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Mandado de segurança aula 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO 
MARIA SOUZA, nacionalidade, estado civil, servidora pública federal, portadora do R.G de nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada à Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, endereço eletrônico, vem por meio de seu advogado infra-assinado, com escritório na Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, com endereço eletrônico, perante Vossa Excelência, impetrar o presente 
MANDADO DE SEGURANÇA
Contra ato da atividade coatora REITOR, vinculado a Universidade Federal, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua, nº, bairro, Cidade/Estado, CEP, pelas razões de fato e de direito adiante expostas:
I – DOS FATOS
A impetrante é professora na Instituição de Ensino Superior, na qual a autoridade coatora está vinculada. 
Ocorre que Marcos da Silva, um aluno da Universidade, inconformado com a nota que lhe fora atribuída pela impetrante, abordou a mesma com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que ela modificasse sua nota. 
Ato contínuo, a impetrante, com intuito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno que, em virtude da queda, quebrou o braço. 
Desta forma, fora instaurado um Processo Administrativo Disciplinar para apurar eventual responsabilidade da professora. Além disso, a impetrante também fora denunciada pelo crime de lesão corporal. 
Cumpre informar que na esfera criminal a impetrante foi absolvida, tendo em vista que restou provado que a mesma tinha agido em legítima defesa, salientando que referida decisão já transitou em julgado. 
Todavia, o processo administrativo prosseguiu, sem a citação da servidora, ora impetrante, sob a alegação da Comissão de que a servidora já havia tomado ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. Ao final, o PAD foi encaminhado para o Reitor, que acolheu o relatório apresentado pela Comissão, aplicando a pena de demissão a servidora, alegando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal. 
II – DA TEMPESTIVIDADE
Inicialmente, cumpre informar que o presente mandamus é tempestivo, uma vez que a impetrante somente tomou conhecimento da pena que lhe fora aplicada na data de 11/06/2017, razão pela qual resta provada sua tempestividade, tendo em vista que o Art. 23 da Lei 12.016/2009 dispõe que é de 120 dias o prazo para poder interpor Mandado de Segurança. 
III – DOS FUNDAMENTOS
É válido recordar que o Mandado de Segurança é cabível para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, conforme se depreende da leitura do Art. 5º, inciso LXIX. 
O ato praticado pela autoridade coatora foi ilegal, uma vez que a impetrante não foi devidamente citada para se defender no Processo Administrativo, pois a Comissão alegou que a citação não seria necessária, vez que servidora já havia tomado ciência da instauração do procedimento por meio da imprensa e de outros servidores. 
Ocorre que a falta de citação da impetrante violou seu direito constitucional do contraditório e da ampla defesa, uma vez que a Constituição garante a todos, em processo judicial ou administrativo, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Neste sentido dispõe o Art. 5º, LV da CRFB:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (sem grifos no original)
Ademais, a alegação da atividade coatora de que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal também não deve prosperar, eis que ilegal. 
De fato, vige o princípio de independência das instâncias, de modo que as esferas cível, penal e administrativa são independentes, podendo o indivíduo ser condenado na cível e absolvido na criminal, por exemplo. Todavia, como exceção a esta regra, o Art. 126 da Lei 8.112/90, preceitua que a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou de sua autoria. 
Sendo assim, considerando que a impetrante fora absolvida na esfera criminal, uma vez que fora provado que a mesma agiu em legítima defesa, o processo administrativo deveria ser arquivado, pois fora provada inexistência de autoria. 
Isto posto, com base nas informações supra, constata-se que o ato impugnado deve ser declarado nulo, eis que contrário à lei, devendo a impetrante ser reintegrada a seu cargo. 
IV – DA LIMINAR
A liminar deve ser acolhida, posto que o ato que decretou a demissão da servidora é nulo, em virtude das alegações já explicitadas no tópico anterior. 
Até mesmo porque desde o afastamento a impetrante vem passando por sérias dificuldades financeiras. 
Sendo assim, deve ser concedida a liminar a fim de seja ordenada a suspensão do ato impugnado com base no previsto no Art. 7º, III da Lei 12.016/09. 
V – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, a impetrante vem requerer a Vossa Excelência: 
A concessão da liminar para suspender o ato que está sendo impugnado com base no Art. 7º, III da Lei 12.016/09;
A notificação da autoridade coatora para prestar as informações no prazo de 10 dias; 
A ciência ao órgão de representação ao qual a atividade coatora está vinculada;
A intimação do ilustre representante do Ministério Público;
A procedência do pedido para que seja concedida a segurança com a anulação do ato impugnado e a consequente reintegração da servidora; e
A condenação da autoridade coatora em custas. 
Atribui-se ao presente o valor de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Resende, 22 de agosto de 2017. 
Advogado
OAB/RJ nº

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