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Texto 15 – Sistemas não ideais atividade

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Sistemas não-ideais e o conceito de atividade – notas de aula prof. Ourides 1 
	
Texto 15 – Sistemas não-ideais; o conceito de atividade 
Notas de aula de Fisquim II – prof. Ourides 
 
1. Introdução 
Os sistemas que estudamos até agora foram considerados ideais. A principal aproximação que 
fizemos na estrutura desses sistemas foi a de considerar que as partículas de soluto e de solvente, seja 
em sistemas sólido-líquido ou líquido-líquido, se misturam sem variação de energia. Para tanto, 
supusemos que elas são ideais, neutras, sem forças de interação entre as mesmas. Nesse caso, a 
entropia de mistura de sistemas ideais vale zero (DmistH=0). Em virtude disso, o único fator que muda 
o valor de energia livre nesse caso é a entropia (DmistG=DmistH – TDmistS, mas como DmistH=0, então 
(DmistG= –TDmistS). Desse modo a mistura pode ser tratada apenas como uma dispersão de partículas 
neutras em solvente neutro e o único fator que interessa é a estatística de distribuição das mesmas. 
A equação acima mostra que a energia de Gibbs diminui quando se mistura algo a um solvente. 
Isso se traduz pela equação de energia de Gibbs por mol (DmistG/n=µ), o que resulta em 𝜇 = 𝜇∗ +𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥*, em que x1 se refere ao solvente, assim como o primeiro termo (solvente puro) à direita da 
igualdade. Rearranjando a equação acima, obtemos a energia de Gibbs de mistura, por mol, 𝜇 − 𝜇∗ = 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥* 
Como x1<1, lnx1<0, logo, 𝜇 − 𝜇∗ = ∆-./0𝐺 < 0 
O maior problema dessa aproximação é que ela só é válida em condições especiais, nas quais 
os componentes de uma mistura apresentarem estruturas muito semelhantes, tal como uma mistura 
benzeno/tolueno, ou nas aproximações limites de um deles estar em concentrações muito baixas, 
como nos casos das soluções ideais diluídas. 
Essas situações limites ocorrem porque, de fato, as moléculas têm estruturas diferentes e 
interagem fortemente em alguns casos. Elas apresentam cargas em sua superfície, o que implica em 
forças intermoleculares que vão desde as forças de dispersão de London (muito fracas) até as 
interações iônicas, de natureza eletrostática (muito fortes). Sendo assim, como desenvolver equações 
mais fiéis a sistemas reais que deem conta dessa complexidade? 
Na verdade, não desenvolvemos. Fazemos modificações que procuram manter as equações 
entre sistemas reais e sistemas ideais as mais parecidas possível, o que facilita o tratamento formal 
dos sistemas reais. Uma dessas modificações é a introdução do conceito de atividade. 
 
2. A atividade 
As expressões pertinentes às soluções ideais podem ser preservadas no estudo de sistemas 
reais quase que inteiramente pela introdução do conceito de atividade. 
	 	
Sistemas não-ideais e o conceito de atividade – notas de aula prof. Ourides 2 
	
Vimos que a forma geral do potencial químico de um solvente é dado pela expressão que 
considera a pressão de vapor do solvente puro com a pressão de vapor do solvente quando em solução, 𝜇 = 𝜇∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛 44∗ (1) 
Tal que p=pressão de vapor do solvente numa solução e p*=pressão de vapor do solvente puro. 
Como já vimos, no caso de uma solução ideal, o solvente segue a lei de Raoult (𝑝. = 𝑥.𝑝.∗) em toda a 
faixa de concentrações, o que permite escrever, considerando numa solução ideal a fração molar do 
solvente como sendo x, 𝜇.6 = 𝜇∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥 
De modo geral, para um componente A da solução ideal podemos escrever, 𝜇7.6 = 𝜇7∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥7 (2) 
Podemos adaptar a equação (2) para sistemas reais (quando a solução não obedece à lei de 
Raoult) escrevendo, 𝜇789 = 𝜇7∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎7 (3) 
Nas expressões acima, os potenciais químicos se referem ao componente A de uma solução e 
aA é a atividade de A na solução. 
Na equação (2), quando xA®1, condição de solvente puro, 𝜇7.6 = 𝜇7∗ , o potencial químico da 
solução ideal é igual ao potencial químico do solvente puro. Então, na equação (3) temos que, quando 
xA ® 1, aA=1, e o potencial da solução real se iguala ao potencial do solvente puro, 𝜇789 = 𝜇7∗ . Sendo 
assim, há similaridade de equações e de resultados ao se adotar o conceito de atividade de 
componentes em soluções reais. 
Mas o que vem a ser a atividade afinal de contas? Comparando as equações (2) e (3) vemos 
que a atividade substitui a fração molar de uma solução ideal. Nesse sentido, ela é uma espécie de 
fração molar efetiva da solução real. Ela difere da fração molar ideal (xA) na medida em que, neste 
caso, as interações moleculares se neutralizam. Sabemos que isso não é verdadeiro, então a atividade 
mede uma fração molar que leva em conta essas interações, sem entrar no mérito de como elas 
ocorrem. 
Subtraindo a equação (3) da equação (2), 𝜇789 − 𝜇7.6 = (𝜇7∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎7) − (𝜇7∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥7) 𝜇789 − 𝜇7.6 = 𝑅𝑇(𝑙𝑛𝑎7 − 𝑙𝑛𝑥7) 𝜇789 − 𝜇7.6 = 𝑅𝑇𝑙𝑛 𝑎7𝑥7 𝜇789 = 𝜇7.6 + 𝑅𝑇𝑙𝑛 =>?> (4) 
É importante examinar a equação acima com atenção. Não aparece mais nenhum termo de 
componente puro, mas só de soluções, uma solução real e sua similar ideal, para o componente A, ou 
seja, ela correlaciona duas soluções. A equação aponta que o potencial químico de uma solução real 
	 	
