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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS Conselho Editorial EAD Dóris Cristina Gedrat (coordenadora) Mara Lúcia Machado José Édil de Lima Alves Astomiro Romais Andrea Eick Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. ISBN: 978-85-5639-146-9 APRESENTAÇÃO A finalidade do emprego dos sistemas e das tecnologias da informação é gerar e fornecer informações de qualidade. Um sistema de informa‐ ção pode ser definido como o processo de transformar dados em in‐ formações. O objetivo primordial é auxiliar as organizações na geração de novos conhecimentos e habilitá‐las a alcançar suas metas pelo uso eficiente dos recursos disponíveis. A disciplina Sistemas de Informações Gerenciais tem como principal finalidade desenvolver habilidades para o emprego dos sistemas e das tecnologias da informação como ferramentas para capturar, armazenar e distribuir informações para apoio aos processos, e à tomada de deci‐ sões nas organizações. Turban, Rainer Jr. e Potter1 observam que o termo sistemas de infor‐ mações gerenciais é ʺocasionalmente empregado como um conceito abrangente para todos os sistemas de informação empregados em uma organizaçãoʺ. Isso explica o nome dessa disciplina. O uso das tecnologias da informação (TIs) tem contribuído para pro‐ mover grandes transformações em nossa sociedade. Da mesma forma, cria grandes oportunidades para as organizações que têm obtido su‐ cesso com o seu emprego. Por outro lado, a sua adoção oferece desafi‐ os e particularidades quanto ao seu gerenciamento, pois, à medida que essas tecnologias se tornam mais complexas, passam a exigir maior esforço para sua implantação e seu uso correto. Nesse contexto, com a presente obra, buscamos esclarecer aos alunos sobre os melhores mo‐ dos de empregar os sistemas de informação nos meios organizacionais. Para tanto, procuramos distribuir o conteúdo da disciplina em dez capítulos. No primeiro, apresentamos os conceitos básicos que permi‐ tem um contato inicial com os elementos que compõem um sistema de informação. Propomos, no segundo, o estudo sobre os processos orga‐ nizacionais e as diferentes formas de representá‐los graficamente. O 6 terceiro delineia um roteiro de como confeccionar os instrumentos documentais do fluxo e das rotinas das informações nas organizações. O quarto capítulo traz uma abordagem conceitual sobre a infra‐ estrutura de TI normalmente adotada nas empresas. No capítulo que segue, abordamos a infraestrutura de software, complementando as informações sobre a infraestrutura de TI. No sexto capítulo, apresen‐ tamos uma visão geral dos sistemas de informação computadorizados, analisando as suas características e, no sétimo, mostramos como as empresas usam os sistemas de informação para melhorar o processo de tomada de decisões. No capítulo oito, contemplamos o planejamento de TI e o seu alinhamento com a estratégia empresarial. O capítulo nono discorre sobre os principais métodos para a aquisição de aplica‐ ções de TI. Por último, propomos uma discussão sobre as questões éticas relacionadas à TI e sobre segurança da informação. SOBRE O AUTOR Adriana Teresinha Rebechi Capellão É bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Lutera‐ na do Brasil (Ulbra) e em Matemática pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), especialista em Administração e Planejamento para Docentes pela Ulbra, mestre em Gestão de Negócios pela Universidade de Ciências Empresariales y Sociales (Argentina) e doutoranda em Ciências de Educação pela Universidad de Santiago de Compostela (Espanha). Na área educacional, além de atuar como professora da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio, trabalha na Ulbra na área de aplicação e utilização da informática nos cursos de graduação em Pedagogia, Administração, Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas de Informação e Ciências Sociais. É também consultora de tecnologias educacionais em escolas municipais e privadas de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio. Iria Margarida Garaffa É bacharel em Administração, especialista em Sistema de Informação e Telemática, mestre em Ciência da Computação com ênfase em Siste‐ mas de Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua como docente desde 1999 nos cursos de graduação e pós‐graduação em Administração da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Além disso, trabalha há mais de 25 anos em empresas priva‐ das como analista de sistemas, acumulando larga experiência em pro‐ jetos e desenvolvimento de sistemas de informação. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................................... 13 1.1 Dados ..................................................................................................... 13 1.2 Informação ............................................................................................. 