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DIREITO DE GREVE

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Curso de Direito
Disciplina: Direito do Trabalho II
PROFESSOR LUÍS ALVES DE FREITAS LIMA
Fortaleza, 2017.2
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Unidade IX
Greve
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Unidade 9: GREVE
9.1 Conceito e natureza jurídica
9.2 Tipos e finalidade da greve
9.3 Lockout
Conteúdo Programático
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Introdução
A Greve, objetivamente, não é um conflito.
Na verdade, deve ser entendida como um instrumento de pressão utilizado pelos empregados para "forçar" que os conflitos coletivos das categorias sejam solucionados.
Como se pode notar, é um fato essencialmente social, mas, também, um fato jurídico que consiste na suspensão do trabalho por parte do empregado.
Greve
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Introdução
Se de um lado o trabalhador perde os dias parados, inclusive com reflexos em seu contrato de trabalho, por outro, o empresário também perde a produção, o capital investido e, quase sempre, espaço para o concorrente.
É justamente por apresentar consequências tão gravosas para as partes que a greve é considerada um instrumento útil e eficaz para solução dos conflitos coletivos.
Greve
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Breve Histórico
Em Roma, na era antiga, a greve era considerada um delito, não sendo permitida qualquer reunião de trabalhadores.
Na França, a Lei de Chapellier (1791), vedava associação de trabalhadores, sobretudo, quando apresentava o intuito de promover a defesa de interesses coletivos.
O Código de Napoleão, de 1810, previa prisão e multa para os grevistas.
Na Inglaterra, era considerado crime de conspiração contra a coroa "a coalizão de trabalhadores para a defesa de melhores condições de trabalho ou aumento de salários".
Greve
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Breve Histórico no Brasil
A evolução do movimento grevista não ocorreu de forma regular, tal como em outros países. É que inicialmente a greve não foi considerada como um delito.
Em 1890, o Código Penal proibia a greve, todavia, no dia 12/12/1890, essa proibição foi revogada pelo Decreto 1.162.
Greve
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Breve Histórico no Brasil
Esta situação permaneceu até 1932, quando a Lei que tratava da Segurança Nacional, conceituou a greve como delito.
A Constituição de 1937, de índole fortemente corporativista e influenciada pelo fascismo italiano, considerou a greve como uma prática antissocial e incompatível com os interesses do Estado e da produção nacional.
Greve
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Breve Histórico no Brasil
O Decreto-Lei 1.237/1939 previa suspensão, demissão e até a prisão como punição para aqueles que participassem de greves.
Em 1943, com a promulgação da CLT, foram instituídas diversas penalidades para os membros dos sindicatos que realizasse greves sem autorização do Tribunal Trabalhista.
Como exemplo de punições deve-se citar: a possibilidade de suspensão de dois a cinco anos do direito de ser eleito como representante sindical.
Greve
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Breve Histórico no Brasil
Com a Constituição de 1946 é que esta situação foi alterada, passando o movimento grevista ser considerado como um direito.
O direito de greve foi inicialmente previsto na Lei 4.330/64 e no Decreto-lei 1.632, que, entretanto, foram revogados pela medida provisória nº 59.
Greve
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Breve Histórico no Brasil
Posteriormente, esta medida provisória veio a ser convertida na Lei 7.783/89.
Atualmente, o direito de greve é considerado um direito do trabalhador, assegurado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei 7.783/89.
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Direito de Greve
Constituição Federal / 1988:
	Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
	§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
	§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Greve
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Conceito de Greve
Artigo 2º da Lei 7.783/89:
	Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. 
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Extensão do Movimento
A primeira característica importante diz respeito à quantidade de pessoas envolvidas no movimento.
A greve representa uma suspensão coletiva de trabalho, ou seja, não existe greve de um trabalhador somente. 
Na realidade, se um trabalhador decidir "entrar em greve" sozinho, poderá ter que arcar com as consequências de uma demissão por justa causa, pois sua atitude não está amparada pela Lei.
Greve
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Extensão do Movimento
Não é obrigatório que haja a adesão total da categoria.
Pode haver momentos ou situações em que o movimento grevista abranja toda a categoria, contando com a adesão de todos os trabalhadores.
Entretanto, pode haver outra situação em que somente parte desta categoria esteja engajada ou até mesmo de somente um setor de determinada empresa que, mesmo assim, o movimento grevista não restará descaracterizado.
Greve
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Extensão do Movimento
A segunda característica marcante do movimento grevista refere-se ao seu caráter transitório.
Não existe greve permanente.
Embora seja admitido pela doutrina que empregados entrem em greve por prazo indeterminado, não quer dizer que esta perdeu seu caráter de transitoriedade.
