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ELAINE CRISTINA DA SILVA ANTUNES FÁBIO JUNIO DA SILVA ANASTÁCIO MEIRE NÉIA QUIRINO SOARES ROSEMARY MARIA GOIOZO DE OLIVEIRA SANDRA MOURA DOS SANTOS TRABALHO INTEGRADO SAÚDE HOSPITALAR II ESTUDO DE CASO SOBRE ALZHEIMER São José dos Campos 2017 ELAINE CRISTINA DA SILVA ANTUNES RA: 6676397184 FÁBIO JUNIO DA SILVA ANASTÁCIO RA: 4665902762 MEIRE NÉIA QUIRINA SOARES RA: 6658414125 ROSEMARY MARIA GOIOZO DE OLIVEIRA RA: 7093585063 SANDRA MOURA DOS SANTOS RA: 1363474150 TRABALHO INTEGRADO SAÚDE HOSPITALAR II ESTUDO DE CASO SOBRE ALZHEIMER Trabalho apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado – Hospitalar II, do curso de Enfermagem, da Faculdade Anhanguera de São José dos Campos como requisito parcial a obtenção de créditos para a disciplina. Orientador: Prof. Meury Tatiane. São José dos Campos 2017 SUMÁRIO RESUMO O Alzheimer é a forma mais comum de demência; caracterizada por comprometimento progressivo da memória; função cognitiva, linguagem, julgamento e das atividades do cotidiano. Por fim, os pacientes não podem desempenhar as atividades de autocuidado e tornam-se dependentes dos cuidadores. Estudos recentes demonstram que essas alterações cerebrais já estariam instaladas antes do aparecimento de sintomas demenciais. Por isso, quando aparecem as manifestações clínicas que permitem o estabelecimento do diagnóstico, diz-se que teve início a fase demencial da doença. O trabalho realizado relata o estudo de caso de uma paciente idosa diagnosticada com Doença de Alzheimer. Foi implementado e desenvolvido um planejamento da assistência de Enfermagem baseada no histórico da paciente, anamnese, exame físico. INTRODUÇÃO A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família. Caracteriza-se por um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). Os principais sintomas dominantes incluem lapsos de memória e dificuldades para encontrar as palavras certas para os objetos do cotidiano. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas ficam alteradas. OBJETIVO 2.1- OBJETIVO GERAL: Adquirir conhecimento técnico científico para o desenvolvimento de um plano assistencial adequado e específico para a doença de Alzheimer. 2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Identificar sinais e sintomas da doença de Alzheimer, aplicando o processo de enfermagem adequado; Elaborar os principais diagnósticos de enfermagem, atuando com as devidas intervenções a fim de obter a melhora do quadro clínico da paciente; Desenvolver conhecimento prático e teórico durante o processo de enfermagem ao paciente portador de Doença de Alzheimer. 19 METODOLOGIA Analisado pelos acadêmicos de enfermagem, o quadro de pacientes da clínica médica em um hospital público de médio porte, em São José dos Campos- SP, onde se elegeu para este estudo de análise de um paciente com doença de Alzheimer. Foi utilizado para o desenvolvimento deste trabalho, o método descritivo. Baseando na análise do prontuário do paciente, exames laboratoriais e de imagens, anamnese, exame físico e estudo bibliográficos. Desenvolveram-se os cinco passos do Processo de Enfermagem – PE (Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento, Implementação e Avaliação). REFERENCIAL TEÓRICO A patologia conhecida como Alzheimer, ou por Mal de Alzheimer, foi descrita, pelo neuropatologista alemão, Abluis Alzheimer, em 1907 onde foram identificados os primeiros sinais e sintomas e lesões histológicas em uma paciente de 51 anos de idade. A doença de Alzheimer (DA) é uma das principais doenças crônicas degenerativas que afeta a população dos idosos. Fazendo com que esses indivíduos sejam parcialmente dependentes de terceiros, expondo-os ao risco de cuidados muitas vezes ineficazes por parte da família ou cuidador. A doença (DA) é caracterizada histopatologicamente, pela crescente perda das sináptica e pela morte neuronal evidenciadas nas regiões cerebrais responsáveis pelas diversas funções cognitivas, não esquecendo do córtex cerebral, do hipocampo entre outras partes. Essa doença possui causa ainda desconhecida, pautadas somente de hipóteses derivadas de inúmeras pistas, alguns estudos mostram como fatores de risco genéticos (não-modificáveis) a idade, o sexo feminino (após os 80 anos), a história familiar positiva (predisposição genética, não necessariamente hereditária) (MACHADO, 2006; ENGELHARDT, 2004). 