Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
� PAGE \* MERGEFORMAT �13� CENTRO UNIVERSIÁRIO ESTÁCIO DE BRASÍLIA Campus Estácio - Taguatinga - Brasília. DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010 Semana Aula: 1 Direito Administrativo: premissas iniciais. Tema Surgimento do Estado de Direito e das funções do Estado: contexto histórico; Direito Administrativo: Conceito, objeto de estudo, fontes e sua interdisciplinaridade com os demais ramos do Direito. Função Administrativa: conceito, elementos, identificação; Funções típicas e atípicas dos Poderes. Palavras-chave Conceito de Direito Administrativo; Funções do Estado; Fontes Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Entender o surgimento do Direito Administrativo e sua correlação com o nascimento do Estado de Direito; Identificar e diferenciar as diversas funções do Estado, com ênfase na função administrativa; Reconhecer o objetivo do Direito Administrativo e seus principais aspectos; Compreender a distinção entre funções típicas e atípicas dos poderes do Estado. Estrutura de Conteúdo 1 Surgimento do Estado de Direito: O Estado de direito é formado por duas componentes: o Estado (enquanto forma de organização política) e o direito (enquanto conjunto das normas que regem o funcionamento de uma sociedade). Nestes casos, portanto, o poder do Estado encontra-se limitado pelo direito. O Estado de direito surge por oposição ao Estado absolutista, em que o rei se encontrava acima de todos os cidadãos e podia ordenar e mandar sem que mais nenhum poder lhe fizesse contrapeso. O Estado de direito, por sua vez, supõe que o poder surge do povo, o qual elege os seus representantes para o governo. Fundamento: art. 5º, inciso II, da Constituição Federal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes (...): II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 1.2 Direito Administrativo Conceito e Evolução 1.2.1 Evolução Histórica - Independentemente da tese que se adote, para que se vislumbre a origem de tudo, há uma evolução natural da história encontrada na literatura que pode ser dividida em cinco grandes períodos, a saber: 1.2.2 Pré-história - Período que vai do surgimento do homem na terra, há cerca de 3,5 milhões de anos atrás, até o aparecimento da escrita, por volta do ano 4.000 a.C., tendo como pontos importantes, a evolução no emprego da pedra como arma e ferramenta, a criação da linguagem oral, a utilização e o domínio do fogo, a domesticação, a criação dos animais, a prática da agricultura e a criação da metalurgia; 1.2.3 Antiguidade - começa com a utilização da escrita e termina com a queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C., tendo como pontos importantes o desenvolvimento da agricultura e pecuária, o surgimento do escravismo, das cidades-Estado e de sistemas políticos monárquicos, a democracia nas polis (ou cidades gregas), as religiões monoteístas e as ciências; 1.2.4 Idade Média – corresponde ao período que vai do Século V d.C., até a queda de Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente, no ano de 1453, tendo como pontos importantes, o aparecimento dos impérios feudais (economia agrícola de subsistência com mão de obra servil), e a evolução do cristianismo e do islamismo; 1.2.5 Idade Moderna- corresponde ao período que vai da queda do Império Romano do Oriente até a Revolução Francesa, no ano de 1789, tendo como principais pontos, o surgimento dos Estados nacionais monárquicos, as navegações marítimas, a expansão do capitalismo como forma de produção predominante e evolução das ciências; 1.2.6 Idade Contemporânea - corresponde ao período que vai da Revolução Francesa (1789) até os dias atuais, tendo como principais pontos o período napoleônico (1789-1815), a Revolução Industrial, o surgimento do imperialismo (Impérios Britânico, Otomano, Russo, Austro-Húngaro), a Revolução Socialista (1917), o surgimento do fascismo e do nazismo, a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a Guerra Fria (1948-1990, ideologia capitalista liderada pelos Estados Unidos e a ideologia socialista liderada pela extinta União Soviética), o Terceiro Mundo (Países em desenvolvimento que não se alinhando às ideologias capitalistas ou socialistas, se reuniram na Indonésia em 1955, na Conferência Afro-Asiática, e se auto-proclamaram como Países do Terceiro Mundo), a desagregação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS (1991), o fenômeno da globalização e a revolução da telemática (telecomunicação e informatização, via Internet, ou rede mundial de computadores). 