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Direito Penal II (assunto de cálculo da pena até sursis penal)

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Direito penal – II prova
03/10
Cálculo de pena
Acontece na análise de 3 fases, lembrando que o juiz vai analisar primeiramente a fase zero (se o crime é simples ou qualificado), porque a partir daí ele começa a calcular efetivamente nas 3 fases
Obs: normalmente ele começa do mínimo legal, por isso que tem que definir realmente se é um crime simples ou se tem a presença de uma qualificadora
1 fase: análise das circunstâncias judiciais do artigo 59, no final do cálculo da primeira fase encontra-se a pena-base
2 fase: análise das circunstâncias legais que são as agravantes e atenuantes (o quanto de aumento e diminuição não está na lei, mas já foi consignado que em para cada agravante a pena é aumentada em 1/6 e para cada atenuante a pena é diminuída em 1/6), no final do cálculo da segunda fase encontra-se a pena intermediária 
Obs: nas duas primeiras fases a pena não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo
3 fase: causas de aumento ou diminuição de pena, que podem ser genéricas e específicas, no final do cálculo da terceira fase encontra-se a pena em concreto
*genéricas: quando estão na parte geral do CP
Ex: tentativa —> é uma causa de diminuição de 1/3 a 2/3
Concurso formal —> causa de aumento de 1/6 a metade
*específicas: também há causas de aumento e diminuição de pena. Os próprios crimes podem trazer suas causas de aumento e diminuição de pena
Ex: homicídio privilegiado- domínio de violenta emoção logo após provocação da vítima —> causa de diminuição de 1/6 a 1/3
Homicídio praticado contra menor de 14 ou maior de 60 —> causa de aumento de 1/3
Obs: por mais que as atenuantes não tenham um rol taxativo, elas têm o "lugarzinho" delas no CP (art. 65 e 66)
OBS: art. 68, PU, CP: se houver mais de uma causa de aumento ou diminuição (concurso de causas de aumento ou de diminuição) prevista na parte especial do CP, o juiz deverá aplicar a que mais aumente ou a que mais diminua
Ex: crime de roubo (art. 157, parag. 2°, CP) —> a pena aumenta-se de um terço até metade: 
1- Violência ou ameaça é exercida com emprego de arma
2- Concurso de duas ou mais pessoas
A + B = PRÁTICA DE ROUBO COM EMPREGO DE ARMA —> duas causas de aumento com relação ao mesmo crime —> o juiz vai usar a que mais aumente 
Obs: na parte geral: o juiz pode utilizar todas
Conflitos entre circunstâncias
*segunda fase: conflito entre agravantes e atenuantes —> cálculo da pena
Art. 67- no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. —> não é empregado na prática quando vai calcular a pena porque ele está colocando como circunstâncias mais importantes os motivos do crime, a personalidade do agente e a reincidência, porém, ele está misturando fases, a personalidade do agente está na primeira fase, motivos pode estar na primeira, na segunda e até na terceira e a reincidência está na segunda.
Obs: no CP as circunstâncias mais importantes são as subjetivas (art. 67), estas preponderam sobre as objetivas (meios, modos de execução, circunstâncias do crime...)
1- Menoridade relativa (atenuante) —> é a mais importante
2- Reincidência (agravante) —> entendimento do STJ
3- Confissão espontânea
4- Motivos do crime —> podem ser agravantes ou atenuantes
5- Demais circunstâncias subjetivas (contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge, contexto de relações domésticas)
6- Circunstâncias objetivas (embriaguez preordenada, meios e modos de execução...)
Obs: essa é a ordem!!!!
Ex: crime de roubo (r= 4 a 10 anos) 
Pena-base= 6 anos
Fulano era reincidente, mas era menor de 21 anos na data do fato:
1- Menoridade relativa —> atenuante (pena diminuída em 1/6)
2- Reincidência —> agravante (pena aumentada em 1/6)
Confronta as duas circunstâncias, a reincidência perde e a menoridade relativa ganha, contudo, ela não vai ficar com o valor completo, ela perde metade do valor dela, porque houve um conflito
—> 1/6 ÷ 2 ou 1/6 x ½= 1/12 —> 6 anos - 1/6 ÷ 2= 6 anos —> 6 anos ÷ 6= 1 ano —> 1 ano ÷ 2= 6 meses —> a pena na segunda fase vai ser 5 anos e 6 meses
1/6 ÷ 2: conflito entre duas circunstâncias e tira metade da que ganhou 
6 anos - 1/6: menoridade relativa ganhou
1 ano ÷ 2: conflito entre duas circunstâncias
Ex2: crime de roubo (r= 4 a 10 anos)
Pena-base= 6 anos
1- Menoridade relativa
2- Reincidente
3- Confissão espontânea 
Confronta as duas primeiras, reincidência perde, só que menoridade relativa vai ter 1/6 dividido por 2, porque a atenuante ganhou, mas vai perder metade do seu valor. A confissão espontânea por não estar confrontando com ninguém fica com o seu valor completo.
Obs: só terá metade do seu valor perdido a circunstância que confronta outra e ganha!!!!
6 anos - 1/6 ÷ 2 - 1/6 —> 1/6 ÷ 2= 6 meses —> 6 anos - 1/6 = 1 ano —> 6 anos - 6 meses – 1 ano= 4 anos e 6 meses
Obs: sempre calcula da pena-base!!!!
Obs: a pena tem que ficar igual ou superior ao mínimo!!!! 
Ex3: crime de roubo (r= 4 a 10 anos)
Pena-base= 6 anos
1- Reincidente (agravante) 
2- Confessou espontaneamente (atenuante) 
3- Praticou o crime mediante motivo de relevante valor social (atenuante)
Obs: menoridade relativa não está presente!!!
Confronta as duas primeiras, confissão espontânea perde e reincidência perde metade do seu valor. Crime mediante motivo de relevante valor social permanece inteiro, pois não está confrontando com ninguém.
