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Universidade Estácio de Sá Departamento de Engenharia Civil e Produção Prof.: Luciano Nascimento Disciplina: Física Teórica Experimental III Turno: Noite Período: 2017.2º A carga elétrica e a lei de Coulomb Parte I João Pessoa, 08 de Agosto de 2017 1 As forças fundamentais da natureza • Gravitacional (1/r2) – Matéria • Eletromagnética (1/r2) – Cargas elétricas, átomos, sólidos • Nuclear Fraca – Decaimento radioativo beta • Nuclear forte – Mantém o núcleo ligado (curto alcance) 10-38 10-2 10-7 1 2 3 ELETROMAGNETISMO As leis da eletricidade e do magnetismo desempenham um papel central na operação de aparelhos rádios, televisões, motores elétricos, computadores, aceleradores de partículas de alta energia e em uma série de dispositivos eletrônicos usados na medicina. ELETRICIDADE E MAGNETISMO Descobriram que o âmbar, quando friccionado, atraía pequenos pedaços de palha ou penas (eletricidade). Documentos chineses sugerem que o magnetismo já era conhecido por volta de 2000 a.C. Os gregos antigos observaram fenômenos elétricos e magnéticos possivelmente por volta de 700 a.c. Observaram que uma pedra natural chamada magnetita (Fe2O3/ Fe3O4) atraía pedaços de ferro Vidro atritado com seda ou plástico atritado com lã apresentam efeitos distintos. A escolha dos sinais das cargas é mera convenção. A carga elétrica está presente em todos os objetos, sendo uma propriedade intrínseca da matéria. Objetos em geral contêm quantidades iguais de dois tipos de carga: positiva e negativa. Tais objetos são eletricamente neutros. Contudo, se por exemplo atritarmos um pente num tecido qualquer, há transferência de carga de um para o outro e o pente fica carregado com um dos tipos de carga em excesso. Ele então passa a atrair pequenos objetos. A carga elétrica 4 5 A NATUREZA DA ELETRICIDADE Modelo de Bohr para o átomo No núcleo estão os prótons e os nêutrons Os elétrons são carregados negativamente e situam-se em diferentes camadas Os prótons são carregados positivamente No seu estado natural, um átomo de qualquer elemento contém um número igual de elétrons e de prótons. massa do próton = 1.7 10-27 kg massa do elétron = 9.1 10-31 kg muito leve Como a carga negativa (-) de cada elétron tem o mesmo valor absoluto que a carga positiva (+) de cada próton, as duas cargas opostas se cancelam. Um átomo nestas condições é eletricamente neutro, ou está em equilíbrio. (C) Coulomb106.1 19q Valor absoluto da carga elementar: 6 Os corpos são formados por muitos átomos e em geral contém quantidades iguais de cargas positivas e negativas ( ) são eletricamente neutros PROPRIEDADES DAS CARGAS ELÉTRICAS Contudo, por exemplo, friccionando o PVC na lã, haverá transferência de carga de um material para o outro e o PVC fica carregado negativamente, e passa a atrair pequenos objetos. 2310~ Cada elétron transferido adiciona uma carga negativa ao PVC uma carga positiva equivalente é deixada na lã. PORQUE NUM SISTEMA ISOLADO AS CARGAS ELÉTRICAS SEMPRE SE CONSERVAM 6 7 Temos um efeito diferente se friccionarmos a lã no nylon o nylon fica carregado positivamente. Aproximando o PVC do nylon eles se atraem Foi Benjamin Franklin (1706-1790) que denominou de carga positiva e carga negativa. Aproximando o PVC do PVC eles se repelem Aproximando o nylon do nylon eles se repelem AS CARGAS SÃO TRANSFERIDAS EM QUANTIDADES DISCRETAS Q ne n o número de prótons ou elétrons (C) Coulomb106.1 19q 8 A carga elétrica é quantizada. Sua unidade no Sistema Internacional (SI) é o coulomb, e abrevia-se C.. milicoulomb mC 10-3C microcoulomb μC 10-6C nanocoulomb nC 10-9C picocoulomb pC 10-12C Em um sistema eletricamente isolado, é constante a soma algébrica das cargas elétricas que se mantém constante. 1 1 n m antes depois i j i j Q Q Condutores e isolantes A estrutura e a natureza elétrica dos átomos são responsáveis pelas propriedades dos condutores e isolantes. Repetindo a experiência anterior com um bastão de metal neutro, ao invés de vidro, observa- se que há cargas com grande mobilidade: elétrons, “fluido” (assim se pensava) de carga negativa. Materiais como o cobre (metais) são chamados condutores, onde o excesso de carga concentra-se apenas numa determinada região, ao contrário dos isolantes, onde as cargas têm baixa mobilidade. Metais, soluções e corpo humano são exemplos de condutores. Vidro, papel, borracha, plásticos e água destilada são exemplos de isolantes. 