Greve
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Extensão do Movimento
Como se pode notar, a indeterminação não implica em permanência.
Uma greve em que se demonstre ausente o caráter de transitoriedade pode resultar na demissão dos empregados. 
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Extensão do Movimento
A terceira característica importante é o caráter pacífico do movimento.
É o que estabelece o artigo 6º, § 3º, da Lei 7783/89:
	§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Como se pode notar, piquetes violentos ou danos aos bens da empresa são terminantemente proibidos.
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Extensão do Movimento
A quarta característica do movimento paredista refere-se a suspensão dos serviços.
Se os operários não paralisam suas atividades, pela Lei, não há greve.
As conhecidas, "greves brancas" como "operações tartarugas" em que os empregados desempenham suas funções da forma mais lenta ou as "greve de zelo" em que os trabalhadores desempenham suas funções com um rigor excessivo, atrasando o serviço, não são consideradas como greve para grande parte da doutrina.
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Legitimidade
Parte legítima para deliberar sobre greve: os titulares do direito de greve são os trabalhadores.
São os trabalhadores que detêm o direito de decidir qual o momento oportuno para deflagração do movimento grevista e ainda, quais serão os interesses a serem defendidos pelo movimento. 
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Legitimidade
Entretanto, em se tratando de legitimidade para instaurar uma greve, a questão muda de figura.
Também por força de lei, a legitimidade de instaurar o movimento grevista é da organização sindical no qual a categoria está inserida.
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Legitimidade
Na ausência da entidade sindical, a legitimidade de instauração do movimento transfere-se para entidade federativa que representa aquela categoria. Não existindo, por sua vez, o ente federativo, transfere-se a competência para a Confederação.
Permanecendo ainda vacante a representação, tem sido assegurada a deflagração do movimento grevista por uma comissão de empregados, que após a realização de uma assembleia e aprovação do movimento, deverá representar os trabalhadores.
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Natureza Jurídica
A greve é um direito fundamental, de caráter eminentemente coletivo e, proveniente das relações sociais de trabalho.
Amparando na doutrina, oportunas são as palavras do professor Mauricio Godinho Delgado, em seu livro Direito Coletivo do Trabalho, "... A natureza jurídica da greve, hoje, é
de um direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas.”
Greve
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Tipos de Greve
Uma enorme gama de classificações pode surgir de acordo com objeto a ser analisado.
Quanto à legalidade:
Lícitas: são aquelas que obedecem aos ditames previstos na Lei. Contam com ampla proteção do direito do Trabalho, conferindo direitos e garantia aos participantes.
Ilícitas: são aquelas que descumprem determinado mandamento da lei ou que cometem algum abuso relativo ao direito de outrem.
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Tipos de Greve
Quanto à extensão:
Greves Globais: como o próprio nome sugere, contam com a adesão plena da categoria.
Parciais: contam com a adesão de somente uma parcela da categoria, um setor da empresa, ou mesmo, de poucos trabalhadores de cada setor.
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Requisitos de Validade
O ordenamento jurídico estabelece a obrigatoriedade do cumprimento de certos requisitos como condição de validade do movimento grevista.
De forma sintética, podem ser resumidos em quatro deveres específicos: 
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Requisitos de Validade
	01. Comprovação de efetiva tentativa de negociação com a empresa ou entidade patronal.
Art. 3º (Lei 7.783/89) – Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
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Requisitos de Validade
	01. Comprovação de efetiva tentativa de negociação com a empresa ou entidade patronal.
Art. 3º (Lei 7.783/89): Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
Neste caso, importa ressaltar que a comprovação deve ser realizada de forma robusta, ou seja, não mais se admite que esta seja realizada por simples declaração da parte interessada.
Há a necessidade de apresentação de documentos que comprovem efetivamente que a prévia tentativa de negociação coletiva restou frustrada.
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Requisitos de Validade
	02. Aprovação em assembleia, especialmente designada com esta finalidade. Lei 7.783/89.
Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços.
	§ 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quórum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve.
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Requisitos de Validade
	03. Aviso prévio a parte adversa, que na forma da Lei deverá ser realizado com a antecedência mínima de 48 horas.
É obrigatório o aviso prévio à entidade patronal ou ao empregador com antecedência mínima de 48 horas. Lei 7.783/89:
Art. 3º, parágrafo único: a entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação. 
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Requisitos de Validade
	03. Aviso prévio a parte adversa, que na forma da Lei deverá ser realizado com a antecedência mínima de 48 horas.
Tratando-se de atividade essencial, o aviso prévio deverá observar a antecedência mínima de 72 horas, sendo dirigido além da entidade sindical ou o empregador, aos usuários do serviço. Lei 7.893/89.