6 anos + 1/6 ÷2 - 1/6 —> 1/6 ÷2= 6 meses —> 6 anos - 1/6= 1 ano—> 6 anos + 6 meses – 1 ano= 5 anos e 6 meses
Ex4: crime de roubo (r= 4 a 10 anos)
Pena-base= 6 anos
1- Menoridade relativa —> perde metade do seu valor (- 1/6 ÷ 2)
2- Reincidência
3- Confissão espontânea —> perde metade do seu valor (- 1/6 ÷ 2)
4- Motivo torpe 
Confronta as duas primeiras, depois confronta as duas últimas
6 anos - 1/6 ÷ 2 - 1/6 ÷ 2—> 6 anos – 6 meses – 6 meses= 5 anos
Ex5: furto (r= 1 a 4 anos)
1- Menoridade relativa —> perde metade do seu valor (- 1/6 ÷ 2) 
2- Reincidência
1 ano - 1/6 ÷ 2 —> 12 meses - 1/6 ÷ 2 – 1 mês= 11 meses —> não pode, pois está abaixo do mínimo
Obs: conflito entre circunstâncias judiciais: não há esse conflito, o juiz vai seguir a sequência presente no art. 59. Porém, o art. 42 da Lei de Drogas, coloca algumas circunstâncias que preponderam sobre outras e principalmente sobre as circunstâncias judiciais do art. 59 (o juiz vai ter que analisar primeiramente a natureza e quantidade da substância —> quanto maior a qntd ou a natureza, a pena vai ser maior; a personalidade do agente e a conduta social)
Obs: conflito entre as CJ e as CL: não há, pois cada uma é analisada em determinada fase. Se analisar os motivos, como, agravantes e atenuantes não vai poder analisar como CJ para evitar o bis in idem
Obs: conflito entre agravante genérica e qualificadora: não há, pois, a qualificadora está na fase zero. Se for usada como qualificadora não vai poder ser usada como agravante
Concurso de crimes: quando o agente pratica dois ou mais crimes
*pode existir concurso de crimes + concurso de pessoas: podem coexistir, mas não necessariamente o concurso de crime vai ser praticado por uma pluralidade de agentes
-Concurso material: 
Art. 69- quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
*quando o agente mediante mais de uma ação pratica dois ou mais crimes idênticos ou não —> idênticos: crimes no mesmo tipo penal —> CONCURSO HOMOGÊNEO
*quando o agente mediante mais de uma ação pratica dois mais crimes diferentes —> diferentes: não estão no mesmo tipo penal —> CONCURSO HETEROGÊNEO
*consequência: sistema do cúmulo material —> o juiz vai calcular a pena de todos os crimes separadamente, e depois vai somar
Obs: os crimes podem estar no mesmo processo ou em processosdiferentes. Se os crimes estão dentro de um mesmo processo, a competência para somar as penas vai ser do juiz da condenação. Se os crimes se encontram em processos diferentes, a competência vai ser do juiz da execução
Ex: no caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela: 
Mãe praticou: infanticídio (d= 2 a 6 anos), posteriormente homicídio (6 a 20 anos) contra outro filho
O juiz calcula, individualmente, a pena de ambos os crimes —> d= 2 anos; r= 6 —> não soma as duas penas, pois são PPL's de espécies diversas —> primeiramente ela cumpre a reclusão por ser mais grave e depois ela cumpre a detenção
-Concurso formal:
Art. 70- quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior
Ex: quero matar várias pessoas e então jogo uma bomba no local
*também pode ser homogêneo ou heterogêneo 
*espécies: 
1- Perfeito: subdivide-se em duas espécies
Quando a conduta era culposa na origem e produz todos os resultados a título de culpa 
CULPA —> CULPA
Ou então a conduta era dolosa na origem, porém, produziu um resultado doloso e outro culposo
Ex: o agente quer matar uma pessoa, só que ele além de matar a pessoa atinge um terceiro culposamente
DOLO —> CULPA
*consequência: sistema da exasperação —> em regra, não soma as penas, o juiz vai calcular cada fase separadamente e então ele vai observar se: as penas forem todas iguais —> pega qualquer uma dela e aumenta de 1/6 a metade; as penas forem diferentes —> pega a maior delas e aumenta de 1/6 a metade
*é um benefício, a pena fica bem menor do que se fosse somar as penas
Obs: excepcionalmente o CP (art. 70, PU) admite a regra do cúmulo material, ou seja, vai poder somar as penas no concurso formal perfeito, quando a regra do cúmulo material for mais benéfica para o agente —> quando acontecer um concurso formal perfeito, o juiz vai ter que calcular a pena sob a égide do sistema da exasperação e sob o cúmulo material, porque ele vai comparar as duas penas para poder escolher qual é a mais benéfica para o agente —> NORMALMENTE NÃO ACONTECE!
2- Imperfeito: 
Quando o agente tem dolo na origem e todos os resultados ele produz a título de dolo
DOLO —> DOLO
Ex: o agente quer matar várias pessoas e então usa uma bomba
*deriva dos designíos autônomos
*é mais grave e por isso há o sistema do cúmulo material, aqui as penas também serão somadas
*consequência: sistema do cúmulo material —> mesmo sistema aplicado no concurso material
Obs: no concurso material e no concurso formal imperfeito, essa regra é única, não há exceção. Não tem nenhum sistema de exasperação para esses dois concursos
Obs: não tem como misturar o concurso formal com o material
09/10
-Crime continuado:
Duas ou mais condutas que vão produzir dois ou mais crimes de mesma espécie considerando as condições de tempo, lugar, modos de execução e outras. Sendo que os crimes subsequentes são tidos como continuação do primeiro crime
*se assemelha ao concurso material na modalidade homogênea —> são exigidas pelo menos duas condutas, dois ou mais crime de mesma espécie —> diferença: a expressão "semelhantes condições de tempo, lugar, modo de execução e outras", não são exigidas no concurso material
*Correntes sobre espécie:
1- Mesma espécie são aqueles crimes que possuem o mesmo bem jurídico —> furto e roubo, são crimes que estão em tipos penais diversos, porém, eles têm o mesmo bem jurídico que é o patrimônio (NÃO É MAIS ADOTADA!)
2- São os que estão no mesmo tipo penal, pouco importando se são crimes simples, qualificados, tentados... —> o agente praticou vários homicídios, vários furtos, vários roubos, têm que estar no mesmo tipo penal 
*natureza jurídica (teorias):
1- Teoria da unidade real: na realidade só há um único crime —> o cara atirou mais de 50 vezes, matou mais de 50 pessoas, constitui um só crime?
2- Teoria da ficção jurídica: na realidade os crimes praticados em continuidade delitiva são vários crimes, porém, por ficção jurídica para fins de cálculo da pena aí o juiz vai considerar como se fosse um só (VIGORA!)
Obs: para fins de aplicação de pena no crime continuado simples, vai utilizar, em regra, o sistema da exasperação (se as penas são iguais pega qualquer uma delas e aumenta de 1/6 a 2/3 ou se for diversas, pega a maior das penas e aumenta de 1/6 a 2/3); para o crime continuado qualificado, o aumento vai ser diferente: se as penas forem iguais, pega uma delas e aumenta de 1/6 até o triplo, se são diversas pega a maior e aumenta de 1/6 até o triplo —> em regra, não soma as penas! 
3- Teoria mista: o crime continuado nem é um só crime nem são vários, é um terceiro crime fruto lá no crime continuado
*requisitos: 
1- O agente praticou mais de uma ação ou omissão (2 ou mais condutas)
2- Vão resultar em dois ou mais crimes de mesma espécie
*Semelhante condições de tempo: para haver a configuração do crime continuado, segundo a jurisprudência do STF, é essencial que entre um crime e outro não ultrapasse o tempo de 30 dias —> se ultrapassar esses 30 dias deixa de ser crime continuado para configurar concurso material homogêneo
*Semelhantes condições de lugar: mesma rua, mesmo bairro, mesma cidade, cidades limítrofes... (não necessariamente o mesmo foco de lugar) —> ex: golpe do bolo em Petrolina e Juazeiro (foram dois estelionatos)
*Semelhantes condições de modos de execução: modos operandi, modo de atuação do agente —> ex: golpe do bolo em Petrolina e Juazeiro (anunciou nas duas cidades vizinhas)
Obs: se o agente usar uma arma de fogo num crime e em outro usar uma arma branca, não vale, tem que seguir o padrão. Se aturar sozinho e depois em concurso de pessoas, também não vale... Segue um padrão!
