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O Império Bizantino e as Incursões Germânicas

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Aula 2 - O Império Bizantino
As Incursões Germânicas e a Formação de Bizâncio
As incursões germânicas ao Império Romano não foram uma novidade do século V. Desde o século anterior, esse movimento ocorria provocando retaliações como as promovidas pelo imperador Valentiniano na região da Floresta Negra ou admitindo esses indivíduos como colonos nos limes (fronteiras) romanos.
Antes mesmo da divisão do Império, promovida por Teodósio, o lado oriental passou por um grande percalço. (...) duzentos mil visigodos foram acossados pelos invasores hunos através do Danúbio até o Império Romano Oriental onde os seus governantes permitiam que se estabelecessem. Exasperado, porém, com o tratamento injusto a que os sujeitaram, o chefe Visigodo Fritigerno sublevou-se e devastou os balcãs enquanto os povos do norte forçavam caminho através do Danúbio seguindo a sua esteira (376). A situação foi apaziguada após muita luta, no entanto não foi localizada. Muito mais estava por vir. 
Após a divisão do Império promovida por Teodósio, seus dois filhos assumiram com o auxílio de regentes: Arcádio na parte Oriental, sob a orientação de Rufino; e Honório na parte ocidental, sob a orientação de Estilicão.
Estilicão, o verdadeiro governante ocidental, passou parte de sua regência articulando para a derrubada e anexação da parte oriental, o que acabou resultando em grande negligencia a uma ameaça real que se agigantava sobre as fronteiras do Reno: Alarico e seus soldados, bem como uma coligação de tribos vândalas, suevas, burgúndias e alanas. Os imperadores seguintes não conseguiram reverter o quadro.
Em contrapartida, o lado oriental, em melhor condição de defesa e com províncias mais abastadas, não partir em socorro à porção ocidental. Segundo o, já citado, historiador Michael Grant: “Havia uma aversão antiga, endêmica e mútua entre as metades latina e grega do mundo romano e os governantes de cada uma delas pareciam relutar em prestar assistência mútua, estando muito mais inclinados a se apunhalarem pelas costas.”.
Não podemos ser simplistas e achar que a falta de colaboração era apenas uma questão de simpatia e aversão, mas falta de identidade entre as duas partes pesou nessa postura. Além disso, havia questões de ordem prática: auxiliar o lado ocidental implicava em gastos que poderiam desequilibrar as finanças orientais, o que não era aceitável.
Resguardando cada vez mais suas fronteiras, o lado oriental sobreviveu por quase mil anos. O Imperador Zenão estava no poder no ano em que a historiografia consagrou como marco para o termino do Império Ocidental, o ano de 476. Lembre-se que essas datas são arbitrárias. Como vimos o Império Romano já passava por problemas há pelo menos dois séculos. Logo, determinar uma data é esquecer que houve um processo de desagregação.
Razões para a Sobrevivência do Império Romano Oriental
Compreender por que o lado ocidental sucumbiu aos invasores germânicos enquanto o oriental resistiu não é das tarefas mais simples. Nenhum fator isolado justificaria tal realidade. Temos que trabalhar com uma série de elementos conjugados para esclarecer tal permanência.
O primeiro fato que podemos assinalar é a questão geográfica. O lado ocidental tinha que resguardar extensas fronteiras que se estendiam do alto e médio rio Danúbio e do rio Reno. O lado Bizantino tinha que se preocupar apenas com a fronteira do baixo Danúbio o que lhe dava liberdade para enfrentar com mais eficácia as hordas de invasores do Leste. 
Ainda dentro dessa lógica, mais uma vez citando Michael Grant: “Além disso, se o imperador ocidental não conseguisse manter suas barreiras junto àqueles rios, não tinha uma segunda linha de defesa em que se apoiar, e a Itália, a Gália e a Espanha ficavam abertas aos invasores, ao passo que forçar o Bósforo, guardado pelas defesas insuperáveis de Constantinopla, estavam acima da capacidade de qualquer potencia hostil”. 
Um segundo fator digno de destaque relaciona-se com a estrutura socioeconômica. O lado oriental manteve relativamente intactas as atividades econômicas, apesar das ameaças, bem como a instabilidade interna. Além disso, as províncias orientais eram mais povoadas e mais ricas, o que evitou o colapso em relação à cobrança de impostos necessários à manutenção do Estado.
Por ultimo podemos assinalar a relativa paz interna do lado oriental. Após a separação, a sua politica interna mostrou-se muito mais homogênea, sem grandes perturbações, sem sistemáticos governos golpistas como tornou-se praxe no lado ocidental. As sucessões ocorrendo sem grandes percalços estimulavam a unidade e os fortaleciam perante às ameaças alienígenas. 
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