4.1- FISIOPATOLOGIA E ETIOLOGIA Alterações fisiopatológicas macroscópicas, incluem atrofia cortical, aumento dos ventrículos e definhamento dos gânglios basais. Microscopicamente, as alterações ocorrem nas proteínas das células nervosas do córtex cerebral e acarretam o acúmulo de entrelaçamentos neurofibrilares e placas neurolíticas (depósitos de proteínas e estruturas celulares alteradas nas junções interneuronais) e degeneração granulovascular. Ocorre a perda de células nervosas colinérgicas, que são importantes na memória, função e cognição. Bioquimicamente, os sistemas de neurotransmissores estão comprometidos. De causa desconhecida, porém a genética e o sexo feminino são os fatores de risco. Estão sendo realizadas pesquisas para localizar os genes específicos envolvidos na predisposição à doença de Alzheimer. Vírus, toxinas ambientais, infartos cerebrais silenciosos e traumatismo craniano prévio também podem ser importantes na etiologia. 4.2- EPIDEMIOLOGIA Atualmente estima-se haver cerca de 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo. Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos, chegando a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050 segundo dados fornecidos pelo Relatório de 2015 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI). Estima-se que a cada 3,2 segundos, um novo caso de demência é detectado no mundo e a previsão é de que em 2050, haverá um novo caso a cada segundo. No Brasil, o estudo de Herrera (2002) e seus colaboradores, encontrou que 55,1% destas demências são decorrentes de DA e 14,1% são decorrentes de DA associada à doença cerebrovascular (DA + Demência Vascular). A prevalência foi maior entre as mulheres e em pessoas analfabetas (12,1%) do que em indivíduos com escolaridade de 8 anos ou mais (2%). Observa-se que as taxas de prevalência de demência também variam conforme a região em que se vive, a idade e a condição sócioeconômica. Um importante estudo realizado por dois brasileiros, Lopes e Bottino (2002), entre 1994 e 2000, demonstrou grande variação de prevalência de demência em diversas regiões do mundo: na África, uma prevalência de 2,2%; América do Norte, 6,4%; América do Sul, 7,1%; Ásia, 5,5% e na Europa, 9%. Já quanto à prevalência de demência relacionada à idade, os pesquisadores encontraram que, indivíduos entre 65 e 69 anos tinham uma prevalência média de 1,17% e indivíduos acima de 95 anos, de 54,83%. Num outro estudo brasileiro, Nitrini e colaboradores em 2004, observaram que após os 65 anos, a taxa de demência dobrou a cada 5 anos, confirmando que a idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de Doença de Alzheimer e que o grupode idosos com 80 anos ou mais é o que mais cresce. Vale ressaltar que a Doença de Alzheimer é democrática. Ela surge em qualquer pessoa, de qualquer nível sócio-econômico-cultural. Quanto à incidência de Doença de Alzheimer relacionada à idade, um estudo americano realizado por Snowdon (1997) também encontrou dados de que a taxa dobrou a cada 5 anos até os 90 anos, porém, este estudo percebeu que após os 93 anos, parecia haver uma relativa proteção, o que significa que após esta idade, os riscos parecem não crescer tanto. Não há dados sobre a incidência de Demência aqui no Brasil, entretanto, encontra-se na literatura que podemos estimar 1,2 milhão de pessoas sofram com a demência (dado bastante desatualizado), cerca de 100 mil novos casos por ano. Estes dados poderiam ser muito maiores, se fosse mais estudado. 