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AFO I - Apostila

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E 
ORÇAMENTÁRIA I 
 
 
 
 
PROFESSOR EDSON ANTONIO DELIBERALI 
FACULDADE ASSIS GURGACZ 
2009
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
1 
CAPÍTULO 1 - FINANÇAS E O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
 
 A Administração Financeira é um componente essencial não só do currículo escolar ou de um programa 
de treinamento profissional, mas em seu trabalho diário, não importa a posição e também em sua vida pessoal. 
 Administrar um negócio, seja um modesto empreendimento ou uma grande sociedade anônima, envolve 
muitas funções diferentes. E é finanças que faz com que tudo aconteça; é o que dirige todos os outros 
departamentos de uma organização. Sem capital que atenda às necessidades da empresa, seja para financiar 
seu crescimento ou para atender às operações do dia-a-dia, não podemos desenvolver e testar novos produtos, 
criar campanhas de marketing etc. O papel do administrador financeiro é assegurar que esse capital esteja 
disponível nos montantes adequados, no momento certo e ao menor custo. Se isso não ocorrer, a empresa não 
sobreviverá. 
 FINANÇAS é a arte e a ciência de administrar fundos. Ocupa-se do processo, instituições, mercados e 
instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. 
 Os ADMINISTRADORES FINANCEIROS administram ativamente as finanças de todos os tipos de 
empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. 
Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do 
caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de fundos. 
 
Para uma empresa sobreviver e manter-se num mercado cada vez mais competitivo torna-se necessário que as 
decisões sejam apoiadas em informações precisas e atualizadas. 
_______________________________________________ 
 
1.1 FORMAS BÁSICAS DE ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL 
 
a) Firma individual – empresas de propriedade de uma única pessoa que opera visando a seu próprio lucro. 
Corresponde a 75% das empresas. O proprietário tem responsabilidade ilimitada. 
b) Sociedades – dois ou mais proprietários dirigindo conjuntamente um empreendimento, com fins lucrativos. 
Representam cerca de 10% de todos os negócios. Forma-se a partir de um contrato social. 
c) Sociedade anônima – entidade empresarial intangível, criada por lei. Cerca de 15% das empresas são S/A, 
mas é a forma dominante de organização empresarial. Responde por 90% das receitas e 80% dos lucros líquidos. 
_______________________________________________ 
 
1.2 A FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
 As pessoas de todas as áreas de responsabilidade da empresa – contabilidade, produção, marketing, 
recursos humanos, pesquisas e assim por diante – necessitam interagir com o pessoal de finanças para realizar 
seu trabalho. Todos têm de justificar necessidades de acréscimo de funcionários, negociar orçamentos 
operacionais, preocupar-se com a avaliação do desempenho financeiro e defender propostas que tenham 
méritos financeiros, para conseguir recursos da alta administração. 
 
Relação com a Economia – o administrador financeiro deve compreender o arcabouço econômico e estar atento 
às conseqüências dos vários níveis de atividade econômica e das mudanças na política econômica. Deve ser capaz 
também de utilizar as teorias econômicas como diretrizes para realizar operações comerciais com eficiência. 
São exemplos a análise de oferta e procura, as estratégias de maximização do lucro e a teoria de preços. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
2 
Relação com a Contabilidade – Duas diferenças básicas: a ênfase no fluxo de caixa (reconhece as receitas e 
despesas apenas no momento que ocorrem entradas e saídas efetivas de caixa) e na tomada de decisão ( o 
contador volta sua atenção para a coleta e apresentação dos dados financeiros, o administrador utiliza esses 
dados, na forma como se apresentam ou após realizar alguns ajustes, e os toma como um importante insumo ao 
processo de tomada de decisão, avaliando riscos e retornos inerentes. 
_______________________________________________ 
 
1.3 ATIVIDADES-CHAVES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
 
O administrador financeiro é o principal responsável pela criação de valor para o acionista ou proprietário 
da empresa. 
 
 A administração financeira envolve basicamente a gestão de recursos financeiros. Como obter esses 
recursos e onde aplicá-los é a atividade principal do administrador financeiro. Então, as atividades primárias 
fundamentais do gestor financeiro são: 
a) realizar análise e planejamento financeiro, ou seja, a transformação dos dados financeiros de forma que 
possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da empresa, avaliação da necessidade de se 
aumentar (ou reduzir) a capacidade produtiva e a determinação de aumentos (ou reduções) dos financiamentos 
requeridos. Embora essas atividades estejam fortemente embasadas em demonstrativos financeiros elaborados 
com base no regime de competência, seu objetivo fundamental é avaliar o fluxo de caixa da empresa e 
desenvolver planos que assegurem que os recursos adequados estarão disponíveis para o alcance dos objetivos. 
b) tomar decisões de investimento – aplicação de capital em algum ativo, tangível ou não, para obter 
determinado retorno no futuro; determinar a combinação de ativos constantes no balanço patrimonial da 
empresa, ou seja, determinar qual o montante de recursos aplicados em ativos circulantes e quanto em ativos 
permanentes, buscando manter níveis ótimos para cada tipo de ativo circulante e quais os melhores ativos 
permanentes a adquirir, modificar, substituir ou liquidar. Essas decisões são importantes porque afetam o 
sucesso da empresa na consecução de seus objetivos. 
c) tomar decisões de financiamento - envolvem a escolha da estrutura de capital, a determinação do custo de 
capital e a captação de recursos. Remetem, portanto, à definição das fontes de financiamentos a serem 
utilizadas nas atividades da empresa e nos projetos de investimento. Os recursos financeiros advêm de duas 
fontes: capital próprio e capital de terceiros. O capital próprio é formado por recursos dos proprietários e 
acionistas da empresa, recursos de longo prazo; o capital de terceiros entra na empresa por meio de 
empréstimos (curto prazo) e financiamentos (longo prazo) obtidos junto a instituições financeiras. As dívidas 
da empresa com fornecedores (duplicatas a pagar), com funcionários (salários a pagar) e com o governo 
(tributos a pagar) também constituem recursos de terceiros à disposição da empresa. 
 
As principais decisões financeiras seguem dois eixos: decisão de investimento ou decisão de 
financiamento. 
_______________________________________________ 
 
1.4 OBJETIVOS DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
O papel do administrador financeiro é assegurar que o capital esteja disponível nos montantes adequados, no 
momento certo e ao menor custo. Se isso não ocorrer, a empresa não sobreviverá. 
 
I – Maximizar o lucro? Buscar o maior retorno monetário possível. Falhas – ignora a data da ocorrência dos 
retornos (timing); ignora o fluxo de caixa disponível aos acionistas (as receitas da companhia não representam 
fluxo de caixa disponível aos acionistas) e ignora o risco (possibilidade de que os resultados realizados possam 
ser diferentes daqueles esperados). 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
3 
II – Maximização da riqueza do acionista – a riqueza dos proprietários de uma sociedade anônima é medida pelo 
preço da ação, o qual, por sua vez, baseia-se na data da ocorrência dos retornos (fluxos de caixa), em sua 
magnitude e em seu risco. 
III – Preservar a riqueza dos stakeholders (grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, credores e 
outros que possuem vínculo econômico direto com a empresa) – minimizara rotatividade, os conflitos e os 
litígios. 
IV – Resolver os conflitos de Agency – conflito inerente administrador x proprietários (administrador colocar 
seus objetivos pessoais à frente dos objetivos da empresa). Esses conflitos levam a retornos inferiores aos 
acionistas e à perda potencial de riqueza para os proprietários. 
V – Ética – padrões de conduta ou de juízo moral – motivar empresas e participantes de mercado a aderir tanto 
à prescrição quanto ao espírito das leis e às regulamentações concernentes a todos os aspectos da prática 
empresarial e profissional. – Um programa de ética pode : reduzir potenciais litígios e custos de ajuizamentos, 
manter uma imagem positiva da empresa, reforçar a confiança dos acionistas e ganhar a fidelidade, o 
comprometimento e respeito de todos os constituintes da empresa. Tais atos, mantêm e reforçam o fluxo de 
caixa e reduz o risco percebido, afetando positivamente o preço da ação da empresa. 
_______________________________________________ 
 
1.5 PRINCIPAIS FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
O objetivo do administrador financeiro é aumentar o valor do patrimônio líquido da empresa, por meio 
da geração de lucro líquido, decorrente das atividades operacionais da empresa. Para realizar essa tarefa, o 
gestor financeiro precisa ter um sistema de informações gerenciais que lhe permita conhecer a situação 
financeira da empresa e tomar as decisões mais adequadas, maximizando seus resultados. 
 O gestor financeiro é o principal responsável pela criação de valor da empresa e, para isso, envolve-se, 
cada vez mais, com os negócios da empresa como um todo. Suas atividades abrangem decisões estratégicas, 
como a seleção de alternativas de investimento e as decisões de financiamento de longo prazo, além das 
operações de curto prazo, como a gestão do caixa, o gerenciamento do risco e tantas outras. Sua área de 
abrangência é ampla, ocupando-se do processo financeiro, dos mercados e das instituições financeiras, dos 
instrumentos financeiros e das finanças pessoais, governamentais e cooperativas. Suas principais atividades 
são: 
 
 Administração do caixa - efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa; 
 Contas a receber – controlar as contas a receber relativas às vendas a prazo; 
 Contas a pagar – controlar as contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos, despesas 
operacionais e outras; 
 Administração de crédito e cobrança - analisar a concessão de crédito aos clientes e administrar o 
recebimento dos créditos concedidos. 
 Captação e Aplicação de Recursos Financeiros - analisar e negociar a captação dos recursos financeiros 
necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis; decisão de financiamento; 
decisão de investimento; 
 Planejamento e controle financeiro - analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias 
para obter melhorias; 
 Relações com bancos; 
 Administração de custos e preços. 
Essas funções surgem e se expandem, ou desaparecem, dependendo das necessidades de cada empresa, 
variando segundo sua natureza, porte e estágio de desenvolvimento. 
 As funções financeiras podem ser de curto ou longo prazo. As funções de curto prazo envolvem a 
administração do caixa, do crédito e contas a receber e a pagar, dos estoques e dos financiamentos de curto 
prazo. A empresa precisa dispor de recursos suficientes para saldar os compromissos com fornecedores, 
salários, tributos e demais contas. Para tanto, os recebimentos das vendas e/ou prestação de serviços precisam 
ocorrer simultaneamente aos compromissos. Quando existem prazos diferentes entre os recebimentos e os 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
4 
pagamentos, na maioria das vezes, a empresa precisa buscar recursos no mercado financeiro, por meio de 
empréstimos, ou aplicar os recursos excedentes. A administração financeira de curto prazo também é chamada 
de administração do capital circulante (ou do capital de giro). No curto prazo, o administrador financeiro 
preocupa-se ainda com os planejamentos financeiro e tributário. 
 O hiato entre recebimentos e pagamentos origina-se nas políticas de concessão de crédito a clientes e 
obtenção de crédito junto a fornecedores, diferentes prazos legais para pagamentos de salários e tributos; 
diferentes políticas de estocagem e diferentes ciclos de produção. 
 As funções financeiras de longo prazo envolvem as decisões financeiras estratégicas, tais como, 
orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com investidores, dentre outras. 
No longo prazo, as decisões financeiras envolvem a obtenção de recursos para projetos e investimentos e 
definição dos critérios a serem adotados para escolha entre investimentos alternativos. O administrador 
financeiro é responsável pela saúde econômica e financeira da empresa. 
_______________________________________________ 
 
1.6 PROBLEMAS RELACIONADOS COM UMA GESTÃO FINANCEIRA INADEQUADA 
 
A inexistência de uma adequada gestão financeira pelas empresas provoca uma série problemas de 
análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades operacionais, entre os quais citamos: 
 a) Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor 
das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou financeiras, etc. Isso ocorre 
porque não fazem o registro adequado das transações realizadas. 
 b) Não saber se a empresa está tendo lucro, ou não, em suas atividades operacionais, porque não 
elaboram o demonstrativo de resultados. 
 c) Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem os seus custos 
e despesas. 
 d) Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, e o volume e o destino dos 
pagamentos, porque não elaboram o fluxo de caixa. 
e) Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial. 
 f) Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não estabelecem um valor fixo para a 
remuneração dos sócios. 
 g) Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um registro 
adequado do estoque de mercadorias. 
 h) Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, porque não fazem separação das 
despesas pessoais dos sócios em relação às despesas da empresa. 
 i) Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque não conhecem o ciclo 
financeiro de suas operações. 
 j) Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de informações 
gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
5 
CAPÍTULO 2 – O AMBIENTE OPERACIONAL DA EMPRESA 
 
 
 Qualquer pessoa que se encontre nos negócios deve compreender o ambiente total no qual a empresa 
opera. Esse ambiente inclui o governo federal e suas múltiplas entidades reguladoras, as instituições 
financeiras, os mercados monetário e de capitais. 
 Como as regulamentações governamentais e as políticas mudam frequentemente, todo administrador 
deve estar bem informado, de modo a monitorar e antecipar mudanças e posicionar a empresa para, assim, 
reagir prontamente. As regulamentações afetam a maneira como operamos, avaliamos o risco, determinamos e 
depuramos os custos dos produtos, investimos os recursos da empresa e financiamos nossas atividades. 
 A demanda de nossos produtos é afetada diretamente pelas condições econômicas mundiais. As taxas 
de juros são influenciadas pelo ambiente político e empresarial, e se constituem em fator crítico para a 
atividade econômica. Muitas decisões empresariais, tais como o momento oportuno para dispêndios de capital e 
a oferta de títulos, baseiam-se nos níveis da taxa de juros. 
 O planejamento tributário é outraárea onde devemos acompanhar as mudanças propostas e agir quando 
– e se – elas ocorrem. 
 A habilidade para acompanhar, reconhecer e adaptar-se às mudanças no contexto empresarial é uma 
capacitação gerencial chave. 
_______________________________________________ 
 
2.1 AS EMPRESAS NO AMBIENTE ECONÔMICO 
 
 O gestor financeiro necessita conhecer a estrutura do mercado em que sua empresa está inserida para 
atuar melhor em negociações comerciais, no estabelecimento de preços de venda e de cotações de compra. Isso 
envolve, inclusive, as políticas econômicas do governo. 
 As empresas compram, vendem, prestam serviços, pagam impostos, tomam recursos emprestados, 
enfim, interagem com outros agentes econômicos, no país e no exterior. Essas relações ocorrem sob a vigência 
de normas legais, fiscais, fitossanitárias e outras. As empresas, além de serem pressionadas por seus clientes 
por melhores serviços e menores preços, são fiscalizadas por diversos órgãos governamentais. Muitas vezes 
estão sujeitas a variações em suas condições de operação: a demanda de seus produtos e serviços, custos do 
dinheiro, alterações nas leis regulatórias do setor de atuação, mudanças tributárias e variações na conjuntura 
internacional. Esse conjunto de fatores caracteriza o ambiente econômico no qual a empresa está inserida. 
 Empresas com muitos concorrentes têm menores possibilidades de aumentar os preços praticados; 
empresas com muitos fornecedores têm maior poder de barganha quando da aquisição de matérias-primas e 
insumos. Os perfis dos fornecedores, dos clientes e dos produtos da empresa caracterizam o seu mercado. 
 As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular a atividade 
econômica. Mesmo os países com governos liberais interferem na atividade econômica para fomentar o 
crescimento e a estabilidade econômicos e garantir a equitatividade. 
 Bancos, companhias de crédito, taxas de juros, taxas de câmbio, títulos de dívida e falta de dinheiro 
constituem o ambiente financeiro das empresas, junto de inúmeros outros fatores que, apesar de não estarem 
diretamente relacionados à atividade-fim das empresas, têm grande influência nas finanças empresariais. 
 O mercado financeiro é o local da interação dos agentes econômicos superavitários e deficitários, 
intermediados pelos agentes financeiros, regulados e fiscalizados pelo governo e outros organismos. No jargão 
do mercado financeiro é comum ouvir que o mercado está agitado, nervoso ou calmo. O termômetro utilizado é a 
variação das taxas de juros e variações nas cotações das moedas e dos papéis negociados diariamente em 
Bolsas de Valores, e diretamente entre os intermediários financeiros. No Brasil, essas variações são 
decorrências da divulgação de: 
a) decisões do COPOM (Comitê de Política Monetária) – taxa básica de juros, taxa de recolhimentos 
compulsórios, decisões administrativas relacionadas às atividades financeiras; 
b) fatores internos – saldos da balança comercial, balanço de pagamentos, dívida pública e decisões de política 
econômica, para manutenção da estabilidade de preços; 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
6 
c) fatores externos – taxas de juros no mercado americano, variações nos índices das bolsas americanas e 
variações nas cotações de petróleo e imagem do país no exterior. 
 Taxa de juros é o índice, ou o percentual de um montante emprestado, pago a título de remuneração 
pela operação. A taxa de juros nominal (taxa que a instituição financeira afirma cobrar do tomador de 
empréstimo) é formada por uma taxa de juros livre de risco mais um prêmio pela inflação, um prêmio pelo risco 
(de inadimplência e de vencimento). Isso permite entender por que as taxas de juros variam de uma operação 
para outra. 
 As empresas e o governo brasileiro, quando contratam empréstimos no exterior ou vendem títulos nos 
mercados externos, são obrigados a pagar taxas elevadas em função da classificação de riso do país e das 
empresas. Para o mercado interno brasileiro, o Banco Central estabelece a taxa de juros básica da economia, a 
taxa SELIC, considerando os fatores externos e internos anteriormente mencionados. As demais taxas 
praticadas pelas instituições financeiras tomam a taxa SELIC por base e a ela agregam os fatores de risco. 
 Para o tomador de empréstimos, no Brasil, é ainda importante lembrar que sobre as operações de 
crédito incidem as taxas de abertura de crédito ou de manutenção de cadastro, cobradas pelas instituições 
financeiras e os impostos sobre operações de crédito. 
 
2.1.1 Condições Gerais da Economia 
 
 Existem muitas variáveis que determinam a demanda e oferta de recursos, sendo importante citar: nível 
do produto interno bruto, políticas econômicas, nível de emprego, inflação, taxas de juros e outros. A empresa 
precisa acompanhá-las e avaliar seus efeitos sobre seu custo de capital. 
 
2.1.2 Condições de Mercado 
 
 Os agentes do mercado financeiro e de capitais são muito sensíveis às mudanças da economia, 
adequando, continuamente suas políticas e práticas de negócios. Em épocas de turbulência é comum, por 
exemplo, os bancos retraírem a oferta de crédito e elevarem as taxas de juros e spreads (taxa de 
intermediação cobrada pelos bancos). Da mesma forma, os investidores atuais e potenciais da empresa mudam 
sua disposição quanto ao risco que desejam assumir e quanto ao prêmio que cobram por assumi-los. 
 O gestor financeiro precisa, também, conhecer as principais características financeiras dos 
participantes do mercado no qual atua a sua empresa, envolvendo clientes, fornecedores e concorrentes, entre 
as quais citamos: 
a) Clientes: 
- quantidade de clientes, por região e geral; 
- volume médio de vendas por cliente, por tipo de produto e geral; 
- prazo médio e forma de pagamento das vendas; 
b) Fornecedores: 
- quantidade de fornecedores, por tipo de produto; 
- volume médio de compras por fornecedor; 
- prazo médio de pagamento das compras; 
c) Concorrentes: 
- quantidade de concorrentes, por região e por tipo de produto; 
- preço médio por tipo de produto; 
- prazo médio e forma de pagamento das vendas. 
 
_______________________________________________ 
 
2.2 ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 O Sistema Financeiro Nacional é constituído por: 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
7 
a) Conselho Monetário Nacional – que tem a finalidade de formular a política da moeda e do crédito como 
previsto em lei, objetivando o progresso econômico e social do País. O CMN acaba sendo o conselho de política 
econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia 
e cambial. Atualmente, seu presidente é o próprio Ministro da Fazenda. 
b) Banco Central do Brasil - Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as 
disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário 
Nacional. O BACEN é o órgão responsável pela execução das normas que regulam o SFN. São suas atribuições 
agir como: banco dos bancos, gestor do SFN, executor da política monetária, banco emissor e banqueiro do 
governo. (www.bc.gov.br) 
c) Comissão de Valores Mobiliários - a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntures. 
Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos podem ser sintetizados em apenas um: o fortalecimento do 
mercado acionário. (www.cvm.gov.br) 
d) Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; 
e) bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos comerciais; cooperativos; 
f) bancos de investimento; 
g) bancos de desenvolvimento; 
h) sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
i) sociedades de arrendamento mercantil; 
j) sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores 
mobiliários;k) bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros; 
l) Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC); 
m) Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP); 
n) sociedades de crédito imobiliário; 
o) associações de poupança e empréstimo. 
 
 A LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964 dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, 
Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
8 
FIGURA 1 – ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO 
 
Fonte: Apostila Exitus 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
9 
2.3 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E MERCADOS 
 
São importantes elementos do ambiente operacional de uma empresa. 
Empresas que necessitam de fundos de fontes externas podem obtê-los de três formas: através de 
instituições financeiras – (intermediários que canalizam as poupanças de indivíduos, empresas e governos para 
empréstimos ou investimentos) que captam poupança e as transferem para aqueles que precisam de fundos; 
através de mercados financeiros – foros organizados onde fornecedores e tomadores de vários tipos de fundos 
podem realizar transações; e através de colocação privada. 
De acordo com Art. 17 da LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964, consideram-se instituições 
financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como 
atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros 
Existem dois mercados financeiros básicos: o mercado monetário e o mercado de capitais. As 
transações com instrumentos de dívida de curto prazo (vencimento de um ano ou menos) ou com valores 
mobiliários negociáveis (Letras do Tesouro, certificados de depósitos etc) realizam-se no mercado monetário. 
Os títulos de longo prazo – com vencimento acima de um ano - (títulos de dívida e ações) são negociados no 
mercado de capitais. 
 
_______________________________________________ 
 
2.4 TAXAS DE JUROS E RETORNOS REQUERIDOS 
 
Taxa de juros é a compensação paga pelo tomador de fundos ao credor; do ponto de vista do tomador 
de fundos é o custo de tomar emprestado os fundos. O nível dessa taxa atua como um regulador que controla o 
fluxo entre fornecedores e tomadores de fundos. Quando os fundos são obtidos através da venda de um 
direito de propriedade – como na venda de ações – o custo para o emissor (tomador) é normalmente chamado de 
retorno requerido, o qual reflete o nível de retorno esperado pelo fornecedor de fundos. Ignorando o fator de 
risco, a taxa de juros nominal ou de mercado (custo dos fundos) é resultante da taxa de juros real ajustada 
pelas expectativas inflacionárias e pelas preferências por liquidez – preferências dos investidores em geral por 
títulos de menor prazo. 
Taxa de juros real = taxa que cria um equilíbrio entre o fornecimento de poupança e a demanda por fundos de 
investimento em um mundo perfeito, sem inflação, onde os fornecedores e tomadores de fundos não têm 
preferência por liquidez e todos os resultados são certos. 
Taxa de juros nominal ou corrente (retorno) = é a efetiva taxa de juros cobrada pelo fornecedor de fundos 
e paga pelo tomador. Ela difere da taxa de juros real devido a dois fatores: expectativas inflacionárias 
refletidas em um prêmio pela inflação (IP) e características do emissor e da emissão, tais como o risco de 
inadimplência e condições contratuais, refletidas em um prêmio pelo risco (RP). 
 K1 = k* + IP + RP1 
Onde: 
K1 = taxa de juros nominal ou corrente 
K* = taxa real 
IP = Prêmio pela inflação 
RP = Prêmio pelo risco 
 
Sendo k* + IP = taxa livre de Risco = RF 
Temos: k1 = RF + RP1 
Então, taxa livre de risco = RF = k* + IP 
 
A taxa de juros sem risco RF é o retorno requerido de um ativo sem risco, tipicamente uma letra de 3 
meses do Tesouro dos Estados Unidos. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
10 
O prêmio pelas expectativas inflacionárias representa a taxa de inflação média esperada (mudança no 
nível de preços) durante o prazo do empréstimo ou investimento. O prêmio pela expectativa inflacionária muda 
com o tempo, em resposta a muitos fatores, incluindo taxas de inflação recentes, políticas governamentais e 
eventos internacionais. 
_______________________________________________ 
 
2.5 ESTRUTURA A TERMO DAS TAXAS DE JUROS 
 
Relaciona a taxa de juros ou a taxa de retorno ao prazo de vencimento. 
Rendimento até o vencimento = taxa de retorno = taxa anual de juros ganha sobre um título comprado em um 
dado dia e mantido até o vencimento. 
Curva de rendimento = gráfico de estrutura a termo das taxas de juros que mostra a relação entre o 
rendimento de um título até o vencimento (eixo y) e o prazo de vencimento (eixo x), mostra configuração das 
taxas de juros de títulos de igual qualidade e diferentes vencimentos. 
 
2.5.1 Teorias da estrutura a termo 
 
a) a hipótese das expectativas – sugere que a curva de rendimento reflete as expectativas em relação às 
taxas de juros futuras. Expectativas de uma inflação crescente resultam em uma curva de rendimento de 
inclinação ascendente e expectativas de inflação decrescente resultam numa curva de rendimento de 
inclinação descendente. 
b) Teoria da preferência pela liquidez – sugere que, para qualquer emissor, as taxas de juros de longo prazo 
tendem a ser mais altas que as taxas de juros de curto prazo, devido a menor liquidez e a maior 
sensibilidade dos títulos de prazos mais longos aos movimentos gerais da taxa de juros; isso faz com que a 
curva de rendimentos seja de inclinação ascendente. 
c) Teoria da segmentação de mercado – sugere que o mercado de empréstimos é segmentado com base nos 
vencimentos e que as fontes de oferta e demanda por empréstimo, dentro de cada segmento, determinam 
sua taxa de juros prevalecente; a inclinação da curva de rendimento é determinada pela relação geral entre 
as taxas prevalecentes em cada segmento. 
Dessas 3 teorias podemos concluir que, em qualquer momento, a inclinação da curva de rendimento é 
afetada por: 
¾ Expectativas inflacionárias 
¾ Preferências por liquidez 
¾ Equilíbrio comparativo da oferta e de demanda nos segmentos de mercado de curto e longo prazo. 
A inclinação ascendente da curva de rendimento é conseqüência de expectativas de inflação futura mais alta, 
da preferência dos credores por empréstimo com vencimentos menores e da maior oferta de empréstimos de 
curto prazo que de empréstimos de longo prazo com relação a sua respectiva demanda. 
 
Prêmio pelo risco – O prêmio pelo risco varia conforme as características específicas do emissor e da emissão; 
e faz com que títulos com vencimento similares tenham taxas de juros nominais diferentes. O prêmio pelo risco, 
RP, consiste de vários componentes relativos ao emissor –e à emissão – que incluem risco de inadimplemento, 
risco de vencimento, risco de liquidez, condições contratuais e risco tributário. 
Risco e retorno – tradeoff entre risco e retorno – expectativa de que, por aceitar maior risco, os investidores 
devem ser compensados com maiores retornos. 
_______________________________________________ 
 
2.6 TRIBUTAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA 
 
As empresas, assim como os indivíduos, devem pagar impostos sobre suas rendas. Independentemente 
de sua forma legal, todas as empresas podem auferir dois tipos de renda: 
¾ Lucro normal ou operacional 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
11 
¾ Ganhos de Capital 
 
LUCRO NORMAL OU OPERACIONAL - É um lucro obtido com a venda de produtos ou serviços da empresa. 
GANHOS DE CAPITAL - Diferençapositiva entre o preço de venda de um ativo e o seu preço de compra 
 
2.6.1 Rendimento de Juros e Dividendos 
 
No processo de determinação do lucro tributável, quaisquer juros recebidos pela sociedade anônima são 
computados como lucro normal e, portanto, tributados conforme as alíquotas tributárias aplicáveis à empresa. 
Os dividendos recebidos sobre ações ordinárias e preferenciais de outras sociedades anônimas e que 
representam menos que 20% do direito de propriedade delas, por outro lado, estão sujeitos a uma isenção de 
70%, para fins tributários.. Devido a isenção dos dividendos, somente 30% desses dividendos interempresariais 
são incluídos como lucro normal (para evitar uma tripla tributação). 
 
Ex.: Uma empresa recebeu no ano passado, R$ 100.000,00 de juros sobre suas aplicações em títulos e R$ 
100.000,00 em dividendos sobre as ações ordinárias que possuía de outras sociedades anônimas. A empresa 
está sujeita a uma alíquota de IR de 40% e tem direito a uma isenção de 70% sobre os dividendos 
interempresariais recebidos. O lucro após IR de cada um desses investimentos é obtido como se segue: 
 Rendimento de juros Rendimento de dividendos 
(1) Valor antes IR 100.000,00 100.000,00 
 Menos isenção aplicável 0,00 70.000,00 
 VALOR TRIBUTÁVEL 100.000,00 30.000,00 
(2) Imposto (40%) 40.000,00 12.000,00 
 VALOR APÓS IR 60.000,00 88.000,00 
 
A ISENÇÃO DOS DIVIDENDOS AUMENTA A ATRATIVIDADE DOS INVESTIMENTOS EM AÇÕES EM 
COMPARAÇÃO COM OS INVESTIMENTOS EM TÍTULOS DE RENDA FIXA. 
 
2.6.2 Despesas dedutíveis do Imposto de Renda 
 
As sociedades anônimas podem, no cálculo de seus impostos, deduzir despesas operacionais tais como 
despesas de publicidade, comissões de vendas, crédito em liquidação, bem como despesas de juros. A dedução 
dessas despesas reduz o seu custo após o IR, tornando-as menos onerosas do que pareciam a princípio. 
Exemplo: 
As companhias X e Y esperam obter, no próximo ano, cada uma, lucros antes dos juros e impostos de R$ 
200.000,00. A companhia X terá de pagar R$ 30.000,00 de juros, durante o ano; a Cia. Y não tem dívida em 
títulos e, portanto, não terá despesas de juros. Considerando alíquota de 40% de IR, o cálculo do lucro depois 
do IR fica: 
 Cia. X Cia. Y 
Lucro antes dos juros e IR (LAJIR) 200.000,00 200.000,00 
Menos: despesas de juros 30.000,00 0,00 
Lucro antes do IR (LAIR) 170.000,00 200.000,00 
Menos: IR (40%) 68.000,00 80.000,00 
Lucro após IR 102.000,00 120.000,00 
 
Diferença dos lucros após o IR = 120.000,00 – 102.000,00 = 18.000,00 
 
Os dados mostram que, embora a Cia. X tenha R$ 30.000,00 de despesas de juros a mais que a Cia. Y, 
seus lucros após o IR são de somente R$ 18.000,00 a menos. Essa diferença é atribuída ao fato de que a 
dedução das despesas de juros propiciou uma economia de IR de R$ 12.000,00. 
Obs.: Os juros são despesas dedutíveis do IR, enquanto que os dividendos não são. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
12 
CAPÍTULO 2 – EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
 
1) Para estimar a taxa de juros real, a divisão de economia de uma importante holding bancária coletou os 
dados resumidos no quadro a seguir. Em vista da alta probabilidade de ser aprovada uma nova legislação 
tributária no futuro próximo, dados atuais, bem como dados que refletem o provável impacto da nova 
legislação sobre a demanda por fundos, também foram incluídos na tabela (nota: a legislação não terá 
nenhum impacto sobre a oferta prevista de fundos. Suponha um mundo perfeito, onde a inflação 
esperada é zero, os fornecedores de fundos e os tomadores não têm preferência pela liquidez e todos 
os resultados são certos). 
a) desenhe a curva de oferta e a curva de demanda por fundos, usando os dados atuais; 
b) usando seu gráfico, identifique e anote a taxa de juros real utilizando os dados atuais; 
c) adicione ao gráfico traçado em a a nova curva de demanda esperada, caso venha a efetivar-se a 
mudança da legislação tributária. 
d) Qual é a nova taxa de juros real? Compare e analise esse resultado à luz de sua análise em b. 
ATUALMENTE Se a legislação tributária 
for aprovada 
Montante de fundos 
fornecidos/tomados 
(em R$ bilhões) Taxa de juros requeridas 
pelos fornecedores de 
fundos (%) 
Taxa de juros requerida 
pelos tomadores de fundos 
(%) 
Taxa de juros requeridas 
pelos tomadores de fundos 
(%) 
1 2 7 9 
5 3 6 8 
10 4 4 7 
20 6 3 6 
50 7 2 4 
100 9 1 3 
 
 
 
 
 
 
2) Uma empresa que deseja avaliar o comportamento da taxa de juros, coletou dados de retorno sobre 
cinco títulos do Tesouro dos Estados Unidos, cada um com diferente vencimento e todos medidos na 
mesma data. Segue a síntese dos dados. 
 
Títulos do Tesouro dos EUA Época de vencimento Rendimento (%) 
A 1 ANO 12,6 
B 10 ANOS 11,2 
C 6 MESES 13,0 
D 20 ANOS 11,0 
E 5 ANOS 11,4 
a) desenhe a curva de rendimentos associada aos dados acima; 
b) descreva a curva de rendimentos e explique as expectativas gerais implícitas nela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
13 
3) Um estudo recente sobre as expectativas inflacionárias revelou que há consenso entre os analistas 
econômicos acerca das seguintes taxas de inflação média anual esperada para os períodos assinalados. 
(Nota: suponha que o risco de movimentos na taxa de juros afetarem mais os vencimentos de longo 
prazo que os vencimentos de curto prazo seja zero, isto é, que não haja risco de vencimento.) 
 
PERÍODO TAXA DE INFLAÇÃO MÉDIA ANUAL (%) 
3 meses 5 
1 ano 6 
5 anos 8 
10 anos 8,5 
20 anos 9 
a) se a taxa de juros real é atualmente 2,5%, obtenha a taxa de juros nominal para cada uma das seguintes 
emissões do Tesouro: título de dívida a 20 anos; letra a 3 meses; nota a 1 ano; título de dívida a 5 anos. 
b) Se a taxa de juros real cair a 2% inesperadamente, sem qualquer mudança nas expectativas 
inflacionárias, que efeito, se houver, isto teria sobre suas respostas em a? Explique. 
c) Usando os resultados obtidos em a, trace a curva de rendimentos para os títulos do Tesouro. Descreva 
a configuração geral e as expectativas refletidas pela curva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Uma empresa que deseja avaliar o comportamento da taxa de juros coletou dados da taxa de juros 
nominal e expectativas inflacionárias sobre cinco títulos do Tesouro dos Estados Unidos, cada um deles 
com diferente vencimento e medidos em diferentes datas, durante o ano passado. (Nota: suponha que o 
risco de os movimentos na taxa de juros futura afetarem mais os vencimentos de longo prazo do que os 
vencimentos de curto prazo seja zero, isto é, não haja risco de vencimento). Esses dados estão 
sintetizados no quadro a seguir: 
 
Título do Tesouro dos 
EUA 
Data Vencimento Taxa de juros nominal 
(%) 
Expectativas 
inflacionárias (%) 
A 7 jan 1 ano 12,6 9,5 
B 12 mar 10 anos 11,2 8,2 
C 30 mai 6 meses 13,0 10,0 
D 15 ago 20 anos 11,0 8,1 
E 30 dez 5 anos 11,4 8,3 
 
a) usando os dados acima, calcule a taxa de juros real em cada data; 
b) descreva o comportamento da taxa de juros real durante o ano. Que forças poderiam ser responsáveis 
por tal comportamento? 
c) Trace a curva de rendimento associada a esses dados, supondo que as taxas nominais tenham sido 
medidas na mesma data; 
d) Descreva a curva de rendimento resultante e explique as expectativas gerais nela implícitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
14 
5) Os seguintes dados de retorno para vários títulos de dívida de sociedades anônimas altamente 
qualificadas foram observados em cada uma das três datas apontadas. 
 
RETORNO Prazo de vencimento 
(anos) 5 ANOS ATRÁS 2 ANOS ATRÁS HOJE 
1 9.1 14.6 9.3 
3 9.2 12.8 9.8 
5 9.3 12.2 10.9 
10 9.5 10.912.6 
15 9.4 10.7 12.7 
20 9.3 10.5 12.9 
30 9.4 10.5 13.5 
 
a) sobre o mesmo conjunto de eixos, trace a curva de rendimento de cada uma das três datas dadas. 
b) Identifique cada curva obtida conforme sua configuração geral (inclinação descendente, ascendente, 
plana) e descreva a expectativa de inflação geral e da taxa de juros existente em cada uma das três 
datas. 
 
 
 
 
 
 
 
6) A taxa de juros real é atualmente 3%; a expectativa de inflação e o prêmio pelo risco para alguns 
títulos são dados abaixo. 
 
TÍTULO Prêmio pela expectativa de inflação (%) Prêmio pelo risco (%) 
A 6 3 
B 9 2 
C 8 2 
D 5 4 
E 11 1 
 
a) obtenha a taxa de juros livre de risco aplicável a cada título; 
b) embora não notado, qual fator pode ser a causa das diferentes taxas livres de risco encontradas em a? 
c) obtenha a taxa de juros nominal para cada título. 
 
 
 
7) Você está tentando encontrar a taxa de juros nominal para cada um dos dois títulos A e B – emitidos 
por diferentes empresas na mesma data. Os seguintes dados foram coletados: 
 
CARACTERÍSTICAS TÍTULO A TÍTULO B 
Prazo de vencimento 3 anos 15 anos 
Prêmio pela expectativa de inflação 9,0% 7,0% 
Prêmio pelo risco por: 
Risco de inadimplemento 1,0% 2,0% 
Risco de vencimento 0,5% 1,5% 
Risco de liquidez 1,0% 1,0% 
Outros riscos 0.5% 1,5% 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
15 
a) se a taxa de juros real é atualmente 2%, obtenha a taxa de juros livre de risco aplicável a cada título; 
b) obtenha o total de prêmio pelo risco atribuível às características do emissor e da emissão de cada 
título; 
c) calcule a taxa de juros nominal para cada título. Compare e discuta seus resultados. 
 
 
 
 
8) Uma empresa teve, no final do ano, lucros operacionais de R$ 280.000,00. Durante o ano, a empresa 
vendeu ações de outra companhia por R$ 180.000,00, ou seja, R$ 30.000,00 acima de seu preço de 
compra original de R$ 150.000,00, pagos no ano anterior. 
a) qual é o montante, se houver, de ganhos de capital realizados durante o ano? 
b) Quanto é o total do lucro tributável que a empresa ganhou durante o ano e o total de imposto 
devido pela empresa? 
 
 
 
9) Durante o ano passado, uma empresa teve lucros operacionais antes do imposto de renda de R$ 
490.000,00. Adicionalmente, durante o ano, recebeu R$ 20.000,00 em rendimento de juros sobre 
títulos de dívida emitidos por outra empresa e recebeu R$ 20.000,00 em dividendos sobre seus 5% de 
ações ordinárias que possui de uma terceira empresa. Considerando que a empresa está na faixa 
tributária de 40% a.a e pode optar pela isenção de 70% dos dividendos relativos às suas ações. 
a) calcule o imposto de renda a pagar somente sobre os lucros operacionais; 
b) encontre o imposto de renda a pagar e o montante após o IR atribuível à receita de juros 
provenientes dos títulos de dívida; 
c) encontre o imposto de renda a pagar e o montante após o IR atribuível aos rendimentos 
provenientes das ações ordinárias; 
d) compare, contraste e discuta os montantes, depois do IR, resultante dos rendimentos de juros 
e de dividendos; 
e) qual é o total de imposto de renda a pagar da empresa para o ano? 
 
 
 
 
10) Uma empresa espera obter lucros para este exercício de R$ 40.000,00 antes dos juros e impostos. 
Supondo uma alíquota de imposto de renda de 40%, calcule os lucros da empresa depois do IR e os 
lucros disponíveis para os acionistas ordinários (lucros depois dos impostos e dividendos sobre ações 
preferenciais, se houver), conforme as seguintes condições: 
a) a empresa paga R$ 10.000,00 em juros; 
b) a empresa paga R$ 10.000,00 em dividendos sobre ações preferenciais. 
 
 
 
11) Uma empresa está considerando a venda de dois ativos não depreciáveis, X e Y. O ativo X foi comprado 
por R$ 2.000,00 e será vendido agora por R$ 2.250,00. O Ativo Y foi comprado por R$ 30.000,00 e 
será vendido por R$ 35.000,00. A empresa está sujeita a 40% de imposto de renda sobre os ganhos de 
capital. 
a) calcule o montante de ganho de capital, se houver, obtido sobre cada um dos ativos. 
b) Calcule o imposto de renda sobre a venda de cada ativo. 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
16 
12) Uma empresa teve lucros operacionais de R$ 250.000,00 no ano de 2007. Sabendo-se que, durante o 
ano, a empresa recebeu R$ 50.000,00 de rendimentos de juros sobre títulos de dívida e R$ 30.000,00 
de dividendos sobre ações que possui de outra empresa, calcule o total de imposto de renda pago pela 
empresa considerando uma alíquota única de 40% e a isenção de 70% sobre os dividendos. 
 
 
 
 
 
13) O Lajir da empresa X, no ano passado, foi de R$ 150.000,00. Ela paga juros anuais na ordem de R$ 
20.000,00 e R$ 20.000,00 de dividendos sobre ações preferenciais. Supondo uma alíquota de IR de 
40%, calcule os lucros da empresa depois do IR e os lucros disponíveis para os acionistas ordinários. 
 
 
 
14) Uma empresa teve um lucro operacional de R$ 100.000,00. Sabe-se que durante o ano ela adquiriu um 
equipamento por R$ 54.000,00 e acabou vendendo, sem uso, por R$ 62.000,00, no mesmo ano. Qual é o 
valor tributável da empresa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
17 
CAPÍTULO 2 – TRABALHO 
 
1) Sabendo que uma corporação tem R$ 100.000,00 de lucro tributável provindo de operações, mais R$ 
5.000,00 de lucro com juros e R$ 10.000,00 de lucros com dividendos. Qual o imposto de renda da 
companhia? 
 
 
 
2) Suponha que a maioria dos investidores esperem que a taxa de inflação seja de 7% para o próximo ano, 
caindo para 5% daqui a 5 anos, 4 % para daqui a 10 anos e, então, permaneça a uma taxa de 3% depois disso. 
Suponha que a taxa real livre de risco, k*, permaneça em 2% e que os prêmios pelo risco de vencimento 
sobre os títulos do Tesouro aumentem de zero sobre os títulos de dívida de curto prazo (aqueles que tem 
vencimento até um ano) para um nível de 0,2 pontos percentuais por ano de vencimento, até o limite de 2,0 
pontos percentuais. Calcule a taxa de juros nominais sobre os títulos de dívida do Tesouro de 1, 5, 10 e 20 
anos e desenhe a curva de rendimento, descrevendo-a e procedendo a sua análise. 
 
 
 
3) Uma empresa teve um lucro tributável em 2007 de R$ 159.000,00 após todos os custos operacionais, porém 
antes de despesas com juros de R$ 35.000,00; dividendos pagos de R$ 20.000,00; dividendos recebidos de 
R$ 30.000,00 e imposto de renda (alíquota de 40%). Qual é o imposto de renda pago pela empresa? Qual o 
lucro líquido total da empresa após o pagamento do imposto? 
 
 
 
4) As receitas de uma empresa no ano de 2007 foram: 
a) lucro operacional R$ 200.000,00 
b) rendimento de juros R$ 16.000,00 
c) rendimento de dividendos R$ 50.000,00 
d) ganhos de capital sobre a venda de ativos da empresa R$ 80.000,00 
 
 Suas despesas, no mesmo ano foram: 
a) despesas com juros R$ 120.000,00 
b) total de dividendos pagos R$ 80.000,00 
 
Considerar alíquota única de IR de 40% e isenção de 70% sobre o rendimento de dividendos. 
Pede-se: IR a ser pago e lucro após o pagamento de dividendos das ações preferenciais. 
 
 
 
 
5) A Contabilidade e a Administração Financeira estão intimamente relacionadas. Explique qual a importância da 
Contabilidade para o Administrador Financeiro e quais são as diferenças básicas entre as duas. 
R.: ______________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
18 
6) Estrutura a termo das taxas de juros – Os seguintes dados de retorno para vários títulos de dívida de 
sociedades anônimas altamente qualificadas foram observados em cada uma das três datas apontadas. 
 
 RETORNOPrazo de Vcto 5 anos atrás 3 anos atrás atual 
1 ano 12,9 10,1 8,5 
5 anos 12,6 9,9 9,0 
6 meses 13,3 9,8 8,0 
10 anos 11,0 10,0 10,2 
15 anos 10,5 9,9 10,7 
20 anos 10,0 9,8 12,0 
 
Trace a curva de rendimento de cada um das três datas, identifique as curvas obtidas e descreva suas 
expectativas gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Com os dados abaixo e considerando a taxa de juros real atual de 2%, trace a curva de rendimento, 
descreva-a e analise sua estrutura de acordo com as teorias estudadas. 
 
Título Época de vcto Expectativas Inflacionárias (%) Prêmio pelo Risco 
A 1 ano 8,0 1,0 
B 15 anos 9,0 2,5 
C 6 meses 7,5 0,5 
D 10 anos 8,7 2,0 
E 20 anos 9,5 3,0 
F 5 anos 8,5 1,5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
19 
CAPÍTULO 3 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
As demonstrações financeiras fornecem uma rápida visão intuitiva da situação da empresa, um ponto de 
partida para análises posteriores. Também são as bases para planejar os negócios e elaborar os orçamentos 
internos. 
 
3.1 RELATÓRIO AOS ACIONISTAS 
 
Resume e documenta as atividades financeiras das sociedades de capital aberto durante o ano. Inicia 
com uma mensagem do presidente da empresa e/ou do conselho de administração aos acionistas, acompanhada 
das principais demonstrações financeiras. Importante veículo para influenciar as percepções dos proprietários 
acerca da empresa e suas perspectivas futuras. Devido às informações que contém, o relatório dos acionistas 
pode afetar o risco esperado, o retorno, o preço da ação e, sobretudo, a viabilidade da empresa. 
_______________________________________________ 
 
3.2 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BÁSICAS 
 
São 4 as demonstrações financeiras principais requeridas pela Comissão de Valores Mobiliários: 
demonstração do resultado do exercício, balanço patrimonial, demonstração de lucros retidos e a demonstração 
dos fluxos de caixa. 
 
3.2.1 Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Fornece um resumo financeiro dos resultados das operações da empresa durante um período específico. 
Normalmente, a DRE cobre o período de um ano encerrado em uma data específica, em geral, 31 de dezembro 
do ano calendário. 
 
DRE DA EMPRESA X PARA O ANO ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 
Receita de vendas 1.700.000 
Menos: custo dos produtos vendidos 1.000.000 
Lucro bruto 700.000 
Menos: despesas operacionais 
 Despesas de vendas 80.000 
 Despesas gerais e administrativas 150.000 
 Despesas de depreciação 100.000 
Despesas operacionais totais 
330.000 
LAJIR (lucro operacional) 370.000 
Menos: Despesas Financeiras (de juros) 70.000 
LAIR 300.000 
Menos: provisão para IR (alíquota = 40%) 120.000 
LUCRO LÍQUIDO APÓS IR 180.000 
Menos: dividendos às ações preferenciais 10.000 
LUCRO LÍQUIDO DISPONÍVEL AOS ACIONISTAS ORDINÁRIOS 170.000 
Lucro por Ação (LPA) 1,70 
LPA = lucro líquido disponível aos acionistas ordinários dividido pelo número de ações ordinárias emitidas (no 
caso da empresa X = 100.000 ações). 
 
3.2.2 Balanço patrimonial 
 
Representa a demonstração resumida da posição financeira da empresa em determinada data. O Balanço 
Patrimonial é dividido em Ativo e Passivo + Patrimônio Líquido. O Ativo representa as aplicações de recursos 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
20 
feitas na empresa. O Passivo + PL revela as origens de recursos obtidos pela empresa e que foram investidos no 
Ativo. Dessa maneira, observa-se que todos os recursos financeiros que estão aplicados no Ativo, tiveram a sua 
origem no Passivo + PL, ou seja, os recursos aplicados no Ativo estão sendo financiados pelos recursos dos 
sócios ou proprietários ou de terceiros. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA X 
ATIVOS 2007 2006 
ATIVOS CIRCULANTES 
 Caixa 400.000 300.000 
 Títulos negociáveis 600.000 200.000 
 Duplicatas a receber 400.000 500.000 
 Estoques 600.000 900.000 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 2.000.000 1.900.000 
ATIVOS PERMANENTES (ao custo) 
 Terrenos e edifícios 1.200.000 1.050.000 
 Máquinas e Equipamentos 850.000 800.000 
 Móveis e Utensílios 300.000 220.000 
 Veículos 100.000 80.000 
 Outros (incluindo determinados arrendamentos mercantis) 50.000 50.000 
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE (ao custo) 2.500.000 2.200.000 
Menos: Depreciação acumulada 1.300.000 1.200.000 
ATIVO PERMANENTE LÍQUIDO 1.200.000 1.000.000 
ATIVO TOTAL 3.200.000 2.900.000 
PASSIVO E PATRIMONIO LIQUIDO 2006 2007 
PASSIVO CIRCULANTE 
 Títulos a pagar 700.000 500.000 
 Duplicatas a pagar 600.000 700.000 
 Outras contas a pagar 100.000 200.000 
TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 1.400.000 1.400.000 
EXIGIVEL A LONGO PRAZO 600.000 400.000 
TOTAL DO PASSIVO 2.000.000 1.800.000 
PATRIMONIO LIQUIDO 
 Ações Preferenciais 100.000 100.000 
 Ações Ordinárias – R$ 1,20 ao par, 100.000 ações emitidas em 
2007 e 2006 
120.000 120.000 
Ágio na venda de ações ordinárias 380.000 380.000 
Lucros retidos 600.000 500.000 
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.200.000 1.100.000 
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMONIO LIQUIDO 3.200.000 2.900.000 
 
3.2.3 Demonstração de Lucros Retidos 
 
Apresenta o total acumulado de todos os lucros, líquido dos dividendos, que foram retidos e reinvestidos na 
empresa desde seu início. Reconcilia o lucro líquido auferido durante um determinado ano e qualquer dividendo 
pago em dinheiro, com a variação ocorrida nos lucros retidos entre o início e o fim desse ano. 
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS RETIDOS DA EMPRESA X EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 
Saldo de lucros retidos (em 1.º de janeiro de 2007) 500.000 
Mais: lucro líquido depois dos impostos (em 2007) 180.000 
Menos: dividendos em dinheiro (pagos durante 2007) 
 Ações preferenciais (10.000) 
 Ações ordinárias (70.000) 
Total de dividendos pagos (80.000) 
Saldo de lucros retidos (em 31 de dezembro de 2007) 600.000 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
21 
3.2.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa 
 
Fornece um resumo dos fluxos de caixa durante um dado período, geralmente do ano recém-encerrado. 
_______________________________________________ 
 
3.3 DEPRECIAÇÃO 
 
Importante conceito contábil usado, com efeito, para confrontar o custo histórico dos ativos 
permanentes com as receitas que eles geram. O Administrador Financeiro está mais preocupado com os fluxos 
de caixa do que com os lucros líquidos apurados na demonstração do resultado. Para ajustar a demonstração do 
resultado e obter o fluxo de caixa das operações, todas as despesas não-desembolsáveis devem ser 
acrescentadas de volta aos lucros líquidos da empresa depois do imposto de renda. 
Itens não-desembolsáveis são despesas lançadas na demonstração do resultado, as quais não envolvem uma 
efetiva saída de caixa durante o período. Ex: deduções por depreciação, amortização e exaustão. 
VIDA ÚTIL – período de tempo no qual um ativo é depreciado. 
Valor depreciável de um ativo = montante a ser depreciado = é o seu custo total, incluindo os gastos com 
instalação. 
 O registro da depreciação e outras despesas não-desembolsáveis permite que a empresa pague menos 
impostos, devido à diminuição do lucro tributável. 
_______________________________________________ 
 
3.4 ANALISANDO O FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA 
 
 Tanto o caixa como os títulos negociáveis, devido a sua natureza altamentelíquida, são considerados 
equivalentes a caixa, e representam um reservatório de liquidez que é aumentado pelas entradas de caixa e 
diminuídos pelas saídas de caixa. 
Os fluxos de caixa da empresa são divididos em: 
¾ Fluxos operacionais – são os fluxos de caixa – entradas e saídas - diretamente relacionados à produção e 
venda dos produtos e serviços da empresa 
¾ Fluxos de investimento – são fluxos de caixa associados com a compra e venda de ativos imobilizados e 
participações societárias, (compra = saída e venda = entradas de caixa). 
¾ Fluxos de financiamento – resultantes de operações de empréstimo e capital próprio, incluem a obtenção e 
quitação de empréstimos, entradas de caixa por venda de ações e saídas de caixa por recompra de ações ou 
pagamento de dividendos em dinheiro. 
 
3.4.1 Classificação das Origens e Aplicações de Caixa 
 
Na realidade, a demonstração dos fluxos de caixa resume as origens e as aplicações de caixa durante 
um dado período. Uma diminuição em um ativo, tal como o saldo de caixa da empresa, é uma origem de fluxos de 
caixa, porque os fundos que estavam vinculados ao ativo são liberados e podem ser usados para outra finalidade 
qualquer, tal como a quitação de um empréstimo. Por outro lado, um aumento no saldo de caixa da empresa é 
uma aplicação de fluxo de caixa, uma vez que fundos adicionais estão sendo vinculados ao saldo de caixa da 
empresa. 
Vimos, anteriormente, que a depreciação é um item não-desembolsável, por isso é considerada uma 
entrada de caixa ou origem de caixa. Assim, uma empresa pode apresentar um prejuízo e ter fluxo de caixa 
positivo. 
Como a depreciação é tratada com uma origem de caixa distinta, somente as variações brutas nos ativos 
imobilizados aparecem da demonstração de fluxos de caixa, evitando, assim, uma dupla contagem da 
depreciação. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
22 
Variações por lançamentos diretos em lucros retidos não são incluídas na demonstração de fluxos de 
caixa; em vez disso, o lançamento de itens que afetam os lucros retidos aparecem como lucro líquido ou prejuízo 
depois do imposto de renda e dos dividendos pagos. 
 
Origens – diminuição em qualquer ativo; aumento em qualquer passivo; lucro líquido após o IR; depreciação e 
outros itens não-desembolsáveis; venda de ações. 
Aplicações – aumento em qualquer ativo; diminuição em qualquer passivo; prejuízo líquido; dividendos pagos; 
recompra ou resgate de ações. 
 
3.4.2 Elaborando a demonstração dos fluxos de caixa 
 
Passo 1 – calcule as variações do balanço patrimonial em ativos, passivos e patrimônio líquido. 
Passo 2 – Classifique cada variação calculada no passo 1 como origem (O) ou aplicação (A). 
Passo 3 – Separadamente, some todas as origens e todas as aplicações encontradas nos passos 1 e 2. O total 
das origens deverá ser igual ao total das aplicações. 
Passo 4 – obter 3 importantes elementos para a elaboração dos fluxos de caixa, procedentes da DRE: lucro 
líquido depois do IR; depreciação e quaisquer outras despesas não-desembolsáveis e os dividendos pagos às 
ações ordinárias e preferenciais. 
 Dividendos = lucro líquido após o IR – variação nos lucros retidos 
Passo 5 – classificar e apresentar os dados relevantes. Classificar segundo 3 categorias: 1)Fluxo de caixa das 
atividades operacionais; 2) Fluxo de caixa das atividades de investimento e 3) Fluxo de caixa das atividades de 
financiamento. 
Lembrar: todas as origens, bem como o lucro líquido e a depreciação, valores positivos = entradas de caixa; e as 
aplicações, quaisquer prejuízos e dividendos pagos, valores negativos = saídas de caixa. 
 
DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE CAIXA PARA O ANO ENCERRADO EM 31 DE 
DEZEMBRO DE 2007 (Passos 1,2 e 3). 
Saldo das contas 31 de 
Dezembro 
Variação Classificação 
CONTAS 
(1) 2007 
(2) 
2006 
(3) 
(2) – (3) 
(4) 
Origem 
(5) 
Aplicação 
(6) 
Ativos 
 Caixa 400.000 300.000 + 100.000 100.000 
 Títulos negociáveis 600.000 200.000 + 400.000 400.000 
 Duplicatas a receber 400.000 500.000 - 100.000 100.000 
 Estoques 600.000 900.000 - 300.000 300.000 
 Ativo imobilizado bruto 2.500.000 2.200.000 + 300.000 300.000 
 Depreciação acumulada 1.300.000 1.200.000 + 100.000 100.000 
Passivo 
 Duplicatas a pagar 700.000 500.000 + 200.000 200.000 
 Títulos a pagar 600.000 700.000 - 100.000 100.000 
 Outras contas a pagar 100.000 200.000 - 100.000 100.000 
 Exigível a longo prazo 600.000 400.000 + 200.000 200.000 
Patrimônio líquido 
 Ações preferenciais 100.000 100.000 0 
 Ações ordinárias ao par 120.000 120.000 0 
 Ágio na venda das ações 380.000 380.000 0 
 Lucros retidos 600.000 500.000 + 100.000 100.000 
TOTAIS 1.000.000 1.000.000 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
23 
Obs.: uma vez que a depreciação acumulada é tratada como uma dedução do ativo imobilizado bruto, um 
aumento nessa conta é classificado como uma origem; ao contrário, qualquer diminuição é classificada como uma 
aplicação. 
 
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DA EMPRESA X PARA O ANO ENCERRADO EM 31 DE 
DEZEMBRO DE 2007 
Fluxo de caixa das atividades operacionais 
 Lucro líquido depois do imposto de renda 180.000 
 Depreciação 100.000 
 Redução em duplicatas a receber 100.000 
 Redução em estoques 300.000 
 Aumento em duplicatas a pagar 200.000 
 Redução em outras contas a pagar (100.000) 
CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 780.000 
Fluxo de caixa das atividades de investimento 
 Aumento em ativos imobilizados brutos (300.000) 
 Variações em participações societárias 0 
CAIXA APLICADO EM ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (300.000) 
Fluxo de caixa das atividades de financiamento 
 Redução em títulos a pagar (100.000) 
 Aumento no exigível a longo prazo 200.000 
 Variações no patrimônio líquido 0 
 Dividendos pagos (80.000) 
CAIXA GERADO PELAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 20.000 
AUMENTO LÍQUIDO EM CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS 500.000 
 
3.4.3 Interpretando a demonstração 
 
A demonstração dos fluxos de caixa permite ao administrador financeiro e a outras pessoas 
interessadas analisar o passado e possivelmente o futuro fluxo de caixa da empresa. Pode detectar a 
ocorrência de quaisquer desvios em relação às políticas financeiras da empresa. Pode ser usada para avaliar se 
as metas projetadas foram alcançadas. 
 Não é possível fazer uma ligação direta entre entradas e saídas de caixa com base nessa demonstração, 
mas ela pode ser usada para a identificação de ineficiências. Por exemplo, aumentos nas duplicatas a receber e 
em estoques, resultando em grandes saídas de caixa, podem indicar problemas de crédito ou de estocagem, 
respectivamente. 
 A análise da demonstração dos fluxos de caixa da empresa X não parece indicar a existência de 
qualquer problema maior na empresa. Seus R$ 780.000 de caixa gerados pelas atividades operacionais, mais os 
R$ 20.000 oriundos das atividades de financiamento, foram usados para adquirir um adicional de R$ 300.000 
em ativos imobilizados e aumentar caixa e títulos negociáveis em R$ 500.000. Os itens individuais de entradas 
e saídas de caixa parecem estar distribuídos de acordo com uma administração financeira prudente. A empresa 
parece estar crescendo, visto que menos da metade de seus lucros (R$ 80.000 dos R$ 180.000) foi paga aos 
proprietários a título de dividendos e os ativos imobilizados brutos cresceram 3 vezes em comparação com o 
custo histórico baixado através da depreciação (R$ 300.000 de aumento em ativos imobilizados brutos versus 
R$ 100.000 em despesas de depreciação). Importantes entradas de caixa foram obtidas pela diminuição dos 
estoques e aumento das duplicatas a pagar. A principal saída foi destinada ao aumento de caixa e títulos 
negociáveis para, com isto, melhorar a liquidez. Outrasentradas e saídas tendem a apoiar o fato de que a 
empresa foi bem administrada financeiramente durante o período. 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
24 
CAPÍTULO 3 – EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO 
 
1) Uma empresa espera obter lucros antes da depreciação e do imposto de renda (LADIR) de R$ 160.000,00 
em cada um dos próximos 5 anos. Ela está considerando a compra de um ativo que custa R$ 140.000,00, 
requerendo R$ 10.000,00 por custo de instalação e tendo um período de depreciação de 5 anos. Calcule a 
depreciação anual e os fluxos de caixa operacionais anuais para cada um dos próximos 5 anos. Suponha que o 
novo ativo seja o único ativo depreciável da empresa e que ela esteja sujeita a uma alíquota de imposto de 
40% 
 
 
 
 
2) Marque cada uma das contas relacionadas no quadro a seguir, como segue: 
a) na coluna 1, indique a qual demonstração pertence a conta – demonstração do resultado do 
exercício (DRE) ou balanço patrimonial (BP); 
b) na coluna 2, indique se a conta é um ativo circulante (AC), ativo permanente (AP), passivo 
circulante (PC), exigível a longo prazo (ELP), receita (R), despesa (D) ou patrimônio líquido (PL). 
 
NOME DA CONTA DEMONSTRAÇÃO (1) TIPO DE CONTA (2) 
Duplicatas a pagar 
Duplicatas a receber 
Contas a pagar 
Depreciação acumulada 
Despesas administrativas 
Edifícios 
Caixa 
Ações ordinárias (ao par) 
Custo dos produtos vendidos 
Depreciação 
Equipamento 
Despesas gerais 
Despesas financeiras 
Estoques 
Terrenos 
Exigível a longo prazo 
Máquinas 
Títulos negociáveis 
Títulos a pagar 
Despesas operacionais 
Ágio na venda das ações 
Ações preferenciais 
Dividendos às ações preferenciais 
Lucros retidos 
Receita de vendas 
Despesas de vendas 
Imposto de renda 
Veículos 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
25 
3) A Companhia ABC tem uma receita de vendas de R$ 640.000,00, da qual o custo do produto vendido 
representa 60%. Outros custos incluem R$ 20.000,00 em despesas de vendas, R$ 10.000,00 em despesas 
administrativas, R$ 8.000,00 em despesas de juros, R$ 15.000,00 em despesas de depreciação. Além disso, 
a empresa tem um ganho de capital de R$ 80.000,00 e uma perda de capital de R$ 60.000,00 pela alienação 
de equipamento. A renda de dividendos é de R$ 40.000,00. 
a) Determine o valor do imposto de renda total devido pela Companhia.? 
b) Apresente a DRE da empresa e para tanto considere um pagamento de dividendos de R$ 20.000,00. 
Qual é o lucro líquido disponível aos acionistas ordinários? 
 
 
 
4) Os lucros líquidos futuros de uma empresa são estimados a seguir: 
Ano 1 – R$ 100.000,00 
Ano 2 – R$ 150.000,00 
Ano 3 – R$ 200.000,00 
Ano 4 – R$ 250.000,00 
Ano 5 – R$ 300.000,00 
Os ativos, no valor de R$ 400.000,00 serão depreciados durante os 5 anos. Determine os fluxos de caixa 
anuais para o período. 
 
 
5) Use os itens apropriados da seguinte lista para preparar, na forma correta, a demonstração do resultado de 
31 de dezembro de 2007 da empresa X. 
 
ITEM Valores (R$ mil) em 31/12/2007 
Duplicatas a receber 350 
Depreciação acumulada 205 
Custo dos produtos vendidos 285 
Despesa de depreciação 55 
Despesas gerais e administrativas 60 
Despesas financeiras 25 
Dividendos às ações preferenciais 10 
Receita de vendas 525 
Despesas de vendas 35 
Patrimônio líquido 265 
Imposto de renda 40% 
 
 
 
 
 
 
 
6) Uma empresa encerrou o ano de 2007 com lucro líquido antes do imposto de renda de R$ 218.000,00. Ela 
está sujeita a uma alíquota tributária de 40% e deve pagar R$ 32.000,00 em dividendos sobre ações 
preferenciais, antes de distribuir qualquer lucro às 85.000 ações ordinárias atualmente em circulação. 
 
a) calcule o lucro por ação (LPA) da empresa; 
b) se a empresa pagou dividendos relativos às ações ordinárias de R$ 0,80 por ação, quantos reais 
foram para lucros retidos. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
26 
7) Use os itens pertinentes da seguinte lista para preparar, na forma correta, o balanço patrimonial da empresa 
X em 31 de dezembro de 2007. 
 
ITEM Valores (R$ mil) em 31/12/2007 
Duplicatas a pagar 220 
Duplicatas a receber 450 
Contas a pagar 55 
Depreciação acumulada 265 
Edifícios 225 
Caixa 215 
Ações ordinárias (ao par) 90 
Custo dos produtos vendidos 2.500 
Despesa de depreciação 45 
Equipamentos 140 
Móveis e utensílios 170 
Despesa geral 320 
Estoques 375 
Terrenos 100 
Exigível a longo prazo 420 
Máquinas 420 
Títulos negociáveis 75 
Títulos a pagar 475 
Ágio na venda das ações 360 
Ações preferenciais 100 
Lucros retidos 210 
Receita de vendas 3.600 
Veículos 25 
 
 
 
8) Uma empresa tem uma emissão de ações preferenciais e uma emissão de ações ordinárias em circulação. 
Dada abaixo a conta de patrimônio líquido da empresa, determine o preço original por ação pelo qual a empresa 
vendeu sua única emissão de ações ordinárias. 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (R$ mil) 
Ações preferenciais 125 
Ações ordinárias (0,75 ao par, 300.000 ações emitidas) 225 
Ágio na venda de ações ordinárias 2.625 
Lucros retidos 900 
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.875 
 
 
9) Uma empresa iniciou 2007 com um saldo de lucros retidos de R$ 928.000,00. Durante 2007, a empresa 
lucrou R$ 377.000,00 após o IR. Desse montante, R$ 47.000,00 em dividendos foram pagos aos acionistas 
preferenciais. No fim de 2007, os lucros retidos da empresa totalizaram R$ 1.048.000,00. A empresa tinha 
140.000 ações ordinárias em circulação durante 2007. 
a) prepare uma demonstração dos lucros retidos para o ano encerrado em 31 de dezembro de 2007 (Nota: não 
deixe de calcular e incluir o montante de dividendos pagos às ações ordinárias em 2007); 
b) calcule o lucro por ação (LPA) da empresa em 2007; 
c) qual o montante de dividendos, em dinheiro, por ação, pagos às ações ordinárias durante 2007? 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
27 
10) Classifique cada um dos seguintes itens como uma origem (O) ou uma aplicação (A) de fundos ou como 
nenhuma delas (N). 
 
ITEM VARIAÇÃO (R$ mil) 
Caixa + 100 
Duplicatas a pagar - 1.000 
Títulos a pagar + 500 
Exigível a longo prazo - 2.000 
Estoque + 200 
Ativos permanentes + 400 
Duplicatas a receber - 700 
Lucro líquido + 600 
Depreciação + 100 
Recompra de ações + 600 
Dividendos em dinheiro + 800 
Venda de ações + 1.000 
 
11) O lucro líquido depois do IR de uma empresa, em 2007, totalizou R$ 186.000,00. Os lucros retidos da 
empresa, no final de 2007 e 2006, em seu balanço patrimonial, totalizaram R$ 812.000,00 e R$ 736.000,00, 
respectivamente. Que valor, se houver, a empresa pagou em dividendos em 2007? 
 
 
12) Você recebeu os seguintes demonstrativos financeiros de 2006 e 2007: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL (2006 e 2007 em milhares de R$) 
ATIVOS 2007 2006 
Caixa 1.500 1.000 
Títulos negociáveis 1.800 1.200 
Duplicatas a receber 2.000 1.800 
Estoques 2.900 2.800 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 8.200 6.800 
Ativo permanente bruto 29.500 28.100 
Menos: depreciação acumulada 14.700 13.100 
Ativo permanente líquido 14.800 15.000 
ATIVO TOTAL 23.000 21.800 
PASSIVO E PATRIMONIO LIQUIDO 
Duplicatas a pagar 1.600 1.500 
Títulos a pagar 2.800 2.200 
Contas a pagar 200 300 
TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 4.600 4.000 
Exigível a Longo Prazo 5.000 5.000 
Ações ordinárias 10.000 10.000 
Lucros retidos 3.400 2.800 
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 13.400 12.800 
TOTAL DO PASSIVO MAIS PATRIMONIO LIQUIDO 23.000 21.800 
 
DADOS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
Despesa de Depreciação 1.600 
Lucro líquido após o IR 1.400 
Usando as informações acima, calcule as alterações que ocorreram nos ativos,passivos e PL e indique se essas 
alterações foram usos ou fontes de fundos. Analise o fluxo de caixa da empresa e dê o seu parecer. 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
28 
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
 
4.1 USO DE ÍNDICES FINANCEIROS 
 
A análise por meio de índices é usada para comparar o desempenho e a situação de uma empresa com 
outras empresas ou consigo mesma ao longo do tempo. 
A análise por meio de índices envolve os métodos de cálculo e a interpretação dos índices financeiros, 
para avaliar o desempenho e a situação da empresa. Os insumos básicos para a análise baseada em índices são a 
demonstração de resultado do exercício (DRE) e o balanço patrimonial (BP), referentes aos períodos a serem 
examinados. 
Os indicadores financeiros são índices apurados com os valores da empresa, com o objetivo de auxiliar o 
seu gestor ou proprietário a fazer um acompanhamento da situação econômica e financeira num determinado 
momento. 
O gestor ou proprietário de uma empresa, por meio da análise e avaliação dos indicadores financeiros, 
poderá tomar as decisões gerenciais necessárias e adequadas, visando corrigir os desvios que estão 
prejudicando a performance dos negócios sob o ponto de vista financeiro. 
 
4.1.1 Partes interessadas 
 
A análise por meio de índices das demonstrações financeiras de uma empresa é do interesse dos 
acionistas, credores e da própria administração da empresa (os acionistas atuais e potenciais estão 
interessados nos níveis atuais e futuros de risco e retorno da empresa; os credores da empresa estão 
interessados principalmente na liquidez de curto prazo e em sua habilidade para realizar pagamentos de juros e 
do principal; os administradores, da mesma forma que os acionistas, devem estar preocupados com todos os 
aspectos da situação financeira da empresa). 
 
4.1.2 Tipos de comparação de índices 
 
O mais importante não é o índice em si, mas sim a sua interpretação. Dois tipos de comparação de índices 
podem ser feitos: análise cross-scctional e análise de série-temporal. 
 
a) análise cross-sectional – envolve a comparação dos índices financeiros de diferentes empresas em um 
mesmo instante; envolve a comparação dos índices da empresa com os correspondentes da principal empresa 
do setor ou com as médias da indústria. A comparação de um índice específico com um índice padrão é feita 
para detectar quaisquer desvios em relação à norma (sempre cuidar com desvios significativos, tanto para 
mais ou para menos com relação ao padrão). O ponto fundamental é que a análise baseada em índices 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
29 
simplesmente dirige o analista às potenciais áreas de preocupação; ela não fornece evidências conclusivas 
sobre a existência de um problema. 
 
b) Análise de série-temporal – avaliação do desempenho financeiro da empresa ao longo do tempo, utilizando a 
análise financeira baseada em índices. Uma comparação entre o desempenho atual e o passado, utilizando a 
análise por meio de índices, permite determinar se a empresa está progredindo conforme planejado. 
 
 
Algumas recomendações – um único índice geralmente não fornece informações suficientes para se julgar o 
desempenho global da empresa; as demonstrações financeiras que estão sendo comparadas devem ser da 
mesma data ou mês de encerramento (caso contrário, os efeitos de sazonalidade podem levar a conclusões e 
decisões errôneas). 
_______________________________________________ 
 
4.2 GRUPOS DE ÍNDICES FINANCEIROS 
 
 Os índices financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos ou categorias básicas: índices de 
liquidez, índices de atividade, índices de endividamento e índices de lucratividade. Os índices de liquidez, de 
atividade e de endividamento medem, fundamentalmente, risco; os índices de lucratividade medem retorno. 
Para curtos prazos, os elementos importantes são a liquidez, a atividade e a lucratividade, visto que eles 
fornecem informações que são críticas para as operações de curto prazo da empresa. Os índices de 
endividamento são úteis fundamentalmente quando o analista tem certeza de que a empresa será bem-sucedida 
no curto prazo. 
 
4.2.1 ANÁLISE DE LIQUIDEZ 
 
Uma empresa “líquida” é aquela que pode facilmente satisfazer suas obrigações de curto prazo, no 
vencimento. A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade para satisfazer suas obrigações de curto 
prazo, na data do vencimento. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira global da empresa – a 
facilidade com a qual ela pode pagar suas contas. 
 
 
 
ÍNDICES FÓRMULA O QUE MEDE 
 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
 
CCL = AC - PC 
Embora não seja um índice, é usado para 
medir a liquidez global da empresa. 
(Mostra liquidez operacional) 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE LC = AC 
 PC 
Mede a capacidade da empresa para 
satisfazer suas obrigações de curto prazo. 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECO LS = AC – ESTOQUE 
 PC 
Exclui os estoques do AC, por ser o ativo 
de menor liquidez. 
Para as três medidas de liquidez = quanto maior for seu valor, mais líquida poderá ser considerada a empresa. 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária 
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 O capital de giro ou capital circulante líquido é definido como a diferença entre o total do Ativo 
Circulante e o total do Passivo Circulante. É o total dos recursos de curto prazo necessários para fazer “girar” 
a empresa ou instituição no dia-a-dia. A administração do capital de giro assume grande importância e toma 
muito tempo do administrador financeiro, devido ao imenso número de itens a serem acompanhados e 
controlados, como caixa, contas a receber, contas a pagar, estoques, entre outras. 
 A administração do capital de giro é, na verdade, a administração do ciclo operacional, ou seja, do ciclo 
correspondente à sua atividade básica, visando assegurar uma situação financeira estável e segura, garantindo 
a capacidade da instituição de pagar suas dívidas e uma utilização eficiente dos recursos disponíveis, com a 
manutenção do custo dos serviços sob controle. 
 Para cada tipo de ativo, as empresas enfrentam uma troca (trade-off) fundamental: os ativos 
circulantes, isto é, o capital de giro, são necessários para conduzir um negócio, e quanto maior a manutenção de 
ativos circulantes, menor o risco de sua falta; portanto, menor será o risco operacional da empresa. Entretanto, 
manter capital de giro tem um alto custo – se os estoques forem grandes demais, custos com armazenamento e 
estragos; se as duplicatas a receber forem demais, custo com cobrança e inadimplência. 
 
4.2.2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 
 
Os índices de atividade podem ser usados para medir a rapidez com que as contas circulantes – estoque, 
duplicatas a receber e duplicatas a pagar – são convertidas em vendas ou em caixa. 
 
ÍNDICES FÓRMULA O QUE MEDE 
GIRO DOS ESTOQUES GE = Custo do produto vendido 
estoques 
Mede a atividade, ou liquidez, dos estoques da 
empresa. 
IDADE MÉDIA DO ESTOQUE IME = 360/ Giro do estoque Período médio de tempo em que os estoques 
são mantidos pela empresa. 
PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA PMC = Dupl. a receber 
 Vendas anuais/360 
Mede o prazo médio necessário para cobrar as 
duplicatas a receber. 
PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO PMP = Dupl. a pagar 
 Compras anuais/360 
(Compras normalmente 70% do custo 
dos produtos vendidos) 
Mede o prazo médio necessário para 
pagamento das duplicatas a pagar 
GIRO DO ATIVO PERMANENTE GAP = VENDAS 
 AP Liquido 
Mede a eficiência com a qual a empresa tem 
usado seus ativos permanentes, ou lucrativos, 
para gerar vendas. Quanto maior, melhor. 
GIRO DO ATIVO TOTAL GAT = VENDAS 
 Ativos totais 
Indica a eficiência com a qual a empresa usa 
todos os seus ativos para gerar vendas. Quanto

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