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Prointer IV 2017 10 PARCIAL

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� PAGE \* MERGEFORMAT �4�
POLO: VILA MARIANA
DANIELA FRANÇA SILVA SANTOS	RA 5052603500
TUTORA A DISTANCIA: DEISY FRANCIELLEN
PROINTER IV
SÃO PAULO/SP
10/2017
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DANIELA FRANÇA SILVA SANTOS	RA 5052603500
TUTORA A DISTANCIA: DEISY FRANCIELLEN
PROINTER IV
Trabalho apresentado ao Curso de Tecnologia em Gestão Pública do Centro de Educação a Distancia - CEAD da Universidade Anhanguera UNIDERP, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina Projeto interdisciplinar aplicado à Políticas Públicas, Gestão Urbana e De Serviços Públicos, Estado e Poder Local, Financiamentos Públicos, Licitações, Contratos e Convênios.
SÃO PAULO/SP
10/2017
RESUMO
O trabalho contém duas partes: a primeira, foca na “burocracia” como elemento de análise suscetível de ser pesquisada e entendida, foca na necessidade de considerar a dimensão política no diagnóstico institucional e nos conceitos fundamentais para o entendimento sobre políticas públicas e sua relação com a previdência social. Na segunda parte são feitas análises sobre os agentes que se inter-relacionam nessa realidade e ao final são feitas considerações sobre o estudo e seus encadeamentos.
Palavras-Chave: Previdência Social. Políticas Públicas. Gestão Social.�
SUMÁRIO
RESUMO	3
51	INTRODUÇÃO	�
2	ANÁLISE CONTEXTUALIZADA	06
2.1 BUROCRACIA................................................................................................................07
2.2 PREVIDÊNCIA SOCIAL................................................................................................07
2.3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................09
2.4 POLÍTICAS PÚBLICAS..................................................................................................10
3	ATUAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA PRECIDÊNCIA SOCIAL	12
4 OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL.......17
5 FRAGILIDADES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS.................................18
6 SUGESTÕES DE MELHORIAS QUE MINIMIZEM A BUROCRACIA NOS PROCESSOS............................................................................................................................21
7 INTER-RELAÇÃO ENTRE A BUROCRACIA, AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS FINANCIAMENTOS PÚBLICOS COM FOCO NA CRISE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
.................................................................................................................................24
28 CONSIDERAÇÕES FINAIS	�8
REFERÊNCIAS	30
�
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1 INTRODUÇÃO
O presente estudo possui como tema a análise das políticas públicas de previdência social na efetivação da cidadania no Brasil, a partir de uma análise da duplicidade da perda dos valores dos benefícios previdenciários em virtude da incidência do novo período de base de cálculo e do fator previdenciário, assim como também, dos índices de reajustes anuais concedidos aos benefícios com valor superior ao mínimo. Levando-se em consideração o Princípio da Irredutibilidade do valor dos benefícios e o preceito constitucional da Conservação do seu Valor Real, o Princípio geral da irredutibilidade salarial fundamenta-se principalmente no princípio da progressão social. Desta forma deparamo-nos com possíveis hipóteses: 
- No atual contexto brasileiro a Previdência Social é um fator importante para a efetivação da cidadania, mas não permite absoluta ascensão dos direitos sociais, e, principalmente, vem causando a perda dos mesmos, em razão da incidência do fator previdenciário e dos valores dos índices de reajustes anuais dos benefícios de aposentadoria. 	- Analisando a atual atribulação social brasileira e a duplicidade da perda dos valores angariados nos benefícios de aposentadoria concedidos pela Previdência Social, acredita-se que as políticas públicas de previdência social não cumprem os ditames constitucionais de inclusão social, minimização das desigualdades e de direito da condições mínimas de subsistência. 
- As políticas públicas de previdência social concretizam seu objetivo de inclusão social, minimização das desigualdades e o direito a condições mínimas de subsistências, promovendo a efetivação da cidadania e dos direitos sociais, garantidores da dignidade da pessoa humana, mesmo com a incidência do fator previdenciário e dos valores dos índices de reajustes anuais dos benefícios de aposentadoria. Portanto, o objetivo deste estudo é analisar a contribuição das políticas públicas de previdência social na efetivação da cidadania e concretização da dignidade da pessoa humana, sua relevância e limitações face aos diferentes níveis de valores angariados nos benefícios concedidos, em virtude da incidência do fator previdenciário e dos índices de reajustes anuais concedidos aos benefícios superiores ao mínimo. Considerando que discussões sobre cidadania têm tido muita ênfase, contribuindo de forma significativa na construção da previdência social pública, constitui-se por um conjunto de medidas selecionadas pelo Estado, que procura proporcionar segurança e atender as necessidade do ser humano nos momentos de adversidade, garantindo-lhes tranquilidade para o futuro. Desta forma, não podemos fechar os olhos para os problemas que lhe assolam e os mitos que lhe atingem. Precisamos analisar as políticas que estão sendo aplicadas e suas consequências positivas e negativas, para só depois decidir se devemos mantê-las ou substituí-las por outras que garantam acima de tudo a dignidade da pessoa humana. As políticas públicas de previdência social são, pois, um problema que requer uma abordagem integral. Somente desta forma será possível desenvolver políticas públicas pertinentes e eficazes, capazes de garantir um sistema de seguridade sólido e confiável. Sendo que tal estudo justifica-se na necessidade de proteção aos direitos fundamentais dos idosos, que estão sendo demasiadamente aniquilados. 