1.3 Resenha Histórica 1.748 – Charles Louis de Sècondat, Barão de lede e Montesquieu, pregou a separação dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário, na obra, L’Espirti des Lois > O Espírito das Leis; 1.789 – A Revolução Francesa afastou o Poder absoluto do Monarca; 1.800 – É aprovada a Lei Pluviove, que especificamente organizou juridicamente a Administração Pública na França. Afirma-se que este fato é considerado o nascimento do Direito Administrativo; 1.873 – O Direito Administrativo é considerado Disciplina Autônoma em função do Caso Blanco > Na cidade de Bordeaux, na França, a menina Agnes Blanco foi colhida por uma vagoneta da Cia. nacional de Manufatura e Fumo, que transportava matéria para outro edifício. Naquela época, um Conselheiro de nome Davi, do Tribunal de Conflitos, proferiu seu voto, colocando de lado o Código de Napoleão, afirmando pela primeira vez, que, o equacionamento e solução da responsabilidade civil do Estado, determinando que a competência fosse do Conselho de estado. 1.851 – O Direito Administrativo é inserido nos cursos de Direito de São Paulo e Olinda. 1.4 Formação do Direito Administrativo 1.4.1 O Direito Administrativo, como ramo autônomo, teve inicio, juntamente com o Direito Constitucional e outros ramos do Direito Público, a partir do momento em que começou a desenvolver-se, já na fase do Estado Moderno (O conceito de Estado Direito, estruturado sobre o princípio da legalidade, em decorrência do qual até mesmo os governantes se submetem à lei, em especial, à lei fundamental, que é a Constituição) e sobre o princípio da separação dos poderes, que tem por objetivo assegurar a proteção dos direitos individuais, não apenas em relação aos particulares, mas também entre estes e o Estado. 1.4.2 Contribuição do Direito Administrativo Francês > Pode-se dizer que autonomia do Direito Administrativo na França surgiu como ciência, dotada de objeto, método, institutos, princípios e regime jurídico próprio, iniciou-se como o famoso Caso Blanco, ocorrido em 1873, conforme acima mencionado. 1.4.3 Contribuição do Direito Administrativo Alemão > O Direito Administrativo na Alemanha resultou de longa evolução. O Príncipe tinha o Poder Absoluto (Estado) e para combater este Poder, foi elaborada a Teoria do Fisco, que fixava que o patrimônio público não pertencia ao Príncipe e nem ao Estado, mas sim ao Fisco, que teria a personalidade direito Privado. A partir do Estado Moderno, desapareceu o dualismo Estado e Fisco, desenvolveu o Direito Público, em especial o Direito Administrativo, para reger as relações entre o Estado e seus administrados. Segundo Fritz Fleiner (1933:44), o Direito Administrativo, designa todas as normas que regulam a atividade das autoridades estatais administrativas, quer façam parte do Direito Público ou do Direito Privado. 1.4.4 Contribuição do Direito Administrativo Italiano > O Direito Administrativo Italiano teve origem no ordenamento administrativo piemontês, que sob a dominação da França, foi profundamente influenciado pelo Direito Frances, notadamente pela unificação administrativa, pela Lei nº 2.248, de 20/03/1865, conhecida como Leisobre a Unificação Administrativa do Reino. Durante o período fascista ( 1922-1943) surge os princípios autoritários. Após a queda do fascismo, voltam-se os princípios democráticos. Posteriormente o Direito Administrativo assume o caráter científico, com sistematização própria. 1.4.5 Contribuição do Direito Administrativo Anglo-Americano > O Direito Francês, o italiano, o alemão, o brasileiro, são filiados ao sistema do Direito Romano, onde prevalece o direito positivo ou direito posto. O Direito vigente nos EUA e na Inglaterra, integra o chamado sistema do common Law, que designa, o Direito não escrito, baseado no costume, no uso e nas decisões da Justiça. O Direito Administrativo surgiu para atender aos reclamos da sociedade moderna, em favor da atuação crescente do Estado no campo social e econômico, a exigir o crescimento da máquina administrativa, e, paralelamente, a elaboração de normas próprias para sua atuação. Observando-se os dois sistemas ( o europeu e do common Law), nas relações este último ainda utiliza, nas relações da Administração com o funcionário e com o particular, predominantemente, o regime jurídico de direito privado, que o Conselho do Estado se limitava a aplicar. 1.4.6 Direito Administrativo Brasileiro > O Direito Administrativo é inserido nos cursos de Direito de São Paulo e Olinda. A semelhança do que ocorreu na Europa, o Direito Administrativo, não nasceu como direito autônomo. 1.4.7 No Império (1822-1889) havia o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Poder Executivo e o Poder Moderador, estes dois últimos concentrados nas mãos do Imperador, sendo que a administração pública era regida pelo direito privado. 