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Dimensionamento inadequado dos profissionais de enfermagem e os reflexos na saúde do trabalhador

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Dimensionamento inadequado dos profissionais de enfermagem e os reflexos na saúde do 
trabalhador1 
Inadequate sizing of nursing and the effects on worker health¹ 
Inadecuado dimensionamiento de la enfermería y los efectos sobre la salud de los 
trabajadores¹ 
Gomes Zayra de Oliveira, Guerra Samara Rayka Moreira, Silva Wllianny Antunes Gonçalves2, 
Orientadora: Brasileiro Marislei Espíndula3, Co-orientador: Guimarães Zileny da Silva4. Os 
reflexos, na saúde do trabalhador, do dimensionamento inadequado dos profissionais de 
enfermagem. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e 
Nutrição [serial on-line] 2012 ago-set 1(1) 1-13. Available from: 
http://www.ceen.com.br/revistaeletronica. 
Resumo 
Objetivo: identificar e descrever os reflexos na saúde do trabalhador em decorrência do 
dimensionamento inadequado dos profissionais de enfermagem. Materiais e Método: Trata-se 
de um estudo bibliográfico do tipo descritivo-exploratório, envolvendo literaturas recentes 
entre os anos de 2004 a 2011, disponíveis em bibliotecas convencionais e virtuais. Resultados: 
identificou-se que a saúde mental dos profissionais de enfermagem podem ser influenciadas 
por fatores internos e externos ao trabalho. Conclusão: O estresse ocupacional é decorrente 
de um trabalho marcado por condições inadequadas de trabalho, baixos salários com isso 
acúmulo de vínculos empregativos e pela desvalorização profissional, o que reafirma a 
importância da prevenção da saúde no ambiente de trabalho. 
Descritores: Enfermagem do Trabalho, Doenças Profissionais, Esgotamento Profissional, 
Equipe de Enfermagem e Transtornos Mentais. 
Summary 
Objective: To identify and describe the consequences, the health of workers, not the proper 
sizing of nursing professionals. Materials and Methods: This is a bibliographic descriptive and 
exploratory, involving recent literature between the years 2004 to 2011, available in 
 
1 Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem do trabalho 13, do Centro de Estudos de 
Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás. 
2 Enfermeiras, especialistas em Enfermagem do Trabalho, e-mail: rayka_88@hotmail.com, 
wllianny@hotmail.com e zayra.oliveira@hotmail.com 
3 Doutora – PUC-GO, Doutora em Ciências da Saúde – UFG, Mestre em Enfermagem, Docente do CEEN, e-
mail: marislei@cultura.trd.br 
4 Doutora – PUC- GO, Especialista em Enfermagem do Trabalho, Docente do CEEN, e-mail: 
zilenyg@yahoo.com.br 
 
 
 
 
conventional and virtual libraries. Results: we found that the mental health of nursing 
professionals may be influenced by internal and external factors at work. Conclusion: The 
occupational stress is due to a work marked by inappropriate working conditions, low wages, 
thereby accumulating links empregativos and professional devaluation, which reaffirms the 
importance of preventive health in the workplace. 
Keywords: Occupational Health Nursing, Occupational Diseases, Burnout, Professional, 
Team Nursing and Mental Disorders. 
Resumen 
Objetivo: Identificar y describir las consecuencias, la salud de los trabajadores, no el tamaño 
adecuado de profesionales de enfermería. Materiales y Métodos: Se trata de un estudio 
descriptivo y exploratorio bibliográfica, participación de la literatura reciente entre los años 
2004 a 2011, disponibles en las bibliotecas convencionales y virtuales. Resultados: se encontró 
que la salud mental de los profesionales de enfermería pueden verse influidos por factores 
internos y externos en el trabajo. Conclusión: El estrés laboral se debe a una obra marcada 
por las condiciones de trabajo inadecuadas, los bajos salarios, con lo que acumulan 
empregativos enlaces y la devaluación profesional, lo que reafirma la importancia de la salud 
preventiva en el lugar de trabajo. 
Palabras clave: Enfermería del Trabajo, Enfermedades Profesionales, Burnout, 
Profesional, Equipo de Enfermería y trastornos mentales. 
1 Introdução 
O trabalho é uma atividade na qual os aspectos físicos e psíquicos estão diretamente 
relacionados e podem tanto representar equilíbrio, desenvolvimento e satisfação, quanto 
podem causar tensão, desajuste e, consequente, adoecimento do trabalhador1. 
Nesse contexto, observa-se, no cotidiano do trabalho de enfermagem, que nem sempre 
o dimensionamento de pessoal é feito de forma justa e adequada, gerando desgastes físicos, 
emocionais, psicológicos, sociais e econômicos. Desta forma, considera-se de suma importância 
prover e manter pessoal de enfermagem qualificado e adequadamente dimensionado para 
desenvolver a assistência de enfermagem com qualidade e segurança². 
Entende-se como dimensionamento de pessoal, um processo sistemático que tem por 
finalidade a previsão da quantidade e qualidade por categoria (enfermeiro, técnico e auxiliar de 
enfermagem) necessária para atender, direta e indiretamente, as necessidades de assistência 
de enfermagem da clientela². 
 