2 ANÁLISE CONTEXTUALIZADA: 
2.1.Burocracia: Uma das primeiras aplicações do termo Burocracia relatado no período do século XVIII , foi entendido com alto grau de negatividade, como sinônimo de excesso de normas e regulamentos, limitação da iniciativa, desperdício de recursos e ineficiência generalizada dos organismos estatais e privados. Entretanto, em a organização burocrática, a produção capitalista nunca teria sido realizada. Por outro lado, a base econômica capitalista é essencial para o desenvolvimento da administração burocrática. Portanto, a palavra "burocracia" tem, no nosso dia-a-dia, um sentido pejorativo. Chamamos de burocracia o exagero de normas e regulamentos, a ineficiência administrativa, o desperdício de recursos. No entanto, para a sociologia, esse termo tem um sentido especial. Desde que passou a ser usado por Max Weber (1864 –1920), designa um modelo específico de organização administrativa.
A burocracia teve a sua origem nas mudanças religiosas apurado após o Renascimento. O sistema de produção, sobretudo racional e capitalista originou de um novo conjunto de normas sociais morais, denominada de "ética protestante". Weber verificou que o capitalismo e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente nos países protestantes (Inglaterra e Holanda)
Burocracia é um sistema de controle social baseado na racionalidade (no que tange adequar os meios para se alcançar os fins, tendo em vista a eficiência na obtenção dos resultados esperados.
2.2.Previdência Social: O crescimento das cidades, marcado por um processo de desenvolvimento industrial, trouxe mudanças profundas nas relações entre empregadores e empregados, uma vez que estes passaram a um nível de exposição e de risco muito maior em suas atividades, o que gerou a necessidade de criação de mecanismos de proteção por parte das empresasno contexto do trabalho. Compreende-se que a Previdência Social é o seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. As pessoas se relacionam com o mercado através de sua força de trabalho e de contribuição social. Esse processo de troca não está isento de riscos, podendo ocorrer situações que possam interromper a continuidade da capacidade de trabalho. Desse modo, ocorrendo qualquer circunstância que impeça ou limite a capacidade de trabalho do empregado, caberá ao Estado garantir a dignidade e a subsistência dessas pessoas, já que o Estado Democrático e Social de Direito deve prover e garantir as condições de proteção necessárias quando essas pessoas e seus dependentes se encontrarem incapacitados. No Brasil, a Previdência Social é administrada pelo Ministério da Previdência Social, criado no dia primeiro de maio de 1974. Suas ações são executadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os trabalhadores contribuem com seus tributos diretamente ou por meio de seus empregadores, que repassam o valor dos impostos já no pagamento dos salários. Em geral, todos os trabalhadores estão submetidos a um mesmo regime de contribuição previdenciária, à exceção de funcionários públicos, Organizações Não governamentais e organizações religiosas. Embora o Estado se encarregue do recolhimento dos tributos, os trabalhadores ainda podem optar por sistemas de previdência privada, que possuem suas próprias regras e valores de contribuição e repasse dos benefícios. O recurso é utilizado por aqueles que se interessam em garantir uma renda extra em casos de necessidade, já que a previdência privada não substitui a pública e, por isso, é chamada também de complementar. Mediante contribuição para a Previdência Social, o trabalhador recebe amparo em casos de doença, invalidez, velhice, morte e maternidade, concedendo auxílios, aposentadorias e pensões.  A Previdência Social brasileira já passou por várias mudanças conceituais e estruturais, envolvendo o grau de cobertura, o elenco de benefícios oferecidos e a forma de financiamento do sistema.
2.3.Administração Pública: A Administração Pública começou a se organizar nos séculos XVIII e XIX, nessa época era ainda embrionária devido ao Estado Absolutista, que anteriormente detinha todo o poder centralizado e não permitia um desenvolvimento público. A administração não tinha ainda uma elaboração normativa baseadas nos princípios constitucionais próprios que tem hoje, apenas algumas obras e regras esparsas que dariam início aos atuais conceitos de direitos constitucionais e administrativos. Foi quando o Estado de Direito começou a se estabelecer, juntamente com o Direito Constitucional, e os demais ramos de direito público que o Direito Administrativo começou a se formar, a partir da separação dos poderes do Estado e com o Princípio da Legalidade, para dar mais segurança aos direitos do povo em relações particulares e também nas relações públicas. A partir da Revolução Francesa é que o Estado de Direito, com a separação dos três poderes, se consolidou e só nesse momento que se foi começar a delimitar normas que organizariam a Administração Pública, retirando a aplicação do direito privado das relações jurídicas em que o Estado participa. O direito administrativo amplia a sua atuação para atividades antes efetuadas pelo direito privado, estendendo-se a atividades com objetivo de promover o bem-estar social, como por exemplo, a educação, saúde, cultura. Num sentido amplo, o vocábulo Administração Pública compreende num primeiro patamar os órgãos governamentais, superiores, e suas respectivas funções, eminentemente políticas, de comando e direção, mediante as quais são fixadas as diretrizes e elaborados os planos de atuação do Estado. Num segundo patamar, a expressão também abarca os órgãos e entidades administrativos, subalternos, bem como suas funções, basicamente de execução dos planos governamentais. A Constituição Federal de 1988 trouxe identificada em seu artigo 37 os princípios explícitos que norteiam e estabelecem parâmetros à administração pública, dando pontos de referência ao Administrador Público e dando base a todo o direito administrativo. São eles os princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Publicidade e da Eficiência, este último tendo sido adicionado apenas em 1998. Esses princípios são rebentos dos pilares de sustentação do direito administrativo, a Supremacia do Interesse Público e a Indisponibilidade do Interesse Público. Administração Pública tem como principal objetivo o interesse público, seguindo os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
2.4.Políticas Públicas: A área de políticas públicas consolidou na última metade do século XX um corpo teórico próprio e um instrumental analítico voltado para a compreensão de fenômenos de natureza político-administrativa, assim como a medicina o faz com os problemas do organismo, a física com as leis do movimento etc.           Os conhecimentos produzidos na área de políticas públicas vêm sendo largamente utilizado por pesquisadores, políticos e administradores que lidam com problemas públicos em diversos setores de intervenção e nas mais diferentes áreas: ciência política, sociologia, economia, administração pública, direito etc. Vêm sendo utilizado tanto no que diz respeito à implementação e a avaliação das políticas públicas, quanto no que diz respeito a abordagens que destacam o papel das ideias e do conhecimento neste processodefinição corrente HYPERLINK "http://www.portalconscienciapolitica.com.br/" \l "_edn2" \o "" ��. E isso porque, segundo Faria (2003), as ideias e o conhecimento são cruciais para a compreensão e formação de uma agenda de implementação de políticas públicas. A definição de agenda diz respeito ao processo pelo qual os governos decidem quais questões precisam de sua atenção. 
