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GE - Aspectos Sócioantropológicos_02

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Aspectos Sócioantropológicos
UNIDADE 2
2
UNIDADE 2
ASPECTOS SÓCIOANTROPOLÓGICOS
PARA INÍCIO DE CONVERSA
Olá, estudante! Como vão os estudos? 
Espero que esteja preparado(a) para darmos continuidade a nossa viagem acadêmica em busca de 
novos conhecimentos!
 
ORIENtAçõES DA DISCIPlINA
Prezado(a) aluno(a), gostaria de lembrar a importância da leitura do seu livro-texto ele é primordial 
para a compreensão do seu guia de estudo. Você tem a sua disposição a nossa biblioteca virtual 
acesse e faça novas pesquisas. Em alguns momentos vou fazer indicação de leituras complemen-
tares com o objetivo de facilitar seu aprendizado. Assista a nossa videoaula e ao final do nosso 
guia, acesse o ambiente e responda a atividade. Em caso de dúvidas não perca tempo pergunte ao 
seu tutor, ele está apto para quaisquer tipos de esclarecimentos.
Nessa II unidade, adentraremos nos universos de sentido da antropologia e da sociologia, nas 
principais correntes teóricas que orientam o pensamento nas ciências sociais.
O conhecimento científico difere do senso comum por ser construído a partir do método científico. 
Isso implica em dizer que quando falamos em ciência, não estamos lidando com a reprodução de 
opiniões formadas espontaneamente na vida social.
As teorias servem de base para a construção de um pensamento sistemático sobre aspectos da 
vida em sociedade e para a interpretação do complexo cultural de um determinado grupo. Funcio-
nam como a formulação de trilhas que orientam a jornada do pensamento socioantropológico em 
meio à densa floresta da vida coletiva.
Nessa II unidade, será apresentada, além de vertentes teóricas da sociologia e da antropologia, 
uma análise sobre as principais questões dessas áreas do conhecimento no mundo contemporâ-
neo. Temas como a globalização, a produção de padrões culturais e relações sociais em escala 
mundial, o uso cada vez mais intenso das tecnologias de comunicação e informação, a construção 
da identidade num mundo completamente diversificado e com infinitas possibilidades, todas pron-
tas para atender qualquer tipo de demanda subjetiva, serão trabalhados por nós aqui.
Vamos começar!
3
PRESSUPOStOS tEÓRICOS DA ANtROPOlOGIA
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Prezado(a) estudante, quando nos referimos às correntes teóricas da antropologia, estamos fa-
lando de sistemas de pensamento que orientarão a interpretação das culturas. A primeira dessas 
linhas de estudo que iremos trabalhar se fundamentam no paradigma da evolução, veremos tam-
bém teorias que utilizaram a noção de cultura como abordagem central, outras produções teóricas 
seguiram uma lógica do racionalismo intelectualista e por fim trabalharemos com a perspectiva 
do funcionalismo. Analisaremos atentamente cada uma delas abaixo.
A primeira linha do pensamento antropológico que estudaremos aqui é conhecida também como 
evolucionista cultural, teve início com pensadores como o filósofo Herbert Spencer e foi conti-
nuada por antropólogos como Lewis Henry Morgan, Edward Burnett Tylor e James Georeg Frazer. 
O discurso evolucionista fez uso do método comparativo para analisar as distintas manifestações 
do comportamento humano. Naturalmente esse pensamento foi fonte de posturas de superiori-
dade de uns grupos étnicos sobre outros, por exemplo, durante muito tempo os povos africanos 
foram vistos pelos europeus como atrasados e os índios americanos como bárbaros por terem 
costumes distintos dos praticados na Europa.
O evolucionismo clássico, ou unilinear (considerava que todos os povos seguiam a mesma trajetó-
ria evolucionista, ou seja, uns tinham avançado e outros estagnados) veio ao Brasil e foi utilizado 
como marco para o estudo das manifestações religiosas afro-brasileiras, pelo médico Raimundo 
Nina Rodrigues. 
O mesmo desenvolveu estudos sobre a cultura africana na capital baiana e esteve presente tam-
bém em posturas preocupantes da elite brasileira do início do século passado, pois a ideia de 
uma nação formada quase que exclusivamente por descendentes de africanos e índios despertava 
grande desconfiança sobre o futuro de nosso país. Tal preocupação serviu de estímulo para que 
se incentivasse a vinda de imigrantes europeus para a região sul e sudeste, numa intenção de 
embranquecer o Brasil. Não precisa de muito esforço para perceber que a noção de evolução uni-
linear gerou muito preconceito.
Apesar de tudo a perspectiva da evolução não foi deixada de lado, mas aprimorada por outros 
estudiosos, os chamados: neo-evolucionistas. Estes fundaram a noção de evolução multilinear, 
que entendia que cada povo estava em seu estágio atual de evolução cultural, não podendo as 
culturas serem comparadas em uma escala evolutiva única, pois os fatores que levaram ao desen-
volvimento cultural variam em cada sociedade. São representantes dessa linha de pensamento 
Leslie A. White e Talcott Parsons.
 
