Buscar

Prointer III Relatorio Final

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
	NOME
	GICELI CRISTINE DE CARVALHO NEPOMUCENO MARINHO
	RA
	1299146847
PROINTER III
RELATÓRIO FINAL
Tutora EAD: Camila A. Buba Nahas
ITAGUAÍ / RJ
2017
UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP 
CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
PROINTER III 
RELATÓRIO FINAL
Tutora EAD: Camila A. Buba Nahas
Trabalho desenvolvido para o Curso de Tecnologia em Gestão Pública, disciplinas norteadores: Administração Pública, Finanças Públicas e Orçamento Municipal, Matemática Financeira e Teoria Politica, apresentado à Anhanguera Educacional como requisito para a avaliação do Prointer 2017_01, sob orientação da Tutora EAD Camila A. Buba Nahas
ITAGUAÍ / RJ
2017
RESUMO
Pensando-se numa Gestão Pública Municipal mais transparente e participativa, elaborou-se este trabalho utilizando as disciplinas do 3º semestre do curso de Tecnologia em Gestão Pública. Trabalho que visa estudar um caso real de uma prefeitura municipal na qual, através do estudo das Leis Orçamentárias PPA – Plano Plurianual, LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias e LOA – Lei Orçamentária Anual, foi proposto um Programa de Desenvolvimento Sustentável no Setor Público, com a conceitualização de Gestão Pública Sustentável (GPS), sendo finalizado com os principais benefícios que este programa trará ao município e aos seus cidadãos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................	05
2 RELATÓRIO PARCIAL....................................................................................................06
3 RELATÓRIO FINAL.........................................................................................................13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................17
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................19
ANEXO .................................................................................................................................21
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
( Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades;
�
1 INTRODUÇÃO
A necessidade de se tornar a administração pública ainda mais profissionalizada visa sua eficiência, com foco na transparência, produzindo maior e duradoura inclusão socioeconômica do cidadão. Desta forma o histórico das reformas administrativas empreendidas no Brasil, vem com a abordagem do direito à qualidade dos serviços públicos, transparência, informação e controle social e dos novos desafios para a administração pública, tais como pensar o desenvolvimento a partir do município, políticas sociais e a democratização do poder local, recursos subutilizados, gestão pública empreendedora e governança pública. Com a promulgação da Lei Complementar n º 101 de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), houve a imposição do controle de gastos dos entes governamentais, condicionado à capacidade de arrecadação de tributos, ou seja, somente pode-se gastar se houver fonte de renda compatível. A Lei obriga que as finanças sejam apresentadas detalhadamente ao Tribunal de Contas. Caso as contas sejam rejeitadas, será instaurada investigação em relação ao Poder Executivo em questão, podendo resultar em Multas ou mesmo na proibição de disputar novas eleições. 
Ademais, a Lei Complementar nº 131 de 27 de maio de 2009, alterou a redação da LRF no que se refere à transparência da gestão fiscal, inovando ao determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Junta-se aos instrumentos citados, a publicação da Lei nº 12.527 de novembro de 2011, Lei de Acesso à Informação (LAI), que é uma ferramenta extremamente útil para a fiscalização dos entes governamentais, uma vez que a LAI garante a todo cidadão o direito à informação sobre: 
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades; 
Inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo; 
Registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;
Registros das despesas; 
Procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados;
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
( Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades; 
( Inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle 
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
( Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades;
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
( Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades;
Dados institucionais dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal; 
( Dados gerais para o acompanhamento de programas e ações de órgãos e entidades;
Com todos esses instrumentos, pode-se, sem sair de casa, ter acesso à documentos que serão de muita utilidade para a fiscalização e acompanhamento dos entes políticos. 
Neste caso, em específico, serão analisadas as contas públicas do Município do Rio de Janeiro/RJ, tentando-se dar uma gestão participativa ao governo municipal, alinhando-se o Plano Plurianual à Lei Orçamentária Anual, apresentando o conceito de Gestão Pública Sustentável (GPS) e uma sugestão de Programa de Desenvolvimento Sustentável no Setor Público, apresentando os benefícios para o município e os munícipes.
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 Relatório Parcial
1. Dados Iniciais 
Razão Social do Órgão: 
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – RJ
Localização: 
Rua Afonso Cavalcante, 455 – 10º andar – Ala A bairro Cidade Nova, Município do Rio de Janeiro/RJ.
 
Quantidade de funcionários: 
Aproximadamente 172 (cento e setenta e dois mil) servidores públicos municipais.
 
Setores: 
Prefeitura (Gabinete do Prefeito, Controladoria Geral do Município, Procuradoria Geral do Município) e 10 (dez) Secretarias Municipais, conforme organograma anexo. 
Situação atual do Município: 
O Prefeito Marcelo Crivela, assumiu a Prefeitura do Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 2017, com menos recursos para gastar e mais dívidas a pagar. Isso é o que indica a proposta para o Orçamento da capital fluminense enviada à Câmara dos Vereadores.
No primeiro ano da gestão de Crivella, a Prefeitura do Rio teve por cerca de R$ 29,5 bilhões disponíveis para pagar salários, obras, prestações de empréstimos e outras contas. Esse valor é 9,2% menor do que os R$ 32,5 bilhões previstos na lei orçamentária de 2016 (valor já corrigido pela inflação medida pelo IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 
( Secretária Administrativa 
( Secretária da Agricultura 
( Secretária da Cultura, Esporte e Lazer 
( Secretária da Educação 
( Secretaria de Obras e Serviços 
( Secretária de Saúde 
( Secretária de Indústria e Desenvolvimento 
( Secretária da Ação Social 
( Secretária de Finanças 
( Procuradora Jurídica 
( Assessoria de Imprensa
Apesar da queda nos recursos disponíveis, Crivella será responsável por garantir que a prefeitura honre com ainda mais dívidas em 2017 do que em 2016. A proposta de Orçamento elaborada por Paes reserva R$ 1,3 bilhão para prestações de financiamentos e seus juros. Isso é 31% a mais do que os R$ 989,5 milhões (valor corrigido) reservados em 2016 paraas mesmas despesas.
