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Ação Penal - aula

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Ação Penal
observações gerais:
direito penal faz parte do direito público interno que busca disciplinar a aplicação do direito material. 
FATO ––––> DEFINIÇÃO GERAL (= crime) –––––> SANÇÃO PENAL (= pena e/ou medida de segurança
* depois do fato ocorrido há a investigação (apuração) e a fase processual. Na fase da investigação pode ser o Inquérito Policial (IP) que é feito após o boletim de ocorrência, e há o termo circunstanciado que se firma na lei 9099/95 – para crimes de menor potencial ofensivo onde o ocorrido é relatado e já há compromisso do infrator em se apresentar ao juizado criminal em hora e dias marcados. Já as peças informativas podem ser usadas quando não é necessário/dispensável o inquérito, pois há indícios suficientes que possam comprovar a autoria. 
* a investigação/apuração é dirigida a um titular para que se dê a ação penal – os titulares são: MP (promotor de justiça e procurador da república), que é feita por meio da denúncia; e o ofendido ou seu representante legal (o ofendido se torna “querelante” assim que a ação penal se inicia), feita por meio de queixa-crime. 
* os atos processuais buscam a sentença, decisão do pedido postulado e elas podem ser três: absolutória, condenatória e extintiva.
* recurso vem do latim “recursus”, que significa retroceder/voltar/revisar aquilo que antes foi analisado. 
* execução penal: aplicação da pena (privativas de liberdade, restritivas de direito e multas).
* o processo acaba assim que a pena é cumprida (além disso, há a certidão negativa, onde nada consta sobre antecedentes criminais caso o egresso precise para fins civis e trabalhistas). 
 
● persecução penal
Conceito: poder-dever do estado na aplicação do “ius puniendi”. Consiste no exercício de atividades administrativas e judiciais visando a solução de um conflito de interesses de natureza penal. A persecução penal pode ser dividida em duas fases:
I. investigatória: momento de produção de elementos, buscando esclarecer um determinado fato considerado criminoso, atribuindo a autoria a alguém. A finalidade desse momento é municiar o futuro titular da ação penal de elementos para sua propositura. É uma fase ou momento dispensável e tem natureza administrativa. 
Os instrumentos de investigação ou esclarecimento mais utilizados são: inquérito policial, o termo circunstanciado e peças informativas. 
II. ação penal ou processo: momento do nascimento da ação penal. Fase judicial. Tem início com a manifestação expressa do titular da ação penal através de uma PI (denúncia ou queixa-crime). Nesse momento, o estado-juiz, obedecendo as diretrizes do CPP, atuará na busca da verdade real. Existem procedimentos previamente determinados e que possuem por finalidade a produção de uma decisão (decisão ou sentença). 
Essa fase encerra-se com a elaboração de um título judicial que possibilitará, caso seja procedente a inicial acusatória, a aplicação de uma sanção penal. 
obs: doutrinariamente a persecução penal possui apenas dois momentos. A execução penal não é considerada como uma fase, mas como resultado da persecução criminal que restou positiva no sentido de imputar a alguém a prática de um delito. 
● inquérito policial 
Conceito: procedimento investigatório instaurado em razão de um fato considerado criminoso. Resume-se em uma série de diligências com o objetivo de demonstrar a existência de um crime – materialidade, bem como a existência de indícios suficientes de autoria. A finalidade principal do IP, portanto, é a produção de provas. Tais provas servirão como fundamento para a propositura da ação penal.
O IP será exclusivamente produzido pela polícia judiciária (civil e federal) e terá como destinatários o titular da ação penal (imediato) e o magistrado (mediato). 
Outras figuras: como já mencionado, o IP é uma peça dispensável à persecução penal. Inclusive, somente será instaurado nos crimes de pena máxima superior a 2 anos. Nos crimes com pena máxima de até 2 anos e nas contravenções penais, o instrumento utilizado será o termo circunstanciado (lei 9099/95). 
Características do Inquérito policial
a. ser realizado pela polícia judiciária – art. 144, §4° da CF, com exclusividade o IP será confeccionado pela polícia judiciária. 
O MP poderá acompanhar os atos do IP, mas a presidência continua a cargo do delegado de polícia. Nos crimes militares, será instaurado o IP militar de responsabilidade da própria polícia militar ou das forças armadas. A instauração do IPM dependerá da natureza do delito e do autor da infração penal. 	Comment by x: Ele pode investigar, menos instaurar inquérito policial. 
obs: nos crimes cometidos por magistrados ou membros do MP, não será instaurado inquérito. A investigação ficará a cargo do órgão de direção da instituição a que pertence o criminoso. 
b. inquisitivo: o IP será presidido e terá todo o desenvolvimento sobre a autoridade de uma pessoa, o delegado de polícia. Não há contraditório e não há garantia da ampla defesa. 	Comment by x: Há o contraditório postergado para o réu, já que no IP não há contraditório, então ele pode fazer isso na ação penal. 
c. caráter sigiloso: o sigilo do IP decorre do disposto no art.20 do CPP. A finalidade do sigilo é evitar que diligências importantes restem prejudicadas pela sociedade. O estatuto da OAB, art. 7°, xvi, prevê que o advogado tem o direito de examinar mesmo sem procuração autos de flagrante e o inquérito policial. No mesmo sentido, a súmula vinculante do STF 14 também atesta isso. 
d. escrito: o conjunto de atos realizados deverão ser escritos e eles formarão os autos do IP. É escrito para garantir a documentação dos atos praticados possibilitando o exercício futuro do contraditório e da ampla defesa. Da mesma forma garante a segurança jurídica e credibilidade ao órgão estatal responsável por sua elaboração. 
e. dispensável: apesar de sua importância prática, o IP não é imprescindível para a ação penal. O titular da ação poderá iniciá-la demonstrando indícios suficientes de autoria e materialidade através de outros elementos, por exemplo peças informativas – art. 28 CPP. 