14 1.3 Conhecimento ........................................................................................ 17 1.4 Sistema .................................................................................................. 17 Atividade ...................................................................................................... 19 2 PROCESSOS ORGANIZACIONAIS ..................................................................... 20 2.1 Organogramas ........................................................................................ 20 2.2 Processos ............................................................................................... 22 2.3 Fluxogramas ........................................................................................... 24 Atividades .................................................................................................... 25 3 COMO REPRESENTAR GRAFICAMENTE AS INFORMAÇÕES ................................ 26 3.1 Ferramentas Fluxograma ......................................................................... 26 3.2 Ferramenta Organograma ........................................................................ 29 Atividade ...................................................................................................... 30 4 INFRAESTRUTURA DE TI ................................................................................. 31 4.1 Hardware ................................................................................................ 31 4.2 Redes de computadores .......................................................................... 35 4.3 Tipos de processamento em rede ............................................................. 37 4.4 A internet e os negócios eletrônicos ......................................................... 41 10 Atividade ...................................................................................................... 44 5 INFRAESTRUTURA DE TI: SOFTWARE ............................................................... 46 5.1 Software básico e software aplicativo ...................................................... 46 5.2 Gerenciamento de dados ......................................................................... 50 5.3 Administração dos recursos de TI ............................................................. 56 Atividade ......................................................................................................57 6 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ORGANIZACIONAIS ............................................ 59 6.1 Sistema de processamento de transações (SPT) ....................................... 59 6.2 Sistema de informações gerenciais (SIG) ................................................. 61 6.3 Sistemas integrados ............................................................................... 64 Atividade ...................................................................................................... 69 7 SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL .................................................................... 71 7.1 A tomada de decisão ............................................................................... 71 7.2 Sistema de apoio à decisão (SAD) ............................................................ 72 7.3 Sistema de informação executiva (SIE) .................................................... 73 7.4 Sistemas inteligentes .............................................................................. 74 7.5 Inteligência empresarial ......................................................................... 76 Atividade ...................................................................................................... 77 8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE TI ............................................................... 79 8.1 Planejamento estratégico empresarial (PEE) ............................................ 79 8.2 Planejamento estratégico de TI (PETI) ...................................................... 80 8.3 Controle dos custos com TI ...................................................................... 83 Atividade ...................................................................................................... 85 9 AQUISIÇÃO DE APLICAÇÕES DE TI ................................................................... 87 9.1 Métodos para aquisição de aplicações de TI ............................................. 87 9.2 Ciclo de vida do desenvolvimento de um sistema ....................................... 90 Atividade ...................................................................................................... 93 11 10 ÉTICA E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ......................................................... 94 10.1 Questões éticas sobre o uso da informação em organizações .................. 