Buscar

CASO 02 JULIANA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Peça 02
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA DO ESTADO DA BAHIA.
JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº 0123456789, expedida pelo SSP/BA, inscrita no CPF/BA sob o nº 01234567892, endereço eletrônico <joana@hotmail.com>, residente e domiciliada na Rua Paulo Stuart Wright, nº 45, Bairro Aberta dos Morros, na cidade de Itabuna/BA, CEP 00000000-00; neste ato representada por sua procuradora, endereço eletrônico <advogada@hotmail.com>, com endereço profissional na Rua Marechal Floriano Peixoto nº 626, na cidade de Porto Alegre/RS, CEP 00000000-00, endereço que indica para os fins do artigo 77, V, do CPC, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO,
pelo procedimento COMUM, em face de JOAQUIM, brasileiro, solteiro, empresário, portador da carteira de identidade nº 0123456789, expedida pelo SSP/BA, inscrito no CPF/BA sob o nº 01023456789, endereço eletrônico <joaquim@hotmail.com>, residente e domiciliado na Rua Paulo Stuart Wright, nº 45, Bairro Aberta dos Morros, na cidade de Itabuna/BA, CEP 000000-00, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA	
	
A parte autora não dispõe de recursos suficientes a fim de arcar com as custas processuais sem haver prejuízo ao sustento de sua família, visto que atualmente trabalha como técnica de contabilidade.
Segundo a Lei 1060/50 garante a assistência judiciária à parte processual, verbis:
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar à custa do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
Vejamos a redação do Código de Processo Civil de 2015: 
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
No mesmo sentido jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Para a concessão da assistência judiciária gratuita basta que a parte declare não possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, cabendo à parte contrária o ônus de elidir a presunção de veracidade daí surgida - art. 4º da Lei nº 1060/50.(TRF-4 - AC: 50070154420144047000 PR 5007015-44.2014.404.7000, Relator: (Auxílio Vânia) HERMES S DA CONCEIÇÃO JR, Data de Julgamento: 19/08/2015, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 27/08/2015).
Sendo assim, a requerente junta o comprovante de renda e a declaração de hipossuficiência a fim de comprovar a sua miserabilidade.
Contudo, a parte autora requer a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita.
II - DA OPÇÃO DE NÃO REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
	