Local de instauração de inquérito
 – art. 69 CPP 
A autoridade policial não possui, tecnicamente, competência, pois não exerce o poder jurisdicional, não destituídos do poder de julgar. Assim, o IP deve ser instaurado seguindo a divisão administrativa da polícia judiciária, que em regra limita suas atividades por circunscrições. O IP deve ser instaurado nas diversas circunscrições seguindo as diretrizes do art. 69 do CPP. Ou seja, inicia-se o IP no lugar com competência para a futura ação penal. 
Eventuais vícios do IP quanto ao lugar de instauração não contaminam a ação penal. 
A polícia judiciária utiliza uma diversão administrativa em circunscrição – que é o território dentro do qual as autoridades policiais e seus agentes exercem suas atividades. 
(?) por que em regra a fixação de competência do IP é no lugar do crime/infração: para a produção de provas e respostas à sociedade do trabalho do estado. 
Imparcialidade da autoridade policial 
– art. 107 CPP 
Não há o que se falar em suspeição da autoridade policial. Como procedimento inquisitivo o delegado preside o IP desde sua instauração e por isso, em regra, tem envolvimento e interesse em uma conclusão positiva. 
Formas de instauração do inquérito 
a. de ofício (ex oficio) – tomando conhecimento da prática de crime de ação penal pública em sua circunscrição deverá a autoridade policial, por ato voluntário, determinar a instauração de IP. A peça inicial para a instauração é denominada “portaria”. O delegado de polícia, independentemente de provocação, mas adotando as cautelas necessárias, estará obrigado a instaurar o IP. Essa notícia do crime pode chegar ao conhecimento do delegado por formas diversas (informação de policiais, matéria jornalística, boletim de ocorrência, etc). 	Comment by x: Documento que determina a instauração do IP.
Devemos observar que que a autoridade policial só poderá agir de ofícionos crimes de ação penal pública incondicionada, pois na ação penal pública condicionada à representação ou na ação penal privada não poderá fazê-lo. 
– art. 5°, I CPP.
A notitia criminis pode ser apresentada por qualquer pessoa. Não se exige demonstração de interesse (art. 5°, § 3° do CPP). Essa transmissão da notícia de um crime à autoridade policial recebe o nome de “delatio criminis”.
A delatio criminis é facultativa (não gera responsabilidade penal a quem deixa de notificar o fato à autoridade policial). A notitia criminis pode ser classificada em três formas:
de cognição imediata: nesta modalidade a autoridade policial fica sabendo do crime de maneira direta, no exercício de suas atividades regulares. 
de cognição mediata: a autoridade policial toma conhecimento de um fato criminoso através de terceiros, por exemplo: requerimento do ofendido, requisições do juiz ou do MP (através da delatio criminis).
de cognição coercitiva (auto de prisão em flagrante delito): art. 301 CPP; o IP pode ser instaurado ainda em razão da chamada cognição coercitiva ou conhecimento coercitivo quanto à ocorrência de um delito. Temos como origem do I o autor de prisão em flagrante delito. A prisão em flagrante está prevista nos arts. 301 e seguintes do CPP onde encontramos as figuras de flagrante facultativo e do flagrante obrigatório. No art. 302 do mesmo diploma, encontramos as espécies do flagrante.
 
Obs: a autoridade policial não está obrigada a instaurar imediatamente o IP, sendo necessária a formação de seu convencimento quanto a existência de um crime (condicionamento STF). A denúncia anônima também não obriga a instauração do IP, esta é chamada de notitia criminis desqualificada. 
b. requisição do MP ou do magistrado: a requisição é uma ordem, em que pese não existir hierarquia funcional entre o delegado de polícia, o juiz e o representante do “parquet”. 
c. requerimento do ofendido: art. 302, II parte final; qualquer pessoa poderá requerer a instauração do IP. No entanto, a previsão expressa quanto ao requerimento do próprio ofendido (essa petição normalmente utilizada quando há necessidade de esclarecimento do crime). Tratando-se que a ação penal pública condicionada à representação ou ação penal privada o requerimento passa a ter um valor maior. 
O requerimento deve conter: 
individualização da pessoa a ser investigada apresentando seus dados pessoais ou sinais característicos. 
Motivos que levam a suspeita com relação àquela pessoa. 
Narração do fato criminoso.
