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Leitura e Produção de texto O que é texto

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Leitura e Produção de texto
				Professora Maria Eugênia Moreira Gomes
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O que é texto?
A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento.
“Pode-se definir texto ou discurso como uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal.” (Costa Val, 1991)
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O que é texto?
Dessa forma, texto é qualquer produção linguística, falada, escrita ou imagética, de qualquer tamanho que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução.
O texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas.
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Para compreender um texto
De acordo com o conceito adotado, um texto será bem compreendido quando avaliado sob três aspectos:
a) O pragmático, que tem a ver com seu funcionamento como atuação informacional e comunicativa;
b) O semântico conceitual, de que depende sua coerência;
c) O formal, que diz respeito à sua coesão.
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O que é textualidade?
“Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto e não apenas uma sequência de frases.” (Costa Val, 1991)
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A PESCA (Affonso Romano de Sant'Anna )
 O anil O anzol O azul
 O silêncio O tempo O peixe
 A agulha vertical mergulha
 A água A linha A espuma O tempo O peixe O silêncio
 
A garganta A âncora O peixe
 A boca O arranco O rasgão
 Aberta a água Aberta a chaga Aberto o anzol
 Aquelíneo Ágil claro Estabanado
 O peixe A areia O sol
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Estudo dirigido
Depois de ler ”A pesca”, escreva um texto contando para uma pessoa que não conhece o poema o que você entendeu dele.
Leia o texto de um colega e deixe que ele leia o seu. Procure perceber as diferenças e semelhanças entre a sua interpretação e a dele. Se o texto que vocês leram é o mesmo, o que justifica as diferenças de interpretação?
Discuta com seu colega as diferenças entre a interpretação que você fez desse texto e a dele.
Que transformações o texto sofreu para ser transformado em prosa?
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Mãos à obra
O procedimento é muito simples. Primeiro você separa as coisas em grupos diferentes. É claro que uma pilha pode ser suficiente, dependendo de quanto há por fazer. Se você precisar ir a outro lugar por falta de equipamento, então esse será o segundo passo. Se não precisar, pode começar. É importante não exagerar. Isto é, é melhor fazer umas poucas coisas de uma vez do que muitas. Isto pode não parecer importante imediatamente, mas as complicações podem começar a surgir. Um erro pode custar caro. No início, o procedimento poderá parecer complicado. Logo, porém, ele será simplesmente mais um fato da vida. É difícil prever algum fim para a necessidade desta tarefa no futuro imediato, mas nunca se sabe. Depois de o procedimento ter sido completado, você deverá agrupar os materiais em diferentes pilhas novamente. Em seguida eles podem ser guardados nos lugares apropriados. Um dia eles serão usados mais uma vez e o ciclo então terá que ser repetido. Contudo, isso faz parte da vida. 
(Trad. De Bransford, J. e McCarrel, N. “A sketch of a cognitive approach to comprehension”. Apud Kleiman, A. Texto e leitor. São Paulo: Pontes, 1989. p.48).
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Estudo dirigido
De que o texto fala?
O que são “as coisas”?
Que atividade é detalhada nesse texto?
Onde ocorrem essas ações?
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Sobre os dois textos
 Os dois textos – A pesca e Mãos à obra – podem ser considerados bons textos? Por quê? Qual a diferença entre eles?
Que características fazem com que um texto seja um texto e não apenas uma sequência de frases?
Identifique no texto Mãos à obra, as palavras que o tornam impreciso, genérico em demasia, e substitua essas palavras por outras que esclareçam o assunto tratado nele.
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Fatores responsáveis pela textualidade
1 - PRAGMÁTICOS
1.1 – Situacionalidade: adequação das variantes linguísticas a determinados contextos e usos. É adequação do texto à situação comunicativa.
1.2 – Informatividade: nível de informatividade do texto. Equilíbrio entre a suficiência dos dados, a imprevisibilidade e a previsibilidade (baixa informatividade, redundâncias, clichês, frases feitas, estereótipos) das informações.
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Fatores responsáveis pela textualidade
1.3 – Intencionalidade: diretamente relacionada com as imagens mentais que o emissor (enunciador) possui de seu interlocutor (e vice-versa).
1.4 – Aceitabilidade: É um princípio cooperativo (no sentido de o produtor responder aos interesses de seu interlocutor) e à qualidade (autenticidade), quantidade (informativa), pertinência e relevância das informações, bem como essas informações são apresentadas (precisão, clareza, ordenação, concisão).
1.5 – Intertextualidade: o texto mantém constante diálogo com outros textos (não há texto totalmente original).
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Fatores responsáveis pela textualidade
2 – LINGUÍSTICOS:
2.1 – Coerência: não está expressa no texto em si, ela é construída por elementos coesivos que “tecem” uma rede de relações (pragmáticas, semânticas, formais). É considerada o fator fundamental da textualidade, porque é responsável pelo sentido do texto.
2.2 – Coesão: o modo como os elementos que estão presentes no texto se relacionam entre si para formar um todo significativo. A coesão é uma manifestação material da coerência.
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"Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardaram o momento de se lançarem sobre os animais mortos." (hiperônimo )
"Gosto muito de doce. Cocada, então, eu adoro." (hipônimo) “
–Aonde você foi ontem? –## À casa de Paulo. – ## Sozinha? – Não, ## com amigos." (elipse) 
Os elementos de coesão também proporcionam ao texto a progressão do fluxo informacional, para levar adiante o discurso.
Ex: "Primeiro vi a moto, depois ## o ônibus." (tempo) Embora tenha estudado muito, não passou. (contraste)
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Coerência e Coesão
A coerência e a coesão de um texto podem ser analisadas a partir de quatro elementos:
1 – Continuidade: para que um texto seja coerente, é preciso que suas ideias sejam constantemente retomadas através de repetições, de retomadas de elementos (palavras, frases, sequências). A continuidade pode ser feita por pronomes (ou por terminações verbais que os indiquem) e por palavras ou expressões sinônimas.
2 – Progressão: as ideias de um texto coerente devem progredir, isto é, deve-se sempre acrescentar novas informações ao que já foi dito, para se garantir a continuidade do tema e a progressão de sentido.
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Coerência e Coesão
3 – Não contradição: para que um texto seja coerente, é preciso que não contenha no seu desenvolvimento nenhum elemento que contradiga o que já foi dito ou inferido. As contradições internas de um texto podem advir do mau relacionamento dos tempos verbais, do tratamento do enunciador em relação ao receptor, etc. Para que um texto seja coerente externamente, é necessário que o mundo textual não contradiga a realidade (real ou fantástica, imaginária) que o texto representa.
4 – Articulação: em um texto coerente, os fatos devem estar relacionados diretamente entre si, de forma explícita (conjunções e articuladores lógicos do discurso, como “dessa forma”, “por outro lado”, etc.) ou por meio da pontuação e encadeamento lógico das ideias.
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Coerência e Coesão
Esses quatro elementos ajudam a avaliar a coesão e a coerência textuais e são indispensáveis ao trabalho de produção de textos. Além deles, é importante observar as condições de produção dos textos: tempo, lugar, papéis representados pelos interlocutores, imagens recíprocas, relações sociais, interesses e objetivos visados na interlocução.
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Condições de Produção
O quê? (Assunto)
Pra quem? (Interlocutor)
Pra quê? (objetivo)
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Fonte
KOCH, Ingedore V. A coesão textual. São Paulo, Contexto, 1989.
____E TRAVAGLIA, L.C. A coerência textual. São Paulo, Contexto, 1990.
COSTA VAL, Maria das Graças. Redação e textualidade.
São Paulo, Martins Fontes, 1991.
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