94 10.2 Segurança da informação ...................................................................... 98 Atividade .................................................................................................... 104 REFERÊNCIAS POR CAPÍTULO ......................................................................... 105 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 109 GABARITO ...................................................................................................... 112 1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Adriana Teresinha Rebechi Capellão Neste capítulo, abordamos os conceitos básicos relacionados aos siste‐ mas de informação. Para isso, esclarecemos o significado de alguns termos, como dados, informação, conhecimento e sistema, uma vez que se encontram diretamente ligados a esse tema. 1.1 Dados De acordo com Stair e Reynolds, dados ʺconsistem em fatos não traba‐ lhados, como o nome de um empregado, a quantidade de horas sema‐ nais trabalhadas por ele, o número de peças em estoque ou de pedidos de vendasʺ1. O´Brien, por sua vez, apresenta o seguinte conceito: Dados são fatos ou observações crus, normalmente sobre fenômenos físicos ou transações de negócios. O lançamento de uma nave espacial, por exemplo, ou a venda de um automóvel gerariam muitos dados na descrição desses eventos. Mais especificamente, os dados são as medidas objetivas dos atributos (as características) de entidades (como pessoas, lugares, coisas e eventos).2 Segundo Stair e Reynolds3, os dados podem ser classificados em: ALFANUMÉRICOS ‐ São representados por números, letras ou caracteres especiais. DE IMAGEM ‐ São representados por fotos ou imagens gráficas de diferentes origens. DE ÁUDIO ‐ São todos os tipos de sons, tons ou ruídos que po‐ dem ser armazenados. DE VÍDEO ‐ São representados por imagens em movimento de diferentes origens que podem ser armazenadas. 14 Mas os dados devem ser organizados e, portanto, relacionados para que se possa manipulá‐los e compará‐los, surgindo, assim, a informa‐ ção. Se isso não ocorrer, os dados para pouco servirão às organizações. 1.2 Informação Para Stair e Reynolds, informação é uma coleção de fatos organizados de modo que adquirem um valor adicional além do valor dos próprios fatos. Por exemplo, um gerente em particular poderia entender que o total de vendas mensais está mais adequado a seu objetivo, ou seja, é mais valioso do que o número de vendas de cada representante individual4. Segundo O´Brien, informação ʺsão dados que foram convertidos em um contexto significativo e útil para usuários finais específicosʺ5. Esses conceitos nos remetem então à seguinte lógica: os dados são submetidos a manipulação, ou seja, a interpretação, análise, avaliação, organização e, finalmente, à compilação de suas características, por meio de um processo chamado processamento de dados, que se concreti‐ za em três etapas distintas: ENTRADA ‐ Recebimento dos dados. PROCESSAMENTO ‐ Realização de cálculos matemáticos, aritmé‐ ticos e/ou lógicos. SAÍDA ‐ Nessa etapa, os dados recebem valor e são chamados de resultados do processamento, ou melhor, de informação válida para usuários específicos. Pode‐se afirmar que o processo de tomada de decisão empresarial dependerá da qualidade das informações para trazer resultados positi‐ vos para a organização, ou seja, quanto maior a qualidade das infor‐ mações, melhores serão os resultados. Consequentemente, se as infor‐ mações não tiverem qualidade, os resultados não serão satisfatórios. Portanto, é necessário que se tenha clareza com relação às característi‐ cas que uma informação deve e pode ter para realmente promover a melhoria do desempenho empresarial. Os quadros a seguir apresen‐ tam as características que aumentam o valor das informações e os atributos de informações de alta qualidade. Quadro 1.1 - Características que agregam valor à informação CARACTERÍSTICA DEFINIÇÃO Precisão A informação precisa não contém erro. Em alguns 15 casos, geram‐se informações equivocadas, porque dados imprecisos são alimentados no processo de transformação (isso normalmente é chamado de entra lixo e sai lixo). Completeza A informação completa contempla todos os fatos importantes. Por exemplo, um relatório de investimento que não inclua todos os custos importantes não é completo. Economia A informação também deve ser relativamente econômica para ser viabilizada. Os tomadores de decisão sempre precisam equilibrar o valor da informação com o custo de produzi‐la. Flexibilidade A informação flexível pode ser usada para uma variedade de propósitos. Por exemplo, a informação sobre o estoque disponível de uma peça em particular pode ser útil para o vendedor num fechamento de venda, para o gerente de produção, a fim de determinar a necessidade ou não de mais estoque, e para o executivo financeiro, para especificar o valor total que a empresa investiu em