Buscar

Apostila Constitucional I incompleta

Prévia do material em texto

Apostila Constitucional I
Por Mariana Daher
1)Teoria da Constituição
A ideia de constituição surge juntamente com o Estado.
Liga-se a ideia de surgimento do Estado tanto à Revolução Francesa quanto à Revolução Americana, nesta começa-se a introduzir o ideal de república, o que nos traz ao sistema presidencialista e por conseguinte a primeira constituição, ressalta-se que nesta época tal documento tinha estrutura meramente política, trazendo apenas as diretrizes de elementos políticos, não havendo o conceito de soberania entra as normas. 
A ideia de constituição surge juntamente com o Estado.
Neste século, o liberalismo e o positivismo jurídico encontravam-se em alta, estabelecendo, desta forma um Estado Liberal, ou seja, um Estado onde tem-se a aplicação pura da lei, sendo esta igual para todos (não havia o princípio da individualização da pena), e não se tinha a intervenção do Estado na economia.
Entretanto, este modelo jurídico-estatal começa a entrar em declínio com a primeira guerra mundial e a crise de 29, o movimento operário leva as reformas constitucionais na Europa, e mais tarde, tendo como marco histórico a 2ª guerra, surge o Neoconstitucionalismo.
No período pós-guerra, atenta-se para determinados fatores mais vinculados com as questões sociais, como os direitos humanos, os direitos de segunda dimensão, também chamados de direitos fundamentais. Surge, então, o Estado de bem-estar social, tendo como forma de estado a democracia, e assim tem-se os princípios voltados para a pessoa humana.
Compreende-se esta época como pós-positivista, uma vez que sai-se da visão da aplicação da lei estritamente como consta na norma, para que se permita a interpretação do aplicador sob a legislação.
2) Neoconstitucionalismo
	O Neoconstitucionalismo, surge na pós-modernidade e traz grandes mudanças para o ordenamento jurídico.
Dentro desta nova teoria, compreende-se que há a supremacia constitucional, ou seja, além desta possuir força normativa, também encontra-se acima das demais legislações, conforme demonstra a pirâmide de Kelsen.
Desta forma, entende-se que há uma hermenêutica constitucional, uma nova forma de interpretação da constituição. Agora como documento normativo e não mais como meras diretrizes políticas.
	Nessa nova interpretação constitucional, tem-se a adição em forma de cláusulas pétreas dos direitos fundamentais, que se encontram no Título II da CRFB/88, estes têm como principais características a irrenunciabilidade, a imprescritibilidade, a historicidade, a inviolabilidade, a universalidade e a concorrência.
	Ainda neste momento, tem-se a judicialização constitucional, pois traz a separação dos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), ademais, há a criação dos tribunais constitucionais com o intuito de proteger os direitos que se encontram na constituição, evitando que lei ordinária os fira.
3)Constituição
	As constituições atuais estabelecem a estrutura do Estado, modos e formas de aquisição de poder, assegura direitos e garantias fundamentais, fixa regime político, disciplina fins socioeconômicos sociais e culturais.
	*Conceito: Legislação fundamental basílica que rege e organiza o Estado, protege os direitos fundamentais e a pessoa humana.
	*Sentido:
		
		1)Político: Decisões do poder constituinte para criar e disciplinar as relações de poder do Estado.
		
		2)Jurídico/Formal: Norma jurídica fundamental, condição de validade de todo ordenamento jurídico.
		3)Material: Organiza o exercício do poder político, define direitos fundamentais, consagra valores e indica fins políticos.
		4)Sociológico: A constituição resulta dos fatores de poder que existem na realidade social, e tais valores se sobrepõem à constituição formal.
	*Classificações:
		1)Quanto ao conteúdo: 
			 
	Material 
	Conjunto de regras materialmente constitucional
	Formal 
Consubstanciada de forma escrita
 2)Quanto à forma:
	Escrita
Codificada e sistematizada em um texto único.
	Não Escrita
Conjunto de regras não aglutinado em texto solene.
		