Conforme , políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição.Um programa da Prefeitura que esteja beneficiando seu bairro, por exemplo, é uma política pública. A educação, a saúde, o meio ambiente e a água são direitos universais, assim, para assegurá-los e promovê-los estão constituídas pela Constituição Federal as políticas públicas de educação e saúde, por exemplo. Políticas públicas constituem propostas do Estado formuladas com o objetivo do cumprimento de seu papel institucional e indelegável de atuar na promoção do bem-estar de todos, especialmente pelo asseguramento e universalização dos direitos elementares à cidadania, tais como educação, saúde, habitação, saneamento, urbanização, esporte, cultura, lazer, profissionalização e, em caráter supletivo, assistência social. Quanto mais injustas as estruturas estabelecidas numa sociedade maior a necessidade de intervenção positiva do Estado no sentido da regulação e proteção social.
3 ATUAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A proteção social deve ser vista como uma forma de se proteger o cidadão dos sinistros sociais, assim entendidos como os acontecimentos que previsíveis ou não. Tal regime, protege exclusivamente aos segurados (e seus dependentes) que possuem o contrato de trabalho formal e aqueles que contribuem ao RGPS pelas outras formas estabelecidas por lei, como o contribuinte individual, facultativo, dentre outros. Assim é, que em não havendo formalização do contrato de trabalho, o que infelizmente vem ocorrendo em nosso país, as chances deste tipo de proteção social alcançar a todos os trabalhadores brasileiros tendem a diminuir sensivelmente. Desta forma os benefícios como aposentadorias, auxílio-doença,salário-maternidade, auxílio acidente, deixam todos os dias de ser pagos aos trabalhadores, em função da informalidade. Este certamente é um dos entraves ao acesso a esta política pública, e outro, é com clareza cristalina, o excesso de burocracia ao deferimento dos retro mencionados benefícios aos trabalhadores que possuem a qualidade de segurado, ou seja, que contribuem para o RGPS. Benefícios como o auxílio doença e aposentadoria por invalidez, trazem em seu bojo normativo administrativo, tantos entraves, que muitas das vezes ou o cidadão desiste, ou pior, morre sem que tenha auferido seu benefício. Não são raras as vezes em que se vê no noticiário da TV, peritos do INSS sendo agredidos ou mortos por segurados revoltados, com o excesso de rigor no benefício. Outros benefícios, requerem do cidadão tantas formalidades, que o mesmo se vê alijado do direito em virtude da falta absoluta de atendimento das condições pré estabelecidas pelo INSS para concessão do benefício, tal é o caso do lavrador brasileiro. Questão relativa à efetividade e relevante se nos impõe quando o tema é a necessidade de prova de tempo de serviço do trabalhador rural. A contagem de tempo de serviço do trabalhador rural se equipara à contagem do trabalhador urbano empregado, sendo que a prova desse se dá quase que exclusivamente pela apresentação das anotações da CTPS. Porém, na maioria das vezes, o rurícola não dispõe de CTPS, trabalha clandestinamente, não recolhe contribuições e acaba ficando à margem do procedimento previsto para a contagem de tempo. Sendo a legislação lacunosa, acaba por inviabilizar o exercício pleno do direito à aposentadoria em virtude de tal,fato. Assim, o rurícola por mais que trabalhe, muitas das vezes não consegue provar o exercício da atividade, por absoluta falta de prova documental.