Eventuais testemunhas. 
d. requerimento em ação penal privada: art. 5° § 5° CPP; O IP somente poderá ser instaurado nos crimes de ação penal provada se houver requerimento do titular da ação penal (ofendido ou ser representante legal ou cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, ou irmão – CADI). 
e. representação do ofendido: art. 5° §4° CPP; nos delitos de ação penal pública condicionada a representação, neste caso o IP não poderá ser iniciado sem representação do ofendido. A representação não possui forma pré-determinada. A representação, em regra, é realizada na fase do IP, como sua peça inicial, no entanto poderá ser apresentada em juízo em situações específicas, como nos casos de desclassificação.
A instauração do IP não interrompe ou suspende o prazo decadencial. 	Comment by x: Os prazos no CPP são em dias corridos, já que se trata de privação da liberdade de alguém. 
Prazo
Trantando-se de réu solto, o prazo para conclusão de IP é de 30 dias, art 10 do CPP. Sendo necessário, o prazo poderá ser dilatado/estendido. Esse pedido será endereçado ao juiz e havendo a concordância do MP, haverá a dilação. No caso do réu preso, o prazo será de 10 dias, observando que neste caso não há prorrogação. Na justiça federal o prazo será de 15 dias, prorrogável por mais 15. 
Nos crimes da lei 11343/06 – lei de drogas, o prazo, estando o réu preso, será de 30 dias e solto, 90 dias. Há a possibilidade de duplicação de tais prazos. 
(?) crime de tráfico de drogas internacional, qual o prazo para conclusão do IP?
– o prazo é a da lei 11343/06, porque é especial. 
Diligências 
Após a instauração do IP, a autoridade policial deverá determinar a realização das atividades que entender pertinentes, visando o esclarecimento do fato delituoso. Os arts. 6° e 7° do CPP apresentam um rol de diligências. 
Preservação do local do crime – para provas
Apreender os objetos que tiverem relação com o fato criminoso, após liberado pelos peritos;
Colher todas as provas que interessem para a solução daquele fato criminoso;
Se possível ouvir o ofendido;
Ouvir o investigado – sendo realizado interrogatório do indiciado, é indispensável que o termo de interrogatório seja assinado por duas testemunhas que ouviram a leitura do termo (testemunhas fedatárias, cuja finalidade é trazer fé para a leitura do interrogatório). 
Obs: presente no interrogatório um advogado acompanhando o investigado, é dispensável a assinatura das testemunhas. 
Além disso, a respeito do art. 15 do CPP, o réu a partir dos 18 anos não necessita de curador e, portanto, esse artigo se tornou letra morta. 
Indiciamento – o indiciamento é objeto de investigação; o indiciamento é um ato formal de individualização de uma determinada pessoa após a autoridade policial formar o convencimento quanto a autoria do delito investigado. Antes do indiciamento a pessoa é tratada como suspeita investigada. Após, torna-se “objeto da investigação” (Tourinho Filho). O indiciamento é ato privativo da autoridade policial e deverá ser fundamentado. 
Proceder reconhecimento de pessoas, casas e acareações – a autoridade policial deverá realizar o reconhecimento de pessoas e coisas, o que deve obedecer a um procedimento que garanta que não haverá influências externas no reconhecimento. A acareação consiste na colocação frente a frente de duas pessoas que prestaram depoimentos, declarações ou foram interrogadas para esclarecer eventuais divergências. Ela pode ser feita entre qualquer pessoa. 
Determinar a realização de exame de corpo de delito – o corpo de delito não é necessariamente a vítima, o corpo dela, mas aquilo que constitui o corpo do crime. 
Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico (impressões digitais) – a lei 12.037/2009 regulamenta a matéria e possibilita a identificação quando houver rasura ou indícios de falsificação do documento; quando o documento apresentação foi insuficiente para a identificação; quando o indiciado portar documentos distintos; quando a identificação foi essencial à investigação; quando houver mais de um registro na mesma pessoa com nomes diferentes e quando o estado de conservação do documento impossibilite a identificação. 
 Averiguar a vida pregressa do indiciado
Reprodução simulada de fatos (necessidade de sanar alguma dúvida, reconstituição) – a reconstituição está prevista no art. 1° do CPP e será realizada buscando esclarecer eventuais divergências quanto à dinâmica de um delito. Será determinada e presidida pela autoridade policial. Será documentado com fotografias e será elaborado um autor de reconstituição. 
O investigado não é obrigado a participar de reconstituição, posto que não é obrigado a produzir provas contra si, mas poderá será conduzido coercitivamente. Não poderá ser realizada reconstituição que atentar ou ofender a ordem pública e a moralidade. 
Outras funções do delegado de polícia – art. 13 do CPP; a autoridade policial possui também as seguintes funções: 
Fornecer informações de interesse e necessárias a instrução e julgamentos.
Cumprir mandados de prisão.
Representar sobre a prisão preventiva e da prisão temporária, bem como eventual incidente de insanidade mental – a representação pode ser encaminhada ao MP ou ao magistrado; representar para a interceptação telefônica. 
Incomunicabilidade – o art. 21 não foi recepcionado pela nova ordem jurídica originária da CF/88. A CF garante o acesso das pessoas presas ou investigadas aos seus advogados e até mesmofamiliares, inclusive em situações excepcionais. 	Comment by x: Art. 136 CF – estado de defesa, onde a incomunicabilidade é vedada. 