 
 3)Quanto à estabilidade:
	Rígida
Podem ser alteradas através de processo legislativo mais solene e dificultoso
	Flexível
Pode ser livremente modificada segundo mesmo processo estabelecido para as leis ordinárias
4)Quanto ao modo de elaboração:
Dogmática
Produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política do direito dominante. 
	Histórica
É fruto da História e tradições de um determinado povo.
5) Quanto à Origem: 
	Promulgada
Deriva do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração.
	Outorgada
Estabelecida sem a participação popular.
6) Quanto ao Sistema:
	Principiológica
 Há a prevalência de princípios.
	Preceitual
					Predominam as regras.
7) Quanto à Extensão:
	Sintética
Preveem somente os princípios e normas gerais de regência do Estado.
	Analítica 
Examinam e regulamentam todos os assuntos que entendam relevantes à formação, distinção e funcionamento do Estado.
8) Quanto à Dogmática:
	Ortodoxa
Aceita somente uma ideologia.
	Eclética
Compreende mais de uma ideologia.
4) Poder Constituinte
	O poder constituinte permite criar e modificar uma/a constituição.
	Compreende-se que a titularidade de tal é do povo, uma vez que esta liga-se à ideia de que o Estado decorre da soberania popular.
	Ademais, há, também, o chamado poder constituído que são os poderes criados pela própria constituição para exercer as funções do Estado.
							
								Inicial
								Ilimitado
					Originário Incondicionado
								Permanente
 Poder							
 Constituinte						Reformador	
					Derivado 					
								Decorrente
		a)Originário:
Este é responsável pela elaboração de uma constituição, podendo ser a primeira ou não.
São características do poder constituinte originário, ser inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.
É inicial pois a Constituição é a base do ordenamento jurídico.
Considera-o ilimitado/autônomo pois não há limitações para este com base em direito anterior.
Ademais, entende-se que este é incondicionado uma vez que não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade.
Salienta-se que este é permanente dado que não some mediante a elaboração de novo texto constitucional.
 b)Derivado:
 i)Reformador:
 	É responsável pelas alterações no texto constitucional(emendas), sendo este limitado e condicionado.
	Suas limitações encontram-se expostas no art 60 da nossa atual constituição.
	As limitações subdividem-se em formais, matérias e circunstanciais.
	As formais (art 60, I a III, §2ºe 5º), referem-se a forma como deve-se dar o procedimento de alteração. Neste compreende-se que a Constituição pode ser alterada mediante proposta de um terço dos membros da casa requerente, do Presidente da República, de mais da metade das Assembleias, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
	Ainda, infere que a proposta será discutida e votada em dois turnos em cada casa, sendo aprovada se obtiver, em ambas, três quintos dos votos e se rejeitada, a mesma matéria não poderá mais ser discutida em tal sessão legislativa.
	As materiais (art 60, §4º) referem-se as cláusulas pétreas, que dizem respeito à forma de Estado, de voto, à separação dos poderes e aos direitos fundamentais.
 	As circunstanciais (art 60 §1º) explana que a Constituição não poderá ser altera na vigência de intervenção federal, estado de sítio ou estado de defesa.
	Quanto a ser contido, tal característica refere-se à situação de que qualquer emenda está submetida a direito positivo já existente.
 ii)Decorrente:
		O poder constituinte decorrente é aquele conferido aos estados para que estes elaborem suas próprias constituições.
Tem comocaracterísticas ser instituído, limitado, secundário e condicionado.
OBS → Mutação Constitucional: Há a mudança da interpretação da constituição devido à evolução social, sem que se altere o texto constitucional.
5)Eficácia das Normas
	Segundo José Afonso da Silva, as normas podem ser de eficácia plena, contida e limitada.
→ Plena: É de efeito imediato e não necessita de complemento. (EX: art 5º, I)
→ Contida: É de efeito imediato, no entanto, necessitada de complementação. (EX: art 5º, XIII)
→ Limitada: Não possuí efeito imediato e necessita de um complemento do legislador. (EX:art art 37, VII)
CF
				Eficácia Plena = Eficácia Absoluta
					