 
 
Provavelmente os profissionais de enfermagem sejam os mais prejudicados por essa 
falta de dimensionamento, pois “dentre os trabalhadores da saúde, estudos apontam a 
Enfermagem como uma das ocupações com alto risco de desgaste e adoecimento”1. 
O ambiente hospitalar pode proporcionar estresse e agravos psíquicos ao trabalhador, 
pois é no ambiente laboral que se estabelecem as demandas de tarefas e nele o profissional 
experimenta variados graus de controle sobre as atividades que executa. Assim, o estresse 
laboral é resultado do desequilíbrio entre as demandas que o exercício profissional exige e a 
capacidade de enfrentamento do trabalhador, podendo resultar em sintomas de Burnout¹. 
Nesse contexto o Enfermeiro possui um papel importante na prevenção reivindicando 
seus direitos pela Resolução Conselho Federal de Enfermagem COFEN – n° 293/2004, fixa e 
estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem 
nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados. 
Esta Resolução preconiza que o dimensionamento e a adequação quantiqualitativa do 
quadro de profissionais de enfermagem devem basear-se em características a 
instituição/empresa, ao serviço de enfermagem e a clientela³. 
Por outro lado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária dimensiona o pessoal da 
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) através da Resolução RDC N° 7 que determina a redução 
no número de leitos por enfermeiro na UTI sendo um enfermeiro assistencial para cada oito 
leitos e um técnico de enfermagem para cada dois leitos, representando, não somente um 
desrespeito à legislação de enfermagem, mas também ao paciente e aos profissionais de 
enfermagem 4. 
Diante disso surge o questionamento: O dimensionamento do pessoal da enfermagem 
está adequado para atender as demandas assistenciais? Quais os reflexos na saúde do 
trabalhador quando o dimensionamento dos profissionais de enfermagem apresenta-se 
inadequado? 
O presente estudo visa aprimorar o conhecimento técnico – científico, pois o 
dimensionamento inadequado pode acarretar vários agravos à saúde do trabalhador levando a 
desgaste e adoecimento destes profissionais, assim acarretando consequências para os 
pacientes pelo comprometimento da qualidade e humanização da assistência de enfermagem. 
Estudos dessa natureza podem auxiliar os enfermeiros no aprimoramento dos 
conhecimentos dos aspectos legais, para que possam reivindicar melhores condições de 
trabalho. 
2 Objetivo Geral 
 
 
 