1.4.8 No período republicano (1891) é suprimido o Poder Moderador, a administração pública começa a se afastar do direito privado. 1.4.9 Na Constituição de 1934, foi instituído um Tribunal de Direito Administrativo, na esfera federal, já que o Estado passa atuar no campo da saúde, higiene, educação, economia, assistência e previdência social. A partir de então, até hoje, enriqueceu o Direito Administrativo, com sucessivas obras de destacado autores, tais como: Ruy Cirne e Lima, José Cretella Junior, Osvaldo Aranha Bandeira de Melo,Celso Antonio Bandeira de Melo, Diógenes Gasparini, Lúcia do Vale Figueiredo, Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia Zanella de Pietro, entre outros. 1.4.10. Constituição Federal de 1988: Art. 5º, inciso, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Exemplos de Tribunais Administrativos: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF; Tribunal de Contas da União, TCU, Tribunal de Contas dos Estados - TCE - (DF); Tribunais de Impostos e Taxa - TIT, ( SP). 1.5 Estado, Governo e Administração Pública. 1.5.1 Definição de Estado. Pode-se definir o Estado como um agrupamento humano estabelecido permanentemente em um território determinado, e sob um governo XE "Governo" independente. Da análise desta definição, constata-se teoricamente, que são quatro os elementos constitutivos do Estado, conforme a Convenção Interamericana Sobre os Direitos e Deveres dos Estados XE "Convenções:Convenção Interamericana sobre os Direitos e Deveres dos Estados (1933)" , firmada em Montevidéu, Uruguai, em 1933, que define: (a) população permanente; (b) território determinado; (c) governo XE "Governo" ; (d) capacidade de relacionar-se com os demais Estados existentes. 1.5.2 Governo > É o ato ou efeito de governar; é um sistema político que rege um Estado. O Governo poderá ser classificado conforme o grau de participação política da sociedade definido na Lei de cada País. Depreende-se que haverá a plena democracia XE "Democracia" quando a sociedade, através do voto direto e secreto, eleger os seus representantes para integrarem o Parlamento ou chefiar o governo XE "Governo" de determinado País. Não havendo a participação popular, o governo XE "Governo" será ditatorial. Assim, aquele que recebe a maioria dos votos, seja na forma do parlamentarismo XE "Parlamentarismo" ou presidencialismo XE "Presidencialismo" , exercerá o seu mandato por um determinado período determinado por lei, realizando atos e ações político-administrativas, que se traduzem no ato de governar os interesses e aspirações da coletividade. 1.5.3 Forma de Governo XE "Governo:Forma e Sistema de Governo" 1.5.3.1. Monarquia > É a forma de governo XE "Governo:Formas de Governo" em que o soberano é o monarca (rei, imperador, emir, sultão, xeque). As monarquias atuais, na sua maioria, são parlamentares XE "Monarquia:Monarquia Parlamentarista" ou constitucionais, sendo que os representantes do Parlamento são eleitos pelo povo e o Parlamento elege o Chefe de Governo, ficando para o monarca as funções de Chefe de Estado. Nas monarquias ditatoriais XE "Monarquia:Monarquia Ditatorial" , todas as funções político-administrativas do governo XE "Governo" ficam nas mãos do monarca soberano. 1.5. XE "Monarquia" 3.2. República > É a forma XE "República:República Forma de Governo" de governo XE "Governo" pela qual o Chefe do Executivo ou Presidente e os integrantes do Parlamento são eleitos diretamente pelo povo, através do voto, para exercerem o poder por tempo determinado. 1.5. XE "República" 4. Sistema de Governo 1.5.4.1. Parlamentarismo XE "Parlamentarismo" > XE "Parlamentarismo" É o sistema de governo XE "Governo" em que o Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" deriva do Parlamento, isto é, a chefia do governo XE "Governo" é exercida por um gabinete com o seu Primeiro-Ministro. No regime parlamentarista o Chefe de Estado (presidente ou monarca) exerce funções protocolares, que não interferem nas ações do governo XE "Governo" . 1.5.4.2. Presidencialismo XE "Presidencialismo" > É o sistema de governo XE "Governo" em que o Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" , ou Presidente, é derivado da escolha popular (voto direto da sociedade) e é independente do Parlamento (Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" ). No presidencialismo XE "Presidencialismo" , a Chefia do Governo e a Chefia do Estado são inteiramente exercidas pelo Presidente. 