2016, os débitos vencidos até a competência do mês de maio de 2016 e apurados na forma do SIMPLES NACIONAL, poderão ser parcelados em até 120 (cento e vinte) meses. Após a publicação da Lei Complementar, a Receita Federal do Brasil em cumprimento ao disposto no artigo 9º da LC nº 155/2016, expediu a Instrução Normativa nº 1.670/2016, a qual veio regulamentar os procedimentos para solicitação do referido parcelamento. De acordo com o artigo 2º da IN 1.670/2016, o contribuinte com débitos apurados na forma prevista no Simples Nacional até a competência do mês de maio de 2016, poderá manifestar previamente a opção pelo referido parcelamento, no período de 14 de novembro de 2016 a 11 de dezembro de 2016, por meio do formulário eletrônico "Opção Prévia ao Parcelamento da LC 155/2016", disponível na página da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet. Importante também analisar a resolução CGSN nº134/2017 que dispõe acerca do parcelamento de débitos pelo Simples Nacional. 42 3.21. DECRETO PR Nº 6276/2017 – Importações Simples Nacional O Estado do Paraná revogou por meio do Decreto nº 6.276, de 01/03/2017, o artigo 620, do RICMS/PR, que tratava dos benefícios fiscais aplicáveis na importação de bens ou mercadorias por meio dos portos de Paranaguá e Antonina e de aeroportos paranaenses, pelas empresas do Simples Nacional Deste modo, nas importações efetuadas por estas empresas, a partir de 01/03/17 o recolhimento do ICMS será de forma integral. Dados para Contato Palestrante: Palestrante: Joyce Batista Neto Scoto – (41) 3149-3077 e-mail: joycescoto@seventreinamentos.com.br
Compartilhar