Pagando dívidas do antecessor
O gasto anual com o pagamento da dívida do município, aliás, deve crescer até 2019. A própria prefeitura calcula que prestações de empréstimos e juros consumam R$ 1,5 bilhão em 2018 (19% a mais do que em 2017) e outro R$ 1,7 bilhão em 2018 (19% a mais do que em 2017) e outro R$ 1,7 bilhão no ano seguinte (14% a mais do que no ano anterior). Só em 2020, último ano do mandato de Crivella, é que o custo anual das dívidas para a prefeitura deve se estabilizar. Isso, claro, se o novo prefeito não contratar novos financiamentos.
Avaliar a situação atual do Município, pontuando as ações já em andamento e as previstas para o próximo semestre: 
A situação atual do Município do Rio de Janeiro/RJ, apesar da crise econômica nacional atual, a prefeitura implantou nova frente de obras na Avenida Brasil no dia 30/04/2017, para a continuidade das obras do BRT Transbrasil. A atual Administração encontra empecilhos para implantação e execução de projetos baseados na campanha eleitoral, haja vista, o município do Rio de Janeiro, está digerindo uma crise econômica muito grave, inclusive com um rombo nas contas da previdência em torno de 17,5 bilhões, provocando como consequência, atitudes cautelares por parte da administração municipal, cortes nos gastos, com o fito de sanear as contas para então iniciar os projetos prometidos em campanha. 
 
Descrever de acordo com a análise da situação atual, um panorama da situação que se deseja estar ao final do período anual.
No decorrer da revisão do primeiro Plano Estratégico da Prefeitura do Rio, percebemos a necessidade de expandir a visão de futuro para a cidade de forma a contemplar um projeto ainda mais ambicioso do que aquele inicialmente visualizado em 2009. Com efeito, na ocasião em que o Plano vigente foi lançado, o Rio era a sede da Copa de 2014 e acabara de se tornar a sede das Olimpíadas de 2016, o que nos permitiu, e também demandou, maior arrojo em nossos sonhos. Como assinalado na carta de abertura do Prefeito, a lógica do Plano Estratégico é pensar no longo prazo para agir no curto prazo. A revisão do Plano vigente define ações concretas que têm como horizonte os próximos quatro anos (2013-2016) da próxima administração municipal, enquanto a Visão representa um conjunto de aspirações para a cidade ao longo de um prazo muito mais extenso. Nesta revisão buscamos conceber uma Visão para o horizonte de 2030. A metodologia aplicada compreendeu a realização de um diagnóstico com a identificação dos principais desafios e vantagens competitivas da cidade, bem como as crenças e valores mais marcantes do cidadão carioca. A partir deste diagnóstico, articulamos uma ambição para 2030, sustentada por quatro pilares de aspirações: sociais, econômicas, sustentabilidade e de políticas. Acreditamos que a Visão elaborada posicionará nossa cidade como, de fato, a Cidade Maravilhosa: a melhor cidade do Hemisfério Sul para se viver, trabalhar e conhecer.
O ciclo do planejamento se desenvolve de forma continuada, com cada etapa servindo como paradigma para as fases seguintes. “O ciclo de gestão do PPA compreende, além da elaboração do Plano, a implantação dos programas dos Programas que o constituem e seu monitoramento, bem como a avaliação e revisão do Plano” (VAINER; ALBUQUERQUE; GARSON, 2005, p. 20).
Este ciclo de gestão apresenta etapas, que estão conceituadas no quadro. 
	
ELABORAÇÃO
	Processo de construção de base estratégica e definição dos Programas e ações, através dos quais se materializará a ação do governo. O PPA elaborado será apresentado sob a forma de Projeto de Lei, para discussão com Legislativo.
	
IMPLANTAÇÃO
	É a operacionalização do Plano aprovado, através de seus Programas onde a disponibilização de recursos, através dos orçamentos anuais, tem caráter fundamental.
	
MONITORAMENTO
	Processo de acompanhamento da execução das ações do Programa, visando à obtenção de informações para subsidiar decisões, bem como a identificação e a correção de problemas.
	
AVALIAÇÃO
	A avaliação do Plano buscará aferir até que ponto as estratégias adotadas e as políticas públicas desenvolvidas atendem as demandas da sociedade, que nortearam a elaboração dos Programas integrantes do PPA.
	
REVISÃO
	Processo de adequação do Plano às mudanças internas e externas da conjuntura política, social e econômica, por meio da alteração, exclusão ou inclusão de Programas. A revisão do PPA resulta dos processos de monitoramento e avaliação.
Determinar o período abrangido pelo Plano, legislação aplicada e seu conteúdo básico:
O Plano Plurianual, Lei nº 5.686 de 10 de janeiro de 2014, abrange o período compreendido entre 10/1/2014 a 31/12/2017 e a Lei Orçamentaria Anual, Lei nº 6.122 de 29 de dezembro de 2016, juntamente com o Decreto nº 42934 de 13 de março de 2017 versam para o período compreendido entre 1º/1/2017 a 31/12/2017. 
Elaborar o Planejamento Territorial Integrado e o levantamento das ações setoriais.
Segundo o Manual de Elaboração – O passo a passo da Elaboração do PPA para municípios, ao integrar, de forma regionalizada, metas e prioridades dos entes federativos - União, Estados e Municípios – para um período de 4 anos, o PPA pode se constituir em poderoso instrumento de cooperação intergovernamental para a solução dos problemas apontados pela sociedade. É permitido ao Poder Executivo firmar compromissos com Estados e Municípios na forma de pacto, definindo atribuições e responsabilidades entre as partes, com vistas à execução do PPA e de seus programas. Os pactos de concertamento abrangerão os programas e ações que, previstos no PPA dos diversos membros da federação, requerem ação articulada entre seus executores, em todos os níveis de governo, evitando o desperdício de recursos que resulta de ações pulverizadas. A possibilidade de desenvolver ações articuladas com a União e com o Estado deverá subsidiar a definição da orientação estratégica do governo municipal. O Planejamento Territorial Integrado será apresentado futuramente.