4
lEItURA COmPlEmENtAR
Para se aprofundar nos estudos dos primeiros autores da antropologia, sugiro a 
leitura do artigo disponível no link. Boa leitura!
As contribuições dos franceses, Émile Durkheim e Marcel Mauss deram contornos distintos ao 
pensamento antropológico também, dando um formato mais voltado para o racionalismo intelec-
tual. Essa tradição do pensamento social levará os estudos antropológicos a se integrarem com 
a sociologia, pois entendem que o conteúdo dos comportamentos humanos é fruto das relações 
sociais e por isso é legitimado por esse processo de interação.
 
GUARDE ESSA IDEIA! 
Desenvolvendo estudos sobre religião e magia, a antropologia teve uma significativa contribuição 
metodológica com definições conceituais que relacionavam manifestações culturais com proces-
sos sociais. Em “As formas elementares da vida religiosa”, Durkheim explica como valores, re-
gras, práticas e conhecimentos são sistematizados de forma que todo o grupo consiga entender 
os processos da vida humana em sociedade. Na obra, Durkheim chega a indicar que a própria so-
ciedade é fonte de inspiração para o pensamento humano, tudo que produzimos é oriundo daquilo 
que ele chamou de consciência coletiva.
 
Fonte da figura: http://sereduc.com/tGVaK0
Marcel Mauss desenvolveu um criterioso estudo sobre a magia, “Esboço de uma teoria geral da 
magia”, em parceria com Hubert, nesse estudo é desenvolvida uma reflexão sobre a presença 
de representações coletivas nos elementos da magia e na crença sobre sua eficácia. O fato de a 
magia apresentar uma racionalidade confusa de claro apelo ao universo místico (misterioso) não 
indica que sua prática seja isenta de sentido, palavras próprias de um conteúdo cultural, gestos 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,homem-cultura-e-sociedade-cultura-um-conceito-antropologico,33970.html
http://sereduc.com/tGVaK0
5
escolhidos para não serem confundidas com movimentos ordinários do cotidiano, receitas prepa-
radas especialmente para um feito fantástico.
ImPORtANtE
Marcel Mauss desenvolve ainda outros estudos importantes à antropologia que 
abordavam práticas corporais e, seu mais relevante trabalho, “Ensaio sobre a 
dádiva”, em que o estudioso aponta a existência de um conjunto complexo de 
fatos integrados, o chamado fato social total. Nesse fato instituições religiosas, 
jurídicas, econômicas, políticas, morais, familiares, estéticos, e outras se mistu-
ram. Foi essa noção que levou Mauss a entender que a sociologia deve compor o 
universo de estudo da antropologia e não o contrário.
Por influência dos estudos de Durkheim surge outra importante corrente do pensamento antropo-
lógico: 
O funcionalismo; que inicialmente veio se opor ao evolucionismo predominante nas primeiras 
décadas do século passado. Foi uma tendência voltada mais para trabalhos de campo, bastante 
voltados para descrições etnográficas das realidades culturais observadas. Diferenciou-se do ra-
cionalismo intelectual francês pela falta de uma maior teorização sobre os elementos analisados. 
Teve como principais representantes Frans Boas, Bronislaw Malinowski e Radclif Brown.
As pesquisasde campo levaram esses estudos à edificação de um método de coleta de dados 
importante, a etnografia, que consiste numa descrição minuciosa da realidade cultural dos grupos 
estudados. Envolve um complexo trabalho de articulação dos conhecimentos, das técnicas, dos 
gestos e da história de um povo. O uso desse método levou naturalmente, esses pesquisadores 
a compreenderem o processo único de desenvolvimento de seus costumes essenciais, daí surge 