9 10 CARGAS DO MESMO SINAL REPELEM-SE CARGAS DE SINAL OPOSTO ATRAEM-SE Concluímos que Assim temos as seguintes possibilidades 11 LEI DE COULOMB Charles Coulomb inventou uma balança de torção e através dela descobriu que a força elétrica entre duas pequenas esferas carregadas é proporcional ao inverso do quadrado da distância r de separação entre elas: 2/1 rF 1 2 2e o q q F k r A força elétrica entre duas partículas carregadas com cargas ql e q2 e separadas por uma distância r é 1 2 12 122 ˆ o q q F k r r é a constante de Coulomb e a força é medida em newtons se as cargas estão em coulombs e a distância de separação está em metros 9 2 2 9 2 2 0 1 onde 8.99 10 N m / C 9 10 N m / C 4 ok vácuodo adepermitivid a é m N/C 108542.8 e 22120 A força elétrica expressa na forma vetorial é GRÁFICO F x r F (N) d (m) F r F/4 2r F/16 4r 4F r/2 16F r/4 r(m) r/4 r/2 r 2r 4r 0 16F 4F F 2 1 F r Hipérbole Cúbica x F21 1 2 y z r2 r1 r 21 rˆ21 balança de torção Vetorialmente: r 21 r 2 r 1 2 1 2 1 21 ˆ r r r r r (forma geral da Lei de Coulomb) A lei de Coulomb : Forma Vetorial e Geométrica 1 2 12 122 12 1 ˆ 4 o q q F r r 13 Observemos a figura abaixo: As cargas Q1 e Q2 têm sinais opostos. é a força da carga Q1 sobre a carga Q2, e é a força de Q2 sobre Q1 (há variações desta notação de um livro para outro, mas nada que afete o sentido das ideais). Obviamente, a intensidade das duas forças é a mesma, pois os termos que entram na expressão da lei de Coulomb para fazer o cálculo são exatamente os mesmos (Q1, Q2 e d, além de k): A direção é a mesma para ambas as forças, porém o sentido não: . Note que as forças tentam aproximar as cargas. 1Q r 2Q 21QQ F 12QQ F 12QQ F 1 2 2 1 1 2 2Q Q Q Q Q Q F F k r 1 2 2 1 1 2 2 1 0 rQ Q Q Q Q Q Q QF F F F F 21QQ F Forças exercidas por várias cargas Se houverem várias cargas no sistema, a força sobre uma determinada carga será dada pela soma vetorial das forças exercidas sobre ela por cada uma das demais (princípio da superposição). Num exemplo com três cargas iguais e de mesmo sinal, temos: Q1 Q2 q qQF 1 qQF 2 TotalF As forças e constituem um par Ação e Reação, da 3a. lei de Newton:têm mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, estando cada uma aplicada num corpo diferente. 21QQ F 12QQ F 16 Para um sistema de n cargas podemos determinar a força resultante que atua sobre uma das cargas 1 1 12 ˆi i o i q q F k r r onde a força entre cada par de cargas é dada por A C B q1 q3 q2 F13 F23 FR n i ijnR FFFFF 1 32313 ..... As forças elétricas obedecem ao princípio da sobreposição: 17 Exemplo 1 a) Calcule a força de atração entre o elétron e o próton no átomo de hidrogênio. Dados: massa do próton = 1.7 10-27 kg massa do elétron = 9.1 10-31 kg carga do elétron = carga do próton = 1.6 10-19 C distância entre o elétron e o próton = 5.3 10-11 m 18 b) Calcule a relação entre a força elétrica e a força gravitacional entre próton e elétron no caso anterior. Observação : Podemos desprezar a força gravitacional em relação a força elétrica. 19 Exemplo 2 A C B q1 q3 q2 Dados: q1 = 1.5x10 -3 C q2 = -0.5x10 -3 C q3 = 0.2x10 -3 C rA = 1.2 m e rB = 0.5m Determine a força resultante sobre a carga q3. F13 F23 FR 1 3 2 3 13 23 2 2 A B R o x o y q q q q F F F k e k e r r 2 2 31 3 2 3 2 2 A B 4.06 10R o o q q q q F k k x N r r 20 CAMPO ELÉTRICO O campo gravitacional num ponto no espaço é igual à força gravitacional que age sobre uma partícula de prova (teste) de massa m0 dividida pela massa da partícula de prova: gP g m Campo gravitacional (Física Teórica Experimental I) m m m g 21 O campo elétrico num ponto do espaço é definido como a força elétrica que age sobre uma partícula de prova, colocada neste ponto, dividida pela carga q0 da partícula ( carga teste) de prova. Assim: 0q F E e O vetor E newtons por coulomb (N/C) tem as unidades SI de A carga de teste serve como detector do campo elétrico Escolhemos a convenção de que uma partícula de prova tem sempre uma carga elétrica positiva Campo gravitacional: gP g m Campo elétrico 22 EqFe Conhecendo-se o campo elétrico num ponto P, podemos calcular a força que age sobre uma partícula com carga q colocada nesse ponto, porque: 0 2 0 0 ˆ o e qq k F rE r q q A força exercida sobre uma carga de prova situado à uma distância r da carga q é dada pela Lei de Coulomb: 0 2 ˆ e o qq F k r r O campo elétrico criado