O trabalhador que se submete a atividades insalubres também sofre com as constantes mudanças na legislação, que de tempos em tempos segrega um pouco mais dos seus direitos. Nos últimos anos, os efeitos da crise econômica foram particularmente graves para os trabalhadores. A falta de mecanismos de proteção e a posição relativamente omissa do governo contribuíram para agravar o impacto do desemprego, subemprego e da alta rotatividade da força de trabalho. Além disso, a escassez de recursos reduziu a eficácia da fiscalização destinada a proteger o trabalhador. Foram igualmente prejudicados os programas de formação profissional, promoção cultural e de lazer da classe. O governo necessita assumir sua responsabilidade na proteção dos direitos trabalhistas e no aperfeiçoamento do mercado de trabalho, para que os trabalhadores, possam gozar via formalização dos direitos esculpidos na CF/88, Lei 8231/98, decreto 3048/99 dentre outros. Não Basta a existência de normas, é preciso garantir sua aplicação em benefício de seus destinatários. No campo da assistência social, a justificativa se dá em função do empobrecimento da população e as dificuldades de acesso ao LOAS especificamente ao amparo ao idoso e ao portador de deficiêcia. Uma das variáveis pode ser o excesso de centralização e burocratização na condução do programa, aliados a um modelo com estratégias inadequadas, atuando sobre grupos e categorias da população de forma isolada de seu meio familiar e comunitário. O problema da efetividade, tanto na previdência, quanto na assistência social, passa por entraves e facilitadores, sendo necessário o diagnóstico dos entraves da política, sua análise, a proposição de facilitadores, bem como a análise dos facilitadores existentes de modo a proporcionar uma contribuição a essa área e a toda a sociedade brasileira, assim considerados os destinatários das políticas públicas no Brasil. Para isso, é indispensável aperfeiçoar a articulação das atividades dos governos federal, estadual, municipal essa articulação deverá voltar-se para atender ao maior número possível de pessoas, evitando superposições de atividades. Os problemas hoje enfrentados nesta área - dos direitos da cidadania - decorrem de diversos fatores, dos quais os principais são: 
- a natureza do desenvolvimento econômico e social, que nos últimos anos acentuou as desigualdades sociais e regionais, restringiu a participação dos cidadãos e aumentou a violência urbana e rural;
- a importância relativamente pequena que os investimentos públicos federais concederam, dentro da área social, ao aperfeiçoamento e modernização dos organismos relacionados com segurança e justiça; 
Maria Lúcia Luz Leiria, no texto A Interpretação No Direito Previdenciário pontua: “ A efetividade de determinado direito tutelado pela ordem jurídico-constitucional depende de expressão e força vinculativa do poder político-jurídico. Dentre muitos direitos fundamentais estampados na Declaração Universal, foram reconhecidos os chamados direitos sociais, tanto para o homem enquanto indivíduo, como para o homem enquanto coletividade. Esses novos direitos ou novas faces de interesses, que vão surgindo pela própria multiplicação das relações intersubjetivas, abrangem o direito à prestação do Estado para aqueles que não mais podem produzir ou que não mais se podem sustentar, que são aqueles diretamente ligados à chamada Seguridade Social. Trata-se de direitos da chamada segunda geração, que convivem com aqueles ditos de primeira geração, bem como com os denominados de terceira geração. Tais direitos sociais, ditos de segunda geração e que se caracterizam pela necessidade de serem atendidos pelo Estado, justamente para que o princípio de garantia de vida digna seja obedecido, foram convivendo com novos direitos coletivos e difusos, onde predomina o interesse social de manutenção do meio ambiente, de preservação do patrimônio público e social, de proteção aos progressos da ciência, sem que se anulem aquelas bases e direitos fundamentais ditos individuais. Entre tais direitos, estão aqueles que dizem respeito especificamente à Previdência Social, estatal e pública, assentados na Constituição com princípios norteadores que não podem ser afastados pelo político ou pelo jurista. Princípios esses que informam a aplicação das normas e textos referentes à Previdência Social e que devem ser buscados quando reconhecidos os direitos e não implementados, e enquanto assegurados e não efetivados, para que a norma abstrata se converta em situação concreta e de efetiva justiça social. A par dos benefícios ditos sem contraprestação - o benefício assistencial(5) e os concedidos aos segurados especiais -, todos os demais estão diretamente dirigidos pelo princípio contributivo-retributivo, observando-se critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial (artigo 201 da Constituição Federal de 1988, com a redação da Emenda Constitucional nº 20). Ou seja, o cidadão, enquanto trabalhador, contribui para que, em determinado momento e sob determinadas regras e condições, possa continuar mantendo uma vida digna com o percebimento de benefícios da Previdência Social.
Como todo direito fundamental, inscrito na Carta Constitucional, os benefícios previdenciários são direitos fundamentais sociais, comportando, para tanto, interpretação conforme os princípios constitucionais”. “Importante salientar que o reconhecimento de tais direitos vem atrelado à necessidade de mecanismos capazes de garantir a sua efetividade - por isso direitos e garantias vêm enfeixados quase que num mesmo conceito. Tanto que tais normas que protegem e dizem os direitos fundamentais necessitam ser aplicadas imediatamente, por força da própria determinação constitucional. A plena existência de ditos direitos fundamentais, quer de primeira, quer de segunda, terceira ou quarta geração, está insculpida em uma Constituição que, inclusive, aponta os mecanismos necessários para que sejam imediatamente aplicados e que não podem ser suprimidos pelo Poder Constituinte derivado - é o que se vê do artigo 60 da Constituição Federal. Dentro deste espírito do exame constitucional do operador do direito, todos os textos infraconstitucionais devem-se adequar àsgarantias dos direitos fundamentais; em caso de infração, de atuação contrária aos ditos direitos, estão titulados o cidadão, as entidades de classe e o Ministério Público como autores diretos das ações constitucionais elencadas para que se efetivem e se tornem eficazes os direitos fundamentais acaso ameaçados ou violados. Assentada, portanto, a clara natureza destes direitos referentes à previdência social, só com uma nova postura hermenêutica torna-se possível antever a pretendida concretização de tais direitos. E é justamente aí que se torna absolutamente necessário conscientizem-se os operadores desta área da efetiva necessidade de adequação a estes novos conceitos”. Liszt Vieira, em Cidadania e Globalização, assevera no capítulo 5 de seu livro tratando do direito e cidadania entre o moderno e o pós moderno:” A filosofia individualista do liberalismo fundamentou seu político nos direitos de primeira geração. Inspira-se, entre outras nas concepções de Locke, para quem o individuo precede o Estado. O governo, portanto, é para os indivíduos, e não o contrário. Por isso, o governo deve limitar-se a garantir os direito civis e políticos e evitar intrometer-se na atividade econômica, onde cada um, ao perseguir seus interesses individuais, contribuiria para o interesse coletivo pela ação da “mão invisível” de Adam Shimith, isto é pelo livre jogo das forças de mercado. A formulação conteporanea mais acabada do liberalismo é o pensamento  Hayek, com sua crença mítica no mercado como única solução para o problema da produção e distribuição de riquezas. Com seu desprezo pelos direitos sociais e pelo welfore state, o liberalismo não resolveu o problema social, econômico e político da desigualdade” .