Identificar e descrever os reflexos na saúde do trabalhador em consequência do 
dimensionamento inadequado dos profissionais de enfermagem. 
2.1 Objetivos Específicos 
Identificar fatoresdesencadeadores de doenças ocupacionais a profissionais de 
enfermagem em função da demanda excessiva de trabalho pelo descumprimento do 
dimensionamento adequado dos recursos humanos de enfermagem. 
Investigar a relações do trabalho, saúde e adoecimento dos profissionais da 
enfermagem considerando o dimensionamento adequado/inadequado dos recursos humanos de 
enfermagem. 
Apresentar os resultados produzidos pelo estresse ocupacional no cotidiano dos 
profissionais da enfermagem e reflexos na qualidade dos serviços oferecidos aos clientes. 
3 Materiais e Método 
Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico, descritivo-exploratório, com análise 
integrativa, sistematizada e qualitativa envolvendo literaturas recentes entre os anos 2004 a 
2011, disponíveis em bibliotecas convencionais e virtuais. 
Revisão Bibliográfica: Pesquisa alguma parte, atualmente, da estaca zero. Mesmo que 
exploratória, isto é, de avaliação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um 
grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo 
complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. 
A procura de tais fontes documentais ou bibliográficas torna-se imprescindível para não-
duplicação de esforços, a não “descoberta” de idéias expressas, a não-inclusão de “lugares” – “ 
comuns” no trabalho 5. 
Após a definição do tema realizou-se busca em bases de dados virtuais em saúde, 
especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores: 
enfermagem do trabalho, doenças profissionais e esgotamento Profissional. 
O passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema 
Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library 
of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic 
Library online – Scielo, banco de teses USP, no período de 2004 a 2011. 
Realizada a leitura exploratória e seleção do material, principiou a leitura analítica, por 
meio da leitura das obras selecionadas, que possibilitou a organização das idéias por ordem de 
 
 
 
importância e a sintetização destas que visou à fixação das idéias essenciais para a solução do 
problema da pesquisa. 
Após a leitura analítica, iniciou-se a leitura interpretativa que tratou do comentário feito 
pela ligação dos dados obtidos nas fontes ao problema da pesquisa e conhecimentos prévios. 
Na leitura interpretativa houve uma busca mais ampla de resultados, pois ajustaram o 
problema da pesquisa a possíveis soluções. Feita a leitura interpretativa se iniciou a tomada de 
apontamentos que se referiram a anotações que consideravam o problema da pesquisa, 
ressalvando as idéias principais e dados mais importantes. 
A partir das anotações da tomada de apontamentos, elaboraram-se fichamentos, em 
fichas estruturadas em um documento do Microsoft Word, que objetivaram a identificação das 
obras consultadas, o registro do conteúdo das obras, o registro dos comentários acerca das 
obras e ordenação dos registros. 
Os fichamentos propiciaram a construção lógica do trabalho, que consistiram na 
coordenação das idéias que acataram os objetivos da pesquisa. Todo o processo de leitura e 
análise possibilitou a criação de uma categoria que foi dividida em três subcategorias. Os 
resultados foram submetidos a leituras por professores do CEEN que concordaram com o ponto 
de vista dos pesquisadores. 
A seguir, os dados apresentados foram submetidos à análise de conteúdo. 
Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros estudos provenientes 
de revistas científicas e livros, para a construção do relatório final e publicação do trabalho no 
formato Vancouver. 
4 Resultados e Discussão 
Nos últimos dez anos, ao buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como a 
LILACS, MEDLINE e SCIELO, (ou outras revistas tais como UERJ, FEN, REBEn, etc) utilizando-
se as palavras-chave: enfermagem, saúde do trabalhador, estresse ocupacional, condições de 
trabalho, fatores de riscos, encontrou-se vinte artigos publicados entre 2004 e 2011. 
Excluíram-se nove, sendo, portanto, incluídos neste estudo onze publicações. Após a 
leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito 
dos reflexos, na saúde do trabalhador, do dimensionamento inadequado dos profissionais de 
enfermagem. 
4.1 O estresse ocupacional afeta a saúde do profissional e a qualidade do atendimento 
 
 
 