1.6 A Administração pública: Conceito: É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público, destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o aparelhamento do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos interesses da comunidade. A Administração Pública divide-se em Administração Direta e Administração Indireta. 1.6.1 Administração Direta: Presidência da República; - Ministérios; - Secretarias; Órgãos Públicos: “Os órgãos públicos são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa a quem pertencem” (MEIRELLES, Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 26ª, Ed. Malheiros, p. 62). 1.6.1.1 Os órgãos públicos compõem a estrutura hierarquizada da Administração Pública, sem, contudo possuírem personalidade jurídica própria, já que eventuais direitos e obrigações são representadas pela pessoa jurídica à que pertencem, vale dizer, União, Estado, Município e Distrito Federal (DELLAGNEZZE, René, Empresa Pública, Cabral Editora, p.23); 1.6.2 Administração Indireta: 1.6.2.1 - Autarquias: serviço autônomo criado por Lei, com personalidade jurídica do direito público, INSS, INPI, INMETRO (e Agências Reguladoras e Executivas – ANEEL, ANP, por força do Art. 174 da CF de 1988); (Vide Art. 41, inciso IV, do novo Código Civil) 1.6.2.2 Fundações públicas, entidades atípicas que se prestam a realizar atividades não lucrativas, de interesse coletivo, como educação, cultura e pesquisa, com o amparo estatal (personalidade de direito público, UNB, Fio Cruz); (Vide art. 37, inciso XIX, da CF e o art. 44, incisoIII do Novo Código Civil > Fundações públicas e fundações privadas); 1.6.2.3 Sociedades de economia mista entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para exploração de atividade econômica, sob a forma de S.A., cujo capital, na sua maioria (51%) pertence à União; (Petrobrás, Banco do Brasil). (Vide art. 44, inciso II, do Novo Código Civil e Lei nº 6.406/1976 (Lei das S.A >Sociedades por Ações); 1.6.2.4Empresas públicas federais (personalidade de direito privado – CEF, IMBEL, EBCT). (Vide art. 173, § 3º, da CF e os artigos 41, incisos I a V, e 44, incisos I a III do novo Código Civil). 1.7 Poderes e funções do Estado. (Vide art. 2º da Constituição Federal). 1.7.1 Poderes: 1.7.1.1 Poder Legislativo. XE "Poder:Poder Legislativo" O Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" tem como finalidade elaborar a legislação, ou as leis, de interesse do povo ou da sociedade. Os membros do Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" são eleitos pelo povo para exercerem um mandato por certo período de tempo. Na maioria dos países, há um sistema bicameral que constitui o Parlamento ou o Congresso, ou seja, a Câmara dos Deputados, que representa os interesses da sociedade, e o Senado, representante dos interesses dos estados-membros, ou unidades administrativas, que compõem o Estado. O Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" é, na essência, a maior expressão de uma democracia XE "Democracia" , pois ele materializa as aspirações de um povo que elege seus representantes pela Soberania XE "Soberania" do voto, cujos parlamentares devem ser integrantes de uma agremiação ou partido político que, em tese, defende determinado pensamento de caráter político, filosófico ou religioso. Tanto no sistema parlamentarista quanto no sistema presidencialista, o Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" é governo XE "Governo" , vale dizer, atua em conjunto com o Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" . 1.7.1.2 Poder Executivo. XE "Poder:Poder Executivo" O Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" tem como finalidade, nos limites da lei, realizar a administração ou o governo XE "Governo" do Estado. A exemplo do Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" , os componentes do Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" são eleitos pelo voto do povo, para exercerem um mandato por certo período de tempo. No Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" é que se realizam as ações políticas e os planos do governo XE "Governo" de um Estado. Para que haja um governo XE "Governo" próspero, é necessário uma base de sustentação política no Parlamento, vale dizer, é necessário que haja uma maioria de Deputados e Senadores que votem favoravelmente matérias de interesse do Governo. Sem esta base parlamentar, o governo XE "Governo" está fadado ao fracasso político. Governar, no sistema Parlamentarista ou Presidencialista, é administrar todos os interesses da sociedade por intermédio de Órgãos e Instituições Públicas, tais como arrecadar impostos, executar serviços de saúde, educação, transporte, segurança, etc..., em caráter interno e em caráter externo, defender e representar o País perante as demais nações e organismos internacionais, por intermédio do seu Presidente ou Primeiro Ministro. 