a crítica ao determinismo dos padrões evolucionistas que não levavam em conta a peculiaridade 
de cada cultura.
O foco central do funcionalismo deriva da compreensão baseada na tese de que uma sociedade 
“funciona” a partir da integração de distintas instituições para satisfazer as necessidades huma-
nas. Em cada cultura, todos os gestos, objetos, cerimônias e ideias têm uma função a desempe-
nhar, representa um dos ingredientes que misturados e compartilhados proporcionam sentido à 
vida humana em sociedade. Para sua melhor compreensão observe a ilustração a seguir:
6
Fonte da figura: http://sereduc.com/MtNLCG
Por fim veremos a linha de estudo denominada de estruturalismo, encabeçada por Claude Lévi
-Strauss, parte do pressuposto que um grupo coletivo possui uma base comum na qual repousa 
a identidade comum, estruturas mentais humanas, como o inconsciente coletivo. Era tarefa de a 
antropologia desvendar os sentidos e significados de tudo que compõe essa estrutura. Para tanto 
dialoga com outras áreas do conhecimento como a linguística, além de também utilizar modelos 
matemáticos para representar constantes e variantes da estrutura da cultura.
PRESSUPOStOS tEÓRICOS DA SOCIOlOGIA 
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Meu caro(a) aluno(a) da mesma forma que a antropologia, a sociologia também segue por cami-
nhos teóricos deixados por grandes nomes do pensamento sociológico. Ainda hoje as reflexões 
críticas sobre a vida em sociedade usam como ponto de referência os sistemas teóricos e inter-
pretativos deixados pelos clássicos que aqui analisaremos.
Veremos três grandes tradições do pensamento sociológico que ainda vivem em estudos contem-
porâneos com muito vigor. A primeira delas teve um caráter revolucionário em conceitos e teorias, 
surgiu com o filósofo, historiador, jurista e economista Karl Marx, sua produção inspirou reflexões 
sociais e posturas políticas, verdadeiras revoluções sociais, foram realizadas a partir das ideias 
de Marx. 
http://sereduc.com/MtNLCG
7
 
lEItURA COmPlEmENtAR
Sugiro a leitura do “Manifesto Comunista” para melhor compreender o pensa-
mento de Karl Marx. Disponível no link. Boa leitura!
A segunda linha de pensamento já vimos um pouco dela acima, pois esteve presente também 
na antropologia, teve como principal nome o Émile Durkheim que definiu metodologicamente a 
sociologia como ciência e a inseriu nos currículos de educação superior. Por fim, a última das 
correntes do pensamento sociológico, a sociologia compreensiva, fundada por Max Weber que 
buscou entender a dinâmica das relações sociais a partir dos fatores que motivam a conduta 
humana em sociedade.
Karl Marx desenvolveu uma linha de raciocínio que entendia os conflitos da vida social, em seu 
entendimento na origem desses conflitos estaria sempre a noção de propriedade dos meios de 
produção. Em todas as épocas da história da humanidade os domínios sobre os meios de produção 
geraram uma opressão de um grupo sobre outro. As grandes transformações da estrutura social 
ocorreriam quando o acúmulo da insatisfação sentida pelos oprimidos se tornasse insustentável, 
as revoluções funcionariam como motores para as mudanças históricas da vida em sociedade.
A insatisfação social seria fruto da exploração que uma classe exerce sobre outra para garantir 
uma posição privilegiada. Vale a pena destacar que Karl Marx, ao estudar os problemas da socie-
dade industrial europeia, forneceu subsídios para a compreensão das desigualdades sociais pre-
sentes no mundo até hoje. Essa exploração é materializada em todas as relações sociais vividas 
e o nome dado por Marx a esse fenômeno é “luta de classes”.
 