*E outras: da mesma forma vista em agravantes, ou seja, o legislador cita algumas condições semelhantes e deixa o restante para o juiz porque seria impossível colocar dentro do art. 71, caput, CP todas as condições semelhantes que podem acontecer durante a prática de um crime —> ex: maníaco do parque, só matava mulher e do cabelo grande, então tinha um padrão
*teorias sobre o crime continuado: 
1- Teoria puramente objetiva: dispensa o dolo, ou seja, basta que o agente se encaixe na expressão para que ele venha incidir na regra do crime continuado (pouco importa o dolo do agente) —> CP ADOTA! 
2- Teoria subjetiva: independentemente dos requisitos de natureza objetiva, basta a presença da unidade desígnio ou da relação de contexto entre as infrações penais para que se possa caracterizar o crime continuado —> o que importa é que ele teve o dolo de praticar os crimes em continuidade delitiva
3- Teoria objetiva-subjetiva: é uma teoria mista, porque diz que para que haja o crime continuado o agente deve se encaixar no que o código diz e ele também tem que ter o dolo de praticar os crimes em continuidade delitiva —> ADOTADA TANTO PELA DOUTRINA COMO PELA JURISPRUDÊNCIA MAJORITÁRIA! 
*espécies:
1- Crime continuado simples: caput, art. 71
É um crime praticado sem violência ou grave ameaça a pessoa e pode ser praticado contra a mesma vítima ou contra vítima diversa
*também vigora o sistema da exasperação (1/6 a 2/3) —> 7 ou mais crimes o aumento é o mesmo (2/3)
	2 crimes: aumento de 1/6
	3 crimes: aumento de 1/5
	4 crimes: aumento de 1/4
	5 crimes: aumento de 1/3
	6 crimes: aumento de 1/2
	A partir de 6 crimes: 2/3
2- Crime continuado qualificado: PU, art. 71
Crimes dolosos, praticados contra vítimas diferentes, sendo os crimes praticados com violência ou grave ameaça a pessoa —> vários roubos, vários homicídios...
*o juiz considerando a culpabilidade, os antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos e circunstâncias (CJ. Art. 59) —> aumentara pena de um só dos crimes se idênticos ou da mais grave se diversas em até o triplo (de 1/6 até o triplo)
*não tem a tabelinha
*concurso material benéfico: tanto faz se é crime continuado simples ou qualificado, da mesma forma, vai também aplicar essa regra —> sistema da exasperação, toda vez que o concurso de crimes tiver como regra o sistema da exasperação, obrigatoriamente, o juiz também vai ter que analisar a regra do cúmulo material para comparar as duas
*o art. 71, PU diz para obedecer ao art. 75, CP: trata dos limites das penas —> uma pessoa pode ser condenada a uma pena de 30 anos no BR, mas só vai cumprir 30
*Novatio legis in pejus: quando surge uma lei nova que é pior para o agente —> ex: o agente começou a praticar os crimes em continuidade delitiva na vigência da lei A, porém, apareceu uma lei B que é mais severa, mas só que o agente não parou, então vai ser aplicada a lei B, pois, de acordo com a teoria da ficção jurídica, para fins de aplicação da pena o crime será considerado como um só. Se ele tivesse parado antes da vigência da lei B, ele só seria atingido pela lei A, mas ele não parou —> isso funciona também para os crimes permanentes (são aqueles em que a consumação perdura no tempo, é só um crime. Ex: extorsão mediante sequestro). Se a lei B fosse mais benéfica também seria aplicada ao agente!
*crime continuado e habitualidade criminosa: não são a mesma coisa
Habitualidade criminosa: tem o crime como profissão
Ex: casa de prostituição
Crime continuado: tem que se encaixar nos requisitos do CP
*CP, art. 119: no caso de concurso de crimes a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um isoladamente —> seja qual for o concurso de crime (material, formal, continuado), o juiz não vai considera nem o somatório, nem o aumento, vai incidir sobre cada crime separadamente e no final somar para que o resultado seja ou o cúmulo material ou a exasperação
*súmula 497, STF: quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação —> prescrição é a regra do direito de punir do Estado em virtude do decurso do tempo, o Estado tem um prazo para punir, se el não pune no prazo que a lei estabelece ele perde essa oportunidade —> para o agente é muito mais benéfico usar a pena bruta, sem o aumento 
Obs: se a pena aumenta o tempo de prescrição também vai aumentar 
10/10
*multa no concurso de crimes: nos 3 tipos (concurso material, concurso formal imperfeito e concurso formal perfeito) sempre a multa vai ser somada
Obs: para a PPL a regra é o sistema da exasperação, podendo o juiz colocar o cúmulo material só se ele for mais benéfico, mas com relação a PM vai ter o cúmulo material
-Concurso material: o juiz vai calcular a multa individualmente de cada crime e depois ele vai somar, já que a regra é o cúmulo material —> para a PPL e para a PM
-Concurso formal imperfeito: aplica cúmulo material para a PPL e também para a PM
-Concurso formal perfeito: também!
Ex: concurso material e formal imperfeito —> r= 3 anos e 20 dias-multa; r=1 anos e 10 dias-multa
3+1= 4; 10+20=30
Ex: concurso formal perfeito —> r= 3 anos + 10 dias-multa; r= 3 anos + 10 dias-multa
 36 meses (3 anos) ÷1/6= 6 meses —> PPL pelo sistema da exasperação: 42 meses ou 3 anos e 6 meses
Nesse caso o cúmulo material não é benéfico ao agente (3+3= 6 anos), então ele não vai ser utilizado
!!!Tem que comparar os dois sistemas!!!
10+10= 20 dias-multa (Obs: sempre soma as penas de multa!)
-Crime continuado: a regra realmente é o sistema da exasperação, o problema diz respeito a PM, havendo dois posicionamentos: 1- doutrina e 2- jurisprudência
1- Doutrina: como o crime continuado está dentro do CP no que trata realmente do capítulo de concurso de crimes, então o crime continuado também é concurso de crimes e, portanto, igualmente aos outros sistemas, também aplicará para a multa o cúmulo material
2- Jurisprudência: não soma as PM, aplicará para a multa o sistema da exasperação, igualmente como acontece com a PPL
Obs: não tem um posicionamento pacificado
Ex: crime continuado (simples) —> r= 3 anos + 12 dias-multa; r= 3 anos +12 dias-multa
36 ÷ 1/6= 6 meses —> 3 anos e 6 meses
⤷sistema da exasperação
3+3= 6 anos de PPL
⤷sistema do cúmulo material
PM: 
Doutrina: 12+12= 24 dias-multa
Jurisprudência: 12 ÷ 1/6= 14 dias-multa —> mais benéfico!
