Buscar

Emergência da Resistência Bacteriana

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Emergência da resistência bacteriana. Têm ocorrido no Brasil relatos de emergência de bactérias multiresistentes?
As bactérias surgiram a milhões de anos, superando todo tipo de ambiente até mesmo condições mais extremas, possuindo a capacidade de evoluir, para ocupar todos os tipos de habitats. A resistência bacteriana refere-se à capacidade das bactérias de se multiplicarem na presença de concentrações de antibióticos mais altas que as que contêm em doses ministradas em pacientes. Os mecanismos de defesa das bactérias são baseados em modificações nas suas estruturas bioquímicas, como alteração na permeabilidade da membrana, síntese de enzimas capazes de inativar os antibióticos e extinção ou alteração dos sítios de ação dos mesmos, impedindo seus efeitos inibidores sobre a síntese de macromoléculas, tais como, DNA, RNA, proteínas e mureína. Trata-se de um processo biológico natural que surgiu com a utilização desses fármacos no tratamento de infecções (FREITAS, 1989; MARTHOR e AMABIS, 1997; WANNMACHER, 2004). 
A descoberta de antibióticos no tratamento de infecções bacterianas proporcionou um grande avanço na medicina reduzindo o número de mortes causadas por doenças infecciosas. Porém, o aumento crescente do uso de antibióticos tem potencializado a seleção de cepas de bactérias resistentes a esses medicamentos. E essa resistência bacteriana a antibióticos se tornou uma emergência de saúde pública em escala mundial, e assim representando uma ameaça para a humanidade (SANTOS, 2004; SILVEIRA et al., 2006).
 A prática do uso indiscriminado de antibióticos para o tratamento de infecções causadas por vírus, é decorrente de fatores, tais como, dificuldade em diferenciar clinicamente infecções virais, tais como, caxumba, gripe, sarampo e febres com etiologia desconhecida, das infecções bacteriana, além de ineficaz, proporciona o aumento da resistência bacteriana das bacterianas. Só que os pacientes têm a ilusão de que o uso preventivo de antibióticos evitaria a ocorrência de complicações no quadro clínico (BRICKS, 2003; SILVEIRA 2006). 
 A falta de informações no momento da consulta médica e a falta de orientações sobre a posologia do antibiótico no momento da dispensação também é um grande problema o qual pode contribuir para o paciente usá-lo de maneira inadequada, ocasionando uma resistência bacteriana. Portanto, com esses fatores há o risco de antibióticos atualmente eficazes contra esses agentes infecciosos se tornarem obsoletos em consequência da resistência bacteriana. E o uso indiscriminado dos antibióticos vem de muitos anos atrás como na década de 40 onde a penicilina foi utilizada não só para infecções bacteriana, como também para o tratamento de dor de dente, dores de cabeça e até febre. Só que na década de 60 devido à grande utilização indevida do antibiótico, cinquenta por cento (50%) das cepas de Staphylococcus aureus apresentaram resistente a penicilina. 
Esse crescimento de resistência bacteriana vem sem tonando um fato alarmante, ainda mais com o surgimento de nova bactérias, e a seleção dessas bactérias resistentes leva à diminuição do estoque de antibióticos disponíveis, pois estes vão se tornando cada vez mais ineficazes no tratamento de infecções, muitas das quais não serão mais controladas, no caso de uma reinfecção (SANTOS, 2004). E cada vez mais vem se vendo reportagem sobre surto bacteriano, resistência bactéria e descoberta de novas bactéria, como a reportagem do Site Correio Braziliense.