4 OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Com relação aos benefícios assistenciais, o mesmo ocorre, e ainda de forma mais intensa. Se havendo contribuição já existe dificuldade em se auferir direitos, o pior se dá quando não se contribui e ainda que titular de direitos, o cidadão tem que passar por um verdadeiro processo seletivo para alcançar direito que lhe é facultado por lei. Entre eles estão:
- Aposentadoria por tempo de contribuição é concedida à assegurados após 35 anos de contribuição, para homens e após 30 anos para mulheres nãop havendo idade mínima para a concessão do benefício.
 - Aposentadoria do INSS por idade pode ser requerida por homens a partir de 65 anos e por mulheres a partir de 60 anos de idade, desde que tenham no mínimo 180 meses (15anos) de contribuição. 
– Aposentadoria por invalidez é concedida para trabalhadores que, por doença ou acidente , ficaram incapacitados de continuar trabalhando. No caso de doença, o trabalhador deve ter no mínimo, 12 contribuições mensais. Para acidentes, basta estará inscrito no INSS.
5 FRAGILIDADES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS 
A promessa de unificação da Seguridade Social prevista na Carta de 1988, tanto em seu orçamento como na gestão unificada através do Ministério da Seguridade não se concretizou. No retorno ao regime democrático, após a ditadura militar, nos anos 90, os três segmentos da Seguridade (Previdência, Saúde e Assistência), foram regulados por legislações diferentes e institucionalizadas em ministérios distintos, assim como também tiveram suas receitas estipuladas separadamente.90 Diversos fatores explicam as limitações da Seguridade Social, mas pode-se dizer que todos tiveram como pano de fundo os conflitos entre a implementação de um modelo ampliado de Seguridade e a adoção de políticas neoliberais a partir da década de 1990. Por isso, é necessário atualizar o debate sobre a Seguridade, para que ela inclua todos os cidadãos brasileiros e garanta uma cidadania efetiva. As escolhas feitas por sucessivos governos nacionais em torno das políticas sociais, o contexto internacional e suas repercussões no cenário brasileiro têm incidido negativamente na Seguridade Social no Brasil. Nesta diapasão, Vianna contextualizou tal cenário da seguinte forma:
Esta conjuntura político-econômica mundial trouxe como consequência ao Brasil um enorme déficit público, crise fiscal, inflação, recessão, etc., aumentando o desequilíbrio estrutural, diminuindo recursos e aumentando as necessidades de proteção social, e em contrapartida exigindo o enxugamento do Estado e seu desengajamento com os benefícios e serviços coletivos.
A crise da Previdência Social está diretamente relacionada com a crise dos Estados que atingiu inúmeros países, e está a exigir a reformulação dos sistemas previdenciários. Alguns países já efetuaram reformas nos seus regimes seguindo a tendência da previdência privada, tais como o Chile e a Argentina, alterando os modelos de proteção social devido estas transformações socioeconômicas e demográficas. No Brasil, muito se discutiu sobre a instauração da previdência privada, todavia ela não se enquadra num sistema de proteção social, pois trata-se de planos de livre contratação, voluntários93 . Netto ao analisar a crise do Estado de bem-estar social, define a deficiência das políticas previdenciárias como sendo de índole estrutural em virtude da transformação demográfica da população (envelhecimento da sociedade), conjuntural advinda de problemas econômico-sociais (alteração mercado de trabalhos – altas taxas de desemprego, trabalho informal, etc.) e, por fim, administrativa decorrente da má-gestão do sistema e desvio de recursos.
Vianna atribui à crise mundial da seguridade social em parte a problemas endógenos (internos, tais como a demasiada generosidade na concessão dos benefícios), mas, principalmente, por motivos exógenos a ela, tais como a instabilidade dos mercados internacionais, os PIBs. O avanço tecnológico reduz o número de empregos, mesmo quando ocorre crescimento econômico não se gera mais empregos. Desta forma, o contexto econômico mostra-se adverso a estabilização dos mercados.95 Não se pode deixar de levar em consideração, ao estudar a crise previdenciária, que no início, a arrecadação previdenciária era bem maior que as despesas. Ocorre que o dinheiro pertencente a este fundo acabou sendo descontroladamente desviado, inicialmente nos programas de habitação dos conjuntos dos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPIs), posteriormente no Serviço de Alimentação da Previdência Social, mais tarde no sistema de saúde e assistência médica (SAMDU, SUDS, etc.).96 Somando-se a estes desvios orçamentários, ouve concomitantemente uma ampliação dos benefícios, tais como os destinados aos trabalhadores rurais, auxílio reclusão, assistencial social aos deficientes, etc. Houve também desvio para a construção de inúmeras obras gigantescas, tais como a construção de Brasília, Itaipu, Transamazônica, ponte Rio-Niterói, Embratel, etc., sem qualquer retorno posterior, o que poderia ter ocorrido caso tivessem sido aplicadas a título de empréstimo. Merece destaque ainda o alto número de sonegadores de contribuições sociais. E mesmo diante deste quadro o sistema teve fôlego para continuar até os dias atuais, contudo quem está sentido as consequências de tamanha má administração são os contribuintes.97 Atualmente difundiu-se a ideia de que a Previdência faliu, todavia o que se pode concluir de seu histórico é que quem efetivamente faliu foi o Estado que desviou os recursos previdenciários para financiar as dívidas internas e externas. Vianna destacou três mitos contemporâneos sobre a política social, implantados pela retórica neoliberal, transformados em ferramentas de desmonte do projeto coletivo de proteção social, quais sejam: o mito tecnicista, o mito naturalista e o mito maniqueísta, os quais se passarão a analisar.
