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Durval Peçanha. Prof. Marcelo Garcia. Ciência Política CASO CONCRETO SEMANA 1 a) A verdadeira concepção de política se coaduna com o desinteresse da coisa pública pela cidadania? b) Estaria correta a afirmação do filósofo Francis Wolff quando afirma que "o desinteresse dos cidadãos pela política ameaça a democracia"? Justifique sua resposta RESPOSTA: Política envolve práticas que buscam o bem comum e a liberdade dos cidadãos. A Política pode ser ainda a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público – de Estado. Portanto, a política deve se interessar pela coisa pública pela cidadania. Sim. Porque um Estado Democrático de Direito pressupõe que todos devem participar; O desinteresse leva a não participação dos cidadãos para tentar resolver os problemas de seu país. Cada país e seu povo deve encontrar os seus próprios caminhos e meios para a solução de seus problemas e questões, que o autor chama de remédios. Então, o afastamento entre governantes e governados, e o individualismo ameaçam a democracia, porque pode afastar as soluções em comum pela sociedade. Conforme o autor, os períodos mais democráticos são os de transição para a democracia, e quando o povo vive essa democracia se afasta por já tê-la conquistado. Assim, diferentemente do povo árabe, que vive sem democracia, o povo brasileiro vive em democracia. De fato, o momento brasileiro de crise política e econômica é complexa. E o povo está buscando soluções via os meios de comunicação que dispõe hoje. As redes sociais vive o momento da “pós-verdade” em que os grupos se reúnem em si. Parece que foi isso o que aconteceu para aquela passeata de um milhão de pessoas protestando em 1913, não se sabia exatamente por qual objetivo além de redução de passagem. Provavelmente, se acreditava que não se estava vivendo uma democracia, o que levou a uma luta pelas redes sociais pelo protesto. Possivelmente, concorrendo para essa complexidade está o afastamento da Presidente, sem uma solução do tamanho da crise política e econômica. A opinião do autor pela não eleição de ninguém quando os votos nulos sejam maiores do que os válidos seja uma boa proposta para a democracia, assim como o voto optativo, pois o país é um dos últimos a ter o voto obrigatório, pois o voto direto deixou de ser uma conquista histórica como foi no passado. Aula 2: A Origem do Estado: principais linhas teóricas. Caso 1- “’E evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem”. Aponte o autor dessa frase e a situação por ele descrita: a)Locke e o estado da natureza. b)Hobbes e o estado da natureza. c)Hobbes e o estado em sociedade. d)Platão e o estado da natureza. Caso 2- Como vimos, em Hobbes, o contrato social faz com que os indivíduos abdiquem de sua infinita liberdade e a entreguem a um soberano, que deve garantir suas vidas e uma ordem social segura. Com este acordo, segundo Hobbes, está criada a sociedade e também o Estado. Neste sentido, pergunta -se: a) Quais as finalidades do Estado na visão de Hobbes? Quais as finalidades do Estado na visão de Hobbes? O papel do Estado é o de representar os cidadãos, assegurando a ordem e sendo a única fonte de leis, portanto, de funções coercitivas. (Para HOBBES, o Estado é o poder comum e absoluto, capaz de defender o homem e ditar regras para um bom convívio em sociedade; Enquanto, para LOCKE, o Estado é um corpo político único, dotado de legislação e de força concentrada da comunidade para preservar a propriedade e proteger os indivíduos dos perigos internos e das invasões estrangeiras) Aula 3: A origem do Estado: principais linhas teóricas (2ª parte) Caso 1- Na visão de Locke e Rousseau os homens são completamente livres conforme a sua natureza, pelo que são criaturas marcadas pela bondade. Sendo certo que com o surgimento da propriedade o homem abandona a sua condição natural, pode-se afirmar que a propriedade surge da mesma forma e tem os mesmos efeitos na formação do Estado para ambos os autores? Talvez em parte, pois para os dois autores, a propriedade é concebida pela concepção filosófica naturalista do estado. A propriedade procede do estado de natureza. Eé um direito natural, assim como o direito à vida e à liberdade. Entretanto, Rousseau entende que, justamente pelo fato de que o Estado a criou, este pode limitá-la e organizá-la em nome da vontade geral e em conformidade com os interesses e as necessidades da coletividade. Para Locke, a propriedade é a principal razão para a construção da sociedade civil, para a instituição do governo civil, o fim principal da união dos homens em comunidades. Ele defendia que o Estado só poderia se intrometer em questões relativas à