4.3- FATORES DE RISCOS A idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento de demência da Doença de Alzheimer (DA). Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos. As mulheres parecem ter risco maior para o desenvolvimento da doença, mas talvez isso aconteça pelo fato de elas viverem mais do que os homens. Os familiares de pacientes com DA têm risco maior de desenvolver essa doença no futuro, comparados com indivíduos sem parentes com Alzheimer. No entanto, isso não quer dizer que a doença seja hereditária. Pessoas com histórico de complexa atividade intelectual e alta escolaridade tendem a desenvolver os sintomas da doença em um estágio mais avançado da atrofia cerebral, pois é necessária uma maior perda de neurônios para que os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida. Outros fatores importantes referem-se ao estilo de vida. São considerados fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo. Esses fatores relacionados aos hábitos são considerados modificáveis. Alguns estudos apontam que se eles forem controlados podem retardar o aparecimento da doença. 4.4- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O início da doença é sutil e insidioso. Inicialmente, um declínio gradual na função cognitiva de um nível previamente mais elevado pode ser notado. O comprometimento da memória de curto prazo é comumente a primeira característica nos estágios mais iniciais da doença. Os pacientes são esquecidos e tem dificuldade de aprendizagem e de reter nova informação. Além do comprometimento da memória, pelo menos um dos seguintes déficits funcionais está presente: Distúrbio da linguagem; Dificuldade do processamento visual; Incapacidade de realizar atividades motoras habilidosas; Baixo raciocínio abstrato e concentração. Os pacientes tem dificuldades de planejar as refeições, controlar as finanças, usar o telefone ou dirigir sem se perder. Outros sinais clássicos incluem mudança de personalidade, como a irritabilidade e suspeição, negligência pessoal com a aparência e desorientação no tempo e no espaço. As seguintes manifestações clínicas são típicas no estágio intermediário da doença de Alzheimer. Ações repetitivas; Agitação noturna; Apraxia (comprometimento da capacidade de realizar atividades propositais); Afasia; Agrafia. Com a progressão da doença, os sinais de disfunção do lobo frontal aparecem, incluindo perda das inibições, agressão e comportamento vagante frequentemente ocorrem nos estágios intermediários e avançados. Os pacientes no estágio avançado da doença de Alzheimer exigem cuidados totais. Os sintomas podem incluir: Incontinência urinária e fecal; Emagrecimento; Maior irritabilidade; Irresponsividade ou coma. 4.5- AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA A anamnese detalhada do paciente com colaboração de uma pessoa que possa ajudar com as informações para determinar as mudanças cognitivas e comportamentais, sua duração e sintomas que podem ser indicativos de outras enfermidades médicas ou psiquiátricas. Tomografia computadorizada não contrastada, para excluir outros distúrbios neurológicos. A ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada com emissão de fóton único (SPECT) podem ser usadas. A avaliação neuropsicológica, incluindo alguma forma de avaliação do estado mental, para identificar áreas específicas de comprometimento da função mental em contraste com áreas de funcionamento intacto. Exames laboratoriais incluem hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, bioquímica, hormônio tireoestimulante, teste para sífilis, urinálise, níveis séricos de vitamina B e de ácido fólico e teste para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) para descartar distúrbios infecciosos ou metabólicos. Ensaios comerciais para beta-amilóide e proteína tau do líquido cerebrospinal (LCS) estão disponíveis, porém seu uso é limitado. O teste genético está disponível, porém o seu uso é controvertido. Três genes da doença e um gene indicando suscetibilidade foram identificados. Em famílias com história de doença de Alzheimer, há testes disponíveis para confirmar a doença de Alzheimer ou para fornecer informações a membros da família em risco em relação à sua probabilidade de desenvolver a doença. 