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CASO 05 JULIANA

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Peça 05
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE DO ESTADO DE SANTA CATARINA.
PAULO, brasileiro, viúvo, militar da reserva, portador da carteira de identidade nº 0123456789, expedida pelo SSP/SC, inscrito no CPF/SC sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <paulo@hotmail.com>, residente e domiciliado na Rua Bauru, nº 371, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Brusque/SC; neste ato representados por sua procuradora, endereço eletrônico <advogada@hotmail.com.br>, com endereço profissional na Rua Marechal Floriano Peixoto nº 626, CEP 00000-00, na cidade de Porto Alegre/RS, endereço que indica para os fins do artigo 77, V, do CPC, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE DESCONSTITUIÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento COMUM, em face de JUDITE, brasileira, solteira, advogada, portador da carteira de identidade nº 1234567891, expedida pelo SSP/SC, inscrito no CPF/SC sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <judite@live.com>, residente e domiciliada na Rua dos Diamantes, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Brusque/SC;
JONATAS, espanhol, casado, comerciante, endereço eletrônico <jonatas@hotmail.com>, residente e domiciliado na Rua Jirau, nº 366, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Florianópolis/SC; e
JULIANA, brasileira, casada, profissão X, portadora da carteira de identidade nº 0123456789, expedida pelo SSP/SC, inscrita no CPF/SC sob o nº 01234567891, endereço eletrônico <juliana@hotmail.com>, residente e domiciliada na Rua Jirau, nº 366, Bairro Centro, CEP 00000-00, na cidade de Florianópolis/SC, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I – DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO
A parte autora vem, muito respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer a prioridade no trâmite processual, constando-se tal benefício na capa dos autos.
Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, este conta hoje com 65 (sessenta e cinco) anos de idade, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso.
II – DO JUÍZO COMPETENTE
	Vossa Excelência, visto que se trata de um idoso no polo ativo da ação, a parte solicita que o presente processo tramite no foro de sua residência, com fulcro no Estatuto do Idoso, vejamos: 
“Art. 53: É competente o foro: 
III – do lugar: (...) 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto”.
III - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA	
	Os autores não dispõem de recursos suficientes a fim de arcar as custas processuais sem haver prejuízo ao sustento de suas famílias.
	Vejamos a redação do Código de Processo Civil de 2015: 
"Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento".
	No mesmo sentido:
"PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNAÇÃO À ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Para a concessão da assistência judiciária gratuita basta que a parte declare não possuir condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família, cabendo à parte contrária o ônus de elidir a presunção de veracidade daí surgida - art. 4º da Lei nº 1060/50. (TRF-4 - AC: 50070154420144047000 PR 5007015-44.2014.404.7000, Relator: (Auxílio Vânia) HERMES S DA CONCEIÇÃO JR, Data de Julgamento: 19/08/2015, SEXTA TURMA, Data de Publicação: D.E. 27/08/2015)".
	Sendo assim, os requerentes juntam comprovantes de renda e declarações de hipossuficiência a fim de comprovar a miserabilidade, a fim de requererem a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita.
IV - DA OPÇÃO DE REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
	