Eficácia Contida = Eficácia Relativa Restringível
Eficácia Limitada = Eficácia Relativa Dependente de Complementação Legislativa.
Princípios:
Institutivo: Conteúdo orgânico, referem-se a estrutura e atribuições dos órgãos. (EX: art 18 §3º e §4º)
Programático: Instituem programas e metas para o governo. (EX: art 3ºe 6º; “Direitos Sociais”)
6) Estrutura de Estado
							 Centralizado
Forma de Simples Unitário Descentralizado
Estado 			 Federação
 Composto 
		 Confederação 
 República
Forma de 
Governo
	 Monarquia
	Parlamentarismo
Sistema de
Governo 
			Presidencialismo
	
Regime de → Democracia
Governo
7) O Federalista
	Os entes federativos possuem autonomia, administrativa, econômica, política e legislativa.
	Insta ressaltar que na federação há a tripartição de poderes assim dando base as autonomias devidamente citadas.
	Na concepção federalista compreende-se que a soberania é do Estado, e a Constituição Federal que traz em sua redação os limites de competência, desta forma, mantendo o equilíbrio.
	Dentro da ideia de federalismo, tem-se o sistema de check and balances (freios e contrapesos) criado por Montesquieu, que relaciona-se com a tripartição dos poderes, assim há a concepção de que os poderes são autônomos e complementares, se regulando através deles mesmo.
8) Tipologia Federalista
O federalismo pode originar-se de duas formas: por agregação ou desagregação.
No caso da agregação, os Estados abdicam de parte de sua soberania para que possam se agregar e, desta forma, constituir um Estado Federativo. Costuma-se citar como exemplo para tal fato a formação dos EUA.
Já no caso da desagregação, o Estado Federativo nasce de um Estado unitário que se descentraliza. Como o Brasil, por exemplo.
Quanto ao modo de separação das competências, pode-se classificar em clássico/dual ou cooperativo.
Em relação ao clássico, entende-se que os entes federativos são extremamente independentes, não cabendo trazer a ideia de cooperação entre eles. Novamente, para tal caso cita-se como exemplo os EUA.
Entretanto, no federalismo cooperativo, como o próprio nome já diz, há uma cooperação entre os entes federativos, fator que por conseguinte acaba por diminuir a autonomia destes.
Percebe-se que o Brasil utiliza deste modelo pelo art 1º da CRFB/88.
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos (...)”
O federalismo, pode ser classificado ainda, como simétrico ou assimétrico.
Quando se fala no simétrico, entende-se que há a mesma organização para todos os entes federativos, tendo a homogeneidade no seu desenvolvimento.
Quanto ao assimétrico, verifica-se que há uma maior complexidade na organização.
Conforme Bulos: “o federalismo assimétrico a busca do equilíbrio, da cooperação, do entendimento entre as ordens jurídicas parciais perante o poder central, dentro de uma realidade naturalmente contraditória e nebulosa, em que o interesse de uns sobrepõe-se às necessidades de muitos. Por isso, são depositadas nas constituições normas destinadas a minorar essas diferenças.“
Existem ainda três outras classificações quanto ao federalismo.
Este pode ser orgânico, ou seja, compreende-se que todos os entes federativos estão em prol de um núcleo central de poder, a nomenclatura em si faz alusão ao corpo, onde tem-se uma estrutura central de poder.
Pode ser de equilíbrio, este tem sentido de harmônico e equipara-se ao cooperativo.
Temos ainda o de segundo grau, que se forma pela União, pelos estados e munícipios, sendo o de primeiro grau¸ formado somente pela União e pelos os estados.
9) Federação Brasileira
União
Primeiramente, cabe ressaltar que o conceito de União difere do de República, sendo a União a congregação dos Estados, municípios e do Distrito Federal.
	A União é uma entidade federativa autônoma, cabendo-lhe exercer as atribuições da soberania do Estado, esta age em nome de toda a Federação quando representa o país em âmbito externo ou quando intervém em um Estado membro, no âmbito interno. Assim sendo, considera-se que esta possui dupla personalidade, pois é pessoa jurídica de direito interno e externo.
	Como já colocado a União é autônoma, tendo autonomia financeira e legislativa. 
	Esta tem competência de preservar a integridade da federação, sendo de sua responsabilidade a intervenção federal.
Estados
A autonomia dos Estados se caracteriza pela denominada tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração.
 A auto-organização e a normatização própria se dão através do exercício de seu poder constituinte derivado decorrente, assim, pela sua própria legislação, sendo esta a constituição estadual e a legislação estadual, estando sempre submetidas a Constituição Federal.
Quanto ao autogoverno tem-se na forma do executivo e do legislativo.
				