4.6- TRATAMENTO Os objetivos primários do tratamento da doença de Alzheimer são maximizar as capacidades funcionais e melhorar a qualidade de vida melhorando o humor, a cognição e o comportamento. Não há tratamento curativo. O tratamento inclui condutas farmacológicas e não farmacológicas. Os inibidores da colinesterase foram usados primeiramente no tratamento do comprometimento cognitivo da doença de Alzheimer. Esses medicamentos melhoram a neurotransmissão colinérgica para ajudar a retardar o declínio na função com o decorrer do tempo. O donezepil (Aricept) é amplamente usado nos casos leves a moderados porque pode ser administrado uma vez ao dia e é bem tolerado; inicia-se uma dose de 5 mg ao deitar, que é aumentada para 10 mg após 4 a ser 6 semanas. A galantamina (Reminyl) é administrada juntamente com o alimento com a posologia de 4 a 12 mg duas vezes ao dia. Deve ser reiniciada com 4 mg duas vezes ao dia se for interrompida por vários dias. A dose deve ser reduzida nos casos de insuficiência renal ou hepática. A rivastigmina (Exelon) é administrada na dose de 1,5 mg duas vezes ao dia às refeições e aumentada até 6 a 12 mg/dia. A memantina (Namenda), um antonistas dos receptores de NMDA, é o primeiro de uma nova classe aprovada para casos moderados a graves da doença de Alzheimer. A posologia é de 10 mg duas vezes ao dia. O medicamento pode ser utilizado com um inibidor da colinesterase. Estudos indicam que outros medicamentos, como o estrogênio e os MAINEs, não tem utilidade comprovada. Os pacientes com sintomas depressivos devem receber terapia antidepressiva. Os distúrbios do comprometimento podem demandar tratamento farmacológico com ansiolítico, antipsicóticos ou anticonvulsivantes. Os tratamentos não farmacológicos usados para melhorar a cognição incluem a manipulação do ambiente para diminuir a estimulação, o uso de terapia com animais domésticos, aromaterapia, massagem, musicoterapia ou exercícios. Inicialmente, os inibidores da colinesterase visavam melhorar a memória e a cognição. Entretanto, esses medicamentos parecem ter um importante impacto nas alterações do comportamento que ocorrem em pacientes com comprometimento cognitivo. Especificamente, estudos de pesquisa demonstram que o uso dos inibidores da colinesterase melhora a apatia, a desinibição e as alucinações comumente notadas na demência. 4.7- COMPLICAÇÕES Maior incidência de declínio funcional; Lesão devido à falta de discernimento, alucinações e confusão mental; Desnutrição em virtude de desatenção com o horário das refeições e fome ou falta de capacidade para preparar as refeições. 4.8- AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Realizara avaliação cognitiva quanto a orientação, discernimento, pensamentoabstrato, concentração, memória e capacidade verbal. Avaliar mudanças do comportamento e na capacidade de desempenhar as atividades do cotidiano. Avaliar os estados de nutrição e de hidratação. Verificar o peso, o turgor cutâneo e os hábitos alimentares. Avaliar a capacidade motora, força, tônus muscular e flexibilidade. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Perturbação dos Processos de Pensamento relacionada com as alterações fisiológicas. Risco de Lesão devido à perda das capacidades cognitivas. Distúrbio do Padrão de Sono secundário ao processo patológico. Estresse do Cuidador relacionado com as necessidades físicas e manifestações comportamentais do processo patológico. 