Na intenção de garantir pleno direito, a parte autora manifesta que tem interesse na realização da audiência de conciliação.
Neste sentido, dispõe o NCPC:
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 5° O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
Portanto, os autores requerem que seja designada data para audiência de conciliação.
V - DOS FATOS
	A parte autora e sua irmã Judite eram proprietárias de um imóvel situado na Rua Rubi nº 350 da cidade de Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina.
	Ocorre que no dia 15/12/2016, Judite vendeu esse imóvel pelo valor de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sem o consentimento do irmão, fazendo uso de uma procuração outorgada pelo mesmo em novembro de 2011, que continha poderes especiais e expressos para alienação. O imóvel foi alienado para Jonatas e sua esposa Juliana.
	Advém que a procuração referida já havia sido revogada pela parte autora no dia 10/11/2016. É de absoluta certeza que o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como sua irmã foram devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da alienação.
	Mesmo ciente da revogação, Judite realizou o ato jurídico e Paulo só teve ciência do fato no dia 1º de fevereiro de 2017, quando ao chegar ao imóvel se deparou co Jonatas e sua esposa na posse pacífica do bem.
Diante do exposto, não restou outra opção senão recorrer à tutela jurisdicional do Estado para ver resguardado seus interesses.
VI - DOS FUNDAMENTOS
Ora Vossa Excelência, como exposto na narrativa dos fatos, desde o início Judite, irmã do autor, agiu com dolo ao dispor de uma procuração revogada a fim de obter lucro burlando a co-propriedade com seu irmão.
Não há o que discutir quanto à ilegalidade do ato, pois, desde sua origem, é nulo, assim como dispõe o Código Civil de 2002:
“Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
(..) V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade”.
Ainda assim, no que tange ao uso da procuração para alienar o bem sem consentimento do proprietário podemos nos ater ao que versa o artigo 662 do CC/2002: Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar.
No mesmo sentido, vejamos:
“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE NULIDADE DE ESCRITURA - VENDA REALIZADA APÓS A REVOGAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PROCURAÇÃO OUTORGADA PARA A VENDA DO IMÓVEL - CONLUIO COMPROVADO ENTRE O EX-PROCURADOR E O COMPRADOR - NULIDADE DA ESCRITURA DE COMPRA E VENDA E NULIDADE DO REGISTRO IMOBILIÁRIO RECONHECIDOS. - Ressoando da prova documental, que o ex-procurador realizou a venda do imóvel com a utilização de uma procuração já revogada, com ciência e conluio do vendedor, impõe-se a nulidade da escritura de compra e venda e nulidade do registro imobiliário levado a efeito sobre o imóvel. (TJ-MG - AC: 10433092850711001 MG, Relator: Luiz Carlos Gomes da Mata, Data de Julgamento: 04/07/2013, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 12/07/2013).
Portanto, não há dúvidas quanto à nulidade do fato. Sendo assim, a parte autora requer a declaração de nulidade do tal ato para poder reincorporar o bem ao seu patrimônio.
VII - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Considerando a natureza alimentar dos honorários sucumbenciais, sendo um direito autônomo do causídico em executá-lo em nome próprio, vejamos o previsto na legislação processual, mais precisamenteno tocante ao Art. 85 do Novo CPC:
“§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e 
o tempo exigido para o seu serviço”.
VIII - DOS PEDIDOS
	
Ante o exposto, requer:
Que conste na capa dos autos o benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, com fulcro nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso;
Conceder os benefícios da gratuidade da justiça (artigos 98 a 102 do NCPC);
Com fulcro no art. 319, VII, do NCPC, designar data de audiência de conciliação, conforme fundamentado no item III;
Determinar a citação dos Requeridos para integrarem a relação processual, inicialmente pelo correio e, sendo esta infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246, incisos I, II e V, do CPC;
A procedência do pedido a fim de declarar a declaração de nulidade do ato jurídico viciado;
Requer também o reconhecimento da ilegalidade do negócio para se reincorporar a coisa alienada ao patrimônio do requerido;
A condenação dos réus ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, estes de acordo com o disposto no artigo 20, § 3° do Código de Processo Civil;
Ao final, sejam julgados totalmente procedentes os pedidos veiculados nesta ação.
IX – DAS PROVAS
Permitir provar o alegado por todos os meios legais admitidos, bem como os moralmente legítimos, os previstos na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, prova pericial, prova testemunhal e o depoimento pessoal do réu ainda que não especificados em códigos.
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), correspondente ao valor do negócio jurídico.
Nestes termos, pede deferimento.
Brusque, 20 de setembro de 2017.
JULIANA BOTELHO SILVA,
OAB/RS XX.XXX.

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