– União, Estados e Municípios – para um período de 4 anos, o PPA pode s e constitui
Verificar e definir os recursos orçamentários disponíveis por órgão/entidade. 
	CONTROLADORIA GERAL DO MUNICIPIO - CGM 
	R$ 15.668.300,00
	GABINETE DO PREFEITO - GPP
	R$ 10.855.000,00
	PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO - PGM
	R$ 20.900,000,00
	SECRETARIA ESPECIAL DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS – SERI
	R$ 132.284.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DA CASA CIVIL – CVL
	R$ 16.420.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E DIREITOS HUMANOS – SMASDH
	R$ 23.800.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E MEIO AMBIENTE – SECONSERMA
	R$ 4.755.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA – SMC
	R$ 111.885.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO, EMPREGO E INOVAÇÃO – SMDEI
	R$ 4.015.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, ESPORTE E LAZER – SMEEL
	R$ 7.195.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA – SMF
	R$ 7.000.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE TRANSPORTES - SMTR
	R$ 4.105.000,00
	SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO, INFRAESTRUTURA E HABITAÇÃO - SMUIH
	R$ 49.478.000,00
Orientação estratégica ao Prefeito e definição dos objetivos macro da administração municipal.
A prefeitura lança o novo plano estratégico do Rio, que traça várias metas para o desenvolvimento do município. Desta vez, a principal novidade é que as ações propostas miram não apenas um quadriênio (de 2017 a 2020), mas também objetivos a serem alcançados a longo prazo — os próximos 50 anos. Por isso, o documento foi batizado de Visão Rio 500. Ao todo, são apresentados 60 projetos que, segundo a prefeitura, vão assegurar o cumprimento das 70 metas estabelecidas no plano estratégico. As propostas são ambiciosas. A prefeitura estima gastos de R$ 33,4 bilhões para tirar os projetos do papel entre 2017 e 2020. Cerca de R$ 20 bilhões desse montante seriam destinados a ações nas zonas Norte e Oeste. As propostas incluem investimentosna ampliação da mobilidade urbana, com a implantação de novos corredores de BRT, entre outros planos. O documento foi elaborado após meses de discussão com a sociedade civil, repetindo uma fórmula de participação utilizada em Nova York (nos Estados Unidos) e Melbourne (na Austrália). Aproximadamente 5.500 moradores deram opiniões, e a maioria das sugestões foi enviada para um site criado especialmente para a iniciativa. Alunos da rede municipal de ensino e integrantes dos conselhos da Cidade e da Juventude também foram consultados. Veja, a seguir, as metas mais importantes.
EDUCAÇÃO
As metas para o período 2016-2020 incluem a abertura de 30 mil vagas no pré-escolar da rede municipal. Atualmente, são oferecidas 151 mil. Algumas propostas se referem ao conceito atribuído ao Rio pelo Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) nacional. Uma delas é ter um Ideb mínimo de 4,8 em todas as escolas do sistema. Atualmente, a média geral é 5,3 — mas há unidades com nota inferior a 4,8. Outra proposta é reduzir as distorções idade-série (alunos fora da faixa etária adequada a cada segmento), que correspondem a 26% do total de matrículas, para apenas 11%.
TRANSPORTE / TRÂNSITO
Prevista no plano estratégico para o triênio 2013-2016, a colocação de ar-condicionado em toda a frota de ônibus reaparece na nova versão, com prazo de execução até 2017. Outra proposta do Visão Rio 500 é a redução, em 50%, no tempo médio de deslocamentos feitos em BRTs até 2020. Além disso, o plano estratégico apresenta uma perspectiva de aumento de 58 quilômetros nos corredores do sistema e de 135 em ciclovias.
SAÚDE
A mortalidade infantil no Rio caiu de 21,8 por mil nascidos, em 2000, para 11,3, em 2014. A meta a longo prazo é chegar a um índice inferior a quatro mortes para cada grupo de mil até 2065. Na avaliação da prefeitura, o objetivo poderá ser alcançado por meio de medidas que reduzam, ou mesmo anulem, as diferenças entre os Índices de Desenvolvimento Humano de cada bairro. Há planos também para a redução da mortalidade materno-infantil. A taxa de óbitos nos partos está em 76,43 por 100 mil, bem acima da de outras capitais, como Vitória (21,47), Belo Horizonte (38,24) e São Paulo (45,67). Outro objetivo é combater a obesidade. Atualmente, o Rio é a segunda capital com maior número de adultos obesos: chegam a 21% da população. Para enfrentar o problema, são propostas várias medidas. A principal meta é fazer com que todas as escolas municipais ofereçam, até 2035, cinco horas semanais de atividades físicas. Mais um objetivo é fazer com que, até 2040, 90% dos cariocas tenham o hábito de consultar um médico pelo menos uma vez por ano. Para isso, o município terá de proporcionar cobertura do Programa de Saúde da Família em toda a cidade.
SEGURANÇA
Apesar de a segurança pública ser uma atribuição do governo do estado, o Visão Rio 500 estabelece que o município vai colaborar com o combate à criminalidade por meio de programas de prevenção. O trabalho será focado nos jovens, com ações sociais para evitar o consumo de drogas e o envolvimento com o tráfico. A prefeitura acredita que, com projetos eficazes de conscientização junto a crianças e adolescentes, poderá ajudar a reduzir em 60% o número de mortes de jovens pelas chamadas causas externas (associadas à violência) até 2035. A administração municipal também calcula que, com as ações, haverá uma queda de 85% nas estatísticas de roubos a pedestres até o ano de 2065.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Entre as propostas para o período 2017-2020, está a redução de pelo menos 30% da população de rua na cidade, caindo de 3.616 para 2.531 pessoas, tendo como base um censo realizado em 2013. E, por conta do envelhecimento da população, será criado um programa batizado de Amigo do Idoso: dez bairros passarão a receber ações que terão como objetivo facilitar a rotina da terceira idade. Os idosos que necessitam de cuidados especiais serão monitorados por um serviço comunitário. Para a prefeitura, isso se faz necessário porque projeções demográficas indicam que, em 2065, a população com idade superior a 65 anos será cinco vezes maior que a de hoje. Já o número de moradores com até 19 anos de idade cairá à metade do atual.
URBANISMO
O envelhecimento da população também exigirá mudanças no dia a dia do Rio. Uma das metas é ter, até 2035, todos os espaços destinados à cultura e ao lazer, assim como os transportes públicos, completamente adaptados às necessidades da terceira idade. Há propostas também para práticas que estimulem o desenvolvimento sustentável. Uma das metas a longo prazo é o fim dos aterros sanitários até 2065, o que exigirá um maior aproveitamento de materiais para reciclagem ou produção de energia. O ano de 2065 também é adotado como prazo final para que todos os veículos de transporte público sejam operados com fontes alternativas de energia. Outra meta do Visão Rio 500 é uma diminuição de 30%, até 2050, na emissão de gases poluentes durante construções. Entre os objetivos a serem alcançados também está a ampliação em 5%, até 2020, da população do Centro. Para cumprir a meta, a prefeitura planeja incentivar, por meio de isenção ou redução de tributos, entre outros benefícios, a ocupação de imóveis de interesse histórico que se encontrem abandonados. Ainda é proposta a construção, nos próximos quatro anos, de 27,6 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. A prefeitura propõe, por fim, uma integração maior no subúrbio: pelo menos três estações de trem teriam os leitos rebaixados, criando uma nova área de circulação entre os dois lados de bairros cortados pela linha ferroviária.
OUTRAS ÁREAS
Todas as propostas a seguir devem ser implementadas até 2020, de acordo com o novo plano estratégico: ampliar em até 30% a área total de parques urbanos, por meio da criação de espaços de lazer nas zonas Norte (dois) e Oeste (quatro); aumentar a cobertura da captação de esgoto de 57% para 80% dos imóveis; garantir a remoção das famílias que vivem em áreas de risco no Maciço da Tijuca (hoje são cerca de sete mil) e conseguir um incremento de 20% na receita anual do turismo. Há ainda propostas para a construção de um centro de convenções na área central da cidade, em parceria com a iniciativa privada, e para a urbanização de loteamentos irregulares onde moram 42 mil famílias.
2.2 Relatório Final
Demonstração dos benefícios que este programa trará ao município e aos seus cidadãos. 
A Visão para o Desenvolvimento Sustentável do Rio de Janeiro e o Plano Estratégico Municipal da cidade
O governo municipal do Rio de Janeiro tornou-se um dos líderes dos governos locais no Sul global para discussões sobre desenvolvimento sustentável. Em 2012, a cidade promoveu o mais importante encontro sobre desenvolvimento sustentável, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O documento final da conferência, “O Futuro que Queremos”, estabeleceu uma visão global comum que concebe a erradicação da pobreza como um dos objetivos mais importantes da agenda de desenvolvimento sustentável, e uma das condições essenciais para concretizar a agenda, ao lado da necessidade de mudar profundamente padrões de consumo e produção protegendo os recursos naturais para futuras gerações. Os pilares econômicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável definidos pela Comissão Brundtland em 1987 foram reafirmados na Conferência Rio+20. Essa visão global do futuro reflete-se em grande medida nas pautas locais do Rio de Janeiro e na visão local da prefeitura. 
Complementando os três pilares da Comissão de Brundtland, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN) e o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) propõem um quarto pilar, a boa governança, não apenas da administração pública, mas também das alianças estabelecidas entre cidadãos, governos, sociedade civil e setor privado. A transparência é parte fundamental da boa governança. De acordo com o último parágrafo do documento final da Rio+20, oscomprometimentos feitos em relação ao desenvolvimento sustentável devem ser compilados em um registro na internet monitorado pelo público e regularmente atualizado com os indicadores de desempenho das ações previstas. Em concordância com a agenda global, o governo municipal do Rio de Janeiro implementou um modelo de gestão pública baseado em resultados e estruturado em planos estratégicos de quatro anos, fomentando a cultura meritocrática, a eficiência e o alcance de metas de desenvolvimento5. Muitos dos indicadores e metas do plano municipal de 2013-2016, particularmente aqueles relacionados à gestão pública, foram influenciados por diretrizes de boa governança propostas pela comunidade transnacional de desenvolvimento sustentável. Representantes municipais participam de várias redes de especialistas dessa comunidade transnacional, tais como o Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima, atualmente presidido pelo Rio de Janeiro, Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI) e a rede multissetorial SDSN. 
Após a inauguração global da SDSN pelo secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki Moon em 2012, uma sessão brasileira foi criada no Rio de Janeiro em março de 2014. A SDSN brasileira é coordenada conjuntamente pelo governo municipal do Rio de Janeiro, representado pelo Instituto Pereira Passos (IPP-Rio), Conservation International, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. A participação nessas redes facilita a mobilização de recursos e a rápida troca de informações, metodologias e tecnologias. Com isso em mente, e a adesão inicial de mais de 50 instituições, o IPP-Rio lançou em dezembro de 2014 o “Pacto do Rio: por uma cidade integrada”, um conjunto de compromissos mensuráveis articulados entre instituições de vários setores, no âmbito da SDSN, para aproveitar a conjuntura positiva da cidade, fortalecer as conexões entre as redes locais e internacionais e financiar projetos de desenvolvimento urbano local.
Uma Janela de oportunidade para a Revitalização Urbana
A conjuntura da cidade do Rio de Janeiro é bastante positiva para a revitalização urbana nos anos que antecedem a realização das Olimpíadas de 2016 apesar da conjuntura internacional nem tão favorável. O plano estratégico municipal implementado entre 2009 e 2012 foi lançado em meio a uma crise financeira global, mas as condições políticas e econômicas locais apresentaram uma janela de oportunidade para o crescimento acelerado e para o desenvolvimento sustentável. O prenúncio de um aumento substancial da produção de petróleo na costa do Estado do Rio de Janeiro é um dos fatores da conjuntura positiva, principalmente do ponto de vista da qualificação produtiva, geração de empregos e renda. Além disso, pouco depois da eleição do prefeito Eduardo Paes em 2009, iniciou-se na cidade um novo período de alinhamento político entre as três esferas do governo, federal, estadual e municipal, impulsionando a revitalização urbana. A cidade também se beneficiou do grande aumento da visibilidade mundial, fortalecendo o marketing e a atratividade da cidade. As capacidades do município para aproveitar e influenciar pautas em arenas internacionais também foram reforçadas. Em 2010, a cidade promoveu o 5° Fórum Urbano Mundial; em 2011, sediou o Fórum Econômico Mundial na América Latina; em 2012, a Rio+20; em 2013, a Copa das Confederações da FIFA e o Dia Mundial da Juventude e, em 2014, a Copa do Mundo da FIFA. Em 2015, celebra seu 450° aniversário e, em 2016, foram realizados os Jogos Olímpicos de Verão. A rara sucessão de tantos eventos internacionais oferece para o desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro grandes oportunidades e desafios. Os impactos de megaeventos foram categorizados por alguns pesquisadores como de curto prazo ou longo prazo, e visíveis ou invisíveis9. Entre os benefícios de curto prazo mais visíveis, estão os empregos gerados pela Copa do Mundo e pelos Jogos Olímpicos, o desenvolvimento comunitário, melhorias da infraestrutura de esportes e a receita dos jogos. Os benefícios de longo prazo incluem infraestrutura urbana, instalações esportivas, hospedagem, aumento no turismo e a expansão das organizações de voluntariado. No entanto, os impactos visíveis de longo prazo também podem incluir aumentos significativos no custo de vida, o que pode ser prejudicial para as comunidades mais vulneráveis. Além dos impactos visíveis, impactos invisíveis, tanto positivos como negativos, afetam o legado dos megaeventos. No curto prazo, mega-eventos fortalecem marcas da cidade (city branding) e aglomeram vontades políticas para concretizar transformações urbanas mais profundas, mas também podem deslocar investimentos e recursos de outras demandas. O legado social do mega eventos depende da gestão eficiente desses deslocamentos e do impacto da inflação do custo de vida sobre os grupos de renda mais baixa. Nesse sentido, a integração das políticas sociais com o planejamento dos megaeventos e do município é essencial. As receitas de megaeventos geralmente cobrem custos operacionais, mas a demanda pode não corresponder às despesas com infraestrutura. Para evitar a ineficiência, o legado deve ser formatado em harmonia com os planos de desenvolvimento de longo prazo para a cidade. 
Boa Governança: Base para o Desenvolvimento Sustentável
A governança é descrita como um quarto pilar do desenvolvimento sustentável, mas também como sua base e seu pré-requisito. O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (ONU-Habitat) sugeriu que os seguintes fatores são aspectos da boa governança: participação cidadã, gestão baseada em resultados, descentralização, prestação de contas e transparência, igualdade de gênero e cooperação intermunicipal, tanto nacional quanto internacional12. 
Em 2012, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes iniciou uma revisão do plano estratégico de 2009-2012, um importante instrumento para a transparência e a gestão baseada em resultados. Concluiu-se que mais de 80% das metas foram cumpridas, e formulou-se um novo plano estratégico para 2013-2016, com uma visão para 2030. Transformar o Rio na melhor cidade do hemisfério Sul para se viver e trabalhar é o objetivo abrangente do novo plano, que busca erradicar a pobreza extrema e a desigualdade no Rio e, ao mesmo tempo, transformar a cidade na capital estadual com os melhores sistemas de educação e saúde públicas no Brasil.
Rio+Social: Boa Governança das Favelas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP)
O governo municipal do Rio de Janeiro, representado pelo IPP-Rio, estabeleceu um projeto de cooperação técnica internacional com o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (ONU-Habitat) para ajudar a consolidar a pacificação e o controle territorial das favelas. O projeto UPP Social teve início em 2010, foi formalmente Iançado pela prefeitura do Rio de Janeiro em 2011 e rebatizado como Rio+Social em 2014. Compõe a plataforma de integração urbana da prefeitura atrelada ao plano estratégico do município para o período 2013 a 2016. O projeto conta com o acúmulo histórico de dados produzidos pelo IPP-Rio, incluindo a cartografia oficial da cidade e o Sistema de Assentamentos de Baixa Renda, cujos dados sobre 633 favelas da cidade, e suas 1024 comunidades, foram coletados desde 1983. A experiência dos servidores do IPP-Rio com intervenções públicas anteriores em favelas, tal como o Favela-Bairro e os Postos de Orientação Urbanística e Social, também foi somada ao Rio+Social. 
O Pilar Econômico do Desenvolvimento Sustentável
O município do Rio de Janeiro não teve um bom desempenho em termos econômicos tradicionais até recentemente. Um importante líder da comunidade empresarial da cidade destacou que, de 1976 a 2006, o PIB real ficou praticamente estagnado. Em 1999, a cidade do Rio de Janeiro respondia por 6,8% da economia nacional, comparado com 5,4% em 2006 e 5,1% em 2011. O IBGE divulga os dados oficiais do PIB nominal dos municípios. O Institutode Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) oferece o PIB dos municípios a preços constantes, utilizando o deflator implícito do PIB nacional. Alguns analistas utilizam como deflatores o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região metropolitana do Rio de Janeiro, produzido pelo IBGE, ou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade do Rio de Janeiro, produzido pela Fundação Getúlio Vargas. Em relação ao cálculo da variação real do PIB municipal esses índices não oferecem exatidão30. Apesar disso, a utilização desses três deflatores para calcular a variação indica que o PIB real provavelmente contraiu de 2001 a 2003 e cresceu significativamente a partir de 2004. A preços constantes, a taxa de crescimento anual composta do PIB municipal carioca, entre 2003 e 2010, foi 2.8% considerando o deflator implícito nacional, 5% considerando o IPC-RJ e 4.8% empregando o IPCA-RJ.
Pobreza e Desigualdade
Apesar dos investimentos e do crescimento real da renda, a economia municipal do Rio de Janeiro caracterizou-se nos últimos anos pela decrescente, mas substancial pobreza e pela crescente desigualdade de renda. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil39, os pobres e extremamente pobres no Rio de Janeiro representavam, respectivamente, 5% e 1,25% da população total em 2010, comparado a 8,85% e 2,2% em 2000, ou 14,1% e 4% em 1991. No entanto, 4,3% das famílias declararam em 2010 que não tinham fontes de renda além dos programas governamentais de transferência financeira. Embora muitas famílias provavelmente tenham omitido a renda, isso indica que a população extremamente pobre em 2010 poderia ser superior a 1,25%. O Instituto Pereira Passos (IPP-Rio) destaca que 20,7% da população do Rio de Janeiro vivia em domicílios com renda per capita de menos da metade do salário mínimo, o equivalente a em torno de US$ 6 por dia considerando o fator de conversão da Paridade do Poder de Compra (PPC) do Banco Mundial para 2010. Ganhando metade disso, 9,2% da população em 2010 sobrevivia com menos de um quarto do salário mínimo per capita brasileiro ou US$ 3 por dia, comparado a 16,2% no Brasil e 9.6% em São Paulo. Esse valor não é muito superior à linha de pobreza média para todos os países desenvolvidos de cerca de US$ 2 por dia42. Nas favelas do Rio de Janeiro, políticas de distribuição de renda, especialmente o Bolsa-Família e o Cartão Família Carioca, e rendas sem relação com trabalho desempenham um papel importante na redução da pobreza.
Educação, Saúde e Habitação
O Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil indica que a expectativa de vida no Rio de Janeiro aumentou de 67,9 anos em 1991 para 75,7 em 2010. Melhor acesso a água e saneamento teve um impacto sobre as condições de vida no Rio de Janeiro. Muitas favelas tinham passado por programas governamentais de urbanização antes da pacificação. De acordo com o censo de 2010, 93,8% das famílias em áreas pacificadas tinham saneamento adequado, pouco menos que os 94,9% da média da cidade56. O Rio+Social proporciona aos responsáveis pela política habitacional municipal pesquisas, análises e coordenação estratégicas das partes interessadas para formar parcerias multissetoriais sustentáveis e duradouras. Outra melhoria significativa foi a taxa de mortalidade infantil que caiu de 36,1% por mil nascidos vivos em 1980 para 13,6 em 2009. As melhorias em segurança nas estradas e a redução dos índices de homicídios anteriormente discutidas também ajudaram a aumentar a expectativa de vida nos últimos anos58. Devido às relações entre diferentes dimensões do desenvolvimento, a expansão da cobertura da estratégia de saúde familiar (ESF), de 7% da população em 2009 para 40% no final de 2012l contribuiu não apenas para reduzir as taxas de mortalidade, mas também para aumentar a frequência escolar e o emprego59. O aumento da cobertura para 70% foi incluído como uma das metas do plano estratégico municipal para 2016. A meta da cidade já foi atendida nas favelas pacificadas em 2014, quando a cobertura de ESF atingiu 73% e 100% em várias comunidades. No entanto, a fraca governança e a falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo continuam sendo um grande desafio para melhorias na saúde pública.
O Pilar Ambiental do Desenvolvimento Sustentável
Em uma escala global, há cada vez mais evidências de que o modelo de crescimento econômico atual baseado em combustíveis fósseis e em padrões de consumo insustentáveis está em conflito com os limites ambientais planetários. Há também evidências de que, além de um certo nível de renda necessário para atender às necessidades básicas, uma renda extra não melhora substancialmente a qualidade de vida e o bem-estar. A riqueza que cresce rapidamente multiplica os impactos ambientais e as externalidades do consumo e dos investimentos sem oferecer benefícios proporcionais em termos de bem-estar61. No Rio de Janeiro, as mudanças climáticas estão associadas com maiores vulnerabilidades, inundações devido à elevação do nível do mar, chuvas intensas e deslizamentos de terra mais frequentes, e a disseminação de doenças associadas ao clima como a dengue62. Em 2011, o governo municipal desenvolveu em colaboração com o governo britânico um Mapa da Vulnerabilidade Climática, com informações sobre as dimensões ambientais, sociais, econômicas e de infraestrutura63. A elevação do nível do mar e as marés meteorológicas exigem estratégias complexas para mitigar desastres e evitar colapsos nos sistemas de drenagem e saúde pública. Vinte e quatro horas por dia, o Centro de Operações do Rio (COR) monitora correntes de dados para aumentar a resiliência municipal e apoiar a administração pública. Forças de segurança, gestores de tráfego, bombeiros e autoridades responsáveis por emergências planejam respostas a desastres no COR, utilizando sua sala de crise com videoconferência para reação rápida. Em parceria com o governo estadual, a sociedade civil e o setor privado, o governo municipal do Rio de Janeiro ajudou a criar uma Bolsa de Valores Ambientais (BV-Rio) para apoiar a proteção ambiental com instrumentos negociáveis como reserva ambiental e cotas de emissões.
A Política Municipal sobre Mudança do Clima
Em 2011, o prefeito Eduardo Paes aprovou a Política Municipal sobre Mudança do Clima e Desenvolvimento Sustentável, que inclui um plano municipal, um fórum, incentivos fiscais e um fundo dedicado. A política também estabelece metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, comparado a 2005, em 8% até 2012, 16% em 2016 e 20% in 2020. Cria incentivos para o crescimento da energia renovável e Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, como créditos de carbono. O governo municipal e a Universidade Federal do Rio de Janeiro coordenaram a revisão do plano de ação em dezembro de 2013 e a formulação do terceiro inventário de gases do efeito estufa do município65. Esse inventário foi um dos 30 desenvolvidos no mundo em colaboração com o Instituto de Recursos Mundiais, o C40 e Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), para criar o Protocolo Global para Emissões de Gases do Efeito Estufa em Escala Comunitária. De acordo com o inventário, as emissões no Rio de Janeiro dobraram de 2005 para 2012, atingindo 22. 6 Mt CO2e.
Parcerias Multissetoriais para Governança Eficaz do Desenvolvimento Sustentável
A conjuntura positiva do Rio de Janeiro apresenta uma oportunidade única para mobilizar recursos e promover o desenvolvimento sustentável. A redução do crime letal na cidade, a rentável extração de petróleo das profundezas das camadas pré-sal, o turismo e as indústrias criativas associadas aos mega eventos fazem parte dessa oportunidade, mas para que essa conjuntura de fato resulte em mais sustentabilidade é preciso aumentar as capacidades de planejamento e execução de projetos dos vários setores da sociedade. O desenvolvimento sustentável do Rio de Janeiro depende da boa governança. Para aumentar a escala das numerosas parcerias multissetoriais na cidade identificadas como boas práticas de governança,cabe criar incentivos para que sejam registradas, avaliadas, replicadas e integradas. Comemorando os 450 anos da fundação da cidade, o IPP-Rio inaugurou no dia 17 de Dezembro de 2014 “o Pacto do Rio: por uma cidade integrada”, uma rede local articulada com a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN), composta por indivíduos e organizações comprometidas voluntariamente com frentes de trabalho monitoradas e avaliadas, e com as diretrizes da Rio+20, principalmente eficiência econômica, justiça social e boa governança.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A evolução do processo orçamentário brasileiro explicita que a prática e as idéias acerca da administração pública são conformadas por instituições e valores políticos, econômicos, sociais e culturais vigentes em determinados períodos históricos. Nessa linha, o contexto da administração pública, mais que a sua composição interna, é que determina o seu funcionamento e seus potenciais de inovação e transformação. É a incidência de forças econômicas, sociais e políticas externas que define as premissas para as estruturas técnicas internas, que balizarão, num primeiro momento, a formulação de modelos e metodologias de planejamento e, posteriormente, a elaboração e a execução de planos e orçamentos governamentais de acordo com as circunstâncias políticas vigentes em cada momento histórico. Portanto, nessa perspectiva, o processo orçamentário, tanto interno quanto externamente, deixa de estar separado de um contexto mais amplo. Isso é a razão por que a orientação dos sistemas de planejamento e orçamento é sujeita à modernização em função das mudanças sociais e políticas que interferem na sua gestão, controle e definição de responsabilidades (GRANOF, 1978; BOUCKAERT, 2002). É por meio dos processos de orçamento e planejamento que os governos, dentro de diretrizes políticas socialmente negociadas, são desafiados a exercer eficientemente as suas funções alocativas, de estabilização, distributivas e de impulsão à ação de agentes extra-estatais. As peças orçamentárias e de planejamento, por isso, são documentos tanto políticos quanto econômicos e são produtos dos processos sociopolíticos, por meio dos quais interesses divergentes da nação chegam a acordos. À conta disso, os orçamentos podem ser vistos como documentos políticos por intermédio dos quais os recursos são buscados e apropriados de acordo com julgamentos de valores, e os processos orçamentários e de planejamento como frutos da dinâmica da arena política (HÔGYE, 2002, p. 5). Nessa perspectiva, a performance dos governos tem passado a passos largos a ser medida pela responsabilidade e pela credibilidade assumidas em matéria de planejamento de meios com vistas a alcançar eficientemente os objetivos traçados pelas políticas públicas (KAUL; CONCEIÇÃO, 2006). Nessa linha, considerando os processos de planejamento e orçamento no âmbito local, é importante ter em conta que a RSP 409 Mario Procopiuck, Evanio Tavares Machado, Denis Alcides Rezende e Fabiane Lopes Bueno Netto Bessa Revista do Serviço Público Brasília 58 (4): 397-415 Out./Dez. 2007 solução dos problemas econômicos e sociais locais não depende única e exclusivamente dos poderes centrais ou estaduais. Neste ponto, por exemplo, sabese que mecanismos relativos à política monetária e creditícia são competência da União, e que os reflexos dessas políticas ocorrem não obrigatoriamente de forma simétrica por todo o território nacional, já que cada região ou município tem características socioeconômicas específicas à atividade econômica que predomina dentro de suas fronteiras. Por isso, o poder local, limitado à sua competência, poderá provocar mudanças nas suas políticas fiscal e orçamentária, objetivando promover, de modo claro, mudanças alinhadas às políticas nacionais e regionais. O Plano Plurianual, como ciclo de múltiplos anos, exige o desenvolvimento de um consistente e disciplinado processo que assegure a sua ligação com todos os orçamentos que serão processados durante o período de sua vigência. Dessa forma, planos com as características do PPAM podem tornar-se instrumentos eficazes de controle de despesa e alocação estratégica de recursos a longo prazo, além de mecanismos de apoio à eficiência operacional, por elevarem a necessidade de previsão e, em conseqüência, definir caminhos e responsabilidades dos dirigentes ao prepararem seus programas sob, muitas vezes, pesadas restrições fiscais e elevadas demandas locais a serem atendidas com recursos escassos (SCHIAVO-CAMPO; TOMMASI, 1999. ARCALEAN et al., 2007). A atuação local, portanto, requer que algumas premissas fundamentais sejam seguidas, tais como: ações públicas baseadas em processos racionais e coerentes; participação democrática em todas as instâncias e fóruns, com garantia de presença e de voz da sociedade; corpo técnico capacitado; e controle da gestão no que concerne ao acompanhamento das ações públicas. A conjunção dessas premissas na elaboração e na execução dos processos de planejamento e orçamento torna-se cada vez mais importante pelo fato de o desenvolvimento econômico local almejado ser considerado como resultante de esforço cooperativo da municipalidade. Nesse processo de planejamento e orçamento, como o principal instrumento, o PPAM exerce a função de especificar o que o governo pretende fazer, indicando o que se espera que atores extraestatais façam, encetando, assim, rumos e promovendo atmosfera e estrutura econô- mica local estável para que possam funcionar em consonância e sinergia com ambientes estratégicos público-privados mais amplos (PREMCHAND, 2001. GOLDSMITH; EGGERS, 2004). Portanto, sob tais condicionantes, diante da falta de regulamentação específica sobre a matéria fiscal e orçamentária, o poder local pode e deve instituir legislação própria com o intuito de estabelecer a normatização do PPAM, de modo nãoconflitante com a legislação federal e estadual em vigor, com vistas a levar a termo as políticas públicas que se façam necessárias em seus espaços territoriais, até que legislação superior entre em vigor. Dentro desse contexto, considerando a necessidade de maior regulação do processo de planejamento e orçamento entre os entes federativos, a discussão deve ser ampliada no sentido de que essa questão envolva exercícios financeiros e prazos, bem como a integração dos Planos das três esferas de governo. No caso da Lei do PPAM, tendo em vista a diferença do calendário eleitoral municipal em relação aos governos federal e estadual, é preciso considerar que há uma diferença temporal de dois anos, RSP 410 O Plano Plurianual Municipal no sistema de planejamento e orçamento brasileiro Revista do Serviço Público Brasília 58 (4): 397-415 Out./Dez. 2007 o que redunda em defasagem de igual período em sua elaboração e vigência. Conseqüência imediata disso é a dificuldade de integração e articulação dos planos municipais com os dos dois outros entes da federação, trazendo sérios prejuízos ao intercâmbio de informações, aos diagnósticos e às análises. Normalmente o resultado desses desencontros tem sido a falta de imbricamento das ações governamentais, em muitos casos gerando, por um lado, problemas de sobreposição de políticas públicas entre as esferas de governo e, por outro, bruscas interrupções de outras polí- ticas no contexto municipal em virtude de mudanças na condução de políticas públicas estaduais e (ou) federais. A institucionalização do PPA por força de comando constitucional é um marco positivo para a gestão pública pelo fato de introduzir o princípio do planejamento a longo prazo na administração. Todavia, urge que se façam ajustes regulatórios mais amplos no que tange à forma, ao conteúdo, ao processo e à articulação federativa, como formas de consolidar esse importante instrumento de planejamento e gestão, em consonância com as diretrizes provenientes da LDO, da LOA, da LRF e do Estatuto da Cidade, em especial na esfera municipal. (Artigo recebido em junho o de 2007. Versão final em novembro de 2007.REFERÊNCIAS
Allis, Joana & Franca, Monique, "Env¡ronmental Education in lntegratíve Waste Management: Case Study of Favelas in Rio de Janeiro" in Medeiros, Rodrigo Swaruk, Larry (Eds.) Sustainable Development Practice: Advancing Evídence-Based Solutíons for the Post-2015 Agenda, Proceedings of the 2013 lnternational Conference on Sustainable Development Practice. New York.' Global Association of the Master's in Development Practice Programs (2013), p. 286 - 294. 
Besserman, Sérgio; Rosa, Rodrigo & Lins, Clarissa, “Sustentabilidade é competitivídade: para o Rio e para o Brasil” in Urani, André & Giambiagi, Fabío (Eds.) Rio.' a hora da virada. Rio de Janeiro: 
Backstrand, Karin, “Multi-stakeholder partnerships for sustainable development: rethinking legitimacy, accountability and effectiveness” European Environment, (2006)16(5), 290-306. 
UNDESA (2014) Sustainable Development in Action: special report on voluntary commitments and partnerships for Sustainable Development, July, http://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/1479SD%20in%20Action%20Report%20final%20(1fv).pdf 
ALBUQUERQUE, Claudiano; MEDEIROS, Márcio; FEIJÓ, Paulo Henrique. Gestão de Finanças Públicas: Fundamentos e práticas de planejamento, orçamento e administração financeira com responsabilidade fiscal. 1a ed. Brasília: Brasília, 2006. 488p.
AFONSO, Jose Roberto Rodrigues. Memória da Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88 – as finanças públicas. Revista do BNDES, v. 6, n. 11, 02/02/2005. 1999.
ARCALEAN, Calin; GLOMM, Gerhard; SCHIOPU, Ioana; SÜDEKUM, Jens. Public Budget Composition, Fiscal (De) Centralization, and Welfare. Working Paper no 2007-2003. BLOOMINGTON, In: Center for Applied Economics and Policy Research, 2007.32 p.
AZEVEDO, Alexandre Furtado de. Plano Plurianual. Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, 2005. Acesso: http://ftp3.inep.gov.br/FONAI_MEC/Acompanhamento_–_PPA-.SOF.ppt, em: 15/01/2006.
ALDAS, Sérgio Eduardo S. de Guia para normalização de trabalhos acadêmicos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016. 
 
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. Elaboração do Plano Plurianual 2016-2019. Orientações para a participação social. Disponível em: < 
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/ppa/2016/cartilha_elaboracao_p
pa_2016.pdf>. Acesso em: 01.05.2017 
 
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Manual de Elaboração – O passo a passo da Elaboração do PPA para municípios. Disponível em: < http://www.ppamunicipal.pr.gov.br/arquivos/File/090205_manual_elaboracao_PPA_municipi
os.pdf>. Acesso em: 09.05.2017. 
 PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. Transparência RIO – Portal da Transparência – Receitas, despesas, prestação de contas... Promovendo a transparência dos gastos públicos!. Disponível em: < http://transparencia.treslagoas.ms.gov.br/transparencia/publico/index.xhtml>. Acesso em: 10.05.2017
 PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS. Gestão Pública Sustentável (GPS). Disponível em: <http://www.cidadessustentáveis.org.br/gps>. Acesso em: 04.05.2017 
 NOSSA SÃO PAULO. Plano de Metas São Paulo 2013-2016. Disponível em: < http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/programasdemetas/plano-de-metas-saopaulo-2013-2016.pdf>. Acesso em: 8.5.2017
http://www.rio.rj.gov.br/web/smtr/conheca-a-secretaria
http://oglobo.globo.com/rio/prefeitura-traca-plano-estrategico-para-desenvolvimento-da-cidade-18773532
http://www.passeidireto.com/arquivo/22467595/prointer
http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/arquivos_artigos/artigos/1060/20140428144244.pdf
https://www.passeidireto.com/arquivo/22467595/prointer-iii--relatorio-final-2016-gestaopublica
http://www.rio.rj.gov.br/
 http://riotransparente.rio.rj.gov.br
ANEXOS

Outros materiais