1.7.1.3 Poder Judiciário. XE "Poder:Poder Judiciário" O Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" tem como finalidade assegurar o cumprimento da Lei, garantindo a todos o estabelecimento de igualdade e da justiça. No Brasil, o Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" é constituído por uma hierarquia de funções denominadas em primeira, segunda e terceira instâncias de Poder, correspondendo a Justiça local (Fórum), Tribunais de Justiça dos Estados-membros e Tribunais Superiores, podendo ainda, no caso do Brasil, possuir justiças especializadas como a Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar e Justiça Eleitoral, com as mesmas funções hierárquicas. Diferentemente do que ocorre com o Poder Legislativo XE "Poder:Poder Legislativo" e o Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" , os componentes do Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" não são eleitos pelo voto do povo. Via de regra, o quadro de acesso dos juízes ao Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" é realizado, em primeira instância, mediante concurso público, de provas e de títulos, exigindo-se do candidato, como pré-requisito, a formação acadêmica em Direito. Para os Tribunais de segunda instância, o ingresso se faz mediante promoção e por mérito. E para os Tribunais Superiores, de terceira instância, por indicação do Presidente da República. Em alguns países, os juízes são eleitos pela sociedade. O Estado Democrático de Direito só existe quando há o princípio do respeito integral à Lei. Este princípio está consagrado no inciso II do art. 5º da Constituição Federal do Brasil: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei”. Assim, os atos de uma autoridade, de qualquer um dos Poderes da República, somente serão legítimos quando exercidos dentro dos limites da Lei. Constatada qualquer lesão ao Direito, seja do indivíduo ou do próprio Estado, é o Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" a última trincheira democrática que existe para restabelecer a ordem jurídica e a Justiça. Os Promotores, ou membros do Ministério Público, e os Advogados, não integram o Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" , mas atuam perante este Poder, juntamente com os Juízes, de modo a constituir a Justiça e a manutenção do Estado Democrático. 1.7.1.4 Poder Soberano. XE "Poder:Poder Soberano" São Poderes da União o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Não há qualquer referência ao Poder Soberano XE "Poder:Poder Soberano" , ou Soberania XE "Soberania" . Na realidade, a Soberania XE "Soberania" decorre ou nasce da soma dos três Poderes retro transcritos. O Poder Soberano XE "Poder:Poder Soberano" não tem uma estrutura própria, mas utiliza-se de parte da estrutura do Poder Executivo XE "Poder:Poder Executivo" para ter a sua materialização. A forma mais eloquente da materialização da Soberania evidencia-se por atos e ações próprias do Presidente da República, no exercício pleno de seus poderes, representando o Estado, o Governo e o Povo de seu País, sobretudo, em solenidades nacionais ou internacionais, realizadas no Brasil ou em outros Países, bem como perante os Fóruns e as Organizações Internacionais. 1.7.2. Funções do Estado. 1.7.2.1. No Poder Executivo O Poder Executivo possui a função principal ou típica de administrar a coisa pública (república). Observa-se que ao exercer a função típica o Poder Executivo concretiza o direito (função concreta). O Poder Executivo está presente na União, nos Estados e Municípios, nas esferas federais, estaduais e municipais da Administração Pública. 1.7.2.2 No Poder Legislativo. O Poder Legislativo possui função principal ou típica de legislar e fiscalizar, ou seja, elaborar leis, normas e legislações e fiscalizar os atos do Poder Executivo. Observa-se que ao exercer a função típica o Poder Legislativo inova o ordenamento jurídico, faz surgir fórmulas legais, aplicáveis a um número indeterminado de pessoas. (função abstrata). O Poder Legislativo está presente nas esferas federais (Concreto, Câmara dos Deputados Federais e Senado Federal), estaduais (Assembleias Legislativas dos Estados) e municipais (Câmara de Vereadores). 1.7.2.2 no Poder Judiciário. O Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" possui função típica de garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado, assegurar o cumprimento da Lei, garantindo a todos o estabelecimento de igualdade e da justiça. No Brasil, o Poder Judiciário XE "Poder:Poder Judiciário" é constituído por uma hierarquia de funções denominadas em primeira, segunda e terceira instâncias de Poder, a Justiça local (Fórum), Tribunais de Justiça dos Estados-membros e Tribunais Superiores,podendo ainda, no caso do Brasil, possuir justiças especializadas como a Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Militar e Justiça Eleitoral, com as mesmas funções hierárquicas. 