Conclusão do Inquérito Policial – concluída as diligências a autoridade policial deverá elaborar um relatório circunstanciado com relação aos atos realizados no IP. Esse relatório é a peça final do IP (IP relatado). Não deverá a autoridade manifestar-se quanto ao mérito, pois tal função é exclusiva todo o titular da ação penal. Também não poderá determinar o arquivamento do IP policial, nos termos do art. 17 do CPP. 
O arquivamento somente poderá determinado pelo juiz após a manifestação do MP (art. 19). 
Quanto à ação penal privada, o MP não poderá pedir arquivamento do IP. O inquérito, quando concluído, será encaminhado a juízo e permanecerá aguardando a iniciativa deste. O titular da ação privada poderá requerer a entrega do inquérito, mediante cópia para futura propositura da ação penal. 
Decorrido o prazo legal sem a propositura da ação, na ação penal privada o juiz determinará a extinção da punibilidade do fato criminoso em razão da decadência (art. 107, IV, 2° figura CP) e determinará o arquivamento dos autos. 
O inquérito acompanhará a denúncia ou queixa e servirá de base para oferecimento delas (art. 12 CPP).
Art. 18 CPP. 
Obs: mesmo se o IP é arquivado, o prazo prescricional continua correndo (art. 109, CPP). 
Após o arquivamento do IP, por falta de base para denúncia, a autoridade policial poderá realizar novas diligências com base em provas novas. Neste caso, o inquérito poderá ser desarquivado e a ação penal proposta. Salvo ocorrendo a prescrição. 	Comment by x: Súmula 524 do STF. Obs: art 100 CP e 24 CPP. 
● da ação penal
É o direito ou faculdade de pedir ao estado-juiz a aplicação de uma norma de direito material. É considerada regra de direito público subjetivo e que será exercido perante o estado-administração, no caso o estado-juiz. 
Através da ação penal busca-se a satisfação da pretensão punitiva estatal. 
2. Características 
é um direito autônomo – o direito de ação não se confunde com o direito material, cada um deles possui vida própria. 
É um direito abstrato – existe independentemente do resultado final do processo. 
É um direito subjetivo – o titular poderá exercê-lo e, salvo exceções expressamente previstas em lei, outras pessoas não poderão fazê-lo. 
É um direito público – a atividade jurisdicional invocada na ação penal é de natureza pública. 
3. Condições da ação penal – em regra, as condições da ação são: legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido. Além das condições gerais mencionadas, existem as condições especiais da ação penal: 
representação do ofendido ou requisição do Min. da justiça
entrada do agente crimino no território nacional
autorização legislativa para o início da ação penal contra o presidente da rep. e governadores por crimes comuns
trânsito em julgado da ação que por motivo de erro anule o casamento no crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento. 
As figuras acima também são denominadas de “condição de procedibilidade”, pois impedem o surgimento da ação penal se acaso ausentes. 
4. Espécies de ação penal – no direito processual penal temos as seguintes ações: 
Ação penal pública: incondicionada, condicionada à representação e condicionada à requisição do Min. da justiça. 
Ação penal privada: exclusivamente privada ou propriamente dita, personalíssima e subsidiária da pública.
4.1 – ação penal pública
a. titularidade: nos termos do art. 129, I, CF, caberá privativamente ao MP a iniciativa para propor a ação penal pública, seja ela condicionada ou incondicionada. Essa titularidade do MP deixa evidente a adoção entre nós de um sistema processual acusatório, cuja características principal é a separação de funções dentro da relação processual. 
b. princípios
obrigatoriedade – ou legalidade. Presentes os elementos para a propositura da ação penal, o titular deverá apresentar a PI correspondente. Não cabe a ele adotar outros critérios, como social ou de política criminal. O MP, portanto, está obrigado a propositura da ação. Este princípio está em oposição ao da oportunidade. 
indisponibilidade – art. 42 CPP, oferecida a denúncia, o MP dela não poderá desistir. Deverá acompanhá-la durante todo o seu desenvolvimento. O MP também não poderá desistir do recurso interposto
oficialidade: todos os órgãos encarregados da persecução penal são oficiais, isto é, públicos.
oficiosidade: o órgão encarregado da ação penal pública deve agir independentemente de provocação, isto é, de ofício (“ex officio”).
Indivisibilidade: existindo elementos de prova com relação a mais de uma pessoa a ação penal deverá abranger todos os envolvidos.
Intranscendência: a ação penal só poderá ser proposta contra a pessoa a quem se imputa a prática criminosa, não poderá alcançar terceiros, mesmo que responsáveis civilmente pelo autor do crime.
4.2 – ação penal pública incondicionada: o exercício da ação está subordinado à satisfação de um requisito ou condição, que poderá ser: a manifestação da vontade do ofendido ou seu representante legal, bem como a requisição do Min. da justiça. 
Ação penal condic. à representação: o MP poderá dar início a ação penal depois de autorizado pelo ofendido ou seu representante legal por meio de uma manifestação de vontade. Essa manifestação não vincula o titular da ação penal, apenas respeita a vontade do ofendido. 
A representação possibilita que o ofendido evite o escândalo de um processo que poderá se tornar um mal maior do que o próprio crime praticado. Sem a representação não será possível seguir a prisão em flagrante do autor do crime ou a instauração do IP. O MP não está vinculado à representação. 