				
Uma reeleição
				Condições de Elegibilidade: min. 35	 anos
 Executivo			Sistema Majoritário
(Governador)			Subsídios fixados por lei
				Mandato de 4 anos
 				Âmbito Federal e Estadual (3x dep. Câmara) 
Legislativo		Condições de Elegibilidade: min. 21 anos
				Sem limites para reeleição
				Sistema Proporcional
O desmembramento, a incorporação ou a subdivisão dos Estados, devem ocorrer somente, mediante aprovação da população diretamente interessada por meio de plebiscito e por lei complementar.
“Art. 18.§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.”
	As regiões metropolitanas são instituídas mediante lei complementar, tem como requisitos tratar-se de um conjunto de municípios limítrofes e ter como finalidade a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.
“Art. 25. § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.”
Municípios
Assim como os Estados, os municípios têm como características a auto legislação e o autogoverno.
	A auto legislação desses se dá através da lei orgânica e das leis municipais.
AUTOGOVERNO
		Prefeito						Vereador
 (Sistema Majoritário)			(Sistema Proporcional)
Mandato 4 anos
Condições de Elegibilidade: min. 21 anos
Subsídios art 29 IV
Patamares para Despesas art 29-A
	Para que ocorra a criação, a fusão, a incorporação ou o desmembramento de municípios, deve ser feito através de lei estadual, tendo antes ocorrido o estudo de viabilidade e a consulta à população mediante plebiscito.
“Art. 18.§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,apresentados e publicados na forma da lei.”
Distrito Federal
Assim como os Estados e municípios, este possuí auto legislação e autogoverno. Sua legislação se dá através da leio orgânica distrital e das leis distritais.
O DF é considerado parcialmente autônomo, uma vez que parte dele é tutelado pela União.
Insta ressaltar que diferentemente dos Estados este subdivide-se em regiões administrativas e não em municípios.
		
Uma reeleição
				Condições de Elegibilidade: min. 35	 anos
 Governador 	 		Sistema Majoritário
					Subsídios fixados por lei
				Mandato de 4 anos
 Mesmo que os Estados!!!
					
Deputados Distritais
O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
Mandato de 4 anos
O Distrito Federal, elege ainda representantes no Senado, ou seja, assim como os Estados, este elege três senadores para mandato de oito anos.
Quanto à autoadministração do Distrito Federal, essa forma-se pela cumulação de competências dos Estados e Municípios.
10) Competências
11) Processo Legislativo
12) Poder Legislativo
	O Poder Legislativo é bicameral e exercido através do Congresso Nacional, sendo este formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
	Seu bicameralismo está diretamente ligado à escolha pelo legislador constituinte da forma federativa de Estado.
	
