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AULA 3 LEGISLAÇÃO EM SAÚDE MENTAL

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Legislação e Políticas Públicas em Saúde Mental 
 Profa. Vânia Farias 
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As legislações específicas na área de saúde mental não são recentes, pois em tempos passados surgiram várias normativas, a fim de legislar a atenção psiquiátrica no Brasil, e sempre estiveram em consonância ao momento histórico que o país estava vivendo e, refletiam nas formas de cuidar das pessoas com transtorno mental.
		
	
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 No Brasil, bem como nos países da América Latina e Caribe, a necessidade da criação de legislações específicas de saúde mental, que enfatizassem o modelo de assistência com base na atenção primária, teve maior força a partir da Declaração de Caracas, na década de 1990.
		
 
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Declaração de Caracas
A Declaração de Caracas consiste no documento final da Conferência Regional para a Reestruturação da Atenção Psiquiátrica na América Latina no Contexto dos Sistemas Locais de Saúde, convocada pela Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) e que foi assinada pelos países da Região das Américas, em 1990.
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Na dimensão política, a Declaração de Caracas foi o marco para as mudanças na assistência psiquiátrica na América do Sul e Caribe.
As principais metas propostas nesta Declaração foram a superação do modelo hospitalocêntrico e a luta contra todos os abusos e a exclusão das pessoas com transtornos mentais.
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A Reforma Psiquiátrica e a reorganização dos serviços de atenção à saúde mental estão embasadas, legalmente, na Lei da Reforma Psiquiátrica, n. 10.216, de 6 de abril de 2001, contudo, o Ministério da Saúde, juntamente com o poder legislativo brasileiro, tem baixado vários outros atos normativos, portarias, decretos e resoluções, a fim de dar maior viabilidade, regulamentar e, inclusive, acelerar as mudanças propostas na assistência psiquiátrica no país.
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CENÁRIO ATUAL (Dados do Ministério da Saúde)
  12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contínuo ou eventual; 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas; 3% da população geral sofre de transtornos mentais severos e persistentes.
 
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DIANTE DE TUDO ISSO O QUE POSSO FAZER? 
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 ACOLHIMENTO 
“Nenhuma técnica vale mais que um sujeito.”
 Alfredo 
 Jerusalinski
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 Deste modo, cabe relembrar que os principais tópicos apresentados na Lei n. 10.216/2001 são:
- Direitos da pessoa com transtorno mental, dos quais se destaca ser tratada com humanidade e respeito em ambiente terapêutico, preferencialmente em serviços comunitários de saúde mental;
- A responsabilidade do Estado em promover ações em saúde mental e no desenvolvimento de políticas públicas nesta área;
- Determina as formas e as situações em que os internamentos psiquiátricos podem ocorrer.
*
 
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica: 
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário; 
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; 
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. 
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. 
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente. 
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Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento. 
§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. 
§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento. 
Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
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Legislações que auxiliam e regulamentam as ações em saúde mental:
Portaria GM/MS n. 251, de 31 de janeiro de 2002 - estabelece o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH/Psiquiatria, com o objetivo de vistoriar todos os hospitais psiquiátricos públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este programa avalia, desde 2002, as estruturas físicas, de pessoal e de tratamento das instituições psiquiátricas, por meio de um instrumento avaliativo estruturado. Por intermédio destas avaliações, muitos hospitais que apresentam pouca ou nenhuma qualidade de tratamento aos pacientes foram fechados.
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 Os problemas mais comuns encontrados se referem à falta ou à inadequação do projeto terapêutico dos pacientes e aos aspectos gerais de assistência da instituição (como, por exemplo, período prolongado de internamento e grande número de pacientes com internamentos prolongados). Outro problema verificado nestas vistorias se refere aos aspectos gerais dos pacientes (limpeza, calçados, roupas, entre outros). 
 Ressalta-se também que, no Instrumento do PNASH/PSIQUIATRIA, existem vários aspectos sobre os cuidados de enfermagem que são avaliados.
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Portaria GM n. 52, de 20 de janeiro de 2004 - estabelece o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS (PRH).
A principal estratégia deste Programa é promover a redução progressiva e pactuada de leitos psiquiátricos em macro hospitais(mais de 600 leitos e alguns chegando a mais de 1000 leitos, comumente chamados de hospitais-cidades) e hospitais de grande porte (240 a 600 leitos).
Este Programa ainda visa à redução dos custos com a assistência psiquiátrica nos hospitais de maior porte, que tendem a apresentar assistência de baixa ou péssima qualidade; a pactuação entre os gestores do SUS, os hospitais e as instâncias de controle social e a redução planejada de leitos, evitando a falta de qualidade na assistência.
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 Esta portaria procurou conduzir o processo de mudança do modelo de atenção à saúde mental de modo a garantir uma transição segura, na qual a redução dos leitos hospitalares pudesse ser planificada e acompanhada da construção simultânea de alternativas de atenção no modelo comunitário, representado pela implantação dos CAPS, Serviço de Residências Terapêuticas (SRT), leitos psiquiátricos em hospitais gerais e Hospital-Dia.
 				