A previdência possui efetivamente aspectos técnicos evidentes (cálculos de benefícios, controlar arrecadação, etc.), todavia “a sobrevalorização das especificidades técnicas da previdência omite a natureza essencialmente política que esta área das relações sociais, altamente institucionalizada no mundo contemporâneo, possui”. A seguridade, mesmo quandocompreendida stricto senso como previdência, é um objeto político tanto por consistir numa construção política, estabelecida de forma distinta pelas nações, levando-se em consideração as condições históricas, as singularidades culturais, as estruturais sociais, etc. de cada país, como por representar um instrumento de fazer política, isto é, como uma política pública que define o caminho do agir estatal, revelando o modo pelo qual o Estado opera e faz política.
6 POSSÍVEIS MELHORIAS QUE MINIMIZEM A BUROCRACIA NOS PROCESSOS 
Enfim, diante de tantas discussões e controvérsias vislumbra-se a necessidade de reformular a previdência social, mas não atingindo os direitos sociais da população conquistados ao longo da história, mas sim combatendo a sonegação e a evasão das receitas arrecadadas pelas contribuições previdenciárias, repensando muitas das isenções fiscais, combatendo a informalidade, criando uma cultura previdenciária, etc. O grupo de observadores do Fórum Nacional de Previdência Social – FNPS – concluiu que, entre outras, é necessário adotar as seguintes medidas para frear a “crise da previdência”: aumentar a comunicação da previdência com os segurados do INSS, deixando-o a par de informações de seu interesse (envio de correspondência alertando que com o fim das contribuições o indivíduo perda a condição de segurado, etc.). Criar o censo previdenciário ou pesquisa de amostragem, com o intuito de “fotografia da inclusão/exclusão” capaz de possibilitar o enfretamento do problema para acabar com as diversas divergências verificadas bem como em função das interpretações que também divergem sobre o tema. 110 Advertem sobre a necessidade do combate a informalidade e inclusão previdenciária, através de campanhas com imagem positiva desta medida, não meramente arrecadatória, frisando a melhoria da proteção social, relembrando o caráter dos riscos cobertos por estas políticas sociais. E sobre a necessidade de inclusão, no ensino fundamental/médio, de conteúdo de discussão e informação sobre a seguridade social, as políticas de bem-estar social, a proteção previdenciária e assistencial, entre outros temas. Uma ideia importante levantada foi a criação de formas de maior controle de atividades profissionais, pois o problema da exclusão social ocorre em atividades com alto grau de informalidade, que ocorre, por sua vez, em virtude da falta de efetiva fiscalização do Estado. Citam como exemplo de controle a exigência de comprovação de regularidade de contribuições à seguridade social como requisito para concessão de alvarás e licenças para profissionais liberais em geral. E ainda uma campanha maciça para a conscientização da sociedade no sentido de que a Previdência Social é um bem necessário.111 Elencam ainda a necessidade de modernização da gestão da informação (manutenção e aprimoramento do DATAPREV), pois o acesso às informações é altamente restrito. A comunicabilidade entre todos os cadastros de programas sociais e bancos de dados públicos (cruzamento de dados entre Receita Federal, Receita dos Estados, Distrito Federal e Municípios, DRTs, Justiça Eleitoral, Programas Sociais e INSS). E ainda o aprimoramento do atendimento ao público, primando pela qualidade de atendimento.112 Elencam por fim, a necessidade de incremento da atuação na cobrança da dívida previdenciária e imprescritibilidade da cobrança de contribuições em casos de sonegação fiscal e apropriação indébita. Deve-se repensar o mecanismo de cobrança de dívidas ativas da previdência, com o objetivo de não se deixar atingir pela prescrição de significativos valores já em cobrança judicial. Defendendo-se ainda que seja criada uma regra de imprescritibilidade das dívidas de sonegadores fiscais e o praticante de apropriação indébita previdenciária. 113 O caminho mais curto de enxugamento ou privatização da Previdência Social não é o mais correto para o Estado Democrático de Direito, protetor dos direitos sociais. É necessário seguir promovendo debates com o objetivo de aperfeiçoar e tornar/manter sustentável os regimes da Seguridade Social (Previdência, Assistência e Saúde). As reformas futuras devem objetivar não apenas redução dos gastos previdenciários, mas também, e, principalmente, a aplicação do princípio da universalidade da cobertura, ampliando a cobertura e promovendo a inclusão social.
A qualidade na área pública tem recebido pouca atenção por parte da maioria dos dirigentes do serviço público. Muitos ainda não acreditam nos benefícios que ela pode trazer, na suposição de que é impraticável adotar tais conceitos no serviço público. A relevância do tema desta pesquisa está justamente em demonstrar que, apesar das suas características, é possível a qualidade no serviço público e que ela pode ser efetivada através do melhor gerenciamento de seus processos. Apesar da maioria do programas de qualidade e de melhoria estarem voltados quase que exclusivamente para a iniciativa privada, tais programas também são aplicáveis, com adaptações, na esfera pública. A falta de atenção com a implantação de uma metodologia que considere as características próprias do serviço público, pode ser o motivo do insucesso de muitos programas na esfera pública. Este é um tema de grande importância na atualidade, em razão das dificuldades por que passam a maioria dos municípios brasileiros. Essas dificuldades aumentaram substancialmente com o surgimento de novas legislações e do aumento do controle e da pressão exercida pela opinião pública, através de associações, organizações não governamentais e outros Com a aplicação do modelo proposto, será possível verificar os seguintes pressupostos de pesquisa: 
a) o modelo aplicado permitirá a organização compreender e melhorar o desempenho dos seus processos críticos; 
b) facilitará a implantação de melhorias nos processos levantados; 
c) desenvolverá nos servidores o senso de equipe e de preocupação com a qualidade dos processos em que estejam envolvidos; 
d) permitirá a melhoria gradual da qualidade dos processos selecionados para aplicação do modelo; 
e) diminuirá o conflito entre as unidades, principalmente nas interfaces entre os processos, envolvidas no experimento;
f) melhorará o moral dos servidores, em razão da participação do processo de melhoria. Dessa forma, a aplicação do modelo irá comprovar, ou não, os pressupostos das condições para a melhoria do desempenho das organizações públicas.