Natureza jurídica da representação: é mera manifestação da vontade p/ autorizar o início da persecução penal. É um obstáculo da ação penal. É condição de procedibilidade da ação penal. 
Titularidade: pode ser apresentada pelo próprio ofendido desde que capaz, segundo a lei civil. Sendo incapaz, a representação caberá ao representante legal. Havendo conflitos de interesses entre o ofendido e seus representantes legais, o juiz de ofício ou a requerimento do MP nomeará um curador especial p/ analisar a conveniência de eventual representação. O curador não está obrigado a representar. 
Forma de representação: pode ser apresentada de qualquer forma. 
Destinatários da representação: 
a autoridade policial – a representação poderá escrita ou verbalmente, esta deverá ser reduzida a termo nos autos. 
MP – feita diretamente ao titular da ação penal por escrito ou verbalmente, também sendo reduzida a termo. 
Juiz – ao receber a representação, ele poderá encaminhá-la ao MP, desde que existam elementos suficientes p/ instaurar a denúncia ou ao delegado de polícia p/ instauração do IP, caso não haja elementos suficientes. 
Irretratabilidade: a princípio a representação é retratável. Ou seja, o ofendido poderá revogar a representação. O limite p/ a retratação será o oferecimento da denúncia, sendo que após tal ato a representação será irretratável. 
Para alguns autores é possível a retratação da retratação. O ofendido manifesta o seu desejo de revogar a retratação e manter a representação. 
Tratando-se de crime de violência doméstica ou familiar contra a mulher, será obrigatória a designação de uma audiência p/ que a mulher, acompanhada de advogado, manifeste-se quanto a eventual revogação da representação. 
Prazo: a representação deverá ser apresentada em 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Há posicionamentos contando o prazo a partir do fato criminoso. Não apresentada no prazo legal, haverá a extinção da punibilidade pela ocorrência da decadência, nos termos do art. 107, IV, 2° parte do CP. 
Ação penal condic. à requisição do Min. da justiça – é uma ação penal pública e, portanto, caberá ao MP promove-la, mas para que possa fazê-lo será indispensável a requisição do ministro da justiça. Sem a requisição o MP nãopoderá fazer. A requisição tem natureza política, a persecução penal só terá sentido se for oportuno e conveniente. 
Prazo: não há prazo para a requisição. A única limitação temporal será a ocorrência da extinção da punibilidade. 
Hipóteses da requisição: 
Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil – art. 7° § 3° CP. 
Crimes contra a honra cometidos contra chefe de governo estrangeiro – art. 141, I combinado com art. 145 § único.
Crimes contra a honra praticados contra o presidente da república – art. 141, I combinado com art. 145 § único. 
Retratação – não há retratação da requisição. Esta é um ato administrativo e não possibilita retratação. 
Vinculação – o MP não está obrigado a oferecer a denúncia em decorrência da requisição. Portanto, a requisição não obrigará o MP a agir. 
Conteúdo da requisição – deverá conter o nome e qualificação da vítima e, se possível, autor da infração. É indispensável a exposição/narração do fato criminoso. 
Destinatário – a requisição será endereçada ao MP. A doutrina entende que o MP é o destinatário exclusivo da requisição, diante da natureza dos crimes praticados e da característica política que revestem a requisição. 
4.3 – ação penal privada: o estado é o titular do direito de punir, de forma exclusiva. Na ação penal privada, somente há a transferência do direito de proposiyura da ação à vítima ou seu representante legal. O titular da ação será o próprio ofendido. 
A distinção básica entre ação penal pública e privada é a titularidade. Essa diferença está relacionada a requisitos de política criminal. O ofendido terá a oportunidade entre propor ou não a ação penal, evitando com isso o chamado “escândalo do processo”. 
Titular: nos termos do art. 100 § 2° do CP e art. 30 do CPP, o ofendido ou seu representante legal podem iniciar a ação penal privada. O titular da ação recebe o nome de querelante e o autor do crime de querelado (réu). É possível que o juiz nomeie um curador especial. 
(?) quem não pode ser o curador especial na ação penal? 
O MP. 
A partir dos 18 anos, a queixa-crime somente poderá ser apresentada pelo ofendido. Falecendo o ofendido e não possuindo representante legal a ação penal privada poderá ser iniciada pelo cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão – CCADI. No entanto, existe uma espécie de ação penal privada que somente poderá ser proposta pelo próprio ofendido, falecendo ele a ação será extinta. 
Princípios: 
1. Oportunidade ou conveniência – o ofendido tem a faculdade de propor ação penal privada.
2. Disponibilidade – iniciada ação penal, a decisão de prosseguir até o fim ou não é do ofendido. 
3. Indivisibilidade – o ofendido pode escolher entre propor ou não a ação penal privada. Não pode, porém, escolher quem será processado. A ação penal privada deve ser proposta contra todos os autores do fato criminoso – art. 48 do CPP.
4. Intranscendência – a queixa-crime deverá ser proposta apenas contra o autor do crime e eventuais partícipes, não podendo se estender a outras pessoas, art. 5° XLV da CF. 
Espécies: 
Ação penal privada ou propriamente dita – é a modalidade genérica ou geral da ação penal privada. 