Funções:
O Poder Legislativo possui tanto funções típicas quanto atípicas.
As suas funções TÍPICAS são: legislar e fiscalizar, já as funções ATÍPICAS são administrar e julgar.
Congresso Nacional:
O Congresso Nacional se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
	O Congresso deve reunir-se, anualmente, em Brasília pelo período de uma sessão legislativa (2/02 até 22/12).
	Insta ressaltar que enquanto a sessão legislativa é este período de um ano de trabalhos do Congresso, a legislatura possuí quatro anos de duração.
	Cada uma das casas, tem que se reunir em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro do primeiro ano de legislatura, para que seus membros possam tomar posse e para que seja feita a eleição das mesas, para mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 
	Há a possibilidade da convocação extraordinária do Congresso, que pode ser feita pelo Presidente da República, do Senado, da Câmara ou a requerimento da maioria das duas casas, entretanto esta só será concretizada nas hipóteses de urgência ou interesse público relevante, em qualquer das hipóteses há de se ter a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
	Ademais, na sessão legislativa extraordinária só se deliberará somente sobre a matéria para qual foi convocado ressalvada a hipótese referente a medida provisória, em vigor na data da convocação, que então deverão ser automaticamente incluídas.
	A mesa do Congresso Nacional, será presidida pelo presidente do Senado e os demais cargos ocupados por aqueles que possuem cargos equivalentes.
	A CFRB/88 impõe que a Câmara e o Senado reúnam-se em sessão conjunta para: inaugurar a sessão legislativa, elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas, receber o compromisso do Presidente e Vice; e conhecer do veto e sobre ele deliberar.
			 