Ex: crime continuado (simples) —> r= 6 anos + 30 dias-multa; r= 3 anos + 25 dias-multa
6 anos ÷ 1/6= 7 anos (6 ÷ 6 + 6)
⤷sistema da exasperação
6+3= 9 anos
⤷sistema do cúmulo material
PM:
Doutrina: 30+25= 55 dias-multa
Jurisprudência: 30 ÷ 1/6= 35 dias-multa 
Obs: para a União que vai receber o valor da PM é mais vantajoso o sistema do cúmulo material, para o condenado o sistema da exasperação, mas não há ainda uma posição majoritária
Dos crimes aberrantes: é bem parecido com a questão do erro, inclusive a consequência é parecida
1- Aberratio ictus (erro na execução) - art.73, CP: quando uma pessoa quer atingir outra, mas acaba atingindo uma terceira pessoa
Ex: dolo: matar B, só que aí erra e pega em C ou quer atingir B, só que acaba atingindo B e C
*erro de pessoa para pessoa
*"erro", para a doutrina foi utilizada de forma equivocada: o conceito de erro significa "falsa representação da realidade", ou seja, confusão de pessoas
Ex: eu quero atingir uma pessoa, vejo aquela pessoa, mas não é ela é uma pessoa muito parecida, é o irmão (a) gêmeo (a)... aí eu vou incorrer em erro, mas o fato de eu incorrer em erro não vai me desculpar, pelo contrário, eu vou continuar respondendo pelo crime, mas vou levar em consideração as qualidades da vítima que eu pretendia atingir e não da vítima efetivamente atingida
⤷ um desvio na pontaria implica, segundo o CP, em erro na execução —> ex: quero atingir A mas por um erro na pontaria atinjo B —> a doutrina contesta dizendo que o termo foi utilizado de forma equivocada
*espécies de aberratio ictus: 
Art. 73: quando por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa responde como se tivesse praticado o crime contra aquela atendendo-se ao disposto no parágrafo 3° do art. 20 deste código, no caso, se também atingir a pessoa que o agente pretendia ofender aplica-se a regra do 70 deste código
A) Com unidade simples: tem só um resultado —> tem que prestar atenção na intenção do agente
Ex: A queria matar B, só que, por um desvio na pontaria B não foi atingido quem foi atingido foi C sendo a morte de C dado por culpa (o agente não pode querer nem assumir o risco desse resultado, foi dado por uma imprudência, negligência...)
⤷ o agente vai responder por homicídio DOLOSO —> leva em consideração as qualidades da vítima em potencial e esquece a vítima real —> ele não responde por culpa, não leva em consideração nenhuma característica (agravante, por ex) da vítima real
Ex: Chico Bento queria matar seu pai, mas por erro na execução matou um estranho
⤷ responde por homicídio doloso —> há uma agravante: animus de matar um ascendente e leva em consideração
Ex: o agente queria matar B (adulto) e acabou matando C (uma criança) —> agravante
⤷ não leva em consideração, agora se B fosse a criança aí levaria!
Ex: A queria matar B, mas por erro acabou lesionando C
⤷ há a tentativa, porque leva em consideração a vítima em potencial
Obs: no aberratio ictus não tem crime culposo
Obs: a vontade de matar se chama animus necandi ou occidendi
Obs: a vontade de lesionar se chama animus laedendi ou nocendi
B) Com unidade complexa: tem mais de um resultado —> o agente vai atuar com dolo e acaba resultando em uma ação por dolo e outra por culpa —> uma conduta —> uma das modalidades de concurso formal perfeito
Ex: o agente quer matar A e ainda acaba matando B —> sendo um resultado praticado por dolo e o outro por culpa (não pode ser dolo e dolo)
⤷ r= 6 anos (homicídio doloso); d= 1 ano (homicídio culposo)
6 ÷ 1/6= 7 anos —> sistema da exasperação
6+1= 7 anos —> sistemado cúmulo material
Ex: o agente quer matar B e lesiona C por culpa
⤷ mesma situação, pega a pena mais grave (homicídio) e vai aumentar de 1/6 até metade. Se pegar pena mínima, como é o caso da lesão corporal, não pode pegar e comparar com pena alta (2 meses comparada com 6 anos)
Ex: o agente quer matar A, lesiona A (dolo) e lesiona B (culpa)
⤷ nesse caso há uma tentativa de homicídio doloso + o aumento de pena de 1/6 até a metade em virtude do concurso formal perfeito
Obs: alínea "d" - ex: o agente tem o dolo de matar só que ele causa uma lesão (dolo) em A e mata (culpa) B
⤷ responde por homicídio doloso e tem o aumento de 1/6 até metade —> é um concurso formal perfeito, o agente não vai responder pelos dois crimes, só pelo mais gravoso 
Obs: é majoritário pela doutrina e também pela jurisprudência que no aberratio ictus com unidade complexa, leva em consideração, sempre, as características da vítima em potencial e esquece a vítima real
Obs: Rogério Greco: os resultados devem ser ao menos previsíveis, porque em nosso DP não há a responsabilidade penal objetiva (o agente responder independentemente ter atuado como dolo ou culpa) 
Ex: aberratio ictus com unidade simples – A é um pistoleiro contratado para matar determinada pessoa, levou a vítima para determinado local (terreno baldio). Atirando na vítima houve um erro na pontaria e não a atingiu, atingiu terceira pessoa que estava passando por acaso (nunca passa ninguém nesse local) —> homicídio se deu de forma culposa. Para Greco, ele não responder por homicídio doloso como se tivesse matado essa vítima, porque não havia culpa, não era uma situação previsível matar o mendigo —> no máximo ele responderia por tentativa de homicídio doloso
Obs: aberratio ictus e dolo eventual —> é possível que o segundo resultado se dê por dolo direto ou eventual? Não, pois dolo + dolo implica em concurso formal imperfeito, tem que ser dolo + culpa
Obs: é possível aberratio ictus numa causa justificante, como a legítima defesa? 