Fonte da figura: http://sereduc.com/1yrQRM
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf
http://sereduc.com/1yrQRM
8
GUARDE ESSA IDEIA!
Marx acreditava que a forma de entender o mundo seria o reflexo da posição 
que ocupava nessa dualidade (opressor/ oprimido), cultura, direito e educação, 
por exemplo, desenvolvidas pela classe detentora do poder econômico veiculará 
ideias distintas, talvez até antagônicas, do conteúdo construído por trabalhado-
res e assalariados. 
As manifestações culturais produzidas pelos opressores reproduzem a exploração por eles pra-
ticada, o sistema jurídico desenvolvido terá como finalidade legitimar a mesma opressão e a 
educação criada por essa classe, deverá permitir a continuidade das práticas sociais e terão 
continuidade nas próximas gerações que crescem.
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Agora vamos entender como a sociologia adquiriu caráter de ciência como disciplina a ser estuda-
da em todas as áreas do conhecimento. O responsável por essa façanha foi Émile Durkheim, pois 
foi quem definiu a metodologia para o estudo de elementos objetivos da vida social.
 Vamos esclarecer, quando se estuda sociologia pensamos que vamos estudar a sociedade, não é? 
Mas não é só isso, existem eventos que ocorrem na sociedade que devem ser estudados por ou-
tras áreas do conhecimento, a sociologia vai estudar apenas o que for fruto das relações sociais. 
Dentre os eventos oriundos das relações sociais muitos nunca irão se repetir, pois foi fruto de 
acasos, será considerado objeto de estudo da sociologia aqueles que possuem uma regularidade 
e generalidade (comuns a todos do grupo social). A educação, por exemplo, é considerada um fato 
sociológico, pois é comum a toda sociedade e é fruto das relações sociais.
De acordo com Durkheim, os fatos sociais produzem conteúdos que influenciam as consciências 
individuais, esse conteúdo produzido nas relações sociais foi denominado, como já vimos acima, 
de consciência coletiva. Essa consciência coletiva conduz a sociedade à harmonia e coesão, logo 
a presença de aspectos conflituosos (como a luta classes, por exemplo) indica que a sociedade 
estaria com problemas. A sociologia além de auxiliar no diagnóstico do problema permitiria que a 
sociedade se precavesse contra outros ou os mesmos problemas no futuro.
A última linha que vamos analisar aqui nesse módulo é desenvolvida por Max Weber a sociologia 
compreensiva, nela o estudioso alemão traça um modelo de pensamento que procura entender 
os por quês das ações sociais. Quais fatores levam uma pessoa a fazer o que ela faz e se mudar, 
mudou por quê?
9
Weber escreveu sobre como as relações sociais são influenciadas por costumes, tradições, re-
ligião, estilo de vida. Em sua principal obra, “Ética protestante e o espírito do capitalismo”, por 
exemplo, buscou explicar como o sistema capitalista cresceu mais entre os grupos que seguiram 
o cristianismo reformado por Lutero e seus seguidores. 
A condenação do lucro pelos católicos impedia a dinamização do comércio, enquanto que entre os 
protestantes o lucro era valorizado com uma explicação teológica.
Teve preocupação intensa sobre a mudança da mentalidade das gerações no decorrer do tempo e 
das consequências que as novas formas de pensar impactam nas relações sociais. 
Um de seus conceitos mais importantes é o de desencantamento do mundo. Segundo o autor, o 
conceito serve para explicar as transformações ocorridas na modernidade. O processo envolve a 
transformação da mentalidade humana nas sociedades ocidentais, a transição de um pensamento 
mágico, para o religioso e do religioso para o científico. 
O entendimento do autor sobre essa mudança não significa que magia e religião deixariam de 
existir, mas que estas passariam a ocupar um espaço específico da vida social enquanto que a 
ciência, na modernidade, seria a estrutura de sentido predominante. São consequências dessa 
nova mentalidadecientífica a separação do Estado da religião (secularização do Estado) e a bu-
rocratização da vida social.
 