2. Direito Administrativo 2.1. Conceito 2.1. Maria Sylvia Zanella Di Pietro > Direito Administrativo é o ramo do Direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública. 2.2 Antonio Augusto Queiroz Telles > Direito Administrativo é o sistema de princípios legais que disciplinam a atividade do Estado, para o alcance de suas 2.2. Objeto de estudo. O objeto de estudo do Direito Administrativo é a estrutura administrativa do Estado, que, sofreu grande evolução ao longo do tempo, desde o momento em que era visto como um simples estudo das normas administrativas, passando pelo período do serviço público, da disciplina do bem público, até os dias atuais, quando se preocupa com os sujeitos que exercem e sofrem com a atividade do Estado, bem como das funções e atividades que a Administração Pública desempenha; o que leva a observar que o seu objeto de estudo é dinâmico e evolui, em consonância com a atividade administrativa e o desenvolvimento do Estado. 2.3. Fontes do Direito Administrativo Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, dentre outras, quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes. 2.3.1 AS LEIS. 2.3.1.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A lei, considerada em seu sentido amplo, representa importante fonte do Direito e, em se tratando do Direito Administrativo especificamente, representa a sua principal fonte jurídica. Tal como ocorre aos demais ramos do Direito, a Constituição Federal é a principal fonte do Direito Administrativo. É na Constituição Federal que se encontram todos os fundamentos e princípios jurídicos que irão servir de base para a criação das outras normas jurídicas. Por exemplo, os artigos 37 e 38, ambos da Constituição Federal, trazem as disposições gerais concernentes aos princípios e normas que devem ser seguidos por toda a Administração Pública. A Constituição Federal também dispõe acerca de outras questões relacionadas ao Direito Administrativo, como por exemplo, os Servidores Públicos que é tratado em seus artigos 39 até 41. AS OUTRAS LEIS. Todavia não somente a Constituição Federal constitui uma fonte jurídica para o Direito Administrativo. As Leis, os regulamentos, as instruções normativas, as resoluções e até mesmos as portarias expedidas pela Administração Pública, também, figuram como fontes jurídicas para o Direito Administrativo. Em se tratando de Leis, especificamente, deve-se citar como exemplo, o Decreto-Lei nº 200, de 25/02/1967, dispõe sobre a organização da Administração Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa, a Lei 8112/90 que dispõe acerca do regime jurídico dos servidores civis da União ou a Lei 8666/93, que dispõe acerca do processo licitatório. Na realidade, para facilitar a compreensão, Lei nº 9784, de deve-se entender que constitui fonte do direito, todas as normas expedidas pela ou para a Administração Pública, desde a Constituição Federal até os regulamentos. 2.3.2 A DOUTRINA. Quando estudiosos do Direito publicam seus estudos, pesquisas ou suas interpretações jurídicas acerca de determinada ponto da Lei, isso quer dizer, que foi publicada uma doutrina acerca daquele tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito acerca de determinada questão jurídica.Desta forma, não se engane, a doutrina, não se presta somente a interpretar a Lei, mas também a todas as outras questões relacionadas ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e sua evolução. Existe certa divergência jurídica, quanto ao fato da doutrina representar uma fonte do Direito.Para estes autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa em afronta direta ao princípio da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a doutrina constitui uma fonte do Direito, não havendo qualquer empecilho neste sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é constantemente utilizada quando da realização dos julgamentos pelos Tribunais. 2.3.3 JURISPRUDÊNCIA.Quando uma decisão judicial é proferida de forma reiterada, pode-se considerar que foi formada uma jurisprudência naquele sentido, ou seja, jurisprudência, nada mais é que uma reunião de várias decisões judiciais, acerca determinada matéria. Uma jurisprudência se cristaliza, ou seja, se pacifica, quando determinada matéria é julgada sempre no mesmo sentido. A jurisprudência é uma importante fonte do Direito, em se tratando de Direito Administrativo.As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em questões relacionadas ao Direito Administrativo é um bom exemplo de jurisprudência do Direito Administrativo. 2.3.4 OS COSTUMES. Os costumes, também, representam importante fonte do direito. Surgem através de comportamentos, atos ou condutas praticados reiteradamente que com o passar do tempo começam a integrar o cotidiano das pessoas. Em se tratando do direito Administrativo especificamente, é importante ressaltar a questão da “prática administrativa” como importante fonte do Direito Administrativo. É que ante a ausência de norma legal específica para a solução de determinado “caso”, o administrador público decide por sempre solucionar esta questão, desempenhando determinado procedimento. 2.4. Interdisciplinaridade com os demais ramos do Direito. O Direito Administrativo faz parte de um todo, por isso se correlaciona com outros ramos do direito, embora possua institutos próprios e princípios particulares que afirmam a sua relativa autonomia. Assim, o Direito Administrativo mantém relação com vários ramos do direito: Constitucional, Tributários, Financeiro, Trabalho, Civil Eleitoral, Processo Civil, Processo Penal, etc. . 3 Funções Administrativas. 3.1. Distinção entre as funções públicas. 3.1.1 Conceito de Função Pública. É a atividade propriamente dita, as tarefas que se constituem como objeto dos serviços que são prestados pelos agentes públicos, assim também como o fim a que se destina o exercício da atividade. O exercício da função é vinculado ao atendimento do interesse público. Dá-se o nome de competência aos limites impostos ao exercício da função. 3.2 Funções típicas e atípicas dos poderes. 3.2.1 Funções típicas. Cada Poder Político exerce suas atribuições de forma típica: Legislativo: Elabora leis; Executivo: Administração do Estado; Judiciário: Aplica as leis. Para cada função típica, cada Poder exerce outras funções atípicas, para que sejam harmônicos e independentes entre si. Atualmente é equivocada a ideia de "tripartição do poder", uma vez que poder é uma unidade indivisível, pertencente a União. O que ocorre é a separação de funções dentro de um mecanismo chamado: "freios e contrapesos" ou a Teoria ou o System of Checks and Balances. (Vide art. 2º, da Constituição Federal e Artigo "A força do direito e o direito ao uso da força pelo estado". (http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17773&revista_caderno=16) Prof. René Dellagnezze. 3.2.2 Funções Atípicas Legislativo: natureza Executiva: quando dispõe sobre sua organização, provimento de cargos, férias , licenças para servidores, etc. Natureza jurisdicional: Julgamento do Presidente da República (art. 52, I, CF); Executivo: natureza Legislativa: Edição de Medida provisória com força de Lei ( art. 62, CF); Judiciário: natureza legislativa: Regimento Interno dos Tribunais (art. 96, I "a", CF); natureza administrativa: dispõe sobre sua organização, provimento de cargos, férias , licenças para Ministros, desembargadores, magistrados servidores, etc..). Quadro Sinóticodas Funções Típicas e Atípicas dos Poderes Procedimentos de Ensino O estudo do Direito Administrativo deve repousar sobre a análise da doutrina, do Direito positivo e da jurisprudência brasileira no que respeita aos itens que compõem o programa. As aulas expositivas devem conviver com atividades práticas que viabilizem a compreensão da aplicação dos conhecimentos específicos da disciplina no cotidiano, como o estudo de casos concretos e a pesquisa em torno das decisões dos tribunais. Atividades complementares orientadas para a disciplina. Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica Recursos Quadro branco e caneta/marcador para quadro branco (pilot); Retroprojetor; Data show Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto: É correto afirmar que o Direito Administrativo é fruto de construções jurisprudenciais? Discorra a respeito, identificando na Constituição de 1988 os artigos que refletem o pensamento dos principais articuladores da Revolução Francesa de 1789. Avaliação Sim, os principais institutos do Direito Administrativo nasceram a partir de opiniões de caráter consultivo emanadas pelo Conselho de Estado Frances, a fim de subsidiar as decisões do governante, na ocasião. Art. 1º e seu parágrafo único - Jean-Jacques Rousseau (Estado Democrático de Direito). Art. 2º - Montesquieu ? Tripartição das funções do Estado. Considerações Adicionais Recomendar aos alunos a leitura de: Artigo:://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=258 MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 10ª Ed. ? São Paulo: Saraiva, 2016. Pags. 43 a 61 Prof. René Dellagnezze
Compartilhar