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Pedagogia Diferenciada: Competências em Visão Construtivista

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Aula 7: Pedagogia Diferenciada - Competências em Uma Visão Construtivista
Desenvolver competências nos alunos é o centro da educação atual. Para formar pessoas preparadas para a nova realidade social e o trabalho, os professores vêm enfrentando o desafio de mudar de postura frente às turmas, dirigir o tempo da aula para a realização de atividades que integrem vários conteúdos e permitam a aprendizagem individual e a do grupo como todo.
Com essa postura, a escola deve diminuir o peso dos conteúdos disciplinares e na acumulação de saberes para aprovação nos exames, para então favorecer a mobilização do que foi aprendido em situações reais. Desse modo, a escola concretiza o projeto de preparação de todos para a vida.  
O termo Competência nos conduz para uma representação e a abordagem por competências é uma maneira de transferir os conhecimentos. Durante a escola básica, aprende-se a ler, escrever, contar, raciocinar dentre várias habilidades que reunidas no indivíduo formariam sua competência para lidar com as situações da vida. Isso chama-se transferência e a mobilização das capacidades e dos conhecimentos.
Daí a necessidade de desenvolvê-las. O espaço das aulas e as situações didáticas são então apropriadas para isso.
Existem muitos sentidos na definição de Competência. Isso causa confusão, abordando significâncias diferentes no âmbito da educação atrelada a saberes e conhecimentos e no âmbito do trabalho mais direcionado à qualificação.
Como a escola poderá conduzir as suas práticas para que o sujeito em situação-problema possa em contexto específico utilizar-se de seus recursos cognitivos?
Sua reserva de conhecimento. Toda competência deve ser colocada em prática em outras situações diferentes daquela que foi assimilada. Abordar as competências na escola nada mais é do que aprendermos a utilizar os saberes adquiridos para agirmos.
A subjetividade está presente em toda ação. As mobilizações das competências seriam individuais e intransferíveis e tudo dependerá da metacognição construída por cada um no seu percurso escolar.
Como a competência envolve conhecimentos, situações e procedimentos, Gillet  afirma que uma competência é definida como um sistema de conhecimentos, conceituais e procedimentais, organizados em esquemas operatórios, que permitem, com relação a uma família de situações, identificar uma tarefa-problema e sua resolução por meio de uma ação eficaz.
Competência envolve:
Conhecimentos
Situações
Finalidade
Competência tem sentido de mobilização integradora como uma rede integradora e funcional construída por componentes cognitivos, afetivos, sociais, sensório-motor, capazes de serem mobilizados em ações finalizadas diante de uma família de situações. São componentes de uma competência: conhecimentos, atitudes, interação, coordenação gestual.
A maioria dos profissionais admite que as competências são definidas como a mobilização dos saberes em ação.
Em uma prática efetiva, muitos alunos saem da escola incapazes de cumprir as tarefas complexas que lhes são dadas, mesmo que todos os conhecimentos e todas as técnicas requeridas lhes tenham sido ensinadas. Tardif (1992) acha necessário acrescentar os conhecimentos chamados condicionais ou estratégicos, que são as que envolvem o “quando” mobilizar os conhecimentos declarativos procedurais para resolver tal categoria de problemas.
Não poderemos ser competentes se não formos capazes de integrar um conjunto de coisas que ao longo da vida fomos aprendendo e a competência se realiza necessariamente quando integramos de forma significativa as situações que surgem e conseguimos mobilizar os diversos saberes. A competência tem um conceito integrador, funciona como um conjunto integrado de capacidade que permite de maneira espontânea apreender uma situação e responder a ela mais ou menos pertinentemente. A compreensão da capacidade aqui como o poder, a aptidão para fazer algo. É uma atividade que se exerce. A capacidade só se manifesta porque ela se aplica a conteúdos.
Somente poderemos afirmar que um indivíduo aprendeu se o mesmo for capaz de, com os novos elementos adquiridos, modificar os elementos preexistentes, compondo assim, uma nova organização estrutural.
Roegiers (2004) salienta as contribuições de abordagens por competências nas aprendizagens:
 - dar sentido às aprendizagens; 
- tornar as aprendizagens eficazes; 
- dar base às aprendizagens posteriores.
Diante dos conceitos construídos de competência deve-se, segundo Perrenoud, entender que mobilizar não é apenas uso ou aplicação mas, também: adaptação, diferenciação, integração, generalização ou especificação, combinação, orquestração, coordenação.
A competência seria a demonstração através dos aspectos cognitivos, socioafetivos e psicomotores dos conhecimentos que adquirimos ao longo da vida, sendo o aprender a fazer fazendo em cada sujeito.