Câmara dos Deputados:
A Câmara é composta por representantes do povo, sendo estes eleitos pelo sistema proporcional de acordo com o número de habitantes de cada Estado, Território e do DF.
	Insta ressaltar as competências privativas da Câmara, sendo estas: 
 - Autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente, seu Vice e os Ministros de Estado.
	 - Proceder a tomada de contas do Presidente, quando não apresentadas ao CN dentro de 60 após aberta sessão legislativa.
	 - Elaborar seu regimento interno
	 - Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;    
	 - Eleger dois membros do Conselho da República.
Senado Federal
É composto pelos representantes dos Estados e do DF, sendo estes eleitos pelo sistema majoritário e tendo mandato de 8 anos.
Cada Estado e o DF, elege três senadores. Sendo a representação destes renovada de 4 em 4 anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal.
Atenta-se ao fato de que o Senado possuí a mesma relevância e força da Câmara.
O Senado é o órgão que julga o Presidente e seu Vice nos casos de crime de responsabilidade.
CPI
As Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes de investigação próprio de autoridades judiciais, e deverão ser criadas pela Câmara e/ou Senado, mediante requerimento de 1/3 de seus membros, para apuração de fato certo e por prazo determinado, podendo este ser prorrogado, sendo obrigatório seu termo final ao término da legislatura.
Ao conceder os poderes próprios de autoridades judiciais, o legislador quis dizer que a CPI terá os mesmos poderes instrutórios que os juízes possuem durante a instrução processual penal.
Logo a CPI tem direito a: quebra de sigilo bancário, fiscal e de dados; oitiva de testemunhas (podendo pedir condução coercitiva); ouvir investigados ou indiciados; realização de perícias e exames necessários à dilação probatória; determinar buscas e apreensão.
Estatuto dos Congressistas
O Estatuto dos Congressistas, traz em seu texto, imunidades para que os parlamentares possam atuar om ampla independência e liberdade, no exercício de suas funções constitucionais.
Insta ressaltar que tais imunidades começam a valer a partir do momento da diplomação, em outras palavras, assim que o candidato vence as eleições, sendo irrenunciáveis e subsistindo mesmo que em Estado de Sítio.
As imunidades subdividem-se ainda em material e formal.
A material, também conhecida como inviolabidade, é a liberdade de discurso (freedom of speech), esta evita que a liberdade de expressão, principalmente dentro do plenário, seja tolhida, desta forma, cabe dizer que os parlamentares são invioláveis por atos e palavras.
Esta pode ser tanto absoluta quanto relativa. Absoluta é a imunidade exercida dentro do plenário, ou seja, protege qualquer tipo de discurso, sobre qualquer matéria, ainda que não relacionada ao exercício do mandato, já a relativa é exercida fora do plenário e cabe apenas as questões relativas ao exercício do mandato.
Independente de ser absoluta ou relativa, a imunidade material comporta a quebra de decoro parlamentar, em outras palavras, se o parlamentar de alguma forma ferir o código a qual lhe compete, este responderá pela quebra do decoro.
A imunidade formal (freedom from arrest) é causa que pode impedir o prosseguimento do processo, impossibilitando o parlamentar de ser ou permanecer preso e há a possibilidade de sustação do andamento da ação penal por crimes praticados após a diplomação.
Imunidade Formal
Desnecessidade de licença
Possível suspenção da ação penal
Existe Imunidade
Inexiste Imunidade
Análise pela casa legislativa
Prisão em flagrante por crime inafiançável
Impossibilidade
Após a 
Diplomação
Processo
Antes da 
Diplomação
Regra
Exceção
Prisão
	Na imunidade formal há a impossibilidade de prisão parlamentar, ou seja, estes não serão presos salvo em flagrante de crime inafiançável.
	Entretanto, o STF entende que há a possibilidade de prisão com sentença transitada em julgado.
	No caso dos parlamentares, a denúncia é recebida pelo STF que remete à questão da prisão para deliberação da casa legislativa em 24h.
	Quanto a prerrogativa de foro, insta ressaltar que os congressistas somente poderão ser processados e julgados, nas infrações penais comuns, não cabendo processos cíveispelo STF.
	Há a possibilidade da suspenção dos processos e da prescrição, por deliberação da Casa Legislativas, por maioria absoluta, em 45 dias.
	Ademais, os parlamentares NÃO serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles receberam informações.
	Além disso, o estatuto traz em sua redação algumas impossibilidades. Compreende-se que desde a diplomação o parlamentar firmar ou manter contato com pessoa jurídica pública ou empresa que preste serviços público; ou aceitar/exercer emprego remunerado.
	Já as impossibilidades a partir da posse são: participar em cargo de chefia de empresas que possuam relação com o âmbito público, ocupar função em que seja demissível e ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
	O estatuto trata também dos casos de perda de mandato, podendo esta ocorrer através da cassação ou da extinção.
	A cassação sempre será decidida, esta é cabível quando o parlamentar fizer qualquer uma das incompatibilidades, se o procedimento for considerado incompatível com o decoro parlamentar (quebra de decoro) ou que sofrer condenação criminal transitada em julgado.
	Já a extinção, se dá por meio de declaração, sendo cabível nos casos em que o parlamentar deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias a casa a qual pertence; perder ou tiver suspenso os direitos políticos; e quando o decretar a justiça eleitoral.