por q no ponto P ( posição da carga de prova) é 2 ˆ o q E k r r q q r E E 23 2 ˆ o q E k r r EqFe 24 Se q for positiva, o campo elétrico estará orientado radialmente para fora a partir dela. Se q for negativa, o campo se orientará para dentro. Campo elétrico num ponto P devido à um conjunto de partículas: 2 ˆi o i i i q E k r r 2 ˆ o dq E k r r Campo elétrico num ponto P devido à uma distribuição contínua de cargas 2 ˆ o q E k r r q q r E E ds densidade superficial: dq dV densidade volumétrica: dq ou: dq dl dq dl densidade linear: dq ou: dq ds ou: dq dV dq dq Distribuição Contínua de Cargas 25 l s v 2 0 (V ,S ou L) u (ˆr , r ) 1 dq(r ) E(r ) 4 | r r | onde | r r | u (ˆr , r ) r r r yˆ xˆ zˆ r r r P dE(r , r ) dq(r ) dE(r , r ) Distribuição Contínua de cargas elétricas( Forma Vetorial e Geométrica para uma distribuição contínua de cargas) 26 27 LINHAS DO CAMPO ELÉTRICO As linhas de campo elétrico é uma representação pictórica que fornece uma descrição qualitativa do campo elétrico. • O vetor campo elétrico é tangente à linha do campo elétrico em cada ponto LINHAS DE CAMPO PARA UMA CARGA PONTUAL POSITIVA ESTÃO ORIENTADAS RADIALMENTE PARA FORA LINHAS DE CAMPO PARA UMA CARGA PONTUAL NEGATIVA ESTÃO ORIENTADAS RADIALMENTE PARA DENTRO • O campo elétrico é grande onde as linhas do campo estão próximas e pequeno onde as linhas estão bem separadas número de linhas por unidade de área é proporcional à intensidade do campo elétrico. 28 LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO PARA UMA CARGA PONTUAL POSITIVA E OUTRA NEGATIVA IGUAIS: E E LINHAS DE CAMPO PARA CARGAS PONTUAIS (continuação) Pequenos pedaços de fibra suspensas em óleo se alinham com as linhas de E 29 LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO PARA DUAS CARGAS PONTUAIS POSITIVAS IGUAIS LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO PARA UMA CARGA PONTUAL POSITIVA E OUTRA NEGATIVA IGUAIS (continuação): 30 LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO PARA UMA CARGA POSITIVA (+2q) E OUTRA NEGATIVA (-q) 31 LINHAS DE CAMPO GERADAS POR DUAS CARGAS NÃO UNIFORMES 32 MOVIMENTO DE PARTÍCULAS CARREGADAS NUM CAMPO ELÉTRICO UNIFORME A força elétrica resultante exercida sobre a carga é dada por A força resultante faz com que a partícula acelere. A segunda lei de Newton aplicada à partícula fornece amFe A aceleração da partícula é m Eq a Se o campo elétrico é uniforme (isto é, se tem magnitude e direção constantes), a aceleração é constante eF E 33 Se uma partícula tiver carga positiva, sua aceleração será na direção do campo elétrico. Se a partícula tiver carga negativa, sua aceleração será na direção oposta à do campo elétrico. m Eq a Cargas libertadas do repouso, num campo elétrico , orientado ao longo do eixo x 34 Cargas elétricas lançadas perpendicularmente à um campo elétrico uniforme A trajetória das cargas é uma parábola enquanto estiverem entre as placas 35 EXEMPLO Um elétron entra numa região de campo elétrico uniforme (como na Figura), com uma velocidade inicial constante, vi (fora da ação do campo elétrico). Obtenha a equação da trajetória da partícula na região do campo elétrico. A aceleração da partícula no campo elétrico é Resolução ye m eE a Eliminando o tempo, obtém-se a equação da trajetória na região do campo elétrico 2 22 1 )( x v E m e xy ie EXEMPLO: Tubo de raios catódicos 36 Os elétrons são defletidos em várias direções As placas criam o campo elétrico e permitem que o feixe de elétrons seja orientado Os elétrons passam entre cada par de duas placas uma delas carregada positivamente e outra carregada negativamente . 37 REFERÊNCIAS 1. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; E. WALKER, J. Fundamentos da Física. V. 3. 7.ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2006. 2. TIPLER, P. A. ; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros - eletricidade e magnetismo, ótica. 5.ed. LTC, 2006. 3. YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. F. Física Geral III . 10.ed. Prentice-Hall, 2003. 4. NUSSENZVEIG, M. Curso de Física Básica. Eletromagnetismo. 4.ed. Editora Edgard Blücher, 2003. 5. ALONSO, M. ; FINN, E. J. Física: Um Curso Universitário. Vol. 3. Ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2002. 6. REITZ, MILFORD, CHRISTY. Foundations of ElecromagneticTheory. 4th Edition -Addison- Wesley,2001.
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