Fonte de captura da figura: http://sereduc.com/741RTw
http://sereduc.com/741RTw
10
temas contemporâneos 
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Prezado(a) estudante, espero que você esteja assimilando as informações fornecidas até o mo-
mento em nosso guia. Agora vamos dar continuidade a nossa jornada de estudo, conto com sua 
total atenção!
Agora abordaremos três temas que se interligam e são comuns tanto à sociologia como a antropo-
logia. São eles, a globalização, o uso das tecnologias de comunicação e informação e a identidade 
cultural (ou sua crise). Tais questões afetam a educação direta e indiretamente de várias formas, 
procuraremos traçar aqui linhas gerais para a compreensão tanto para a dimensão sócio cultural 
da vida, como para o estudo crítico do fenômeno educacional.
Já faz algumas décadas que se discute sobre a globalização, se debateu quando começou e como 
cresceu e se bom ou ruim. Muito foi dito, certamente você estudante já sabe muito sobre esse 
fenômeno, mas mesmo assim vamos aprofundar um pouco mais, afinal de contas seguindo nossa 
linha de raciocínio, veremos como a globalização irá impactar na educação.
Entende-se por globalização a construção de uma rede de interdependência dos grupos humanos 
a nível global, a construção de uma rede de relações sociais que alcança, direta ou indiretamente, 
todos os indivíduos no planeta. 
Podemos entender como parte da globalização a produção de padrões culturais que são mate-
rializados em conhecimento e comportamento, como também a internacionalização das relações 
interpessoais, políticas e econômicas através da internet.
 
Fonte da figura: http://sereduc.com/gdO0xJ
http://sereduc.com/gdO0xJ
11
Demandas e necessidades giram em esferas mundiais, transitam pelo globo em busca de sua 
satisfação. Como exemplo desse movimento, temos a atuação de grupos econômicos com cede 
em grandes potências mundiais explorando mão de obra barata em países mais pobres para obter 
mais lucro. 
A intervenção política de países europeus ou americanos em conflitos ou modelos governamen-
tais de regiões que possuem outras tradições culturais no diz respeito à organização política. Po-
demos ainda considerar como parte da globalização a atuação de grupos humanitários que levam 
alimento e medicamentos para regiões necessitadas, interfere-se na dinâmica da cultural local 
para a obtenção de alimento ou de cura de doenças.
A forma como esse processo de internacionalização da vida social foi crescendo e atingindo re-
giões cada vez mais ermas e com maior frequência está associada diretamente ao desenvolvimen-
to de novas tecnologias de informação e comunicação. Livros, telégrafo, rádio, cinema, telefone, 
televisão, internet – a capacidade de expansão vai aos poucos chegando ao seu limiar, aumenta 
todos os dias um pouco mais.
A possibilidade de conexão em tempo integral todos os dias não é mais coisa de cinema, é co-
mum. Várias pessoas deixam seus mecanismos de comunicação ligados o tempo todo, se alguém 
não quiser dormir, essa pessoa pode se comunicar com outra pessoa ou apenas ter acesso a 
conteúdos culturais disponíveis nos diversos sistemas gerenciadores de informação existentes.
Mas não se trata apenas da possibilidade da comunicação ou do acesso à informação, trata-se 
também da possibilidade de construir conhecimento e disponibilizar para quem mais tiver acesso. 
Grandes empresas detentoras do monopólio da informação passam a dividir espaço com várias 
pessoas do mundo, que criam e recriam a realidade no mundo virtual. Muitas vezes fogem da rea-
lidade, inventam universos próprios para satisfação de seus desejos e outras revelam verdades 
escondidas por projetos políticos e interesses econômicos.
É nesse contexto que o processo de construção das identidades culturais torna-se um tema impor-
tante para o debate. Jovens de todo o mundo passam a ter a possibilidade de criar seus universos 
particulares da forma que julgarem interessantes.
Não porque é o costume local, não porque seguem as referências familiares, mas porque escolhe-
ram nas prateleiras que disponibilizam infinitos modelos para opção. O conteúdo que norteará os 
comportamentos em sociedade é escolhido como quem escolhe uma roupa numa loja de departa-
mentos, adequando-se aos diferentes contextos a serem vividos. Observe a seguir a ilustração, 
para que você compreenda melhor os elementos que compõe a identidade cultural.
 