7 INTER-RELAÇÃO ENTRE A BUROCRACIA, 
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS FINANCIAMENTOS 
PÚBLICOS COM FOCO NA CRISE DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL
Para chegar a uma conclusão apesar dos esforços direcionados aos problemas descritos, observa-se que o atendimento ao contribuinte está muito longe do satisfatório. Entretanto é possível estabelecer nova governança na previdência com o intuito de descentralizar ações, agilizar o atendimento e promover acesso digno a direitos adquiridos com qualidade. A grande preocupação consiste em saber se no futuro este modelo previdenciário poderá sustentar uma grande massa de beneficiários, visto que a principal fonte de capitação de recursos é proveniente do vínculo contributivo de empregados e empregadores. Ainda assim existe um vasto campo para ser explorado, tal como os trabalhadores informais, devido ainda não haver nenhum tipo de contribuição, poderá ter acesso ao benefício mínimo garantido a todo cidadão e os benefícios e pensões dos políticos, membros do judiciário e outras classes altamente privilegiadas que se mostram altamente injustas se comparadas à realidade da grande parcela da população. O assunto em questão está presente em diversas fontes, e é objeto de discussão na Câmara, entre especialistas da área e na academia. As principais questões referem-se às reformas, à sustentabilidade da previdência, às questões demográficas, econômicas e fiscais. Além disso, o assunto compreende um regime de repartição simples com características de capitalização escritural, na qual as contribuições arrecadadas servem para pagamento de benefícios e obrigações quanto aosseus inativos. Contudo, o modelo pressupõe que existirão contribuições que arcarão com as despesas. Os dados do Ministério da Previdência Social (2010) mostram que o saldo previdenciário em 2009 chegou a R$ 42,9 bilhões, o que correspondeu a um aumento do déficit de 15,5%, se comparado com o ano anterior. A diferença entre o valor da arrecadação líquida e o total de benefícios foi de R$ 62,9 bilhões; cerca de 20% maior que o déficit de 2008. Quanto a elaboração de propostas para a previdência, diversos especialistas chegaram a uma visão sistêmica do modelo previdenciário vigente.
 
O modelo brasileiro é portador de uma doença endêmica que, com crescente intensidade, está consumindo sua saúde financeira e, com ela, a própria capacidade de geração de recursos públicos. Para piorar ainda mais este quadro mais, basta dizer que a despesa previdenciária caminha para a porcentagem de 16% do PIB, caso não seja feito nada substancialmente consistente e capaz de reduzir progressivamente os riscos previdenciários. A falência a qual o sistema está destinado, tem gerado debates sobre novas reformas, dentre elas a eliminação da diferença de idade entre homens e mulheres para a concessão do benefício, até uma mudança total, substituindo-se o sistema de repartição pelo sistema de capitalização como fez o Chile em 1981.Outro fator hegemônico é a queda da relação entre contribuintes e inativos. De acordo com Santos (2009), existiam em 2009, 1,7 contribuintes para cada 1beneficiário, enquanto que em 1950 esta relação era de 8 para 1. Isto ocorreu principalmente devido à migração para os centros urbanos e o não acesso à previdência para grande parte da população.O crescimento da base contributiva tem crescido em índices menores que a base beneficiaria, assim, em um sistema onde a geração atual de contribuintes paga os benefícios de uma geração anterior, dependente de recursos provenientes das contribuições para financiar as aposentadorias sinaliza, no futuro, um desequilíbrio financeiro das contas previdenciárias. Essa dinâmica mostra uma queda dos potenciais contribuintes para a previdência social em comparação ao acréscimo na população de idosos ou potenciais beneficiários. Levando em consideração a queda dos potenciais contribuintes no futuro e o aumento dos prováveis beneficiários, restam duas alternativas para um bom funcionamento do regime de repartição: aumentar os encargos sobre os mais jovens ou diminuir os benefícios concedidos aos idosos. Esse desequilíbrio estrutural causado nas contas públicas, oriundo dos déficits da previdência social, põe em dúvida os modelos atualmente vigentes no país, gerando incertezas quanto a sua sustentabilidade hoje e, sobretudo, no futuro.Por conta da elevada despesa previdenciária, recursos deixam de ser repassadas para áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura, todas estas essenciais à sustentação do crescimento da economia. Para Rocha e Caetano (2008) surge então a necessidade de aumentar impostos e contribuições para fazer face ao aumento de gastos, o que reduz a abertura de novos negócios e impõe elevado ônus ao setor produtivo, com potencial efeito inibidor sobre o crescimento econômico. É importante lembrar que o sistema previdenciário adotado no Brasil é o de repartição simples, que consiste num modelo no qual os recursos recolhidos dos contribuintes atuais são destinados a cobrir os gastos com os aposentados de hoje.Com este regime, estabelece-se um pacto entre gerações onde os segurados ativos financiam os inativos, na expectativa de que quando se aposentarem haverá outra geração de contribuintes financiando seus benefícios. Nesse sistema não existe acumulação das contribuições para garantir o pagamento da aposentadoria do próprio segurado contribuinte, como ocorre no sistema de capitalização. Cabe salientar que o § 5º do Art. 195 da Constituição Federal estabelece que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, acrescido ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.