Cabe ao professor organizar uma avaliação formativa e certificativa, orientada para a formação das competências nos alunos. É algo além de realizar exercícios ao final de um capítulo ou um curso. É preciso reformular os programas, liberar disciplinas, introduzir ciclos de aprendizagem convidando-o para uma pedagogia diferenciada.
Para isso, o professor deve trabalhar por resolução de problemas e por projetos. Deve propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e completá-los. O que supõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta para a cidade, para o bairro.
Ensinar hoje é regular situações de aprendizagem, seguindo os princípios pedagógicos ativos. Ou uma visão interativa de aprendizagem. Os professores devem organizar situações didáticas e de atividades que tenham sentido para os alunos, envolvendo-os e gerando aprendizagens fundamentais. Ao invés de testes escritos, problemas complexos e tarefas contextualizadas.
A abordagem ou o ensino por competências pode aumentar o sentido do trabalho escolar e modificar a relação com o saber dos alunos com dificuldades; favorecer aproximações construtivistas, uma avaliação formativa, uma pedagogia diferenciada, colocando os professores em movimento, incitando-os a falar de pedagogia e a cooperar no quadro de equipes ou de projetos da escola.
A ideia de uma pedagogia diferenciada implica considerar a escola na perspectiva de um nós, isto é, de um todo que funciona como regulador da relação de aprendizagem.
Pedagogia diferenciada não quer dizer ensino individualizado. Há modos de trabalhar coletivamente, criando situações-problema, com jogos, oficinas ou tutoria. São recursos que promovem o desenvolvimento de competências. (MACEDO, 2007).
RESUMO DE LIVROS -PERRENOUD, Philippe . DEZ NOVAS COMPETÊNC
PERRENOUD, Philippe . DEZ NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR – CONVITE À VIAGEM. Porto Alegre, Artmed, 2000.
Resumo: 
O ofício de professor deve consagrar temas como a prática educativa, a profissionalização docente, o trabalho em equipe, projetos, autonomia e responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, e propostas concretas.
O autor toma como referencial de competência adotado em Genebra, 1996, para uma formação continua. O professor deve dominar saberes a serem ensinados, ser capaz de dar aulas, de administrar uma turma e de avaliar. Ressalta a urgência de novas competências, devido as transformações sociais existentes.. As tecnologias mudam, o trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e mesmo o pensamento. A prática docência tem que refletir sobre o mundo. Os professores são os intelectuais e mediadores, interpretes ativos da cultura, dos valores e do saber em transformação. Se não se perceberem como depositários da tradição ou percursos do futuro, não serão desempenhar esse papel por si mesmos.
O currículo deve ser orientado para se designar competências,, a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.) para enfrentar, solucionar uma serie de situações.
Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua das professoras e dos professoresdo ensino fundamental.
1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem.
• Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem : nos estágios de planejamento didático, da analise posterior e da avaliação.
• Trabalhar a partir das representações dos alunos: considerando o conhecimento do aluno, colocando-se no lugar do aprendiz, utilizando se de uma competência didática para dialogar com ele e fazer co que suas concepções se aproxime dos conhecimentos científicos;
• Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem: usando de uma situação-problema ara transposição didática, considerando o erro, como ferramenta para o ensino.
• Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas;
• Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento.
2. Administrar a progressão das aprendizagens.
• Conceber e administrar situações-problema ajustadas ao nível e as possibilidades dos alunos: em torno da resolução de um obstáculo pela classe, propiciando reflexões, desafios, intelectuais, conflitos sociocognitivos;
• Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino: dominar a formação do ciclo de aprendizagem, as fases do conhecimento e do desenvolvimento intelectual da criança e do adolescente, além do sentimento de responsabilidade do professor pleno conjunto da formação do ensino fundamental;
• Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagens;
• Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagens;
• Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão;
• Rumar a ciclos de aprendizagem: interagir grupos de alunos e dispositivos de ensino-aprendizagem.
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação.
• Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma, com o propósito de grupos de necessidades, de projetos e não de homogeneidade;
• Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto, organizar para facilitar a cooperação e a geração de grupos multiidades.;
• Fornecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades, sem todavia transforma-se num psicoterapeuta;
• Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo, provocando aprendizagens através de ações coletivas, criando uma cultura de cooperação através de atitudes e da reflexão sobre a experiência.
4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho.
• Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação. O professor deve ter em mente o que é ensinar, reforçar a decisão de aprender, estimular o desejo de saber, instituindo um conselho de alunos e negociar regras e contratos;
• Oferecer atividades opcionais de formação, à la carte;
• Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno, valorizando-os e reforçando-os a incitar o aluno a realizar projetos pessoais, sem retornar isso um pré-requisito.
5. Trabalhar em equipe.
• Elaborar um projeto de equipe, representações comuns;
• Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões;
• Formar e renovar uma equipe pedagógica;
• Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais.
• Administrar crises ou conflitos interpessoais.