5.1 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Melhorando a Resposta Cognitiva Simplificar o ambiente: reduzir o nível de ruído e a interação social a um nível tolerável para o paciente. Manter uma rotina estrita, diminuir o número de escolhas disponíveis para o paciente, usar figuras para identificar atividades. Participar de atividades em grupo. Incentivar a participação nos cuidados, quando tolerada, e fornecer uma biorretroalimentação positiva para as tarefas que são realizadas. Providenciar períodos de repouso entre as atividades para reduzir a fadiga. Evitar confrontações e argumentações. Atender as solicitações do paciente e individualizar os cuidados o máximo possível. Manter consistência as interações e apresentar novas pessoas aos poucos. Prevenindo Lesão Evitar concentrações, porém manter observação do paciente, se necessário. Providenciar iluminação adequada para evitar má interpretação do ambiente. Remover móveis e equipamentos desnecessários do quarto. Providenciar etiqueta de identificação ou pulseira Medic Alert. Certificar-se de que o paciente está usando sapatos ou chinelos antiderrapantes e fáceis de calçar. Incentivar o uso de dispositivos de segurança auxiliares, como corrimão e assentos para chuveiro. Garantir a atividade tolerável e exercícios em toda amplitude de movimento para manter a mobilidade. Assegurando o Repouso Adequado Administrar psicotrópicos para controlar a agitação. Providenciar períodos de exercícios físicos para gastar energia. Dar suporte para os hábitos de sono normais e o ritual da hora de deitar. Mantenha um horário regular para deitar. Pedir ao paciente que vista pijama na hora de dormir. Permitir uma atividade desejada na hora de dormir, como um lanche, uma bebida quente não cafeinada ou ouvir uma música. Manter um ambiente relaxante e calmo para evitar confusão mental e agitação. Apoio ao cuidador Incentivar o cuidador a discutir seus sentimentos. Incentivar o cuidador a manter sua própria saúde e bem estar emocional. Enfatizar a necessidade de tempo para relaxamento ou folga. Ajudar o cuidador a encontrar recursos, como grupos comunitários ou religiosos, programas de serviço social ou grupos de apoio disponíveis em hospitais. Avaliar o estresse do cuidador e referenciar para aconselhamento. Dar suporte á decisão de colocar o paciente em uma casa de apoio. 5.1- HISTÓRIA CLÍNICA DO PACIENTE Trata-se de A.C.O.F., 73 anos, sexo feminino, branco, solteiro, evangélico, 52 kg, 1,74cm de altura. Deu entrada no Pronto Socorro do referido hospital, no dia 05/05/2017 ás 11h40. É portador da doença de Alzheimer à aproximadamente três 17 Em uso de Prednisona 20mg/dia e Omeprazol 20mg/ dia. Nega ser portador de HAS e DM. Não há relato de alergias nem de etilismo e tabagismo. Após avaliação médica e exames complementares, foi encaminhado para realização de drenagem de abscesso intracavitário. Foi admitido na clínica IV dia 06/05/2017, para recuperação pós- operatório. 5.2- EXAME FISICO Sonolento, consciente, orientado, normocárdico, afebril (Tax 35, 6ºC), Glasgow 15. Higienização corporal e bucal adequadas, necessitando do auxílio da equipe de Enfermagem para ser higienizado. Pupilas isocóricas, circulares, fotorreativas. Acuidade visual, auditiva e olfatória preservadas. Aceitação parcial alimentar. Tórax simétrico, expansibilidade bilateral preservada, MVF s/ RA, FR= 17irpm, SatO²= 98%, FC= 87bpm, BNRNF em 2T, ausência de sopros e bulhas acessórias, pulso cheio, PA = 100 x 70 mmHg. Abdome plano, RHA presentes, timpânico, doloroso à palpação em QSD e QID, dois drenos tubulares em incisão cirúrgica localizados em flanco D, com presença de secreção de coloração acastanhada em média quantidade. Relata diurese sem anormalidades, ausência de eliminações intestinais D4. Força muscular preservada nos quatro membros. AVP em fossa cubital D infundindo SF 0,9% 500 ml. Tempo de enchimento capilar de 2 seg. 5.3- EXAMES COMPLEMENTARES HEMOGRAMA COMPLETO ERITROGRAMA Resultado Valor de Referência Glóbulos vermelhos..: 2,36 milhões/mm3 3,9 – 5,10 milhões / mm3 Hemoglobina..............: 7,6 g % 11,5 - 15,0 g % Hematocrito................: 23,6 % 34,0 - 45,0 % VCM...........................: 100,0 u3 76,0 - 100,0 u3 