propriedade para protegê-la. Aula 4: A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado. Considerando a possibilidade das ilhas de Fernando de Noronha deixarem de compor o território brasileiro, é certo que a extensão territorial brasileira será alterada. Com a dita alteração, o mar territorial e o espaço aéreo sofrerão algum tipo de impacto? Sim, terá um impacto no mar territorial e no espaço aéreo, pois essas duas características estão ligadas diretamente ao território. O território deve ser visto de uma maneira multidimensional, não se restringindo apenas ao elemento terrestre. Teremos mudanças na questão de território brasileiro no solo, no subsolo, no espaço aéreo e nas águas interiores que banham o Brasil. Aula 5: Povo: Traços característicos de distintivos: Caso 1- Paulo, refugiado de guerra, já vive no Brasil acerca de 20 anos, já tem todos os documentos Brasileiros, já constituiu a sua família (com mulher e um casal de filhos) tem emprego fixo, mas não pensa em se naturalizar brasileiro. Quando questionado a esse respeito, ele afirma ser grato ao Brasil, mas que não se sente Brasileiro. Diante do caso de Paulo, é possível identificar uma distinção entre o conceito de povo e o conceito de nação? Sim, o conceito de povo está relacionado com a junção de pessoas que não só se unem para construir um Estado, mas também são habitantes de uma mesma região ou país. Já a nação refere-se à coletividade real por laços linguísticos, culturais ou espirituais, sendo pessoas as quais têm os mesmos valores. Pode-se dizer que Paulo pertence ao conceito povo, pois apesar de ser grato ao Brasil não se sente brasileiro, não acha que faz parte dessa cultura e afins. de pessoas que, compartilham dos mesmos valores. Pessoas de nacionalidades diversas podem fazer parte de uma mesma nação e pessoas de uma mesma nacionalidade podem ser membros de nações diversas. [Nota: Todas as nações são necessariamente reconhecidas como Estados nacionais? RESPOSTA: Não, segundo Paulo Bonavides há algumas teorias que explicam o surgimento da natureza jurídica do estado: a) Teoria do território-patrimônio – O território é considerado propriedade do Estado. É uma concepção medieval, cuja característica era exatamente essa ideia de que os senhores feudais e os reis eram considerados proprietários de seus respectivos domínios, assim como dos servos hereditários da gleba, considerados acessórios da terra e do solo. Com isso, tal teoria não faz a distinção entre direito público e privado, nem entre imperium e dominium. B) Teoria do território-objeto – segundo esta teoria, o Estado exerce um direito real de caráter público, chamado domínio eminente sobre o território. Esse direito estatal (dimensão positiva), no entanto, coexistiria com o chamado domínio útil, exercido pelo cidadão (dimensão negativa). Observe, portanto, quehá uma incongruência nessa teoria, uma vez que não se admitem dois direitos de propriedade sobre a mesma coisa. C) Teoria do território-espaço – Esta terceira teoria vislumbra que o poder que o Estado exerce sobre o território é um poder exercido sobre pessoas, ou seja, um poder de imperium, de comandar pessoas. Diferentemente da segunda teoria que se pauta no poder exercido sobre coisas (dominium), a teoria do d) território-espaço, na qualidade de direito pessoal do Estado, tem dificuldade para explicar o direito do Estado de praticar certos atos fora do seu território, como por exemplo, no alto mar em navios sob sua bandeira, ou, então, dificuldade para explicar o exercício do poder em áreas anecumênicas (áreas inabitadas pelo homem). E) Teoria do território-competência – Finalmente, a teoria do território-competência, concebida pela Escola de Viena, vislumbra o território como elemento determinante da validez da norma jurídica, isto é, o território é o âmbito espacial de validade da ordem jurídica estatal, com exclusão dos outros. Neste momento da história, são os catalães e os basco parte integrante do povo espanhol em seu sentido jurídico-político? RESPOSTA: Sim, O País Basco atualmente é uma das regiões autônomas da Espanha, passaram a ser parte do território da Espanha a partir do século XV. Apesar dos movimentos separatistas cientistas políticos consideram que a tendência é que eles não consigam suas independências durante os próximos anos, em face do forte apoio que o Estado Espanhol possui por parte da União Europeia e da ONU]. Aula 6: A soberania como elemento essencial: traços característicos e distintivos O conceito de soberania é teoricamente bastante complexo e tem variado no decorrer do tempo, suscitando uma grande quantidade de acepções conceituais. Podemos, de qualquer forma, extrair que se trata de um termo que designa o poder político no Estado Moderno estando expresso em praticamente todas as constituições modernas. A Constituição brasileira tem alguns dispositivos (no caso os art. 4º e 14) que fazem tal referência, senã o vejamos: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; (...) III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; (...) Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. (...)? (grifo nosso) Diante do acima exposto, pergunta-se: a) Diante do que está expresso no Art. 4º da Constituição Federal, é possível afirmar que o Brasil deve considerar que a soberania sempre exterioriza a supremacia estatal? Pode-se dizer que sim. A soberania consiste na capacidade de subsistência por si da ordem jurídica estatal, não dependente quanto a sua validade, de qualquer outra ordem jurídica. Em relação ao Artigo !4 da Carta Magna, pode-se fazer uma referência à soberania aludida ao contratualismo filosófico de Locke, pois este defendia que para o contrato social ser firmado por sufrágio universal. Isto é, não necessariamente precisaria ser unânime, mas precisa ser legitimado pela maioria dos indivíduos. Destaque-se as 4 formas de nacionalidade brasileira nata: a) CF/88 art. 12&2°, nascidos no país, na República Federativa do Brasil ou a serviço do país registrando-se como nacionalidade originária; b) nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, fazendo parte do elemento funcional – ius sanguinis; c) nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileiros registrados em reparticção brasileira competente ou venha a residir no Rep Fed Brasil e opte depois da maioreidade pela nacionalidade brasileira. (opção é direito personalíssimo e da justiça federal. Art. 109, X/88. Procedente de jurisdição voluntária). Note-se que apátrida de origem- é o que nasceu sem nacionalidade. O apátrida sem origem é o que não é de origem, indivíduo que tinha nacionalidade e a perdeu. Polipátrida de origem é o que nasceu com dupla personalidade. A lei de naturalização é a lei 13.445/maio/2017, que revogou liei 6.815/1980 – o Estatuto do Estrangeiro. Formas de perda de nacionalidade: A nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana, o qual concede ao nacional, nato ou naturalizado, direitos e deveres em relação ao país ao qual estávinculado. Doutrinariamente, a nacionalidade brasileira é dividida em: primária (ou originária) e secundária ou adquirida. Nacionalidade: aquisição, perda e reaquisição Gabriela Zaidan Cunha e Tâmara Caroline de Souza Utsch Jorge A nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana, o qual concede ao nacional direitos e deveres em relação ao País ao qual está vinculado.(sexta-feira, 24 de maio de 2013 Nacionalidade é o vinculo jurídico político que liga um indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo dele um componente do povo, da dimensão pessoal deste Estado. A nacionalidade é um direito fundamental da pessoa humana, o qual concede ao nacional, nato ou naturalizado, direitos e deveres em relação ao país ao qual está vinculado. Doutrinariamente, a nacionalidade brasileira é dividida em: primária (ou originária) e secundária ou adquirida. A nacionalidade primária, também conhecida como originária, é inerente ao brasileiro nato, resultante do nascimento, e é estabelecida através de critérios sanguíneos, territoriais ou ambos. O Estado brasileiro adota dois critérios para a atribuição de nacionalidade originária, sendo eles o (a) ius sanguinis, que atribui a nacionalidade brasileira a todo descendente de brasileiro, independente do local do nascimento, desde que respeitados os critérios preestabelecidos na Constituição Federal e (b) ius solis, que atribui a nacionalidade brasileira àqueles que nascerem no território brasileiro, independente da nacionalidade de seus ascendentes. Já a nacionalidade secundária ou adquirida é típica dos brasileiros naturalizados, que a adquirem por vontade própria, após o nascimento. Para que ela seja concedida, é necessária a observância de determinadas condições, tais como exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família, ser registrado como permanente no Brasil, ler e escrever a língua portuguesa, dentre outras. A nacionalidade, assim como pode ser adquirida, também pode ser perdida. O brasileiro naturalizado perderá a nacionalidade se vier a lesar o interesse nacional e tiver o ato da naturalização cancelado por meio de sentença judicial. Já o brasileiro nato poderá perdê-la caso adquira outra nacionalidade voluntariamente, em determinadas circunstancias especiais. Com efeito, A possibilidade da perda da nacionalidade brasileira por simples aquisição de uma outra estrangeira é ponto polêmico, decorrendo