6. Participar da administração da escola.
• Elaborar, negociar um projeto da instituição;
• Administrar os recursos da escola;
• Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros (serviços para escolares, bairro, associações de pais, professores de línguas e cultura de origem);
• Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos.
7. Informar e envolver os pais.
• Dirigir reuniões de informação e de debate;
• Fazer entrevistas;
• Envolver os pais na construção dos saberes.
8. Utilizar novas tecnologias.
As novas tecnologias da informação e da comunicação tranformam as maneiras de se comunicar, de trabalhar, de decidir e de pensar. O professor predica usar editores de textos, expplorando didáaticas e pogramas com objetivos educacionais.
• Discutir a questão da informática na escola;
• Utilizar editores de texto;
• Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino;
• Comunicar-se à distância por meio da telemática;
• Utilizar as ferramentas multimídia no ensino.
Assim, quanto à oitava competência de Perrenoud, que trabalhos nessa pesquisa, a Informática na Educação, nos fez perceber que cada vez mais precisamos do computador, porque estamos na era da informatização e por isso é primordial que nós profissionais da educação estejamos modernizados e acompanhando essa tendência, visto que assim como um simples pagamento no banco, utilizamos o computador , para estarmos atualizados necessitamos obter mais esta competência para se fazer uma docência de qualidade. 
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão.
• Prevenir a violência na escola e fora dela;
• Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais;
• Participar da criação de regras de vida comum referente á disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta;
• Analisar a relação pedagógica, a autoridade, a comunicação em aula;
• Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça.
10. Administrar sua própria formação contínua.
• Saber explicitar as próprias práticas;
• Estabelecer seu próprio balanço de competência e seu programa pessoa de formação contínua;
• Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede);
• Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo;
• Acolher a formação dos colegas e participar dela.
Conclusão: Contribuir para o debate sobe a sua profissionalização, com responsabilidade numa formação continua.
Aula 8: A Prática do Planejamento Escolar no Cotidiano da Sala de Aula
O processo de planejamento das aulas deve considerar a realidade, a finalidade e o plano de ação propriamente dito. O plano de ação pode ser fruto da tensão entre a realidade e a finalidade ou o desejo da equipe. A avaliação das atividades realizadas é importante instrumento no apontamento de qual é a realidade do trabalho. O processo de planejamento deve se iniciar por ela.
Planejar é uma ação inerente ao ser humano. Em especial, quando se aborda o processo de ensino e aprendizagem, que deve possuir qualidade e intencionalidade. Planejar é antecipar ações para atingir certos objetivos, que vêm de necessidades criadas por uma determinada realidade, e, sobretudo, agir de acordo com essas ideias antecipadas (VASCONCELLOS, 2004).  
Em algumas escolas e redes, é um instrumento burocrático e autoritário, cabendo ao professor cumpri-lo. No entanto, na concepção pedagógica atual, de cunho crítico/progressista/construtivo, juntamente com a transformação da sociedade tem sido favorecido o conceito de planejamento como real instrumento de trabalho pedagógico formativo.
No processo de planejar as ações de ensino e aprendizagem, devemos destacar a existência do projeto político pedagógico, do projeto curricular, além do projeto ou plano didático.  
É preciso prever momentos específicos para cada tipo de assunto e ser firme e rigoroso no cumprimento dessa organização.
As aulas, principalmente das séries iniciais, apontam para a necessidade de uma boa relação professor/aluno como elemento que pode contribuir para o desenvolvimento das atividades planejadas e a serem desenvolvidas (BERNARD  CHARLOT).
O professor tem de preparar as aulas, determinando os conteúdos a serem  abordados, os objetivos a serem atingidos e a metodologia mais adequada, as estratégias de ensino a serem privilegiadas. O professor precisa não somente selecionar os conteúdos, mas também estudá-los.  A preparação pessoal para aula é indispensável.
O planejamento diário precisa considerar, além dos objetivos, quais são os espaços que ainstituição possui para que se possa desenvolver a aula, quais são os recursos físicos com os quais se pode contar, que tipos de materiais faltam e que são imprescindíveis. Depois da análise das condições para desenvolver o conteúdo, o professor tem possibilidade de construir o ambiente educativo necessário para a aprendizagem (ALMEIDA, 2007, p. 58). 
Deve acreditar na possibilidade do ensino e da aprendizagem, estando atento para a avaliação constante do processo. O professor deve diagnosticar obstáculos encontrados e medir o ritmo de avanço das atividades sobre os temas planejados e desenvolvidos.
Conhecer a realidade dos alunos é um fator fundamental no planejamento e desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem - transformação do saber. O conhecimento científico não deve ser repetido em classe exatamente do jeito como está nos livros. As informações precisam ser preparadas para serem repassadas aos estudantes, sendo necessário buscar entender quem são eles. 