13) Poder Executivo
O Poder Executivo constitui órgão constitucional, cuja função típica é o exercício de chefia de Estado, de governo e da administração geral do Estado.
O presidente e seu vice são, simultaneamente, eleitos pelo povo através do sistema eleitoral majoritário.
São requisitos para candidatura a tais cargos: ser brasileiro nato, estar no gozo de seus direitos políticos, ter mais de 35 anos, não ser inelegível e possuir filiação partidária.
A eleição será realizada no primeiro domingo de outubro, se em primeiro turno nenhum dos candidatos obtiver a maioria absoluta de votos, será feita votação em segundo turno no último domingo do mesmo mês entre os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. Em casos de empate, será eleito aquele que mais idoso.
A posse presidencial ocorrerá no dia 1ºde janeiro, e caso não se assumam os cargos até dez dias depois, salvo em caso de força maior, estes serão considerados vagos.
O mandato durará, em regra, 4 anos, sendo possível uma reeleição.
Quanto ao impedimento e a vacância, é primordial que inicialmente entenda-se a diferença entre estes.
	O impedimento é o afastamento temporário, seja por motivo de licença, férias, doença e etc, nos casos em que o Presidente está impedido cabe ao Vice substituir-lhe.
	A vacância é definitiva, pode se dar por cassação, renúncia, morte ou pela ausência do país por mais de 15 dias sem autorização.
	Nos casos de vacância ou impedimento simultâneo, serão sucessivamente chamados ao cargo, respectivamente, o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF.
	Quando a vacância ocorre nos dois primeiros anos far-se-á eleições diretas 90 dias após aberta a vacância e na hipótese dos dois últimos anos a eleição será feita 30 dias após, sendo esta indireta.
	O Presidente possui imunidades formais em relação aos processos, seja para o caso de crimes de responsabilidade ou para os crimes comuns, pois só poderá ser processado após admissibilidade de 2/3 da Câmara, além disso, este não poderá ser preso nas infrações comuns enquanto não sobrevier sentença condenatória.
	É previsto para este a prerrogativa de foro, uma vez que somente o STF poderá julgá-lo nos casos de crime comum e nos casos de crimes de responsabilidade, o Senado.
	Considera-se crime de responsabilidade, as infrações de natureza política praticadas por autoridades de grande escalão, estas estão estabelecidas na lei 1079/50, e a denúncia de tais pode ser feita por qualquer cidadão, sendo considerada legitima.
	Para que se investigue os crimes de responsabilidade é instaurado o procedimento impeachment, que se divide em duas fases, sendo estas a admissibilidade pela Câmara e o julgamento pelo Senado.
	Este possuí natureza de juízo político e serve para análise da conduta relativa às funções presidenciais.
	O processo inicia-se com a denúncia e então é dirigido para a Câmara onde irá instaurar-se comissão especial que se reunirá por dez sessões dando direito ao presidente do contraditório, levando a um relatório e assim a votação no plenário, onde será julgado procedente ou não, sendo o quórum de 2/3, se julgado procedente há a instauração do processo e o afastamento do presidente de seu cargo por 180 dias.
	Durante este período será feita uma seção no Senado, com comissão que realizará as diligências que entender necessárias ao esclarecimento das imputações feitas ao Presidente, esta encerrará seu trabalho com o fornecimento da acusação, que será anexada ao processo e entregue ao Presidente do Senado e do STF, assim sendo, a defesa será intimida para contestar a peça acusatória.
	Na sessão plenária que ocorre no Senado, o presidente do STF mandará ler o processo e inquirirá as testemunhas. Findado os debates, tem-se a discussão dos Senadores, sendo a condenação proferida por 2/3 dos votos, acarretando na perda do mandato com a inabilitação por oito anos, para o exercício da função pública.
	É válido enfatizar que mesmo que haja a renúncia quando já iniciado o processo, este NÃO será paralisado.
14) Poder Judiciário
	O Poder Judiciário é autônomo e independente, uno e indivisível, mesmo que atue por meio de órgão estaduais e federais.
	Os órgãos do deste dividem-se em justiça federal e justiça estadual, ambas comportando os conceitos de comum e especializada.
Justiça Federal
Juízes de Direito
Conselho de Justiça
Tribunal de Justiça
Juízes de Direito
TJs
Juizados Especiais
Justiça de paz
Especializada
(Militar)
Trabalho
Eleitoral
Militar
Juízes Federais
TRF’S
Juizados Especiais
Especializada
Comum
Comum
Justiça Estadual
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é órgão do poder judiciário, composto por 15 membros, entretanto não tem poder jurisdicional, ou seja, não pode solucionar as demandas. Sempre será presidido pelo presidente do STF.
Insta ressaltar que os tribunais de exceção (marítimo, arbitral, justiça desportiva) NÃO são órgãos do poder judiciário, ainda que tenham o nome de tribunais.
Os juizados especiais, são compostos por juízes togados e leigos competentes para a resolução de conflitos de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo. Conforme a Lei Estadual 9099/95 e a Lei Federal 10.259/01.
A justiça de paz é órgão do poder judiciário porém não tem poder jurisdicional, sendo composto de cidadãos eleitos pelo voto direto e com mandato de quatro anos.
Os juízes de paz possuem competência para celebrar casamentos e exercer atribuições conciliatórias.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
STJ			TST			TSE			STM
TJs TRFs TRT TER TM
Juízes Juízes Juízes Juízes Juízes
De Direito Federais Do Trabalho Eleitorais Militares
 