12
Fonte da figura: http://sereduc.com/LHArCm
 Desta forma observam-se jovens com cada vez mais dificuldade de entender seus papeis no mun-
do, sua posição em um mundo de diferenças e desigualdades. Cabe à educação a difícil tarefa 
de lidar com essas demandas sociais e preparar nossos jovens para esse mundo que vivemos. 
Dialogando com as intervenções de projetos internacionais nos processos educacionais que de-
finem os conteúdos, a estrutura, as práticas pedagógicas, o modelo de gestão e outros aspectos 
procedimentais da educação. Nosso modelo educacional é o reflexo de padrões impostos pela 
política mundial.
Conciliando com as transformações econômicas que ocorrem com certa frequência no mundo 
do mercado financeiro internacional. Pois a cada virada na economia, novas transformações no 
cenário social são impressas e suas consequências são vistas nos resultados da educação. Por 
exemplo, o sucesso ou fracasso de áreas profissionais pode inspirar ou frustrar o interesse de 
nossos jovens na educação. Frases como: “não preciso estudar, vou ser jogador de futebol!” Ou 
“quero estudar para ser como [fulano]!”.
Integrado com os meios de comunicação que tornam possíveis uma série de facilidades do pro-
cesso educacional, como o acesso à informação que aproxima os estudantes das pesquisas e dos 
conteúdos passados. Com os inúmeros softwares educativos existentes e com possibilidade de 
orientar nossos jovens para uma escolha consciente de seus papéis e responsabilidades na atual 
sociedade contemporânea.
http://sereduc.com/LHArCm
13
SOCIEDADE, HOmEm E EDUCAçÃO 
 
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Você já deve ter entendido que a educação surge como fruto das relações sociais para atender 
a demandas culturais de um grupo coletivo. E também que a educação compõe um sistema de 
práticas formais e informais utilizadas para formar agentes sociais. 
Mas como funciona essa troca de influências, da sociedade para o indivíduo através da educação?
Para começo de conversa, é importante destacar que a educação é a responsável pela iniciação 
dos novos integrantes às dinâmicas da vida social. Aprendemos a falar nossa língua materna e 
com linguagem aprendemos a interiorizar as representações sociais e culturais da vida. Construí-
mos verdadeiros sistemas simbólicos que remontam mentalmente a realidade social externa a 
cada indivíduo.
 
GUARDE ESSA IDEIA! 
Relações de classe, funções e papéis sociais, o que é bom e ruim, todos os 
valores sócios culturais são transmitidos aos indivíduos através dos processos 
educacionais. Imaginem a seguinte situação: uma criança nascida no Japão, des-
cendente de uma família etnicamente japonesa, é adotada ainda com poucos 
dias de vida por brasileiros. Essa nova família se muda para o Brasil e cresce em 
terras tropicais. É provável que ela fale japonês? 
Mais provável ela falar português, é possível que ele tenha até o sotaque próprio da região em 
que viveu a maior parte do tempo. Palavras e costumes de sua origem genética não foram alimen-
tados por processos sociais e, essa pessoa foi aos poucos se tornando brasileira.
 
PARA REflEtIR
Pensar educação é compreender uma gama diversificada de processos sociais 
com distintos conteúdos, se fala de educação doméstica, da colaboração dos 
vínculos de classe social para a formação do perfil, se discute também o papel 
das mídias (áudio visual, musical e as a diversidade de estímulos que se tem na 
internet), e é claro que não podemos esquecer que a educação forma (escolase 
instituições de ensino superior).
14
Sigamos imaginando uma situação fictícia, pensemos que uma pessoa frequentou uma escola 
brasileira e nessa instituição educacional ela recebeu uma orientação para escolha profissional 
com base no mercado de trabalho da nossa sociedade.
Mas as questões implícitas e relevantes à sociologia dizem respeito ao que ela escolherá e por 
que. Ela procurará escolher uma profissão que represente os anseios da classe social à qual sua 
família pertença. 
Se for uma família rica dificilmente escolherá cursos como: secretariado ou enfermagem; prova-
velmente buscará cursos que estejam em sintonia com o status comum a situação social de sua 
família ou de relevância cultural para as classes mais abastadas (direito, medicina, engenharia, 
como exemplos de cursos valorizados pela sociedade brasileira).
Filmes, novelas televisivas, o mundo dos esportes, da música e dos negócios apresentam ainda 
forte impacto na forma como as pessoas escolhem como irão se encaixar na vida social. Afinal, 
esse é o papel da educação, indicar os caminhos para que os indivíduos de um grupo se integrem 
de forma produtiva na vida social. As instituições de educação formal procuram apresentar pa-
drões de orientação especializados de acordo com o tipo de conhecimento mais aceito formalmen-
te em nossa realidade cultural, a ciência (pedagogia no caso da educação).
As escolas surgem não apenas como mecanismos de desenvolver processos educacionais, tiveram 
também um papel importante no preparo de profissionais para atuarem em instituições produtivas 
que buscam a eficiência proporcionada pelo conhecimento científico e tecnológico. Isso sem levar 
em consideração que a massificação dos colégios públicos nos recentemente foi muito útil em 
tirar as crianças das ruas, impedindo assim que caíssem na criminalidade. 
A educação formal se configura como parte de um projeto político para toda a sociedade, sem a 
educação programas administrativos e econômicos não seriam levados adiante, pois não teriam 
adesão e participação da coletividade. A educação é a responsável por tornar a compreensão so-
bre os processos sociais possíveis – ela transmite, constrói e transforma padrões culturais.
lEItURA COmPlEmENtAR 
Para que você se aprofunde nestes conhecimentos e aumente seus argumentos 
sobre este tema, sugiro a leitura de dois autores: Jorge Larrosa, Pedagogia Pro-
fana: danças, piruetas e mascaradas, 2015 e; Lilian do Valle, A escola imaginá-
ria, 1997.
15
OS DIlEmAS AtUAIS DA EDUCAçÃO NO BRASIl 
Como já podemos observar todos os estudos envolvendo a sociedade, assim como a sociologia e a 
antropologia, naturalmente convergem para discussões em torno da educação. E todos os autores 
citados até o momento, trouxeram suas contribuições através de seus pensamentos, de como o 
processo educacional influencia e é influenciado pelas dinâmicas sociais.
 