Ação penal privada personalíssima – o titular será exclusivamente o ofendido. Falecendo o ofendido, a ação não poderá ser proposta e será extinta. Ex: art. 236 CP. 
Ação penal privada subsidiária da pública – a APP deve ser proposta em observância do prazo legal. Caso o MP mantenha-se inerte, não apresentando a denúncia, o ofendido poderá apresentar a queixa-crime e dar início à APP subsidiária da pública. 
Ação penal pública secundária – a lei penal estabelece uma determinada modalidade de ação penal para determinado crime, mas em razão de alguma peculiaridade ocorre a mudança quanto à espécie de ação penal proposta. Ex: crimes contra a dignidade sexual. 
Prazo: o prazo para a apresentação da queixa-crime será de 6 meses a contar do conhecimento da autoria, nos termos do art. 38 CPP. Esse prazo é considerado prazo de direito material e deve ser contato nos termos do art. 10 CP. 
2° BIMESTRE
● denúncia e queixa-crime 
 I. Introdução 
É peça introdutória da ação penal. Trata-se de uma petição inicial acusatória e que consiste na exposição circunstanciada de um fato criminoso. Essa exposição deve ser realizada necessariamente por escrito. Excepcionalmente, a denúncia poderá ser apresentada oralmente nos processos referentes aos crimes de menor potencial ofensivo. Em tal situação, a denúncia será reduzida a termo nos autos. 
Na PI acusatória o titular da ação deverá manifestar-se expressamente pela aplicação da lei peal e consequente condenação daquele a quem foi imputada a prática de um crime. Também deve se constar na denúncia e na queixa-crime as provas que deverão ser produzidas durante a ação penal. A ausência de indicação de provas pode gerar a rejeição da inicial por ausência de justa causa. A denúncia é a peça acusatória inicial da ação penal pública incondicionada e condicionada. 
A queixa-crime é a peça inaugural da ação penal privada. 
II. Requisitos
a descrição do fato criminoso e de suas circunstâncias – a descrição do fato criminoso deve ser precisa e mencionar todos os elementos constitutivos do tipo penal, bem como as circunstâncias que cercaram o fato criminoso. Essa descrição é importante para dar fundamento à acusação e também para garantir o exercício da ampla defesa. Além disso, a descrição do fato criminoso servirá ao magistrado na apreciação do crime e na fixação da pena. 
Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitam sua individualização
Classificação jurídica do crime – art. 141, II combinado com o 138 (CPP?)
Rol de testemunhas – se houver.
Endereçamento da PI – a denúncia e a queixa-crime devem ser endereçadas a um juízo competente para a ação penal. 
Nome, cargo ocupado ou posição funcional do denunciante e o nome e identificação da apresentação da queixa-crime 
Assinatura 
Prazo – prazo para a denúncia será de 15 dias para o réu solto e 5 dias para o réu preso. Será de 10 dias nos crimes eleitorais; 2 dias nos crimes contra a economia popular ou 48h nos crimes de abuso de autoridade. 10 dias nos crimes na lei de drogas. O prazo para a queixa-crime será de até 6 meses a contar do conhecimento da autoria. 
III. A rejeição da denúncia ou da queixa-crime – art. 395 do CPP. 
Inépcia da inicial: Será considerada inepta quando ausentes os requisitos considerados indispensáveis – art 41 do CPP. A ausência de exposição do fato criminoso, com suas circunstancias com a qualificação do acusado individualizando sua conduta, a não classificação do crime e, quando necessário, a ausência de testemunhas, tornam inepta a petição inicial. Não há diferença entre denuncia e queixa-crime quanto aos motivos que resultam na sua inépcia. 
Ausência de pressuposto processual: São requisitos de validade para a constituição da relação processual. Podem ser subjetivos quando dizem respeito aos sujeitos da relação processual, como por exemplo quanto ao juiz, investidura, imparcialidade e competência. Quanto as partes temos capacidade processual, capacidade para ser parte e capacidade postulatória, também existe pressupostos objetivos relacionados a inexistência de fatos impeditivos ao surgimento do processo, como por exemplo a litispendência e a coisa julgada.
A ausência de condições da ação penal
Ausência de justa causa: Significa a existência de um lastro (fundamento) probatório para o início da Sanção Penal.
Fundação do recebimento
Quando do recebimento ou da inicial, o acusado deverá fundamentar, dentro dos elementos existes nos autos até aquele momento sua decisão. Esse posicionamento doutrinário e jurisprudencial decorre do mandamento constitucional de que toda as decisões devem ser fundamentadas. Existe posicionamento no sentido da dispensabilidade de fundamentação ao recebimento da denúncia ou queixa. 
Absolvição sumária
Nos procedimentos ordinários e sumários, oferecida a denúnciaou a queixa o juiz analisará se é o caso de recebimento ou rejeição da inicial. Sendo recebida o réu ou querelado será citado e terá o prazo de até dez dias (art. 396 e 396 A) para apresentação de defesa escrita. Em razão dos argumentos apresentados na defesa, o magistrado poderá absolver sumariamente o réu ou querelado extinguindo a punibilidade. O juiz Não rejeitará a denúncia ou queixa, mas extinguirá a relação processual recém estabelecida. As hipóteses de absolvição sumária estão no art. 397 do CPP.