-legítima defesa: resposta moderada da vítima, à agressão injusta 
Ex: B está sendo agredido injustamente por A, e B vai revidar se utilizando dos meios moderados, porém ao invés de atingir A, B acabou atingindo C que não tinha nada a ver com a história 
⤷ B está protegido sim pela legítima defesa, ainda levando em consideração as características da vítima em potencial —> penalmente a morte de C vai ficar impune, o máximo que pode acontecer é a família de C acionar B na jurisdição cível para poder cobrar alguma indenização e B tem o poder de regresso contra A
2- Aberratio criminis (resultado diverso do pretendido) - art. 74, CP: ocorre quando o agente quer atingir um bem jurídico e ofende outro, de espécie diversa
Art. 74: fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste código
*vai depender do tipo de dolo também
*tem dois tipos de erro: 
A) erro de coisa para pessoa: dolo de causar o dano a coisa e acaba atingindo a pessoa (só atinge um)
Ex: peguei uma pedra e vou quebrar a vidraça, mas não atinge a vidraça acabou atingindo a pessoa, causando uma lesão culposa
⤷ se o erro é de coisa para pessoa, vai desprezar o dolo inicial (não vai responder por dano) e responde pelo resultado a título de culpa (lesão culposa, nesse caso) —> até se causar homicídio culposo
B) erro de pessoa para coisa: dolo de atingir a pessoa e acaba atingindo a coisa
Ex: dolo de lesionar uma pessoa, mas acaba atingindo a vidraça 
⤷ considera o dolo inicial do agente (lesão) e esquecer o resultado (vidraça quebrada), porque o resultado é atípico (não tem a figura de dano culposo no CP) —> o dano culposo só pode ser responsabilizado na esfera cível —> nesse caso tem uma tentativa de lesão dolosa 
Obs: se o agente atingiu a pessoa que queria e ainda provocou o dano de forma culposa —> só responde pela pessoa, pois não tem a figura de dano culposo
Obs: se o agente queria causar o dano a uma coisa, porém, além de conseguir o dano, ainda atingiu uma pessoa culposamente —> concurso formal perfeito, pega a maior das penas e aumenta de 1/6 até metade 
16/10
*concurso material benéfico nas hipóteses de aberratio ictus e aberratio criminis
Ex: o agente queria matar, por motivo fútil (hom. Qualif. 12 anos), e além de matar este, ainda lesionou B (lesão culposa – 2 meses) que ia passando pelo local—> aberratio ictus
⤷ sistema da exasperação: 12 ÷ 6= 2 —> 12 + 2= 14 anos
⤷ sistema do cúmulo material: 12 + 2= 12 anos e 2 meses —> incide por ser mais benéfico. Isso só acontece se a regra for o sistema da exasperação, então só vai acontecer no concurso formal perfeito, no crime continuado simples ou qualificado
Obs: ou usa um ou usa outro, não junta!
Ex: a queria destruir a vidraça (dano – det. 1 a 6 meses e multa) e conseguiu seu intento, porém, também veio a atingir B, causando-lhe lesão corporal culposa (pena: det. 2 meses a 1 ano) —> aberratio criminis
⤷ sistema da exasperação: 60 dias ÷ 6= 10 + 60= 70 dias
⤷ sistema do cúmulo material: 1 + 2= 3 meses ou 90 dias
3- Aberratio causae (dolo geral ou erro sucessivo)
*quando o agente, julgando ter obtido o resultado querido, pratica segunda ação com diverso propósito e só então que efetivamente o dito resultado se produz
Ex: quando o agente dá veneno à vítima e por ela ficar desacordada ele acredita que ela está morta, então a joga no rio, contudo, a vítima não morreu do veneno e sim do afogamento
⤷ por qual ele responde? Dolo, resultado ou pelo o que for mais benéfico para o agente? —> não há ainda uma corrente majoritária nem na doutrina, nem na jurisprudência
Obs: não há ocultação de cadáver, pois a pessoa está viva, por mais que o agente tenha a intenção a vítima ainda não é um cadáver
Dolo- primeira corrente
Resultado- segunda corrente
Mais benéfico para o agente- terceira corrente (Zaffaroni)
Limite das penas
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se- á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido
⤷ baseado na privação a penas de caráter perpétuo
*com relação as penas de prisão simples nas contravenções penais o máximo que alguém pode ficar preso é de 5 anos 
*competência para decidir sobre a soma e sobra a unificação de penas: 
⤷ soma: Crimes no mesmo processo —> juiz da condenação
 Crimes em processos diferentes —> juiz da execução
⤷ unificação: trazer as penas para o tempo de cumprimento de pena no período de 30 anos —> ex: maníaco do parque teve como resultado do somatório das penas, 150 anos de pena, mas aí o juiz da execução vai ter que unificar isso para 30 anos
*os benefícios serão calculados com base...
Ex: uma pessoa praticou 10 homicídios e foi condenada a 300 anos de reclusão —> só vai cumprir 30 anos
⤷ duas correntes: 
A) o cálculo dos benefícios, seja, livramento incondicional, progressão de regime... incidirá sobre o tempo de cumprimento de pena de 30 anos (cumprir mais da metade de 30 anos) —> fundamento: motivação ao condenado para que cumpra todos os requisitos —> fere o princípio da igualdade, pois, trata de forma igual pessoas desiguais
B) não calcula os benefícios sobre o tempo de cumprimento de pena, calcula sobre a pena total —> fundamento: isso porque se os cálculos fossem levados a efeito sobre o total das penas unificadas geraria um tratamento desigual entre os condenados, privilegiando aqueles que cometeram maior número de crimes —> ADOTADA!!!
Obs: STF,súmula 715: a pena unificada para atender ao limite de 30 anos de cumprimento, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável para execução
*condenação por fato posterior ao início do cumprimento de pena
Ex: A foi condenado a 150 anos de reclusão e começou a cumprir sua pena no dia 15/01/1998 pela prática de vários crimes. Porém só cumprirá 30 anos, em virtude do disposto do art. 75 do CP. No dia 15/01/2010, foi condenado por outro crime, que havia praticado durante o cumprimento de sua pena. Após cumprir 12 anos pela primeira condenação, é condenado por este (fato posterior ao início do cumprimento de pena). Nessa nova condenação, foi imposta pena de 20 anos. Somam-se os 18 anos que faltavam para cumprir os 30 anos com os 20 anos impostos pela nova condenação. Após a soma, é feita nova unificação para o limite de 30 anos.
	Crime A
	Crime B
	15/01/1998
	12 anos depois, já dentro do estabelecimento prisional ela voltou a delinquir —> condenação de 20 anos 
⤷ 30 anos – 12 anos (o que já cumpriu dos 30) = 18 anos
18 + 20= 38 anos —> o juiz da execução vai fazer nova unificação para 30 
Obs: se a pessoa continuar praticando crimes dentro do tempo de cumprimento de pena, ela não vai sair do estabelecimento prisional, de uma forma que a pena vai se transformando em perpétua
*se a pessoa não praticou nenhum crime durante do tempo de cumprimento de pena, se o crime era anterior ao início do cumprimento de pena, vai fazer nova unificação? 
Ex: o agente praticou 8 infrações penais que geraram 8 ações penais diferentes. Depois de 7 condenações a pena chegou a 100 anos de reclusão. O juiz da execução, atendendo ao disposto no §1º do art. 75, unificou a pena em 30 anos e desprezou 70 anos. Foi dado início ao cumprimento da pena e decorridos 2 anos, surgiu a outra condenação a 15 anos de reclusão.