Art. 13. Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
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Requisitos de Validade
	03. Aviso prévio a parte adversa, que na forma da Lei deverá ser realizado com a antecedência mínima de 48 horas.
A Lei, entretanto, não diz expressamente qual a forma específica que deve ser realizado o aviso prévio, apenas dispondo acerca da obrigatoriedade de sua existência.
Assim, o aviso prévio poderá ser realizado de qualquer forma.
O importante é dar ciência inequívoca a parte contrária do início do movimento.
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Requisitos de Validade
	04. Cumprimento da escala mínima com o objetivo de atender as atividades essenciais da população. Lei.7.783/89.
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Prevê nosso ordenamento que os grevistas deverão assegurar o cumprimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
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Requisitos de Validade
Como se pode notar, o direito de greve não é um direito absoluto, eis que embora assegure seu exercício, condiciona seu gozo ao cumprimento de certos requisitos, tais como, da elaboração de uma escala mínima de serviço.
Desta forma, em se tratando de atividades essenciais, deverá ser assegurado o cumprimento das necessidades inadiáveis da comunidade através da elaboração de uma escala mínima de serviço.
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Atividades essenciais (art. 10 da Lei de greve)
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
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Atividades essenciais (art. 10 da Lei de greve)
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI compensação bancária. 
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Atividades essenciais (art. 10 da Lei de greve)
Note-se que se trata de uma relação meramente exemplificativa, ou seja, pode haver outras atividades que embora não previstas no artigo 10, da citada lei, sejam consideradas como essenciais.
A própria lei determina que os sindicatos deverão, em comum acordo, garantir, durante a greve, o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
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Atividades essenciais (art. 10 da Lei de greve)
Mesmo não estando prevista como atividade essencial, determinada atividade poderá ser considerada como inadiável da comunidade e assim, obrigar que também neste caso, sejam realizadas escalas mínimas de serviço.
A própria lei define o conceito de necessidades inadiáveis da comunidade: "aquelas que, se não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população“ (art. 11, parágrafo único)
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Limitação ao direito de greve
A greve embora seja um direito, comporta limitações.
Para se ter uma ideia desta limitação, deve-se entender que embora a greve seja um direito conferido ao trabalhador, este não é absoluto.
Ou seja, deve-se garantir que o movimento grevista não viole outros direitos previstos no ordenamento jurídico, tais como, os direitos e garantias fundamentais conferidos a todas as pessoas.
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Limitação ao direito de greve
Exemplo: deve-se ter em mente que nosso ordenamento jurídico assegura o direito à liberdade, à propriedade, à segurança, à liberdade de pensamento e opinião, o direito a vida privada, à locomoção, o respeito às convicções políticas e filosóficas e ainda, o respeito à imagem das pessoas.
Desta forma, a realização de piquetes violentos ou a destruição dos bens da empresa, estão terminantemente proibidos.
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A responsabilização dos infratores
Uma das mais importantes limitações impostas ao movimento grevista é a possibilidade de responsabilização dos infratores pelos abusos cometidos.
Qualquer conduta que viole um direito ou garantia fundamental do cidadão será ilegal e configurará abuso do direito de greve, podendo o infrator ser responsabilizado nas esferas trabalhistas, civis e até criminais (art. 9º, § 2º da CF
e art. 15 da Lei de greve).
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A responsabilização dos infratores
Torna-se importante ressaltar que a possibilidade de responsabilização pelas infrações cometidas em um movimento grevista estende-se tanto ao trabalhador, quanto a própria entidade sindical.
Desta forma, a lisura da greve deve ser objeto de controle constante pelos dirigentes do movimento, devendo os empregados pautarem suas ações dentro legalidade.
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A responsabilização dos infratores
Outra situação de limitação ao direito de greve diz respeito a paralisação total das atividades, quando este ato importar em prejuízo irreparável para as empresas, ou seja, quando a paralisação importar em deterioração irreversível de bens, máquinas, equipamentos do empregador ou puder afetar a manutenção das atividades do mesmo.
Exemplo desta vedação legal: empresas do setor de aço, no qual a paralisação das atividades de seus empregados poderá ensejar na deterioração irreversível de seus altos-fornos.
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A responsabilização dos infratores
Estabelece o artigo 14, da Lei 7.783/89 que os empregados deverão encerrar imediatamente o movimento grevista quando da celebração do acordo ou convenção coletiva de trabalho ou após a decisão da judicial acerca da questão.