	Trabalho: “Ação Civil Ex delito”
- Fundamento
- É possível que o magistrado na sentença penal fixe indenização pela existência de ato ilícito? 
- A sentença penal, transitada em julgado, possibilita a execução civil, buscando ressarcimento pelo ato ilícito.
- É cabível recurso quanto ao valor indenizatório previsto 
- quem pode propor a ação civil ex delito?
- manuscrito
- para o dia da prova. 
Causas Extintivas da punibilidade na Ação Penal Privada: 
1) Renúncia: É forma de extinção do direito de queixa, portanto somente aplicável na ação penal privada. É ato unilateral e, portanto, dispensa a concordância do autor do delito. A renúncia com relação a algum dos autores comunica-se aos demais (princípio da indivisibilidade). Caberá ao MP zelar pela obediência de tal princípio. A renúncia pode ser realizada pelo ofendido se o representante legal e em caso de morte a renúncia de um dos sucessores não impede o início da ação penal. A renúncia pode ser expressa ou tácita. O MP deverá zelar pela indivisibilidade na ação penal requerendo ao juiz que a queixa-crime seja aditada quando ocorrer renúncia com relação a algum dos ofensores.	Comment by Thalia Maximiamo: Pode ser Unilateral, Expressa ou tácita.
Havendo pluralidade de ofendidos, a renúncia de um deles ou mais não prejudica o direito daquele tem interesse no início da ação. 
2) Perdão: é a manifestação de desinteresse do titular da ação penal privada quanto ao seu prosseguimento. Perdoar significa desculpar. O perdão só correrá depois de iniciada a ação penal. O perdão é um ato bilateral. Ele é apresentado pelo querelante que somente produzirá efeitos se e, após, aceito pelo querelado. O perdão pode ser feito por procurador com poderes especiais, mesmo não sendo o advogado do querelante. Da mesma forma a aceitação do perdão. 	Comment by x: Privado, bilateral, expresso, tácito
(?) O defensor dativo poderá perdoar ou aceitar o perdão?	Comment by x: Aquele nomeado pelo juiz para exercer o direito de queixa pelo querelante. 
R: Não poderá o defensor dativo perdoar ou aceitar o perdão. Não possui poderes especiais para tanto. 
O limite para o perdão é o trânsito em julgado da sentença penal condenatória – art. 106 CP, § 2°. O perdão poderá ser expresso ou tácito, mas obrigatoriamente deverá ser reduzido a termo, demonstrando a sua existência. Sendo ele expresso é possível sua realização no processo ou fora dele. No perdão expresso e processual, em regra, teremos uma petição assinada pelo ofendido (querelante) ou por procurador com poderes especiais. A outra forma de perdão é o expresso e extraprocessual. Neste caso, a parte interessada providenciará a juntada da manifestação de perdão aos autos e o querelado manifestará sua aceitação ou não. 	Comment by x: O querelante tira cópia do documento e junta no autos = perdão expresso. 	Comment by x: Decorrente de comportamento. Também precisa ser documentado dentro daquilo que for possível pela parte interessada e apresentada nos autos.A aceitação do perdão DEVE SER EXPRESSA. 
O perdão também poderá ser tácito. Neste caso, em regra, será extraprocessual. O querelado deverá requerer a juntada de documentos, referentes ao perdão, e sua eventual recusa ou aceitação. Nos termos do art. 58 do CPP, o querelado será intimado para manifestar-se em três dias sobre a aceitação ou não do perdão. O silêncio significa a aceitação. O perdão tácito admite qualquer meio de prova – art. 57 CPP. 
No caso do perdão tácito extraprocessual ou expresso fora do autos com a juntada dos documentos, o querelante e o MP serão intimados a apresentar manifestação.
Em decorrência do princípio da indivisibilidade, havendo pluralidade de querelantes o perdão apresentado por um não afeta os demais querelantes, mas no caso dos querelados o perdão oferecido a um deles estenderá seus efeitos a todos, dependendo da aceitação ou recusa de cada um – art. 51 CPP; art. 106, I e III CP. 
Não comporta perdão a ação penal privada subsidiária da pública, nesta o titular, em última análise, é o MP. 	Comment by x: O perdão nem vale aqui, porque o MP é o titular da ação. O MP apenas analisa o perdão e dá seguimento a ação penal. 
O perdão será sempre oferecido por pessoa maior de 18 anos. O texto dos arts. 52 e 54 foi revogado após o início da vigência do CC de 2002. A capacidade civil plena é alcançada aos 18 anos. Sendo o querelante ou o querelado doente mental ou deficiente mental (imputável ou semi-imputável), o perdão, sua aceitação ou recusa será de atribuição do curador ou do seu representante legal. 	Comment by x: O art. 52 sobre a idade está obsoleto. Nem o 54.
3) Perempção: é a previsão legal de extinção do processo em situações específicas, exclusivamente na ação penal privada (ela só existe quando a ação se iniciar). É considerada uma sanção ao querelante em razão de sua inércia ou negligência. Portanto, a perempção tem a característica de punição – art. 60. 	Comment by x: Se houver justificativa, não há o que se falar em perempção.
