habeas corpus preventivo prática simulada V

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO//RJ. 
MICHELE DIAS CORREA, brasileira, advogada, inscrita na OAB sob o nº, com escritório da Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, com endereço eletrônico, em favor da paciente, MATILDE, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do R.G de nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada à Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, endereço eletrônico, perante Vossa Excelência, com fulcro no Art. 5º, LXVIII, impetrar o presente 
HABEAS CORPUS PREVENTIVO
Contra ato do JUÍZO DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA CAPITAL, que pode ser encontrado na Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, pelas razões de fato e de direito adiante expostas:
I – DOS FATOS
A paciente está sendo executada por seus filhos, Jane e Gilson, menores impúberes, representados pelo seu genitor, Gildo, na forma do Art. 911 do CPC. 
Na execução de alimentos que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital a Paciente foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referentes aos últimos 5 meses vencidos e não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família. 
Ocorre que a Paciente está desempregada há mais de 1 ano e não está conseguindo se reinserir no mercado de trabalho, razão pela qual não possui condições financeiras de quitar a dívida. 
Ressalta-se que a pensão não foi paga, mas não por negligência da paciente, e sim, por impossibilidade financeira, salientando que está tratando de uma depressão profunda. 
Diante da real impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado decretou a prisão da mesma pelo prazo de 60 dias. 
II – DO DIREITO
O habeas corpus encontra previsão legal no Art. 5º, LXVIII, da CRFB, que assim dispõe:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
Como se pode observar do dispositivo supramencionado, existem duas espécies de habeas corpus, o preventivo e o repressivo, este será concedido quando alguém estiver sofrendo violência ou coação em sua liberdade, aquela será concedido quando alguém estiver ameaçado de sofrer violência ou coação. 
No caso dos autos, verifica-se que a prisão já foi decretada pela autoridade coatora, porém a Paciente ainda não foi presa, razão pela qual é cabível o presente writ. 
Ressalta-se que a Paciente não deixou de pagar alimentos por negligência, vez que a mesma está desempregada há mais de um ano e está encontrando dificuldades para se reinserir no mercado de trabalho. Ademais, a mesma está se tratando de uma depressão profunda, o que vem a impedindo de prestar alimentos a seus filhos. 
Além disso, como se pode notar o débito que está sendo executado é referente aos cinco últimos meses, o que não está de acordo com a legislação, pois vai de encontro ao Art. 528, §7º do CPC e Enunciado de Súmula 309 do STJ que assim dispõem: 
§7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Súmula 309 - O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo
Assim sendo, deve ser concedida a ordem ao presente habeas corpus a fim de que seja revogada a prisão decretada, uma vez que a Paciente não pode prestar alimentos, pois está se tratando de uma depressão profunda, além de que somente pode ser decretada sua prisão com base nos três últimos. 
III – DA LIMINAR
A liminar deve ser acolhida, posto que o ato que decretou a prisão civil da Paciente é contrário ao direito, já que está sendo executada pelo débito relativo aos cinco últimos meses, e não 3 meses, conforme determina o Art. 228, §7º e Enunciado de Súmula 309 do STJ. 
Ademais, ressalta-se, mais uma vez, que a Paciente não está em débito por negligência, mas sim, por impossibilidade, já que se encontra desempregada e sofre de depressão. 
Sendo assim, deve ser concedida a liminar a fim de seja revogada a prisão decretada pelo Juízo da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital. 
IV – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, a paciente vem requerer a Vossa Excelência: 
A concessão da liminar para revogar a prisão decretada pelo Juízo da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital;
A notificação da autoridade coatora para prestar as informações; 
A ciência ao órgão de representação ao qual a atividade coatora está vinculada;
Seja concedida à ordem ao presente writ a fim de que seja revogada a prisão decretada pelo juízo da 10ª Vara de Família da Comarca da Capital. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Resende, 06 de setembro de 2017. 
Advogado
OAB/RJ nº