Dos onze artigos, quatro estão em consenso quanto que o estresse afeta a saúde e a 
qualidade do atendimento é possível verificar nas falas dos autores abaixo: 
“O estresse é denominado como esforço conduzido pelo organismo para desenvolver 
uma situação indesejada ou adaptar-se a ela produzindo equilíbrio” 6. 
“O estresse afeta tanto a vida pessoal quanto o desempenho profissional do indivíduo. 
Assim, cada indivíduo reage de forma diferente a diferentes estímulos aos quais são expostos” 
6. 
“A busca da produtividade a qualquer custo esbarrou nos limites do próprio ser humano 
e resultou no aumento do sofrimento” 7. 
“O estresse pode também se refletir em de atrasos, insatisfação, sabotagem e baixos 
níveis de desempenho no trabalho. Com isso, haverá uma diminuição da qualidade do serviço 
prestado, afetando não apenas a população atendida, mas também a saúde e a qualidade de 
vida do trabalhador” 8. 
“Desta forma, os profissionais de enfermagem pode vivenciar um quadro de estresse, o 
que o deixará mais susceptível a apresentar distúrbios relacionados ao seu bem estar e à sua 
saúde” 8. 
“O sofrimento psíquico do trabalhador está associado ao desgaste no trabalho, ao apoio 
social insuficiente ao sentimento de insegurança no trabalho e à instituição de atuação do 
profissional” 9. 
Percebe-se, nos estudos acima que o ambiente de trabalho dos profissionais de 
enfermagem está associado ao estresse ocupacional, acarretando desgaste e sofrimento. O 
estresse afeta tanto a vida pessoal quanto profissional refletindo em atrasos, insatisfação, 
sentimento de insegurança no trabalho, com isso podem adquirem distúrbios e doenças 
ocupacionais, prejudicando a qualidade do atendimento da população. 
Conclui-se que os profissionais no seu ambiente de trabalho, podem vivenciar um 
quadro de estresse ocupacional. 
Portanto esta categoria foi dividida em três subcategorias com finalidade de explanar o 
pensamento e facilitar a compreensão das principais fontes de estresse ocupacional; sendo 
elas: condições de trabalho, jornada de trabalho e desvalorização e insatisfação profissional da 
equipe de enfermagem. 
 
 
 
4.1.1 As condições de trabalho interferem no adoecimento dos profissionais de 
enfermagem 
Dos onze artigos, quatro estão em consenso quanto que as condições inadequadas de 
trabalho favorecem para o adoecimento dos profissionais de enfermagem, conforme é possível 
verificar nas falas dos autores abaixo: 
“As condições inadequadas de trabalho são também determinantes na qualidade do 
atendimento prestado pelo pessoal da enfermagem”10. 
As profissionais de enfermagem são expostas “a ambientes de trabalho intensamente 
insalubres, tanto no sentido material quanto subjetivo e, por estarem submetidas a condições 
de trabalho precarizadas e à baixa qualidade de vida, são expostas a situações nas quais a 
manutenção da saúde está prejudicada” 10. 
As condições de trabalho surgem como um dos motivos, pois frequentemente os 
“trabalhadores se vêem na contingência de ter que atuar com recursos materiais em condições 
inadequadas de funcionamento, de qualidade questionável, insuficientes, expondo a 
biossegurança dos trabalhadores, dos clientes, a falta de privacidade e intimidadediante da 
organização das unidades” 11. 
A exposição contínua e prolongada do corpo aos fatores de risco, no ambiente de 
trabalho inadequado, “favorece o surgimento das doenças ocupacionais e osteomusculares. 
Sendo assim, o próprio ambiente de trabalho pode ser o causador do adoecimento, e por 
consequência, do afastamento do profissional. Portanto, os trabalhadores tendem a adoecer 
quando as condições de trabalho não são favoráveis” 12. 
 Os trabalhadores de enfermagem submetem-se constantemente “às condições 
inadequadas, originando agravos no seu sistema corporal de origem psíquica, oportunizando 
os acidentes de trabalho que levam às licenças para tratamento” 13. 
Percebe-se, nos estudos acima que as condições de trabalho inadequadas favorecem o 
surgimento das doenças ocupacionais, e por consequência os acidentes de trabalho que levam 
o afastamento desses profissionais de enfermagem. Além disso, compromete a qualidade do 
atendimento prestado aos clientes. 
Conclui-se que as condições adequadas do ambiente de trabalho trazem segurança e 
qualidade para a vida dos profissionais de enfermagem e para os clientes, pois assim prestam 
um atendimento de qualidade e humanizado. 
4.1.2 A dupla ou longa jornada de trabalho desencadeia o adoecimento profissional 
 