					Juizados Especiais
					Turmas Recursais
	
STJ = Supremo Tribunal de Justiça
TST = Tribunal Superior do Trabalho
TSE = Tribunal Superior Eleitoral
STM = Superior Tribunal Militar
TJs = Tribunais de Justiça
TRFs = Tribunais Regionais Federais
TRT = Tribunais Regionais de Trabalho
TRE = Tribunais Regionais Eleitorais
TM = Tribunais Militares
	O STF é composto por onze ministros nomeados pelo presidente, este órgão trata das matérias constitucionais, em caráter de recurso extraordinário.
	O STJ  trata de matéria federal e é composto por 33 ministros. Eles são escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, a partir de lista trípliceformulada pelo próprio tribunal. O indicado passa ainda por sabatina do Senado Federal antes da nomeação. A Constituição prevê que os ministros tenham origem diversificada: um terço deve ser escolhido entre desembargadores federais, um terço entre desembargadores de justiça e, por fim, um terço entre advogados e membros do Ministério Público.
	Os TRFs e s TJs são formados pelo quinto constitucional, ou seja, um quinto de seus lugares será composto por membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
	Desta forma, o tribunal diminuirá a lista para uma de três nomes e a enviará ao Executivo que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
 	 Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
Estatuto da Magistratura
	Para que se ingresse na carreira de magistrado é necessário que haja o concurso de provas e títulos, que se tenha no mínimo 3 anos de atividade jurídica (quarentena de entrada)
	A quarentena de entrada pode se dar por 5 processos por ano, ou pelo cumprimento de 16h nas atividades de notório saber jurídico (conciliação, mediação e arbitragem).
	A promoção dentro do cargo sempre se dará por antiguidade ou merecimento, sendo que o mais antigo sempre será promovido primeiro.
	Quanto ao merecimento, é obrigatória a promoção do juiz que estiver por três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas em lista de merecimento.
	Ademais a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta.
	
	
Quanto as Garantias: 
Garantias
Institucionais
Aos membros
Autonomia
De Imparcialidade
De Liberdade
Escolha dos dirigentes
	Vedações
Vitaliciedade
Inamovibilidade
Irredutibilidade de Subsídios
Funcional
Administrativa
Financeira
				 	A vitaliciedade somente é adquirida após o estágio probatório, ou seja, após dois anos de efetivo exercício da carreira, mediante aprovação no concurso de provas e títulos.
			Por esta, o juiz só perderá seu cargo por decisão judicial transitada em julgado.
			A inamovibilidade, garante que o juiz só poderá ser movido do cargo por iniciativa própria, defendo residir na comarca, salvo autorização do tribunal.
			O mesmo é válido para os casos de promoção ou remoção, 	salvo em caso de interesse público onde far-se-á votação, com quórum de maioria absoluta, tendo o magistrado direito à ampla defesa.
			O salário dos magistrados não pode ser reduzido como forma de pressão, assim estabelece a irredutibilidade de subsídios, garantindo-lhes o livre exercício de suas atribuições.
			O Estatuto abrange também as vedações aos magistrados, assim sendo é vedado à estes exercer outro cargo ou função, salvo um magistério; receber custas ou participação em processos; dedicar-se à atividade político-partidária, salvo exoneração ou aposentadoria; advogar na comarca em que atuou antes de três anos de afastamento.
			Todos os processos e julgamentos do poder judiciário serão públicos, salvo nos casos em que a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
			Insta ressaltar que a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente normal, juízes em plantão permanente.

Outros materiais

Materiais recentes

Perguntas Recentes