O descumprimento desse dispositivo também é considerado abuso do direito de greve.
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Direitos dos grevistas
A própria Lei que regulamenta o direito de Greve assegura aos empregados grevistas, em seu artigo 7º, uma das mais importantes conquistas do trabalhador que é a proibição de sua dispensa, bem como a contratação de outros empregados.
Ou seja, é proibida a demissão dos empregados que decidam aderir ao movimento grevista, bem como a contratação de outros para o seu lugar. 
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Direitos dos grevistas
Artigo 2º, § 1º, da Lei 6.019/74, com redação dada pela lei n. 13.429/2017:
	É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. 
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Direitos dos grevistas
Observadas as condições previstas na Lei, a participação em greve suspende o contrato de trabalho, devendo as relações obrigacionais, durante o período, ser regidas pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.
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Direitos dos grevistas
Tal proibição também comporta restrições que estão intimamente ligadas às limitações ao direito de greve.
Assim, havendo o comprovado abuso por parte do empregado grevista, a responsabilização daquele infrator poderá ensejar inclusive em sua dispensa por justa causa.
Ou seja, a proibição na demissão não se aplica em caso de conduta que possa acarretar a dispensa por justa causa daquele trabalhador.
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Direitos dos grevistas
Ainda na Lei de greve, sobretudo, em seu artigo 6º, são assegurados outros direitos aos empregados grevistas tais como:
a possibilidade de arrecadação lícita de fundos para o movimento,
a sua livre divulgação e
a utilização de meios pacíficos para persuadir os trabalhadores aderirem o movimento; 
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Direitos dos grevistas
É vedada a coação, por parte do empregador, para o retorno ao trabalho, como por exemplo: divulgar listas, ligar para a casa dos empregados, ameaçar com a perda de direitos.. dentre outras condutas.
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Efeitos no contrato de trabalho
Desde que cumpridos os requisitos legais necessários à deflagração do movimento grevista, considerar-se-ão suspensos os contratos de trabalho dos empregados.
Ou seja, a adesão ao movimento grevista apresenta como consequência jurídica a suspensão do contrato de trabalho daquele trabalhador.
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Efeitos no contrato de trabalho
Uma vez suspenso o contrato de trabalho, o empregado não tem direito ao recebimento dos dias parados e nem da sua contagem para fins de apuração do tempo de serviço.
Neste caso, as relações obrigacionais havidas durante a suspensão do contrato de trabalho decorrente do movimento grevista serão regidas por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, bem como por laudo arbitral ou sentença normativa.
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O LOCKOUT.
A lei que regulamenta a questão da greve veda expressamente a possibilidade do empregador paralisar suas atividades, no intuito de pressionar os trabalhadores.
Trata-se da greve do empregador que, neste caso, recebe a denominação de Lockout. Veja o que diz a lei:
	Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados (lockout).
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O LOCKOUT.
Neste caso, também por imposição legal, deverá o empregador proceder ao pagamento dos salários dos trabalhadores durante o período de paralisação. Será uma interrupção do contrato.
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Greve no Serviço Público
Art. 37, inciso VII, da CF: o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
O Plenário do STF decidiu em 2007, por unanimidade, declarar a omissão legislativa quanto ao dever constitucional em editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público e, por maioria, aplicar ao setor, no que couber, a lei de greve vigente no setor privado (Lei nº 7.783/89). 
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Greve no Serviço Público
O Plenário do STF concluiu em 2016 o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 693456, com repercussão geral reconhecida, que discute a constitucionalidade do desconto dos dias paradas em razão de greve de servidor. 
Por 6 votos a 4, o Plenário decidiu que a administração pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a possibilidade de compensação dos dias parados mediante acordo.
Também foi decidido que o desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido motivado por conduta ilícita do próprio Poder Público.
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Greve no Serviço Público
Art. 142, § 3º, inciso IV, da CF: ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
O plenário do STF decidiu em abril de 2017, por 7 votos favoráveis, que é inconstitucional o direito de greve para policiais e servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.
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Greve no Serviço Público
Com isso, fica vedado o direito de greve de:
Policiais civis, 
Policiais federais, 
Policiais rodoviários federais
Integrantes do Corpo de Bombeiros, entre outras carreiras ligadas diretamente à segurança pública. 
Essas carreiras, no entanto, mantêm o direito de se associar a sindicatos. 
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Greve no Serviço Público
A decisão, que teve repercussão geral reconhecida e serve para balizar julgamentos em todas as instâncias, foi tomada no julgamento de um recurso extraordinário do estado de Goiás, que questionou a legalidade de uma greve de policiais civis.
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