O Site Correio Braziliense, um site de notícia, postou a notícia sobre; Gonorreia: Brasil e outros 76 países têm bactéria resistente a antibióticos, onde relata que: Às vésperas do Congresso Mundial de DST e HIV, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório alarmante. A bactéria causadora da gonorreia, doença sexualmente transmissível que afeta 78 milhões de pessoas anualmente, está se tornando cada vez mais resistente a antibióticos. Dados de 77 países mostram que em todos eles já foram detectados cepas sobre as quais os remédios não têm mais ação. E que no Brasil, de 6% a 30% das variantes bacterianas não respondem ao ciprofloxacino, uma das únicas três drogas existentes contra a enfermidade. Não há dados nacionais sobre a azitromicina, e menos de 0,1% das estirpes resistem à cefalosporina de amplo espectro, a única ainda eficaz contra a gonorreia em muitas regiões do mundo. Em 26 países, esse percentual já ultrapassa os 5%, o que se configura uma situação de risco, segundo a OMS. Independentemente do nível de desenvolvimento econômico, todas as nações investigadas são afetadas de algum modo. 
Marc Sprenger, diretor de Resistência Antimicrobiana da OMS, escreveu, em nota: “Para controlar a gonorreia, precisamos de novas ferramentas e sistemas para melhor prevenção, tratamento e diagnóstico precoce, além de um rastreamento mais completo de novas infecções, do uso de antibiótico, da resistência e das falhas de tratamento. Especificamente, precisamos de novos antibióticos, assim como testes mais rápidos, acurados e acessíveis — preferencialmente os que indiquem qual antibiótico vai funcionar naquela infecção particular — e, em longo prazo, uma vacina para prevenir a gonorreia.”
Para que haja sucesso terapêutico no tratamento de infecções bacterianas e a redução de infecções bacteriana é necessário medidas de controle e prevenção: como o diagnóstico adequado e uma vez estabelecido o diagnóstico, o antibiótico deve ser escolhido considerando a sensibilidade do agente etiológico, além do perfil farmacocinético, pois ainda se tem muitos erros de prescrição associados à incerteza do diagnóstico e ao desconhecimento farmacológico. Onde o farmacêutico possui um papel importante pois o farmacêutico é um profissional que está diretamente ligado a política do uso racional de medicamentos, por possuir a capacidade de prestar a assistência farmacêutica através de ações de educação continuada, informando quanto ao modo de uso dos antimicrobianos, sobretudo alertando sobre a importância de sua administração no horário prescrito e condições de armazenamento adequado. Pois a resistência bacteriana é, e sempre será, um grande problema a ser combatido, pois mesmo usando-se corretamente um antibiótico, a sua pura exposição já faz com que as bactérias iniciem mecanismos de resistência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRICKS, L. F. Uso judicioso de medicamentos em crianças. J. Pediatra. (Rio J.), Porto Alegre, v. 79, supl. 1, Junho 2003
Correio Braziliense. Gonorreia: Brasil e outros 76 países têm bactéria resistente a antibióticos. Disponível em: <http://www.correiobraziliense. com.br/app/noticia/ciencia-e saude/2017/07/07/interna_ciencia_saude, 607767/gonorreia-brasil-e-mais-76-paises-tem-bacteria-resistente-remedios.shtml> Acesso em: 23 de novembro de 2017.
FREITAS, C. C. O fenômeno da tolerância bacteriana aos antibióticos. J. Bras. De Doenças Sex. Transm., Rio de Janeiro, v. 1, N. 3, Out./Nov./Dez. 1989.
MARTHO, G. R. & AMABIS, J. M. Biologia das populações. v.3, ed. Moderna LTDA., 1997.
SANTOS, N. Q. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. Texto contexto - enferm., Florianópolis, v. 13, n. spe, 2004 .
SILVEIRA, G. P.; NOME, F.; GESSER, J. C.; SÁ, M. M. Estratégias utilizadas no combate à resistência bacteriana. Quím. Nova. 2006, vol.29, n.4, pp. 844-855. ISSN 0100-4042.
WANNMACHER, L. Uso indiscriminado de antibióticos e resistência microbiana: Uma guerra perdida? ISSN 1810-0791 vol. 1, n° 4. Brasília, março 2004.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes