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Direito II - Aula XII - Reclamação Trabalhista

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RECLAMAÇAO TRABALHISTA
	Então, imaginemos a seguinte situação: Determinado empregado da empresa "A" decide ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho visando o pagamento de alguns direitos trabalhistas que, em seu entendimento, não foram quitados devidamente durante seu contrato de trabalho.
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Mas, voltando ao nosso "exemplo"; já neste momento, torna-se importante registrar que não é necessário que o empregado aguarde o término do contrato de trabalho para entrar na Justiça. Desta forma, mesmo estando vigente o contrato de trabalho, não há qualquer impedimento que impeça o ajuizamento da reclamatória trabalhista. Ou seja, basta que o empregado se sinta lesado em algum direito e decida reivindicá-lo na justiça. Entretanto, na prática, a maioria das pessoas aguarda o término do contrato de trabalho por receio de retaliações por parte de seus empregadores.
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	Então, este indivíduo sente que está sendo ou que foi lesado pelo seu empregador e decide reivindicar seus direitos "entrando na Justiça"!
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	Na Justiça do Trabalho não é obrigatório que as partes estejam representadas por um advogado, pois estas podem exercer seus "jus postulandi" e pleitearem seus direitos pessoalmente. Todavia, não é tão simples assim. Para que se inicie um processo é necessário que exista uma petição inicial na qual serão narrados todos os fatos e acontecimentos resultantes daquela relação trabalhista.
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	Deve-se imaginar a petição inicial como um documento que apresentará ao Juiz a situação do empregado. Desta forma, na petição inicial deverão ser relatadas as principais ocorrências provenientes do contrato de trabalho daquele empregado, ocorrências tipo: horário de trabalho se fazia ou não hora de almoço, se fazia ou não hora extra, se folgava, se recebia, vale transporte, vale refeição, 13º salário, se tirava férias, coisas deste gênero. 
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	Também é na petição inicial que estará contido o pedido do reclamante, ou seja, o que ele deseja da justiça. Por exemplo, se deseja o pagamento de horas extras, se deseja o pagamento das férias vencidas ou mesmo, se deseja o pagamento daquele salário combinado, mas não cumprido
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	Como poderei "entrar na justiça", sem advogado, se não detenho os conhecimentos técnicos necessários para a elaboração de uma petição inicial?
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	Para as pessoas que desejam "entrar na justiça", sem advogado, a Justiça do Trabalho criou um setor denominado de setor de atermação. O setor de atermação é um setor especializado da Justiça do Trabalho que detém a função principal de "colocar no papel" as reivindicações do empregado. 
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	Ou seja, o setor de atermação atende o reclamante, ouve seu caso, anota as principais ocorrências provenientes de seu contrato de trabalho e, ao final, após definir quais serão os direitos a serem reivindicados pelo empregado, redige a petição inicial.
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Geralmente, a atermação situa-se no mesmo local em que está localizada a Justiça do Trabalho e é dotada de funcionários treinados que, sob a supervisão de um advogado, registram detalhadamente as pretensões dos trabalhadores, transformando-as em petições iniciais. Desta forma, se a parte não tem advogado, o primeiro passo é procurar o setor de atermação da Justiça do Trabalho que, neste caso, possibilitará que o trabalhador possa entrar na justiça sem necessariamente contratar um advogado. 
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DISTRIBUIÇÃO
Antes de qualquer coisa, vamos entender o que significa "distribuir". Basicamente e, utilizando uma linguagem bem simples, distribuir a petição inicial nada mais é que entregá-la para a Justiça. E como isso acontece?
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	É fácil. Também existe na Justiça do Trabalho um setor especializado na distribuição dos processos que, devido a sua função, adota o nome de setor de distribuição. Na realidade, o setor de distribuição apresenta duas funções básicas. Em primeiro lugar, o setor de distribuição apresentará a função de receber a pretensão do reclamante, ou seja, de receber a petição inicial do reclamante
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	Entretanto, depois de recebida a pretensão do reclamante, o setor de distribuição também deverá realizar "o sorteio" para se determinar qual será o juízo competente para julgar esta ação. É que nas localidades dotadas com mais de uma Vara do Trabalho é obrigatória realização de um sorteio para que se determine qual vara será competente para julgar aquele processo. Este procedimento visa evitar fraudes e, também, distribuir equitativamente o trabalho entre os juízes e membros do Poder Judiciário.
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	Naturalmente, nas localidades dotadas de somente uma Vara do Trabalho, esse procedimento de sorteio não acontece. Nos dias atuais, o sorteio é feito por um programa de computador, que no mesmo momento de receber a reclamatória já escolhe qual será a vara específica para realizar o julgamento. Após a distribuição e determinação de qual vara irá ser competente para o julgamento do litígio é expedido um ofício para a citação do réu, que na Justiça do Trabalho tem o nome de reclamado.
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NOTIFICAÇÃO
	A citação do reclamado é realizada pelo correio, geralmente por carta registrada. Existe também a possibilidade de se realizar a citação através de edital, mas este procedimento somente poderá acontecer quando o reclamado encontra-se em lugar incerto e, ainda, o rito processual for o procedimento ordinário. É que em sede de procedimento sumaríssimo é vedada a citação por edital. Deve-se entender que o ato de citação da reclamada nada mais é que sua convocação para comparecer a uma audiência judicial, com dia e hora pré-determinados, e apresentar sua defesa, caso queira. Assim, após citada a reclamada, deve-se aguardar a audiência.
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	Importa frisar, contudo, que é importante que o reclamado, quando desprovido de advogado, compareça previamente à Justiça do Trabalho para tomar conhecimento dos exatos termos da pretensão do reclamante, vez que na peça de citação que o reclamado recebe não estão presentes os documentos que o reclamante, eventualmente, juntou ao processo. Então, para melhor se defender, é importante que este compareça pelo menos alguns dias antes da audiência para que possa tomar ciência de toda a documentação apresentada pelo reclamante. Esse procedimento irá possibilitar que o reclamado possa apresentar uma defesa melhor elaborada.
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Existem várias formas de se apregoar o nome das partes para o comparecimento a audiência. Citamos as duas mais comuns. A primeira, mais tradicional, consiste no ato do técnico judiciário responsável chegar à porta da sala de audiência e chamar (convocar), em alto e bom som, o nome das partes e o nome do processo para o início da audiência.
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	Assim, apregoadas as partes, inicia-se a audiência. Já neste momento é importante esclarecer uma dúvida corrente. Em uma sala de audiência o reclamante se senta à esquerda do juiz e o reclamado a direita. Desta forma, adentrando-se a sala de audiência, reclamante e reclamado deverão sentar nos lugares respectivos e aguardar que o juiz inicie a audiência.
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	Iniciada a audiência, existem três situações distintas a serem registradas: Primeira hipótese: O reclamante não comparece. Segunda hipótese: O reclamado não comparece Terceira hipótese: Ambos comparecem
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RECLAMANTE NÃO COMPARECE
	É obrigatória a presença do reclamante. Várias são as considerações jurídicas que poderiam ser feitas nesta ocasião, todavia, dada à simplicidade deste estudo, iremos nos ater simplesmente à consequência direta. No caso do reclamante não comparecer à audiência inicial é arquivada a reclamatória trabalhista
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RECLAMADO NÃO COM PARECE
	Também é obrigatória a presença do reclamado à audiência. Ou seja, o dono da empresa também deverá comparecer a audiência. Entretanto, neste caso, por expressa autorização legal, este poderá se fazer representar por um funcionário, geralmente, um gerente ou um supervisor que, neste ato, representará a empresa.
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	É necessário que seja uma pessoa que
conheça o trabalho exercido pelo reclamante, pois ela poderá ter que responder a várias perguntas relacionadas ao serviço prestado pelo trabalhador. A pessoa que representa o empregador em audiência recebe o nome de preposto. Já neste momento torna-se importante registrar que, por expressa determinação legal, ressalvando a hipótese de se tratar de trabalho doméstico ou microempresa, é obrigatório que o preposto seja funcionário da empresa.
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PARTES NÃO CHEGAM A UMA CONCILIAÇÃO
	Infelizmente, está é uma hipótese que tem se tornado bem frequente, o que tem contribuído para o acúmulo dos processos. Sendo rejeitada a proposta conciliatória pelas partes, deve o juiz dar prosseguimento à audiência. Neste momento, inicia-se a instrução processual. 
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AUDIENCIA TRABALHISTA
AS AUDIENCIAS INICIAM AS 8H ATÉ AS 18HNÃO PODENDO ULTRAPASSAR 5H SEGUIDAS, SALVO EM CASO DE URGENCIA.
OS ATOS PROCESSUAIS INICIAM AS 6H ATÉ AS 20H.
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	O JUIZ É INERTE NÃO SAI DA JURISDIÇÃO. JÁ NA CITAÇÃO O JUIZ SAI DA SEDE PODENDO REALIZAR A AUDIENCIA EM OUTRO LOCAL. EX. DEPOIMENTO PESSOAL DE ALGUEM QUE NÃO ANDAVA DAÍ, O JUIZ SE DESLOCA E DAÍ EÉ NECESSÁRIO PUBLICAR UM EDITAL DENTRE 24 HORAS DE ANTECEDENCIA PARA DAR PUBLICIDADE. BEM SABEMOS QUE AS AUDIENCIAS SÃO PÚBLICAS.
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	O HORÁRIO É DETERMINADO E AS PARTES DEVEM CUMPRIR-LO. EXISTE UMA PREVISÃO AO JUIZ DE FORMA JUSTIFICAVEL DENTRE 15 MINUTOS ART. 815 CLT, PARAGRAFO ÚNICO
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Art. 815 - À hora marcada, o juiz presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo diretor de secretaria ou escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.
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§ único - Se, até 15 minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.
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	NÃO HÁ TOLERANCIA DE ATRASO PARA PARTE EM AUDIENCIA
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A AUDIENCIA UNA É AQUELA UNICA
A PRIMEIRA AUDIENCIA AUDIENCIA INAUGURAL
A SEGUNDA AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO OS ATOS QUE SÃO PRATICADOS
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AUDIENCIA INAUGURAL
NESTA PRIMEIRA AUDIENCIA INICIA O COMPARECIMENTO DAS PARTES
EFEITOS DA AUDIENCIA
JUSTIFICATIVA PARA PARTE NÃO COMPARECER
O RECLAMANTE QUE É O AUTOR
O RECLAMADO QUE É O REU
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	NESTA AUDIENCIA O RECLAMANTE TEM QUE COMPARECER PESSOALMENTE NÃO PODE MANDAR SO O ADVOGADO
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	ART. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, independente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria
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EFEITO DO RECLAMANTE – EXTINÇÃO DO PROCESSO ARQUIVAMENTO ART. 844 CLT
Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato
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EXISTE UMA PENALIDADE CHAMA-SE DE PEREMPEÇÃO TRABALHISTA .
MOTIVOS:
 Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.
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Art. 732. Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o Art. 844.
PARA EVITAR ARQUIVAMENTO ( PODERÁ SER REPRESENTADO PELO SINDICATO OU EMPREGADO DE MESMA PROFISSÃO)
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O EMPREGADOR É REPRESENTADO PELO PREPOSTO. QUANDO COMPARECE UM PREPOSTO QUE NÃO É EMPREGADO TORNA-SE REVELIA. 
O RECLAMADO VAI A AUDIENCIA SE DEFENDER NÃO INDO GERA REVELIA
O EFEITO OS ATOS TORNAM-SE VERADEIRO OS FATOS APOSTADOS PELO RECLAMANTE A PRESUNÇAO É RELATIVA
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	Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
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Parágrafo único. Ocorrendo, entretanto, motivo relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.
Art. 845 CLT. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentado, nessa ocasião, as demais provas.
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	CASO FALTANDO OS DOIS: RECLAMANTE E RECLAMADO TORNA-SE ARQUIVADO O PROCESSO
	SÚMULA 122 TST - A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.
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NÃO SE APLICA REVELIA LEVANDO UM COMPROVANTE DE ATESTADO MEDICO DECLARANDO A IMPOSSIBILIDADE DO COMPARECIMENTO.
NA AUDIENCIA INAUGURAL O PRIMEIRO ATO É A PROPOSTA CONCILIAÇÃO daí O JUIZ É OBRIGADO A FAZER .
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Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 2º - Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste Título.
§ 3º - É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório
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Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação
§ 1º Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento. 
§ 2º Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.

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