HCM...........................: 32,2 % 26,0 - 33,0 pg CHCM.........................: 32,2 % 31,5 - 36,0 % RDW............................: 21,4 % 10,0 - 15,0 % LEUCOGRAMA Leucócitos Mielocitos Metamielocitos Bastonetes Segmentados Neutrófilos Eosinofilos Basofilos Linfócitos Típicos Linfócitos Atipicos Linfócitos Minocitos NEUTRÓFILOS INTEGROS HEMÁCIAS ......................................5,81 mm³ 4.3 – 5.7 milhões/mm3 HEMOGLOBINA ..............................15,3 g/dL 13.5 – 17.5 g/dL HEMATÓCRITO ..............................47,6 % 39 – 50 % H.C.M 26.33 pg 26 – 34 pg V.C.M. ..............................................81,93 Fl 81-95 fL C.H.C.M. ..........................................32,14 0%g/dL 31 – 36 g/dL R.D.W ..............................................13,0% % 11.8- 15.6 *OBS .................................................Hemácias normociticas normocromicas LEUCOGRAMA LEUCÓCITOS .................................20850 mm3 3.500 - 10.500 PROMIELÓCITO 0 % 0% MIELOCITOS 0 % 0% METAMIELÓCITOS 0 % 0 – 1 % BASTONETES 3 % 1 – 6 % SEGMENTADOS 85 % 50 – 69 % NEUTRÓFILOS 88 EOSINÓFILOS 0 % % 1 – 5 % BASÓFILOS 0 % 0 – 1 % LINFÓCITOS 7 % 20 – 40 % ATÍPICOS 0 % 0 – 1 % MONÓCITOS 5 % 2 – 12 % PLAQUETAS ................................316 mil/mm³ 130 a 450 mil/mm3 CREATININA ...............................0,60 mg/dL 0,66 a 1,25 mg/dL POTÁSSIO ....................................4,3 mmol/L 3,5 – 5,1 mmol/L SODIO 143 mmol/L 137 – 145 mmol/L TGO (AST) 11 U/L 17 a 59 U/L TGP (ALT) 19 U/L 21 a 72 U/L 5.4- DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E RESULTADOS ESPERADOS DE= Conforto prejudicado relacionado aos curativos em região sacral, trocanteres D e E, face interna de MIE e região intraescapular D e evidenciado pela necessidade de manter-se no leito, assim como a internação em ambiente hospitalar para seu tratamento. RE= Paciente terá conforto imediatamente diante da assistência de enfermagem, seja como promover bem estar com massagem de conforto em região corporal, mudança de decúbito e analgesia conforme protocolo da instituição. DE= Risco de infecção relacionado aos procedimentos invasivos, inclusive acesso venoso periférico em MSE. RE= O paciente terá redução no risco de apresentar infecção relacionada com a presença do acesso venoso periférico durante a permanência desse dispositivo de assistência. DE= Integridade tissular prejudicada relacionada às úlceras e evidenciadopelo tempo de internação. RE= O paciente restabelecerá a integridade tissular em aproximadamente 30 dias. DE= Mobilidade física prejudicada relacionada a restrição dos MMSS evidenciado pela contenção mecânica. RE= O paciente não apresentará sangramento durante período de internação hospitalar. DE= Dor aguda relacionada RE= O paciente apresentará melhora da dor imediatamente após aplicação de compressas mornas na região DE= Motilidade gastrintestinal disfuncional relacionado RE= O paciente não apresentará motilidade gastrintestinal disfuncional durante sua internação hospitalar. DE= Risco de desequilíbrio eletrolítico relacionado ao uso dos medicamentos RE= Paciente não apresentará desequilíbrio eletrolítico durante sua internação hospitalar. DE= Nutrição desequilibrada: RE= O paciente não apresentará prejuízo da nutrição, durante o período de internação. DE= Risco de constipação relacionado à mudança de ambiente e hábitos de alimentação irregular. RE= O paciente não terá constipação intestinal durante a sua permanência hospitalar. DE= Risco de queda relacionado com período de recuperação pós-operatório de drenagem de abscesso intracavitário e uso de maca. RE= O paciente não apresentará quedas durante período de internação hospitalar. DE= Risco de baixa autoestima situacional relacionada com RE= O paciente não apresentará baixa autoestima durante período de internação hospitalar. 5.5- PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Ação prescrita Horário Responsável Realizar exame físico abdominal atentando para presença de massa e diminuição dos RHA e produção de som de macicez na parede abdominal. 