 
 
Dois onze artigos, cinco estão em consenso quanto à dupla jornada de trabalho, sendo 
um fator desencadear para o adoecimento dos profissionais de enfermagem, conforme é 
possível verificar nas falas dos autores abaixo: 
“O trabalho é uma atividade na qual aspectos físicos e psíquicos estão diretamente 
relacionados e podem tanto representar equilíbrio, desenvolvimento e satisfação, quanto 
podem causar tensão, desajuste e, consequente, adoecimento do trabalhador”1. 
Muitos trabalhadores, como forma complementar a renda, “assumem outros empregos. 
O acúmulo de vínculos parece ter dupla face: ser causador de prazer à medida que ofereça um 
melhor aporte financeiro e, por consequência, uma melhor qualidade de vida ou, ser causador 
de aumento das cargas de trabalho” 1. 
Os enfermeiros “assumem mais de um vínculo empregatício, em consequência de baixo 
nível salarial, objetivando obter melhores condições de vida, porém, acabam por tornarem-se 
mais cansados e estressados, aumentando a sua vulnerabilidade aos acidentes e causando 
prejuízos na prestação da assistência à clientela” 7. 
A jornada de trabalho e salário “são fatores importantes na vida dos trabalhadores e 
podem estar associados ao estado de saúde física e mental desses profissionais” 14. 
 A necessidade de funcionamento diuturno, que implica na existência de regime de 
turnos e plantões, “permite a ocorrência de duplos empregos e longas jornadas de trabalho, 
comuns entre os trabalhadores de saúde, especialmente quando os salários são insuficientes 
para a manutenção de uma vida digna” 10. 
Essa sobrecarga poderá “prejudicar a saúde do trabalhador, ocasionando desgaste 
físico, psicológico, social e espiritual; e, como consequência, o adoecimento” 12. 
Percebe-se, nos estudos acima que a jornada de trabalho e os salários são fatores 
significativos para o adoecimento dos profissionais de enfermagem. Por causa dos baixos 
salários esses profissionais assumem dois e até mais vínculos empregativos, esse acúmulo de 
vínculo tem dupla face: melhoria do suporte financeiro, mas por consequência acaba 
favorecendo a diminuição do auto cuidado e do lazer potenciando cansaço e ser causador de 
adoecimento, gerando estresse ocupacional para esses profissionais de enfermagem. 
Conclui-se que a jornada de trabalho e os baixos salários influenciam na baixa 
qualidade de vida dos profissionais da enfermagem. 
4.1.3 A desvalorização e insatisfação profissional é o reflexo das precárias condições de 
trabalho 
 
 
 