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Portaria GM/MS n. 224, de 29 de agosto de 1992 - instituiu a criação de “unidades de saúde locais/regionalizadas”, que foram denominadas de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), NAPS (Núcleos de Atenção Psicossocial) e CERSAMs (Centros de Referência em Saúde Mental).
Atualmente os CAPS são regulamentados pela Portaria GM n. 336, de 19 de fevereiro de 2002. Essa portaria reconheceu e ampliou o funcionamento e a complexidade desses serviços.
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Portaria GM/MS n. 106, de 11 de fevereiro de 2000, do Ministério da Saúde - introduz os Serviços Residenciais Terapêuticos no SUS para egressos de longas internações. Portaria que instituiu novos serviços na rede de atenção á saúde mental foi a de n. 44, de 10 de janeiro de 2001, que definiu como regime de Hospital-Dia a assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos que requeiram a permanência do paciente na Unidade por um período máximo de 12 horas.
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Lei n. 10.708, de 31 de julho de 2003 - institui o auxílio-reabilitaçãopara pacientes egressos de internações psiquiátricas por meio do Programa De Volta Para Casa. Este programa trata da reintegração social de pessoas com transtornos mentais e com histórico de longas internações em hospitais psiquiátricos, estas pessoas recebem o pagamento de um auxílio-reabilitação psicossocial.
 
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 No Brasil, o governo federal, notando a urgência em estabelecer planos de contenção dos números crescentes de casos de dependência química, lançou um programa específico e contingente para a situação deste agravo, o Plano Emergencial de Ampliação do Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD), por meio da Portaria GM/MS n. 1.190, de 4 de junho de 2009, que tem por objetivo: intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para a prevenção, promoção da saúde e tratamento dos riscos e danos associados ao consumo prejudicial de drogas. Outra intenção deste Programa é qualificar os hospitais gerais para o atendimento dos pacientes em internamento clínico que sejam dependentes de álcool e/ou outras drogas.
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 Em 2012, algumas portarias do Ministério da Saúde começaram a vigorar dando ênfase à política de prevenção e tratamento dos transtornos relacionados à dependência química de crack, álcool e outras drogas. 
Portaria GM/MS n. 132, de 26 de janeiro de 2012 - Institui incentivo financeiro de custeio para desenvolvimento do componente Reabilitação Psicossocial da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS);
Portaria GM/MS n. 131, de 26 de janeiro de 2012 - Institui incentivo financeiro de custeio destinado aos Estados, Municípios e ao Distrito Federal para apoio ao custeio de Serviços de Atenção em Regime Residencial, incluídas as Comunidades Terapêuticas voltadas para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial.
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Portaria GM/MS n. 130, de 26 de janeiro de 2012 - Redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24 h (CAPS AD III) e os respectivos incentivos financeiros.
Portaria GM/MS n. 121, de 25 de janeiro de 2012 - Institui a Unidade de Acolhimento para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no componente de atenção residencial de caráter transitório da Rede de Atenção Psicossocial.
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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde.  Legislação em saúde mental: 1990-2004. 5. ed. ampl. Brasília, 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legislacao_mental.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2012.
______. Ministério da Saúde. SAS/DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Saúde Mental em Dados.  7. Ed. Especial. Ano v, n.7, junho de 2010. Brasília, 2010. Disponível em: <portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/smdados.pdf>. Acesso em 01 fev. 2012.
______. Ministério da Saúde. SAS/DAPES. Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Saúde Mental em Dados – 9, Ano VI, n. 9, junho de 2011. Brasília, 2011. Disponível em: <portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Mentalemdados2011.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2012.
GUIMARAES, A. N. et al. O tratamento ao portador de transtorno mental: um diálogo com a legislação federal brasileira (1935-2001). Texto contexto – enferm. v. 19, n.2, p. 274-282, abr./ 2010.
OGUISSO, T. Dimensões ético-legais na assistência de enfermagem em saúde mental e psiquiátrica. In: STEFANELLI, M.C.; FUKUDA, I.M.K.; ARANTES, E.C. Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. Barueri: Manole, 2008.
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 “Nenhum problema poderá ser resolvido a partir da mesma consciência que o criou. É necessário aprender a ver o mundo de uma maneira nova e revigorada.” Albert Einstein

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