10 – 22 Enfermeiro Ação prescrita Horário Responsável Observar e anotar local e aspecto da ferida operatória. Realizar irrigação com SF 0,9% e ocluir com gaze estéril e fita hipoalergênica. 10h Tec/Aux. de enf. Anotar e controlar volume e aspecto do dreno de Tubular de 6/6h. 08 – 14 – 20 – 02 Tec/Aux. de enf. Aplicar compressas mornas na região abdominal 4/4h. 08 - 12 - 16 - 20 - 00 – 04 Tec/Aux. de enf. Aferir e registrar pulso e PA 6/6h. Comunicar enfermeiro se FC 50 ou 110bpm; se PAS 90 ou 150mmHg e PAD 60 ou 100mmHg. 08 - 14 - 20 – 02 Tec/Aux. de enf. Aferir e registrar SATO², FR 6/6h. Comunicar enfermeiro se FR 24 ou 14rpm e SATO² igual ou inferior a 90%. 08 - 14 - 20 – 02 Tec/Aux. de enf. Avaliar e registrar o tempo de enchimento capilar dos MMSS e MMII 6/6h. Comunicar enfermeiro se o valor for superior a 3seg. 08 - 14 - 20 – 02 Tec/Aux. de enf. Avaliar tamanho, forma e simetria das pupilas 12/12h. Atentar para a detecção de anisocoria, miose ou midríase pupilar. 10 – 22 Enfermeiro Anotar a frequência e aspecto da urina. Contínuo Tec/Aux. de enf. Monitorar e registrar a frequência de eliminação intestinal. Comunicar enfermeiro episódios de diarreia e ausência de evacuação 12/12h. 10 – 22 Tec/Aux. de enf. Banho de aspersão 1 vez/dia e sempre que houver sujidades no corpo. 08h Tec/Aux. de enf. Aplicar creme de Ureia a 10% no corpo do paciente após o banho de 8/8h ou sempre que a pele estiver ressecada. 08 - 16 – 00 Tec/Aux. de enf. Trocar diariamente o curativo do AVP. Utilizar álcool 70% e ocluir o local com fita hipoalergênica. Atentar para aparecimento de sinais flogísticos. 10h Tec/Aux. de enf. Explicar as causas da dor, relatar por quanto tempo a dor irá durar. Contínuo Enfermeiro Explicar procedimentos de enfermagem antes de realizá-los e esclarecer dúvidas. Contínuo Tec/Aux. de enf Enfermeiro CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se com a elaboração desse trabalho que a Doença Alzheimer, mais frequentemente ocorrida em pessoas de pele branca, vem crescendo mundialmente. É de grande relevância a abordagem dessa, a fim de promover a interação dos profissionais de saúde para a prestação de uma assistência de maior qualidade. O PE é um dos principais instrumentos utilizado para o desempenho sistemático da prática profissional do Enfermeiro. O PE garante uma assistência de qualidade prestada aos pacientes, além de promover à individualização do cuidado, prestando-os de maneira direcionada às necessidades afetadas do pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BULECHEK G. M., BUTCHER H. K., DOCHTERMAN J. M. NIC Classificação das Intervenções de Enfermagem. 5° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. COELHO, J. C.U. Aparelho Digestivo – Clínica e Cirurgia. 2º ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1996. v.1. COTRAN, R. K.; COLLINS, T. Patologia Estrutural e Funcional. 6º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. Robbins Patologia Básica. 8º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. NANDA. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e Classificação (2015- 2017). 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. NETTINA, Sandra M. Prática de Enfermagem. 7º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. PARRA, R. S. Doença inflamatória intestinal - Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa, 2017. Disponível em: http://rogerioparra.site.med.br/index.asp?PageName=doenca-inflamatoria-intestinal. Acesso em: 21 de junho de 2017. RALPH, S, S.; TAYLOR, M. C. Manual de Diagnósticos de Enfermagem. 7º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. SMELTZER S. C.;BARE B. G.; HINKLE J. L.;CHEEVER K. H.Brunner&Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12º ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2014. v.2. 20
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