Sistemas não-ideais e o conceito de atividade – notas de aula prof. Ourides 3 
	
(𝜇789) é dado pelo potencial químico da solução ideal (𝜇7.6) mais um componente que depende do 
logaritmo da razão atividade/fração molar. 
Ora, como o argumento do logaritmo não pode ter unidade, concluímos que a atividade tem 
a mesma unidade de fração molar, ou seja, nenhuma. Sendo assim, como afirmado anteriormente, a 
atividade é uma fração molar efetiva. É importante lembrar que o uso do conceito de atividade pode 
conferir unidade à esta, por exemplo, quando se substitui a concentração em mol/L pela atividade 
(que será dada, então, em mol/L). 
Podemos concluir que a equação (4) mede o afastamento da idealidade de uma solução, pois, 
como vimos, se xA ® 1 então aA=1 e o termo logarítmico se iguala a zero (𝑅𝑇𝑙𝑛 ** = 0) indicando que a 
solução real tem comportamento de solução ideal. 
A equação (4) pode ainda ser reescrita como 𝜇7 = 𝜇7.6 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝛾7 (5) 
Em que 𝛾7 é definido como o coeficiente de atividade do componente A na solução, tal que, 𝛾7 = =>?> (6) 
Da relação dada na eq. (3) e da definição de 𝛾7 em (6) concluímos que 𝛾7 = 1 quando xA®1. 
 
3. A atividade de substâncias voláteis 
A atividade dos constituintes voláteis nas misturas líquidas pode ser determinada com 
facilidade mediante a medida direta das pressões parciais de cada componente na fase de vapor em 
equilíbrio com a fase líquida. 
Devemos lembrar que, no equilíbrio, os potenciais químicos de cada constituinte da mistura 
devem ser iguais nas fases de líquido e vapor 𝜇.89 𝑙𝑖𝑞 = 𝜇. 𝑣𝑎𝑝 (7) 
Considerando que o líquido seja uma solução real e admitindo que o vapor na mistura tenha 
comportamento ideal, podemos escrever, 𝜇.89 𝑙𝑖𝑞 = 𝜇.∗(𝑙𝑖𝑞) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎. (8) 𝜇. 𝑣𝑎𝑝 = 𝜇.E(𝑣𝑎𝑝) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝. (9) 
Igualando (8) e (9), pela igualdade em (7), 𝜇.∗(𝑙𝑖𝑞) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎. = 𝜇.E(𝑣𝑎𝑝) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝. (10) 
Por outro lado, o potencial químico de um líquido puro é dado por 𝜇.∗ 𝑙𝑖𝑞 = 𝜇.E 𝑣𝑎𝑝 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝.∗ (11) 
Em que 𝑝.∗ é a pressão de vapor do líquido puro. Substituindo (11) em (10), 𝜇.E 𝑣𝑎𝑝 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝.∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎. = 𝜇.E 𝑣𝑎𝑝 + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝. 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝.∗ + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎. = 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝. 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑎. = 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝. − 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑝.∗ 
	 	
Sistemas não-ideais e o conceito de atividade – notas de aula prof. Ourides 4 
	
𝑙𝑛𝑎. = 𝑙𝑛 𝑝.𝑝.∗ 𝑎. = 𝑝.𝑝.∗ 𝑝. = 𝑎.. 𝑝.∗ (12) 
Essa igualdade é análoga à lei de Raoult e vale para soluções não-ideais. Podemos então 
determinar a atividade de um componente numa solução real apenas medindo a pressão de vapor 
desse componente numa solução real e conhecendo sua pressão de vapor em estado puro,
cujo valor 
é dado na literatura. 
Sendo assim, em função da medida de diversos valores de pressão de vapor de um componente 
i numa solução para diversos valores de fração molar de i, podemos construir um gráfico de ai em 
função xi. De modo semelhante, podemos determinar os diversos valores de coeficiente de atividade 
em função da fração molar (gi versus xi), conforme abaixo. 
 
Figura 1: gráficos de ai e de gi em função de xi. As figuras mostras desvios positivos e desvios negativos da lei de 
Raoult. Se as soluções fossem ideais, ai=gi=1 para todos os valores de xi e os valores seguiriam as retas dadas. 
 
Os coeficientes de atividade podem ser maiores ou menores que a unidade. O coeficiente de 
atividade é uma medida da “tendência de escape” de um componente da solução. Em sistemas com 
desvios positivos da idealidade, o coeficiente de atividade e, portanto, a tendência de escape do 
componente i da solução, é maior do que em uma solução ideal na mesma concentração. Se o desvio 
da lei de Raoult for negativo, o componente i possui tendência de escape menor do que observaríamos 
numa solução ideal de mesma concentração. 
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