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CONTESTAÇÃO EXONERAÇÃO ALIMENTOS LUCAS TOTI

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NPJJ – Núcleo de Prática Jurídica judiciária 
Universidade José do Rosário Vellano 
Curso de Direito
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÃO DA COMARCA DE ALFENAS, MG.
Processo: 5000587-56.217
LUCAS TOTI ROCHA, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seus procuradores abaixo assinado, com endereço eletrônico: npjj@unifenas.br, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a seguinte 
CONTESTAÇÃO NA AÇÃO DE EXONERAÇÃO
DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS
em face de: ARILDO ESTEVES ROCHA, também já qualificado nos autos em epígrafe, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
Conforme se extrai da peça exordial, o Requerente pretende a exoneração da obrigação alimentícia devida a seu filho, LUCAS TOTI ROCHA, sustentando que não possui condições financeiras para continuar a assumir a obrigação alimentícia. 
O requerido percebe a título de pensão alimentícia o montante de 1 (um) salário mínimo, correspondendo atualmente ao valor de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais), obrigação estabelecida em acordo e homologada por este juízo.
Em Audiência de Conciliação realizada por este juízo aos 13 de junho de 17, às 14 horas, foi proposto pela parte autora não a exoneração, mas sim a revisão do valor da obrigação alimentar de 1 (um) salário mínimo pretendendo diminuí-la para o monte de 30% (trinta por cento) do salário mínimo, alegando a impossibilidade de pagar o valor atual da prestação alimentar. 
Ocorre que o requerido, contando com apenas 18 (dezoito) anos de idade, iniciou o curso superior de Engenharia Civil na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS no primeiro semestre deste ano, consoante declaração de matrícula em anexo. Sendo assim, a necessidade da prestação alimentar devida pelo Requerente é incontestável.
O requerido deseja terminar seu curso superior no tempo regular de matrícula, e, para isso, conta com o pagamento dos alimentos que lhe são devidos. E, além da mensalidade do curso, o requerido ainda tem despesas com materiais exigidos pelas disciplinas regulares, transporte diário para a universidade, alimentação, entre outros. 
Por estes motivos acima aludidos é que na referida audiência não foi possível chegar a um acordo, sendo necessária a instrução processual.
O requerente alega estar desempregado, sendo esta a impossibilidade de cumprir com a obrigação alimentar no seu valor atual. Entretanto, a necessidade do requerido é notória, tendo como objetivo sua educação profissional, que deve ser mantida.
Já com relação à maioridade civil alegada na exordial, de fato, o requerido tem mais de 18 anos, mas, como já exposto anteriormente, o mesmo é estudante, devidamente matriculado em instituição de ensino superior.
Com efeito, o dever de sustento diz respeito ao filho menor e vincula-se ao poder familiar e seu fundamento encontra-se insculpido no art. 1.566, IV, do Código Civil de 2002. É sabido que a maioridade ou emancipação põe termo ao poder familiar e, por via de consequência, ao dever em questão.
Todavia, existem casos em que mesmo com o advento da maioridade civil, a pensão deve ser prestada. É a hipótese do filho estudante. Assim, o Código Civil de 2002, acompanhando os avanços da jurisprudência, estabelece expressamente no seu art. 1.694 que:
“Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.”
De acordo com a literalidade da lei, é possível a subsistência da obrigação, mesmo após alcançada a capacidade civil aos 18 anos, quando o valor for destinado para a manutenção do filho estudante, porque esta não se submete ao critério etário, podendo continuar a ser prestada em função da necessidade do alimentando.
Isto porque a maioridade não implica a desobrigação da pensão alimentícia devida pelos genitores aos seus filhos. Na realidade, ocorre apenas a mudança da causa da obrigação alimentar, que deixa de ser o dever de sustento decorrente do poder familiar e passa a ser resultante do parentesco, devendo ser preservado o binômio necessidade-possibilidade.
Ressalta-se que o Judiciário, passou a garantir a prestação alimentícia até que o filho complete 24 anos de idade, desde que estivesse cursando estabelecimento de ensino, salvo na hipótese de possuir rendimento próprio. Assim, desde muito tempo, não se aplica a maioridade, por si só, como parâmetro automático para cessação da prestação alimentar.
Neste sentido, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro segue a mesma direção, conforme ementa abaixo:
“ALIMENTOS. EXONERAÇÃO, MAIORIDADE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. O FILHO ESTUDANTE CONTINUA FAZENDO JUS À PENSÃO ALIMENTÍCIA, ATÉ A IDADE DE 24 ANOS. O SIMPLES IMPLEMENTO DA MAIORIDADE NÃO FAZ CESSAR O DEVER ALIMENTAR (grifo meu). DESPACHO CORRETO. AGRAVO IMPROVIDO.” (Agravo de Instrumento nº 2003.002.03491, Sétima Câmara Cível, Des. Carlos C. Lavigne de Lemos. Julgado em 26/07/2003)
Com base nos princípios da obrigação alimentar, no direito à vida e nos princípios da solidariedade familiar, capacidade financeira, razoabilidade e dignidade da pessoa humana, são devidos alimentos aos parentes, cônjuges, companheiros ou pessoas integrantes de entidades familiares lastreadas em relações afetivas, quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Portanto, não cabe o acolhimento das pretensões do requerido, posto que o requerido é estudante e necessita da continuidade do pensionamento alimentar para o custeio de sua formação. 
Revela-se, ainda, que o requerente não exerce nenhuma espécie de atividade laborativa e vive exclusivamente com o sustento proveniente de sua genitora. Daí, a importância da pensão alimentar no suprimento dessas necessidades.
Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
A concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, posto que o Requerido é pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração de pobreza anexa;
recebimento da presente contestação e que seja julgado improcedente o pedido inicial de exoneração de alimentos;
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial documental, testemunhal e depoimento pessoal do requerido.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Alfenas, 13 de junho de 2017
Ana Carla Tavares Coelho Ana Paula B. Salles P. Prado
OAB/MG 76.475 OAB/MG 65.709
Paulo Gustavo Alves Vilela
OAB/MG 71.233
Rua Juscelino Barbosa , 1328 - CEP 37130-000 - Alfenas – MG
Telefax: (0xx35) 3292 -1375

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