Na intenção de garantir pleno direito, a parte autora manifesta que não tem interesse na realização da audiência de conciliação.
Neste sentido, dispõe o NCPC:
“Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 5° O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência”.
Portanto, a parte autora dispensa a audiência supracitada.
III - DOS FATOS
A autora, no dia 15 de março de 2017 foi avisada de que seu filho Marcos, de 18 anos de idade, havia sido preso ilegalmente e encaminhado ao presídio. Muito abalada, no mesmo dia foi em busca de um advogado criminalista para defender seu filho. O mesmo lhe cobrou a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em honorários advocatícios.
Na realidade da parte autora, pagar essa quantia em honorários era quase impossível. Sem saber como iria arcar com esse custo, comentou com seu vizinho Joaquim a atual situação.
Joaquim, ao perceber o desespero da autora, fez uma proposta de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo veículo que a autora possuía, claramente com intenção de obter vantagem patrimonial. 
Vejamos, levada por um estado de forte emoção pela prisão do filho e sem ter fundos para bancar sua defesa, Joana não exitou em aceitar a proposta abusiva. À época, o preço praticado no mercado para venda desse modelo de automóvel era a quantia de R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
Porém, no dia seguinte ao da celebração dessa venda, a autora se dirigiu ao escritório de advocacia para acertar os honorários do advogado. Eis que é informada pelo mesmo que a avó paterna de seu filho já havia contratado outro advogado para assumir o caso. E que, inclusive, já havia conseguido liberar o mesmo através de um Habeas Corpus.
Ciente de toda situação, a autora resolve procurar Joaquim no intuito de desfazer o negócio jurídico. Porém Joaquim, agindo desde o início com má fé, lhe informa que não tem a mesma intenção e se nega a desfazer o negócio.
Ora, Vossa Excelência, não seria esse negócio uma enorme tentativa de tirar vantagem patrimonial da parte autora? Visto que a mesma se encontrava em um momento muito delicado e se deixou levar pela imediaticidade de solucionar o caso de seu filho?
Diante deste fato, visto que a parte ré se negou a anular o negócio jurídico, não lhe restou outra alternativa senão recorrer à justiça, como veremos a seguir.
IV - DOS FUNDAMENTOS
Ora Excelência, é preciso ressaltar que desde o primeiro instante a parte ré agiu de má fé para com a parte autora. Além desse agravante, a autora encontrava-se muito emotiva, sendo facilmente induzida ao erro. Sendo assim, dispõe o Código Civil:
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”.
Partindo do ponto de vista que a autora foi ludibriada pelo réu a celebrar a venda do automóvel por valor ínfimo também cabe anulação do negócio jurídico em função do dolo, segundo o artigo 145 do Código Civil, ipsis litteris “São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa”.
Neste mesmo sentido, vejamos:
“PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO COM PEDIDO ALTERNATIVO DE RESTABELECIMENTO DE EQUILÍBRIO CONTRATUAL. PRESCRIÇÃO. PRAZO. 1. Não incide à espécie o prazo prescricional do art. 178, § 9°, V, ‘b’ do Código Civil de 1916, porquanto a pretensão autoral não está fundada em erro, dolo, simulação ou fraude, mas, sim, na alegada incapacidade do vendedor para gerir seus bens - situação que teria implicado na perfectibilização da compra e venda por preço muito inferior ao valor de mercado. Alegação de nulidade, e não de mera anulabilidade. 2. Trata-se de ação de natureza pessoal, cujo prazo prescricional foi reduzido de 20 anos (art. 177, CC/16) para 10 anos (art. 205, CC/02). 3. Aplicando-se a regra de transição do art. 2.028 do CC vigente, verifica-se que incide na espécie o prazo da lei nova, contado a partir da data de sua entrada em vigor. Prescrição afastada. Retorno dos autos à origem para regular processamento, na medida em que a relação processual sequer foi angularizada. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70025309238, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mylene Maria Michel, Julgado em 16/12/2008).
Sendo evidente, desta forma, o dolo do réu, deve serrespeitada a norma do Código Civil que pontua: “Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente”.
Desta forma, a parte autora requer a procedência de seu pedido, declarando assim a nulidade do negócio jurídico realizado entre as partes. E não menos importante, a devolução de seu automóvel, visto que está disposta a restituir o valor integral pago pelo réu, sendo esse montante de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
V - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Considerando a natureza alimentar dos honorários sucumbenciais, sendo um direito autônomo do causídico em executá-lo em nome próprio, vejamos o previsto na legislação processual, mais precisamente no tocante ao Art. 85 do Novo CPC:
“§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço”.
VI - DOS PEDIDOS
	
Ante o exposto, requer a este juízo:
Que seja concedido o benefício da assistência judiciária gratuita (artigos 98 a 102do CPC);
Com fulcro no art. 319, VII, do NCPC, dispensar a designação de audiência de conciliação, conforme fundamentado no item II;
Determinar a citação do Requerido para integrar a relação processual, inicialmente pelo correio e, sendo esta infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incisos I, II e V, do CPC;
A procedência do pedido de anulação do contrato de compra e venda celebrado entre as partes, com retorno ao “status quo ante” mediante restituição do valor pago pelo autor;
A condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes de acordo com o disposto no artigo 20, § 3° do Código de Processo Civil;
Ao final, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos veiculados nesta ação.
VII - DAS PROVAS
Permitir provar o alegado por todos os meios legais admitidos, bem como os moralmente legítimos, os previstos na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, prova pericial, prova testemunhal e o depoimento pessoal do réu ainda que não especificados em códigos.
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), correspondente ao valor do negócio jurídico.
Nestes termos, pede deferimento.
Itabuna, 20 de agosto de 2017.
JULIANA BOTELHO SILVA,
OAB/RS XX.XXX.

Outros materiais