⤷ não vai fazer nova unificação, pois o crime foi praticado antes 
*limite da pena de multa: a pena de multa tem seu limite máximo em 360 dias-multa, no valor de 5 salários mínimos, podendo ser triplicada se o juiz considerar, que em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. Poderá atingir assim, 5.400 salários mínimos (360 dia-multa x 5x o salário mínimo x 3 = 5.400 salários mínimos)
Obs: lei de drogas - até o décuplo
*Suspensão condicional da pena
Sinônimo: sursis penal
Conceito: para a doutrina majoritária esse benefício trata do direito público subjetivo do condenado, ou seja, se ele se encaixar em todos os requisitos o juiz da condenação é obrigado a conceder o benefício
Obs: ainda que o CP coloque que "a pena poderá ser suspensa", na realidade não é um simples "pode", é um "deve"
A pessoa vai ser condenada a uma PPL, porém, ela não vai cumprir a pena presa, ela vai ficar solta cumprindo algumas condições que são determinadas na lei
Trabalha com a pena em concreto
Natureza jurídica: para a doutrina majoritária e também para o STF e que é direito público subjetivo do condenado, a única discricionariedade que o juiz tem nesse momento é de analisar se o réu preenche ou não os requisitos que estão na lei, preenchendo os requisitos o benefício é concedido. Mas para o STJ o sursis penal é uma forma de execução/cumprimento da pena —> em 1984 a parte geral do CP sofreu uma reforma com a Lei 7211, antes dessa reforma o sursis era concedido durante o cumprimento de pena assim como o livramento condicional, com a reforma, o sursis é concedido antes da pessoa cumprir a pena. O réu pode negar o benefício e escolher cumprir a pena
Sistemas: 
1- Anglo-americano: não funciona no BR. O juiz declara o réu culpado mas não lhe aplica uma pena suspendendo o processo independentemente da gravidade do delito, desde que as circunstâncias indiquem que o réu não voltará a delinquir —> nos EUA tem esse sistema —> ex: supostamente o caso do exorcismo de Emilly Rose
2- Sistema do probation of first offenders act: é mais ou menos aplicado no BR. Há outro benefício denominado sursis processual ou suspensão condicional do processo, é aplicado nas infrações de menor potencial ofensivo —> o MP denuncia o autor, porém, dentro da própria denúncia ele oferece o sursis processual e o acusado aceita e preenche os requisitos, dessa forma o processo fica suspenso, se no caso o réu cumpra todas as condições corretamente o processo será arquivado de forma que não vai gerar uma sentença penal condenatória —> se for arquivado sem uma condenação, não gera reincidência
3- Belga-francês: o juiz condenou o réu, mas suspende a execução da pena imposta desde que ele seja primário e a pena não exceda 2 anos. Difere do sursis processual, pois, aqui a pessoa vai ter uma condenação definitiva a uma PPL, porém, essa pena vai ficar suspensa (sursis penal) —> O BR TEM COMO FUNDAMENTO!!!
Se depois do crime, tiver o sursis penal, e praticar outro crime é reincidente? Sim, pois houve uma condenação definitiva e depois a pessoa praticou outro crime 
Requisitos:
1- Objetivos: 
A) qualidade da pena: Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa
⤷ qualidade da pena é PPL, não há nem para PRD nem para multa
B) quantidade da pena: vai depender do tipo de sursis penal
⤷ sursis simples e especial: a PPL não pode exceder 2 anos (é até 2 anos). A pena fica suspensa de 2 a 4 anos, durante esse tempo a pena vai estar suspensa e a pessoa tem que cumprir as condições que o juiz vai impor
Ex: a pena é de 2 anos e vai ficar suspensa por 4 anos, vai ter que cumprir as condições por 4 anos
⤷ sursis etário e humanitário: a PPL não pode exceder 4 anos (é até 4 anos). A pena fica suspensa de 4 a 6 anos, durante esse tempo a pena vai estar suspensa e a pessoa tem que cumprir as condições que o juiz vai impor
Sursis etário: é concedido para os maiores de 70 anos, mas têm que se encaixarem nos outros requisitos
Sursis humanitário: é concedido para pessoas portadoras de doenças graves, o CP não cita essas doenças então cabe ao juiz analisar no caso concreto (tuberculose, aids, câncer...) 
Obs: no concurso de crimes vai ter que analisar o resultado final —> ex: é um concurso material, não vai pode analisar cada crime individualmente, para saber se vai caber o benefício tem que analisar a pena no total, seja no cúmulo material ou não exasperação —> ex: 3 crimes de concurso material: crime a- pena de 1 ano; crime b- pena de 6 meses; crime c- pena de 6 meses, se for para um sursis simples ou para um especial, cabe o benefício... —> crime a- pena de 1 ano; crime b- pena de 1 ano; crime c- pena de 6 meses, já não caberia o sursis simples ou especial
Obs: no caso da lei dos crimes ambientais, por ser uma lei específica não vai obedecer ao que o CP coloca em relação ao sursis, ela diz que pode ter o sursis penal em condenações iguais ou inferiores a 3 anos
C) só vai caber sursis penal na impossibilidade de substituição de PPL por PRD —> primeiro o juiz vai tentar a substituição se a pessoa não se encaixar nos requisitos, então ele vai tentar a suspensão condicional da pena
⤷ requisitos: 
I- Pena em concreto até 4 anos e não ser praticado com violência ou grave ameaça
Obs: o sursis simples ou especial não pode exceder 2 anos
II- No caso do reincidente em crime doloso, em regra, não cabe sursis penal (não importa se a medida é socialmente recomendável e se o réu não é reincidente específico)
Obs: se for IMPO vai caber substituição
III- Não tem detração com relação a suspensão condicional da pena, se der margem a revogação do benefício volta a cumprir a pena toda —> ex: A foi condenado a uma pena de 3 anos, cumpriu 2 anos 11 meses e 29 dias, se por acaso o juiz revoga o benefício (porque A deu margem), ele volta a cumprir a pena toda
Obs: na prática não tem muita aplicação desse benefício, porque é mais fácil a pessoa se encaixar nos requisitos da substituição do que da suspensão e porque não há detração com relação só sursis penal
⤷ aplicação do sursis: 
I- Crimes dolosos praticados com violência ou grave ameaça a pessoa—> se for IMPO, vai caber substituição (constrangimento ilegal, ameaça...), mas em todos os outros casos não vai ser possível —> ex: uma pessoa praticou lesão corporal grave não é IMPO, então não vai caber substituição, mas pode ser que caiba um sursis
II- Reincidente em crime doloso condenado anteriormente à pena de multa —> o único caso que é cabível a suspensão em relação a crime doloso —> ex: pessoa praticou determinado crime doloso e foi condenada definitivamente a uma PM (pode ter sido fixada por um tipo penal ou por substituição da PPL), posteriormente essa pessoa voltou a delinquir praticando um novo crime doloso, sendo considerada reincidente —> multa não impede a concessão do benefício, nem mesmo ao reincidente em crime doloso
2- Subjetivos:
DOLOSO — DOLOSO —> não tem direito ao benefício (em regra)
CULPOSO — DOLOSO —> tem direito ao benefício
DOLOSO — CULPOSO —> tem direito ao benefício 
CONTRAVENÇÃO EM CRIME DOLOSO —> tem direito ao benefício
SE HOUVER A PRESCRIÇÃO DA REINCIDÊNCIA —> tem direito ao benefício
CRIME PRÓPRIO/POLÍTICO — DOLOSO —> tem direito ao benefício
RÉU ANTERIORMENTE BENEFICIADO COM O SURSIS PROCESSUAL —> ex: A praticou um crime que se encaixa na IMPO e recebeu o sursis do processo, no final esse processo foi arquivado, não gerando reincidência, desse modo, não tem problema que o juiz conceda o sursis penal caso ele delinqua novamente
CONDENAÇÃO EM QUE FOI APLICADA A PM DE FORMA ISOLADA —> tem o direito ao benefício
Obs: Súmula 499 do STF: Não obsta a concessão do sursis condenação anterior à pena de multa.