PARA RESUmIR
Realizando uma análise socioantropológica do contexto educacional no Brasil nos últimos anos; 
pode-se perceber que o debate público brasileiro está submetido à comparação do “Brasil do 
passado” versus o “Brasil do presente.
Há 60 anos, o Brasil era um país eminentemente agrícola, com baixíssimos índices de acesso à 
educação e à cultura. Por volta da década de 1980, os períodos de super e hiperinflação, somados 
às crises de empregabilidade, prejudicaram e sobretaxaram os mais pobres, intensificando ainda 
mais as gritantes desigualdades socioeconômicas e civis brasileiras. 
Atualmente, o País convive com uma contradição fundamental: o flagrante descumprimento dos 
ditames constitucionais. O Brasil ainda não foi capaz de consagrar qualquer um dos princípios 
sob os quais deve ser universalizado o direito à educação. Ainda não garantimos a igualdade de 
condições para o acesso e permanência na escola, a valorização dos profissionais da educação e 
a gestão democrática parece ser algo inalcançável. 
Além disso, embora de acordo com a determinação constitucional de 1998, o analfabetismo de-
vesse ter sido erradicado, ainda hoje não foi garantido o direito elementar à educação a cerca de 
14 milhões de brasileiros. 
Portanto, caro(a) aluno(a), diante desse dilema educacional brasileiro é preciso analisar quais são 
nossas necessidades em termos de direitos educacionais e quais são nossas possibilidades (orça-
mentárias, institucionais, políticas). E sob esse prisma é que se podem buscar meios de melhorar 
os indicadores educacionais brasileiros, ainda tão inferiores ao que se espera de uma educação 
de qualidade.
E dada à importância das instituições educacionais, a comunidade global tem tido cada vez mais 
atenção com a condução do processo de formação dos cidadãos do mundo. Temas como a sus-
tentabilidade, o diálogo com as diferenças étnicas e a educação inclusiva de estudantes com 
necessidades especiais em salas da aula surgem como demandas globalizantes que influenciam 
diretamente os processos educacionais nas escolas do nosso Brasil.
 
16
PAlAVRAS DO PROfESSOR
Com estas reflexões concluímos nossa II Unidade. Espero que você aproveite bastante estes co-
nhecimentos e procure se debruçar nestas teorias tão importantes para sua formação acadêmica 
e futura atuação profissional. Na próxima unidade, nos encontraremos novamente, desta vez, para 
estudarmos, mais especificamente, sobre a Sociologia da educação. 
 
ACESSE O AmBIENtE VIRtUAl
Agora chegou o momento de colocar em prática os conhecimentos que você adquiriu nessa II uni-
dade. Acesse o ambiente virtual e responda a atividade, caso tenha alguma dificuldade pergunte 
ao seu tutor!
Bons estudos e até breve!

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