estoque. Confiabilidade A confiabilidade da informação pode ser dependente de algum outro fator. Em muitos casos, depende do método de coleta de dados. Em outros, da fonte da informação. Um rumor sem fonte conhecida sobre a elevaçãodo preço do petróleo pode não ser confiável. Relevância A informação relevante é essencial para o tomador de decisão. Por exemplo, a queda no preço da madeira pode não ser relevante para um fabricante de chip de computador. Simplicidade A informação deve ser simples, e não excessivamente complexa. Uma informação sofisticada e detalhada pode sobrecarregar o conjunto de informações. Quando um tomador de decisão dispõe de muitas informações, tem dificuldade em determinar qual delas é realmente importante. Pontualidade A informação pontual é aquela obtida quando necessária. Por exemplo, as condições do tempo para a última semana não interferirão na escolha do que vestir hoje. Verificabilidade A informação deve ser verificável. Isso significa que se pode conferi‐la e assegurar‐se de que está correta. Acessibilidade A informação deve ser facilmente acessível pelos usuários autorizados. Obtê‐la na forma correta e no tempo certo atenderá, certamente, às necessidades deles. 16 Segurança A informação deve ser segura para possibilitar seu acesso apenas por usuários autorizados. FONTE: ADAPTADO DE STAIR; REYNOLDS, 2002, p. 6. Quadro 1.2- Informação de alta qualidade ATRIBUTO DESCRIÇÃO D IM EN SÃ O D O T EM PO Prontidão A informação deve ser fornecida quando necessária. Aceitação A informação deve estar atualizada quando for fornecida. Frequência A informação deve ser fornecida tantas vezes quantas forem necessárias. Período A informação pode ser fornecida sobre períodos passados, presentes e futuros. D IM EN SÃ O D O C O N TE Ú D O Precisão A informação deve estar isenta de erros. Relevância A informação deve estar relacionada às necessidades de informação de um receptor específico para uma situação específica. Integridade Toda a informação deve ser fornecida. Concisão Apenas a informação que for necessária deve ser fornecida. Amplitude A informação pode ter um alcance amplo ou estreito e um foco interno ou externo. Desempenho A informação pode revelar desempenho pela mensuração das atividades concluídas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados. D IM EN SÃ O D A F O RM A Clareza A informação deve ser fornecida de uma forma que seja fácil de compreender. Detalhe A informação pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida. Ordem A informação pode ser organizada em uma sequência predeterminada. Apresentação A informação pode ser apresentada em forma narrativa, numérica, gráfica ou outras. Mídia A informação pode ser fornecida na forma de documentos impressos, em monitores de vídeo ou em outras mídias. FONTE: O´BRIEN, 2004, p. 25. Pode‐se afirmar que uma informação com alto grau de qualidade, ou seja, que atenda a todas as características necessárias para ser útil para a organização, é um instrumento valioso num processo de tomada de 17 decisão acertado, coerente, dinâmico e que certamente gerará bons resultados. Com isso, então, estaremos desenvolvendo conhecimento. 1.3 Conhecimento Os dados e as informações são a base do conhecimento, pois, sem eles, este não se estabelece. Vejamos o que nos trazem os autores. Para Stair e Reynolds6, ʺo conhecimento representa a percepção e a compreensão de um conjunto de informações e de como estas informações podem ser úteis para uma tarefa específicaʺ. De acordo com O´Brien7, as ʺem‐ presas geradoras de conhecimento exploram dois tipos de conheci‐ mento. Um é o conhecimento explícito ‐ dados, documentos, coisas escritas ou armazenadas em computadores. O outro é o conhecimento tácito ‐ o ʹcomo fazerʹ do conhecimento, que reside nos trabalhadoresʺ. Pode‐se, então, perceber que, além de os dados, a informação e o co‐ nhecimento estarem diretamente interligados, é muito importante saber como usá‐los quando se apresentam em sua forma concreta (co‐ nhecimento explícito) ou em sua forma abstrata (conhecimento tácito), que representam, respectivamente, tudo o que está registrado formal e concretamente e tudo o que está na mente dos colaboradores de uma organização. Mas, apesar de estarem interligados, são independentes, pois cada um tem seu momento, um será consequência do outro. Daí a necessidade de percebermos que, assim como podem ser resultados, podem ser insumos do que passaremos a chamar de sistema de infor‐ mação. Mas, afinal, o que é um sistema? 