Dois onze artigos, cinco estão em consenso quanto os profissionais de enfermagem tem 
que enfrentarem a desvalorização e a insatisfação no ambiente de trabalho, conforme é 
possível verificar nas falas dos autores abaixo: 
A falta de valorização gera “um sentimento de inutilidade, remetendo à falta de 
qualificação e de finalidade de trabalho” 6. 
O sentimento de insatisfação do trabalhador de enfermagem “pode ser aferido através 
da ausência de valorização profissional, inexistência de direitos trabalhistas, remuneração 
inadequada e relações hierárquicas e interpessoais conflituosas” 6. 
A insatisfação no trabalho “está quase sempre atrelada às exigências inerentes às 
tarefas desenvolvidas pelos trabalhadores, muitas vezes o atendimento/cumprimento dessas 
exigências terminam numa auto repressão do funcionamento mental individual e num esforço 
para manter os componentes condicionados” 11. 
Constituem-se em fatores que contribuem para a “baixa realização profissional as 
precárias condições de trabalho, tais como estrutura física inadequada e escassez de recursos 
materiais e humanos. Tais fatores causam impacto significativo na saúde do trabalhador” 15. 
A insatisfação no trabalho também pode “influenciar no desenvolvimento das atividades 
diárias do enfermeiro, causar desânimo, falta de interesse e, por sua vez, gerar cada vez mais 
estresse” 8. 
A enfermagem, hoje considerada científica, “vive uma “crise” e alguns componentes 
conhecidos como ameaçadores à estabilidade do enfermeiro são: o número reduzido de 
enfermeiros na equipe de enfermagem; as dificuldades de delimitar os diferentes papéis entre 
enfermeiros, técnicos e auxiliares e a falta de reconhecimento nítido entre o público em geral 
de quem é o enfermeiro” 7. 
Percebe-se, nos estudos acima, que a desvalorização no ambiente de trabalho é 
vivenciada na vida dos profissionais de enfermagem, como um sentimento de insatisfação no 
trabalho. As principais fontes ameaçadoras para a saúde dos enfermeiros são: a ausência de 
valorização profissional, remuneração inadequada, precárias condições de trabalho, número 
reduzido de profissionais e falta de reconhecimento do verdadeiro papel do enfermeiro. Com 
isso, pode influenciar no desenvolvimento das atividades destes profissionais, causando 
desâmino, falta de interesse, sentimento de insatisfação e até mesmo o surgimento de 
estresse. 
 
 
 
Conclui-se que a desvalorização profissional causa um impacto significativo na saúde 
dos trabalhadores da enfermagem, especialmente do enfermeiro, que deve lutar pelo correto 
dimensionamento de pessoal e pela redução da jornada de trabalho. 
5 Considerações finais 
O objetivo deste estudo foi identificar e descrever os reflexos, na saúde do trabalhador, 
do dimensionamento inadequado dos profissionais da enfermagem. 
Após a análise dos estudos foi possível identificar que a Enfermagem é uma das 
ocupações com alto risco de desgaste e adoecimento. 
Conclui-se que o estresse ocupacional é decorrente de um trabalho marcado por 
condições inadequadas de trabalho, baixos salários com isso acúmulo de vínculos imprecativos 
e pela desvalorização profissional. Isso contribui para um maior número de experiências de 
estresse no trabalho e para o surgimento de doenças ocupacionais. O que reafirma a 
importância da prevenção da saúde no ambiente de trabalho. 
Este estudo possibilitou para aprimorar o conhecimento técnico científico dos 
profissionais da enfermagem, identificando as fontes desencadeadoras do estresse, 
possibilitando minimizar o aparecimento e agravamento dos mesmos e também para o 
incentivo para a realização de novas pesquisas. 
Percebe-se, portanto, a necessidade da melhoria nas condições de trabalho, melhor 
divisão do trabalho tendo o número adequado de profissionais, salários dignos, 
reconhecimento e valorização dos profissionais, principalmente o público em geral saber quem 
é o enfermeiro,seu papel e sua importância. 
Isso favoreceria a saúde dos trabalhadores contribuindo para prevenir e diminuir o 
adoecimento e surgimento de doenças, a diminuição dos afastamentos e das licenças. Como 
isso promoveria também a saúde dos clientes, pois se os profissionais que prestam o 
atendimento estiverem satisfeitos tornaria seu atendimento sempre de qualidade e 
humanizado. 
Desta forma, o enfermeiro promovendo a sua própria saúde e dos seus profissionais, 
poderia implantar programas de atenção à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho, 
visando à melhoria e qualidade de vida dos mesmos. 
6 Referências 
1. Kirchhof ALC, Magnago TSBS, Camponogara S, Griep RH, Tavares JP, Prestes FC, et al. 
Condições de trabalho e características sóciodemográficas relacionadas a presença de 
 
 
 
distúrbios psíquicos menores em trabalhadores de enfermagem. Texto contexto – 
enfermagem. [serial on the Internet] 2009 June [cited 2012 Jan 11]; 18(2): 215-223. 
2. Inoue KC, Matsuda LM. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em Unidade de 
Terapia Intensiva para adultos. Acta paul.enferm. [serial on the internet].2010 June 
[cited 2012 Jan 11]; 23 (3): 379-384. 
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