3- Condições judiciais favoráveis:
Obs: na lei de crimes hediondos não tem nenhuma vedação, mas é muito difícil a pessoa se encaixar devido a quantidade de pena
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*espécies de sursis:
1) Sursis simples:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana 
⤷ ex: PPL de 2 anos e o tempo de suspensão é de 2 anos, no primeiro ano a pessoa vai ter que cumprir um PSC ou LFS, fora as outras condições que juiz pode impor, legais e judiciais. No outro ano ele vai cumprir o resto das condições impostas
Obs: se por acaso o juiz esqueceu de colocar uma ou outra, e lembrar determinado tempo depois (dentro de 1 ano), o condenado vai cumprir o remanescente, se passar o primeiro ano o condenado não vai ser obrigado a cumprir —> ex: lembrou seis meses depois, o condenado vai cumprir o resto dos 6 meses
2) Sursis especial:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz
§ 2º - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente 
⤷ o condenado tem que ter reparado o dano, salvo a impossibilidade de fazê-lo —> ex: o condenado não tem condição financeira de reparar o dano, então ele tem que comprovar
Obs: dificilmente a pessoa terá todas as CJ do art. 59 favoráveis
⤷ ao invés de cumprir o que está disposto no parágrafo anterior, o condenado terá que cumprir essas 3 cumulativamente, somente no primeiro ano: 
a) Proibição de frequentar determinados lugares —> que tenham a ver com o crime
b) Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz
c) O comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar as suas atividades
3) Sursis etário:
Art. 77
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos de idade
⤷ para aquelas pessoas que na data em que a sentença foi publicada, tinha mais de 70 anos e que e encaixam em todos os requisitos do sursis penal, inclusive a pena não pode exceder 4 anos
4) Sursis humanitário:
Art. 77
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos de idade
⤷ concedido em virtude de doença grave
Obs: para o sursis etário e o humanitário, também devem ser considerados os requisitos do art. 77 CP e as mesmas condições legais do sursis simples, porém pode haver maior flexibilização do juiz —> no primeiro ano cumprir PSC ou LFS —> o CP não diz nada a respeito, só Luis Flávio Gomes e Alice Bianchine
*período de prova:
É o prazo em que a execução da pena privativa de liberdade imposta fica suspensa, mediante o cumprimento das condições estabelecidas;
Começa a contar da audiência admonitória, que ocorre após o trânsito em julgado da sentença —> a pessoa pode negar o benefício justamente na audiência admonitória
O período de prova no sursis simples e especial é de 2 a 4 anos; no sursis etário e no sursis humanitário é de 4 a 6 anos
Obs: quando se trata de condenação por contravenção, o período de prova é de 1 a 3 anos
*condições:
1- Legais: só tem para o sursis simples e para o especial
2- Judiciais: cabe ao juiz fixar estas, mesmo que não previstas na lei
Ex: frequentar curso de habilitação profissional ou de instrução escolar; submeter-se a tratamento de desintoxicação
De acordo com o art. 79, as condições judiciais devem ser adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado
 Veda-se a imposição de condições que comprometam as liberdades garantidas constitucionalmente; que exponham o condenado ao ridículo, de modo a causar-lhe constrangimento desnecessário; que violem a sua integridade física que venham a ferir o princípio da dignidade da pessoa humana —> ex: obrigar o condenado a pedir desculpa a vítima, obrigar o condenado a doar sangue, fazer com que o condenado venha a frequentar um culto religioso...
Obs: o não cumprimento de uma condição judicial é causa de revogação facultativa do benefício
Obs: o condenado pode revogar o benefício até mesmo após ter entrado em vigor o prazo do benefício
Obs: é possível um sursis incondicionado? Segundo Luis Flavio e Bianchine, só há possibilidade no caso das contravenções —> ex: juiz da condenação suspendeu a pena do condenado e não colocou condição nenhuma, pode o juiz da execução fixar condições? Cabe tanto a acusação quanto a defesa recorrer em relação a sentença omissa, através do embargo de declaração, ou seja, possibilitando o juiz de explicar melhor a sentença dele, suprindo alguma contradição, alguma obscuridade que exista... se a sentença transitou em julgado e ninguém recorreu, em relação ao juiz da execução fixar, há duas correntes:
I- STJ: diz que o juiz da execução vai poder sim fixar as condições
II- Jurisprudência majoritária: diz que não é possível, porque uma vez transitada em julgado a sentença há a formação da coisa julgada e só pode revisar uma sentença condenatória transitada em julgado se or em benefício do réu
*revogação do sursis:
Se alguém der margem para a revogação do sursis volta a cumprir a pena toda sem nenhuma detração
A) Obrigatória
Quando o beneficiário é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso (art. 81, I)
Tratando-se de crime doloso, havendo condenação definitiva, a revogação é de rigor, tenha sido o crime praticado antes ou depois daquele que originou o sursis ou ainda durante o prazo de suspensão condicional da pena
Ex: A foi condenado a uma pena de 2 anos de reclusão, preencheu todos os requisitos do sursis penal e conseguiu a suspensão por 3 anos. Acontece que ela veio a ser condenada definitivamente por um crime doloso não importando quando foi praticado, havendo a revogação do benefício mesmo ele já cumprido 2 anos do sursi, ele volta a cumprir a pena toda sem detração e ainda vai cumprir a nova condenação do crime doloso pelo qual ele foi condenado 
Obs: a condenação definitiva por crime doloso, porémà pena de multa não revoga sursi penal
-Porém, deve-se juntar a certidão do trânsito em julgado da sentença condenatória
-Dessa forma, deverá dar início ao cumprimento de ambas as penas privativas de liberdade
Obs: se for condenado a uma pena de multa, ou mesmo, a uma pena privativa de liberdade que foi substituída pela pena de multa, mesmo havendo essa nova condenação por crime doloso, tal fato não terá o condão de obrigar a revogação
Frustração da execução da pena de multa, sendo condenado solvente —> é aquela pessoa que tem o dinheiro para pagar a multa, mas não paga, segundo o CP pode haver a revogação do benefício —> está revogado tacitamente, pois, multa não pode ser convertida em prisão 
Não reparação do dano, sem motivo justificado 
Descumprimento, no 1º ano do prazo, da obrigação de prestar serviço à comunidade ou submeter-se à limitação de fim de semana imposta ao sursis simples 
B) Facultativa: 
Art. 81 
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos
O juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar por advertir novamente o sentenciado, prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições impostas
Descumprimento de qualquer obrigação imposta —> diz respeito às condições do sursis especial e também as condições judiciais. Antes de revogar o benefício o juiz abre a possibilidade de defesa do condenado, ou seja, intima essa pessoa para comparar numa audiência de justificação
Condenação irrecorrível por crime culposo ou por contravenção penal, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direito, exceto se imposta a pena de multa —> se há condenação definitiva por crime culposo ou por contravenção penal é revogação facultativa, e se for a pena de multa não revoga
*prorrogação automática do período de prova: 
Art. 81
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo
⤷ ex: A foi condenado a uma pena de 2 anos e conseguiu uma suspensão de 2 anos, iniciando dia 18/10/2015 e para finalizar dia 17/10/2017, porém, durante o período de prova foi descoberto que ele estava sendo processado por crime ou contravenção penal que pode ter sido praticado antes ou durante o benefício, desse modo, o período de provas vai ser prorrogado por prazo indeterminado, só será determinado quando sair a condenação definitiva pelo crime ou pela contravenção penal
Obs: indiciado- é quando a pessoa passa a ser investigada pela polícia ≠ processado- inicia através da petição inicial
⤷ no momento em que o agente passa a ser processado (denúncia ou queixa recebida pelo juiz) pela prática de qualquer infração penal, a pena que estava suspensa condicionalmente não pode mais ser extinta sem que se aguarde o desfecho do processo, pois se houver condenação definitiva por crime doloso, ocorrerá a revogação obrigatória do sursis. Se houver condenação definitiva por crime culposo ou contravenção penal, ocorrerá revogação facultativa do sursis penal
⤷ a prorrogação é automática, ou seja, não depende de despacho do juiz
Ex: A foi condenado pelo crime de lesão grave a uma pena de reclusão de 1 ano, porém teve sua pena suspensa condicionalmente por dois anos. Durante este período de prova, praticou uma infração penal (crime ou contravenção). A partir do momento em que a inicial da acusação for recebida pelo juiz e se iniciar a ação penal, ocorrerá a prorrogação do período de prova para aguardar se ele será ou não condenado. Se for condenado, ocorrerá a revogação do sursis penal. Assim, instaurada a ação penal durante o período de prova, a prorrogação não tem limite expresso e se prolonga até o julgamento do processo
*cumprimento das condições
Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade, conforme determinado pelo art. 82 do CP. A extinção da pena deve ser decretada pelo juiz da execução, sempre ouvindo o Ministério Público que deverá requerer os antecedentes criminais para saber se existe algum processo pendente de julgamento. Se isto ocorreu, não haverá extinção da pena, mas sim prorrogação do período de prova.
*possível conflito entre o art. 81, § 2º e o art. 82 do CP
⤷ A foi condenado a uma pena de 2 anos de reclusão e foi beneficiado com o sursis. O prazo de suspensão fixado foi de 2 anos, iniciando-se em 14 de outubro de 2007 e terminando em 13 de outubro de 2009. No dia 09 de outubro de 2009, o agente começa a ser processado pela prática de um crime. No dia 13, acabou seu período de prova, obviamente sem que houvesse tempo para decisão definitiva do processo. Assim, ocorrerá a prorrogação automática do período de prova ou a extinção da pena?
Obs: após o vencimento do período de prova, o juiz cientifica-se de que o réu está sendo processado por outro crime ou contravenção. Nesse caso, poderá o prazo do período de prova ser prorrogado?
Obs: se o juiz já extinguiu a pena e a sentença de extinção já transitou em julgado e, posteriormente, descobre que o condenado estava sendo processado por crime ou contravenção, durante o período de prova do sursis, ainda poderá revogá-lo?
*audiência admonitória:
É a audiência de advertência, que tem como única finalidade cientificar o sentenciado das condições impostas e das consequências do seu descumprimento
A regra é que ela é realizada pelo juiz da condenação – art. 160 LEP; porém, poderá ser realizada pelo juiz da execução na hipótese do art. 159, § 2º da LEP.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.
 Art. 159, § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. —> quando o benefício for concedido pelo Tribunal, a competência da realização da audiência admonitória bem como de estabelecer as condições do sursis passa a ser do juiz da execução
*cassação do sursis
Cassação- a pessoa não começou ainda a cumprir o benefício ≠ revogação- a pessoa já está cumprindo o benefício e ela pratica ou deixa de praticar algo que venha a acarretar a revogação
Não comparecimento do sentenciado à audiência admonitória
O juiz tornará sem efeito a suspensão e a pena será executada imediatamente
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
A jurisprudência tem abrandado a inteligência do referido dispositivo para deixar ao bom critério do juiz a possibilidade de restauração do sursis cassado nessa hipótese —> ex: a pessoa não compareceu à audiência admonitória porque estava internada e justificou...
(Doutrina) o condenado comparece à audiência admonitória e renuncia ao benefício:
Obs: extinção sem oitiva do MP —> não pode 
Obs: revogação sem oitiva do sentenciado —> pode 
Obs: renúncia ao sursis —> pode
Obs: sursis para estrangeiro —> se residir no BR, sim, se for de caráter transitório, não
Obs: diferença entre suspensão condicional da pena e suspensão condicional do processo:
 
	SURSIS PENAL
	SURSIS PROCESSUAL
	Direito público subjetivo do condenado de preenchidos os requisitos legais ter suspensa a execução da pena privativa de liberdade, durante certo tempo e mediante determinadas condições;
	Na suspensão condicional do processo, o réu aceita o benefício logo após o oferecimento da denúncia. Logo, a instrução processual não chega a se desenrolar;
	Previsto no art. 77 do CP;
	Previsto o art. 89 da lei 9.099/95;
	Há condenação do réu;
	Não há condenação do réu;
	A pena não pode exceder 2 anos no sursissimples e no especial; a pena não pode exceder 4 anos no sursis etário e no humanitário.
	É aplicada aos crimes cuja pena privativa de liberdade mínima for = ou < a 1 ano (considera-se a pena em abstrato);
	Suspensão da pena por 2 a 4 anos no sursis simples e especial; e de 4 a 6 anos no sursis etário e humanitário;
	Suspensão do processo por 2 a 4 anos;
	A vítima tem direito a título executivo judicial;
	A vítima não tem direito a título executivo judicial;**
	Induz reincidência e maus antecedentes
	Não induz reincidência e mausantecedentes.

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