Explicação dos seus incisos:
 Quando o querelante, de forma injustificada, deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos, o juiz declarará a extinção da punibilidade pela perempção. 
Falecendo o querelante ou sendo declarado incapaz, não comparecendo em juízo sucessor para fazê-lo no prazo de 60 dias processuais, também será declarada a perempção. 
Ausente o querelante, de forma injustificada, a qualquer ato do processo a que deva estar presente será reconhecida a perempção. É importante salientar que essa sanção somente ocorrerá se a ausência for nos atos em que for indispensável a presença do querelante. Não há o que se falar em perempção na ausência a audiência de reconciliação ou ao interrogatório do querelado. A presença do advogado não supre a ausência do querelante. A obrigatoriedade de formular o pedido de condenação nas alegações finais. Não se pode esquecer que o querelante pode renunciar, perdoar ou requere absolvição. 
Sendo o querelante pessoa jurídica e ocorrendo a sua extinção, sem deixar sucessores, também haverá a extinção da punibilidade pela perempção. 	Comment by x: A pessoa jurídica pode ser afetada em caso de calúnia e difamação – objetivas. 
● jurisdição: a origem do termo está no latim e deriva das palavras juris ou iuris, que significam direito e dicção ou “dictio”, este que significa dizer. Portanto, a jurisdição nada mais é do que dizer o direito, especificadamente aplicando-a em um caso concreto. 
A jurisdição tem uma função substitutiva porque o estado avocou a solução de conflitos, evitando assim a utilização do esforço próprio ou pessoal, buscando pacificar a sociedade. O estado evita a realização da justiça com as próprias mãos. A jurisdição é uma, pertence com a função ou poder do Estado, especificadamente ao judiciário. No entanto, é comum classificarmos a jurisdição conforme o interesse presente no direito objetivo e por isso temos: jurisdição penal, civil, trabalhista etc. 
II. princípios da jurisdição: são eles 
Juiz natural – art. 5° LII e XXXVIII da CF/88. No mencionado art. temos a garantia de que ninguém pode ser julgado a não ser por um juiz ou tribunal competentes e também não haverá tribunais de exceções. 
Devido processo legal – a jurisdição aplicará o exercício da sua função prosseguimentos penais previamente estabelecidos e com todos os seus detalhes previstos no CPP ou na legislação pertinente. 
Investidura – somente poderá exercer a jurisdição aquele que estiver legalmente investido no cargode magistrado e em pleno exercício do poder judiciário. 
Indeclinabilidade – art. 5° XXXV CF/88, o juiz não pode subtrair-se de decidir, salvo se for incompetente. A todos é garantido o acesso ao judiciário na busca de evitar ou sanar uma lesão. 
Indelegabilidade – o magistrado não pode transferir o poder jurisdicional para outrem que não possua também jurisdição. 
Aderência ou improrrogabilidade – a jurisdição possui um limite e esse limite não se prorroga/prolonga. Tal princípio tem por finalidade evitar que o magistrado invada a jurisdição de outro.
Inevitabilidade/irrecusabilidade – as partes não pode escolher o magistrado e também não podem criar embaraços para afastar um determinado julgador. As partes estão sujeitas ao juiz natural dado pelo tribunal. 
Relatividade ou correlação – a prestação jurisdicional não é limitada. O magistrado possui como o limite o pedido formulado na acusação e não poderá julgar além ou fora daquilo que foi pedido. 
Inércia – o juiz não poderá proceder de ofício. O juiz não poderá iniciar o processo de ofício, pois tal atribuição do titular da Ação penal. No entanto, no processo penal, em razão da busca da verdade real, poderá o magistrado determinar a realização de diligências para formar o seu convencimento. 
Unidade – a jurisdição é una, pois é uma função estatal. Contudo, existem classificações da jurisdição. 
III. Características da jurisdição – para que se realize é necessário:
Órgão adequado – é indispensável a existência de um órgão adequado daqueles envolvidos na relação e que possua independência e imparcialidade. 
Respeito ao princípio do contraditório – o contraditório permite que as partes defendem seus interesses em pé de igualdade. 
Procedimento – o procedimento será utilizado em todo o território nacional garante às partes a segurança de conhecer todos os atos que serão praticados pelo estado-juiz na solução do litígio. É uma garantia para o estado e para a própria pessoa. 
Para alguns autores também são características da jurisdição a definitividade e a substitutividade. 
IV. Classificações
Quanto à graduação ou categorias – a jurisdição se divide em instâncias. A 1° instância, inferior, conhece a questão e decide. A 2° é o chamado órgão revisor. Atua em regra na fase recursal. 
Quanto à matéria – a jurisdição poderá ser cível ou penal conforme a natureza do direito material discutido. 
Quanto à função – poderá ser comum ou especial. 
Quanto ao objeto – a jurisdição pode ser contenciosa quando há conflitos entre as partes, e poderá voluntariosa ou graciosa quando não há conflitos. 
Quanto ao organismo – a jurisdição poderá ser exercida pelo ente estatal ou estadual ou ente federal, quando há interesse da união. 
Quanto a competência – a competência é a delimitação do poder judiciário e será determinada no CPP e nas leis de organização judiciária. A competência pode ser plena e limitada.

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