(NEIDE NOFFS)
Na educação básica, o professor deve ter cuidado ao se adaptar a linguagem. A transposição do conhecimento científico para o conhecimento escolar se dá primeiro com a definição da parte que será prioridade absorver. Depois, faz-se um apanhado da totalidade do conteúdo científico a fim de mostrar a sua amplitude. Essa visão mais ampla precisa ser, no mínimo, projetada para que o aluno perceba que o horizonte é bem mais distante, mas que será, aos poucos, apropriado por ele. (ALMEIDA, 2007, p. 46)
No momento dessa definição, que é o recorte a ser dado pelo professor, extrai-se um objeto, uma prioridade, um enfoque. Com ele é possível começar a percebê-lo na sua totalidade, prosseguindo na busca de um centro de onde será composta a área a ser coberta por aquele recorte.
Acontecimentos cotidianos relatados nos meios de comunicação ou mesmo eventos marcantes na comunidade podem - e devem - igualmente ser relacionados aos conteúdos curriculares, o que muitas vezes pede uma interrupção no combinado. No entanto, isso não deve ser entendido como algo prejudicial. O plano de ensino não é algo rígido, e sim deve ser visto como uma ferramenta significativa do trabalho docente.
O professor que não faz um planejamento maleável corre o risco de não alcançar seus objetivos. Os alunos são a referência para a elaboração do plano de ensino. É preciso acompanhar o desenvolvimento deles, lembrando que o plano é uma previsão, sujeita a erros. A escola precisa saber o que é fundamental para ser trabalhado e o que é secundário. Não é adequado discutir determinado assunto sem a devida programação ou vínculo com o currículo. (BENIGNA FREITAS)
Para Zabalza, os registros mais interessantes são os que se referem às discussões críticas da turma, apresentam observações sobre o processo de ensino e aprendizagem, reproduzem frases das crianças e reúnem exemplos da produção. Ou seja, são os que permitem construir o círculo da qualidade de ensino: planejar, realizar, documentar, analisar e replanejar.
Para o professor, o registro representa muito mais que um roteiro de aula ou uma enumeração de atividades desenvolvidas com a turma. Escrever sobre a prática faz pensar e refletir sobre cada decisão que foi ou será tomada, permitindo aprimorar o trabalho diário e adequá-lo às necessidades dos alunos.
Os registros podem ser: planejamento (atividade permanente, sequência didática e projeto didático), de classe (notas, pautas de observação e diários) e avaliação (relatórios individuais e coletivos). Eles podem ser documentos pessoais para descarregar as próprias tensões; um instrumento de observação, que sirva de espaço para documentar as situações interessantes que ocorrem em classe; um dispositivo que auxilie no planejamento do trabalho do professor com o projeto educativo em vigor; ou um recurso de investigação para analisar os dados que se queira estudar (ZABALZA).
No caso da incompreensão de um conteúdo, é preciso retomar os conceitos com novas atividades sem deixar de seguir com os conteúdos. As dúvidas dos alunos servem para isso. Isso faz parte do processo de aprendizagem. A saída é buscar diversificar as estratégias de ensino.
Os professores sabem quando a classe não responde de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e quando nem todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas (HOFFMANN). Por isso, é preciso repensar as estratégias e materiais das aulas. Avançar e retroceder são características de um mesmo tempo. Quem atingiu o esperado tem de continuar aprendendo, ao mesmo tempo em que é preciso trabalhar as dúvidas nas atividades. Coordena-se esforços para fazer com que todos avancem.
O primeiro passo é diagnosticar o que cada um sabe. Caso muitos tenham dificuldade, os conteúdos devem ser retomados de outra forma. A matéria deve ser apresentada de forma a proporcionar outros caminhos. O trabalho em grupos pode ser uma boa estratégia didática.
A expressão “cotidiano da sala de aula” refere-se à observação, à orientação, à regulação por parte do professor, do que ocorre nesse ambiente, visando a uma melhor qualidade do ensino e da aprendizagem. Para contribuir nessa direção, valorizam-se atualmente três tipos de saber: saber dizer, que se relaciona à aprendizagem de conceitos, informações; o saber fazer, que tem a ver com a questão dos procedimentos e o saber conviver, que diz respeito a valores, normas e atitudes. Particularmente, o saber conviver é fundamental em uma sociedade como a nossa. É querer incluir e incluir-se na relação com os outros. É poder expressar diferenças, sentimentos.
O professor tem uma proposta pedagógica, as crianças têm outra... O desafio do professor é buscar a melhor convivência. Na escola atual, espera-se que o professor comporte-se como um líder, alguém que tome decisões, que mobilize o recurso, que promova o desenvolvimento de esquemas, que organize o debate em termos de tempo, de espaço e de conteúdo 
(MACEDO, 2007, p. 130).

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