da intepretação fria da constituição, em total dissonância com a pratica administrativa na matéria. De fato, a perda da nacionalidade brasileira nesses casos decorre exclusivamente da vontade deste em abandonar sua nacionalidade originaria. Não há um ato de oficio do governo brasileiro visando extirpar da sua nacionalidade aqueles que adquiriram também uma outra. Ao contrario, a perda da nacionalidade é um processo complexo quase sempre de iniciativa do próprio brasileiro afetado pela decisão. Salienta-se, contudo, que se a aquisição desta outra nacionalidade por brasileiros natos for por consanguinidade, ou seja, por ascendência ou ainda por imposição do governo para exercício dos direitos civis ou como condição para permanecer naquele território, não acarreta perda da nacionalidade brasileira. Assim, o brasileiro perderá sua nacionalidade caso demonstre expressamente que deseja mudar de nacionalidade. Em caso de perda da nacionalidade brasileira, o interessado poderá readquiri -la se estiverdomiciliado no Brasil. Para tanto, é necessário que esteja em situação regular no pais, não sendo necessário o visto permanente para postular a reaquisição da nacionalidade. * Gabriela Zaidan Cunha é advogada e Tâmara Caroline de Souza Utsch Jorge é estagiária do escritório Chenut Oliveira Santiago Sociedade de Advogados. Aula 7: A Separação dos Poderes e as clássicas formas de Estado. Considere a hipótese: O Premier da Alemanha propõe que a Comunidade Européia se transforme em uma federação enquanto que o Premier da França contrapropõe que ela se transforme em uma confederação. Ambos querem estabelecer um vínculo jurídico, entre aqueles estados europeus, mais forte que o Tratado de Maastrich. Do ponto de vista da natureza dos vínculos jurídicos propostos, o que os diferenciaria? A natureza jurídica será o fator diferenciador: na Comunidade Européia existe uma Confederação criada por um vínculo jurídico por Tratado Internacional, regulando a atuação dos Estados soberanos entre si. Já no caso da Federação, como é o exemplo do Brasil ou dos Estados Unidos, haverá uma única norma geral vinculante na Constituição, valendo para todos os Estados membros sem soberania. Aula 8: As formas Clássicas de Governo Após superar uma ditadura e iniciar um processo de redemocratização determinado país “P” resolve elaborar uma nova constituição. Embora estivesse definido que se organizariam pela via federativa, houve uma divisão política quanto à forma de governo a ser assumida: por um lado, os mais tradicionalistas requerendo o retorno à monarquia que deu origem ao surgimento do país no Século XVIII; e, por outro lado, os que defendem uma república de viés democrático, evitando estabelecer qualquer resquício personalista ao poder. A disputa se acirra e o representante da Família Real, figura carismática e bastante conhecido entre a população local, percebendo que os constituintes estão inclinados a estabelecer a forma de governo republicana, passa a defender que a constituição preveja uma forma monárquica com eleições para rei, sendo que o eleito deve governar com mandato fixo de seis anos, além de responder poli ticamente pelos seus atos. Pergunta-se: a) A proposta do representante da família real faz algum sentido sob a perspectiva da teoria política atualmente estudada? b) A Constituição brasileira de 1988 permitiria uma modificação (emenda constitucional) com a finalidade de alterar a forma de governo republicana pela forma monárquica? Pesquise e responda. a)Não. Porque as características da Monarquia são a hereditariedade, vitaliciedade e a não responsabilização política do soberano, o que seria completamente diferente do modelo republicano adotado como cláusula pétrea pela Constituição Brasileira. b) O pacto federal é indissolúvel na Federação - uma união de estados autônomos. [“ Cláusula Pétrea” é um Dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem mesmo por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As cláusulas pétreas inseridas na Constituição do Brasil de 1988 estão dispostas em seu artigo 60, § 4º. São elas: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias individuais]. 9. Os clássicos sistemas de governo: O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda-feira (29), em visita à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o atual sistema presidencialista pelo parlamentarismo- sistema pelo qual o chefe de governo (primeiro-ministro) é eleito pelo parlamento e pode ser destituído antes do término do mandato (...). Nós vivemos uma crise de presidencialismo. Uma crise na qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O presidencialismo implica que você elege o governante e depois só na próxima eleição você tem condições de rever sua posição", disse. (...) Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões: a) Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o Primeiro -Ministro pode ser destituído antes do término do mandato? b) Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no presidencialismo ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada. c) O que é o recall? O Brasil adota este instituto? a) A tese mencionada é a de que no sistema de governo de Parlamentarismo o chefe de Governo e seu Gabinete dependem da aprovação do Poder Legislativo – o Parlamento, para se manterem no poder e, por isso, a queda do gabinete pode ocorrer a qualquer momento, se houver um voto de desconfiança do parlamento. Portanto, os Poderes Executivo e Legislativo se entrelaçam de maneira, que se ocorrer eventual descontentamento com as decisões políticas do Poder Executivo, a maioria do Legislativo pode pedir a queda do Executivo (Primeiro Ministro e o Gabinete nomeado por ele) por uma moção de Censura. b) Diga-se que parcialmente sim. No Brasil, a existência do Impeachment já está fazendo história pela sua repetição no período democrático. Já por duas vezes se operou o afastamento da presidência de forma constitucional, embora de forma mais crítica do que no sistema Parlamentarista. O instrumento do Impeachment, descrito constitucionalmente pelo Artigo 52, II, combinado com o Artigo 85, diz ser necessária a condenação por cometimento de crime político. No Parlamentarismo, o simples voto de desconfiança da maioria do Parlamento pode gerar a queda do Parlamento e a convocação de novas eleições. c) O Recall é um importante instrumento jurídico da democracia direta ou participativa, consagrando o direito de revogação da representação política e possibilitando a correção de rumo no período previsto para reconsideração e julgamento do eleitorado, digamos de erro de escolha nas eleições anteriores. Deve-se destacar, que na Constituição brasileira não há essa previsibilidade encontrada em alguns estados americanos, que é presidencialista, de revogar o mandato como um instituto jurídico de reforma do voto ofertado ao eleitorado, nem do Parlamentarismo democrático típicamente europeu. 10. A Democracia como regime de governo. Após inúmeras manifestações populares exigindo ampliação de participação dos cidadãos no processo político do País “P”, os governantes, assustados com tais eventos, dão início a uma reforma política que tem por objetivo alterar algumas regras estabelecidas na Constituição de “P”. Nesta, atualmente, há previsão para que apenas os homens com idade igual ou superior a 21 anos possam votar, sendo que a proposta é a de que o voto seja passível de ser exercido por homens e mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Além desta alteração outras mais poderão ser propostas pelos atuais parlamentares, que, simbolicamente, representam a vontade do povo de “P”?. Diante do quadro apresentado, e considerando a leitura de seu livro de Ciência Politica, responda: a) A alteração da idade mínima para exercício do voto pode ser considerada uma medida que amplia o grau de democracia de “P”? b) A vontade popular manifestada por meio de parlamentares é admitida dentro de um quadro teórico democrático? Se sim, seguindo que modelo de democracia, a dos antigos ou a dos modernos? Justifique. c) A manifestação nas ruas pode ser considerada como exercício democrático ou a democracia somente deve ser reconhecida pela manifestação institucional do voto? Justifique sua resposta. Não exatamente, porque tal reforma contrariaria o Artigo 14 da CF/88, parágrafo 1º, Inciso II que prevê a facultatividade de votar aos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Portanto, embora possível, esta teria ser uma reforma constitucional antidemocrática por ser inversa ao direito de inclusão. A democraciadireta, seguindo o modelo defendido pelos filósofos da Grécia antiga era de utilização possível, porém acessível somente a uma minoria considerada patrícia e cidadã, excluindo escravos, mulheres, estrangeiros, plebeus e camponeses. O modelo representativo indireto passou a ser usual, voltando a ser defendido o modelo de voto representação direta por Jean Jacques Rousseau na pré-revolução francesa e por Marx. Já a manifestação nas ruas pode e deve ser considerada como exercício democrático como manifestação institucional lícita e legítima, conforme uma manifestação de exercício democrático, pois democracia não é somente o voto de sufrágio universal. Essa forma de manifestação popular influencia a formação de opinião pública para o voto responsável.
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