Observa-se, ainda, que a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade fiscal impõe que a gestão da Previdência Social deverá pautar-se: no planejamento e previsibilidade das receitas e despesas; no equilíbrio entre receitas e despesas; na transparência dos seus registros; na prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas; e no caráter contributivo do regime, com equilíbrio financeiro e atuarial. No seu artigo 5º, a Lei determina que o projeto de lei orçamentária anual deverá ser acompanhado das medidas de compensação de aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado. Deste modo, por ser um regime de repartição simples, o desenvolvimento econômico bem como as questões demográficas exercem influencia na captação e repartição dos recursos para gestão do sistema. Nas últimas décadas, o Brasil sofreu com índices de crescimento pouco relevantes. Por outro lado, via-se a necessidade crescente de cobrir gastos, pois o sistema previdenciário brasileiro trilhou uma trajetória progressiva de aumento de itens de benefícios, sem a devida contrapartida pelo lado das receitas, tornando seu um dos problemas mais graves das finanças públicas. A relação de contribuintes versus beneficiários vem decrescendo ao longo do tempo. Isto leva a uma situação em que se têm dez contribuintes para sete beneficiários. A estagnação econômica e o envelhecimento populacional, derivado daqueda de natalidade, registrados nas últimas décadas, podem ser fatores que expliquem a queda nesta relação que já chegou a ser de mais de 30 contribuintes para 1 beneficiário na década de 30 conforme dados do IPEA. Partindo para o campo demográfico, vê-se que o principal problema a ser enfrentado pela Previdência consiste no envelhecimento populacional. Estudos do IBGE apontam uma população de mais de 18% de idosos acima de 65 anos em 2050.
Este envelhecimento tende a assumir maior dimensão no sexo feminino por conta da taxa de mortalidade ser menor quando comparado com o apresentado pelo sexo masculino.
 
Outro ponto importante reside nos benefícios designados para as mulheres serem disponibilizados com cinco anos a menos que os benefícios concedidos para o sexo masculino. Por uma questão cultural, tem-se a visão da mulher como o sexo frágil, como o ser que trabalha além do serviço, cuidando do seu lar, mas esta vantagem faz com que os gastos previdenciários sejam crescentes.Isso porque o usufruto deste benefício se dá mais cedo e permanece por mais tempo em virtude da expectativa de sobrevida feminina ser maior que a masculina, independente da área urbana ou rural. Vale salientar que um nicho onde a previdência pode atuar para auferir mais receitas sem elevar o custo de mão de obra para o empregador, pode ser encontrado no seguimento de pessoas economicamente ativas sem cobertura previdenciária, quer seja pela falta de oportunidade, pela informalidade do mercado ou simplesmente pela opção em filiação. Com foco nesta visão, novas regras que venham ser implantadas, por meio de novas reformas, devem ser pautadas por um prazo de carência de sua efetivação para não prejudicar as pessoas. É preciso que as mesmas se programem para um novo cenário, por uma mudança gradativa havendo uma transição leve para que não seja tão perceptível e serem pautadas pela rigidez para novos entrantes em virtude das mudançasdemográficas. Ademais, não se pode deixar de apontar a previdência como um instituto de redistribuição de renda. Por mais contraditório que seja os elevados gastos previdenciário em relação ao PIB, foram frutos dos princípios da Constituição de1988: a universalidade da cobertura, da igualdade de direitos entre trabalhadores urbanos e rurais e do valor dos benefícios não menor que um salário mínimo.
 
Contudo, os gastos previdenciários geram ganhos em termos de igualdade, mas geram também limitações à melhoria futura de bem-estar social, ao resultar em carga tributáriae composição de gastos públicos pouco favoráveis ao crescimento.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com o presente estudo, buscamos explicitar o nosso entendimento da relação entre Estado e sociedade civil, que, por um longo período era pautada pela reprodução das tradições, numa perspectiva weberiana, e que na contemporaneidade coabitam com o aspecto burocrático–racional, constituindo o fenômeno do neo patrimonialismo. Como desdobramento, a pesada herança tradicional da formação do Estado, conserva uma estrutura pouco acessível a um contingente significativo da população, que repercuti na sua dificuldade de se expressar, por meio das políticas públicas. Como resultante, essa relação, no caso brasileiro, indica uma cidadania que se desenvolve por meio da antecipação histórica do Estado em relação as demandas da sociedade, caracterizando-a como frágil e com baixa participação social. Quanto ao futuro, vislumbramos uma encruzilhada: as possibilidades de uma cidadania como exercício prático no cotidiano ou contrastes de “igualdade” que não supera a isonomia jurídica. Por fim, atentando para as políticas públicas, temos uma fragilidade de coalizações políticas na sociedade capazes de projetar as demandas sociais. O problema se amplifica quando essas políticas são formuladas, na sua maioria, pela lógica da formação do Estado brasileiro: baixa participação política, a herança político-cultural que torna o seu acesso privado e negligência dos aspectos da cultura política da sociedade. Esse cenário aponta que a construção da cidadania e a participação política se apresentam instrumentalmente frágeis no processo para o aprofundamento da democracia e de implantação das políticas públicas.
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REFERÊNCIAS
WEBER, Max. "Os fundamentos da organização burocrática". Sociologia da Burocracia. Rio de Janeiro: Zahar
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm
ANDRADE, E.I.G. Estado e Previdência no Brasil: uma breve história. A previdência social no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003. p. 69-84
SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, , nº 16, 2006, p. 20-45. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16
FREY, Klaus. Políticas Públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, n o 21, 2000
BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27 a. edição - SãoPaulo: Malheiros, 2006.
Portal de e-governo, inclusão digital e sociedade do conhecimento. A efetivação dos direitos sociais através das políticas públicas. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/efetiva%C3%A7%C3%A3o-dos-direitos-sociais-atrav%C3%A9s-das-politicas-p%C3%BAblicas. Acessado em: 15/09/2016.
Delphin Contabilidade. Encargos Sociais Sobre a Folha de Pagamento
Disponívelem: http://www.delphin.com.br/orientacao/66-encargos-sociais-sobre-a-folha-de-pagamento. Acessado em 15/09/2016

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