1.4 Sistema Antes de abordarmos os sistemas de informações gerenciais, vale lem‐ brarmos Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão que, no final da década de 1950, deixou obras sobre a Teoria Geral de Sistemas que representam um valioso legado para a informática e para a administra‐ ção. De acordo com Cavalcanti e Paulaa, ʺmais que uma metodologia, a Teoria Geral de Sistemas é um esqueleto, um modelo de análise do mundo empírico, um modelo de como analisar fenômenos complexos enquanto sistemas, um todo com partes inter‐relacionadasʺ. Como os seres vivos ‐ cuja existência envolve criação, evolução e decadência ‐, os sistemas são, segundo essa teoria, compostos de subsistemas e todos envolvem a entrada, o processamento e a saída de dados, conforme é demonstrado na figura a seguir. a .CAVALCANTI; PAULA citados por MARTINELLI; VENTURA, 2006, p. 8. 18 Figura 1.1 - Esquema teórico de qualquer sistema FONTE: ADAPTADO DE ROSINI; PALMISANO, 2006, p. 3. Para Rosini e Palmisano8, ʺo conceito básico de sistemas de informa‐ ções estabelece que todo sistema é um conjunto de elementos interde‐ pendentes em interação, visando atingir um objetivo comumʺ. Segun‐ do esses autores, ʺHá dois tipos de sistemas: aberto e fechado. O siste‐ ma aberto é o que sofre influências do meio e que, com suas ações, influencia o meio; o sistema fechado não sofre influências do meio nem o altera com suas ações internasʺ9. As organizações enfrentam tempos de grandes mudanças em todos os âmbitos, tanto tecnológico quanto político e social, o que acaba tor‐ nando necessário, constante e dinâmico o processo de atualização e inovação. A capacidade de trabalhar com dados, informações e conhe‐ cimentos representa, assim, um diferencial competitivo das organiza‐ ções. Para Bertolini e Silveira10, o pensamento sistêmico é algo intrínse‐ co às pessoas, possibilitando uma visão do todo, e não apenas das partes, a percepção de que os sistemas em todos os âmbitos estão inter‐ ligados e é preciso agir de acordo com essa inter‐relação. Surge, então, a necessidade de aprendermos um novo conceito: o de visão sistêmica. Entendemos como visão sistêmica a nossa capacidade de compreender que o todo é composto pelas partes e que as partes compõem o todo, e que tudo interage dentro da amplitude e da com‐ plexidade das empresas. Isso nos move a buscar compreender as forças 19 internas e externasb para entendermos a dinâmica organizacional, que novamente é representada pelo processo de entrada, processamento e saída. Ter visão sistêmica é ter consciência do universo de informações e processos envolvidos na tomada de decisões, bem como das relações entre essas informações e processos, percebendo como interferem nos ambientes interno e externo da organização — considerados o meio ambiente, os clientes, os fornecedores, os sistemas, os órgãos regulado‐ res e os concorrentes (Figura 1.1). Por fim, chegamos ao sistema de informações gerenciais, que Oliveira11 define como ʺo processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisóriada empresa, proporcionando, ainda, a sustentação administrativa para otimizar os resultados espe‐ radosʺ. Ou seja, transformamos dados em informações, informações em co‐ nhecimento e, com este, por meio da nossa visão sistêmica ‐ ou seja, percebendo as interações e inter‐relações entre as informações de cada uma das áreas que compõem uma organização ‐, buscamos não apenas atingir os resultados projetados, mas ir além deles. Atividade 1) Crie grupos de trabalho para discutir sobre as questões abaixo. a) Por que o estudo dos sistemas de informações gerenciais é importante para as organizações? b) Imagine que um indivíduo, ao repassar dados pessoais de uma pessoa física a uma pessoa jurídica, afirme que esses da‐ dos pertencem a outra pessoa. Você consegue se transportar para essa situação e vivenciá‐la? Então, crie um exemplo que demonstre uma situação similar. c) Considerando as características que agregam valor à informa‐ ção (Quadro 1.1), identifique uma situação prática que sirva de exemplo para cada uma delas. d) Relate pelo menos uma situação empresarial em que foi pos‐ sível identificar a visão sistêmica. e) Identifique em uma organização que você conhece todos os elementos que compõem a Figura 1.1. b .As forças internas envolvem as políticas internas, bem como os recursos humanos, financeiros, tecnológicos e materiais; as forças externas dizem respeito ao mercado, à concorrência, às normas governamentais, aos fornecedores, aos clientes, aos índices econômicos internacionais etc. 2 PROCESSOS ORGANIZACIONAIS Adriana Teresinha Rebechi Capellão Apresentamos neste capítulo as particularidades que envolvem os processos organizacionais e sua função buscando atingir as metas e objetivos de uma organização, além das ferramentas que permitem a identificação dos elementos que compõem um sistema de uma empre‐ sa. 2.1 Organogramas As empresas são organizadas por meio do estabelecimento de padrões para as atividades que os seus colaboradores realizam, o que origina os cargos e as funções, bem como sua estrutura hierárquica. São também organizadas pela divisão do trabalho em unidades. Os organogramas são empregados para possibilitar uma visão panorâmica da empresa, considerados esses e outros modos de organização. As estruturas podem se apresentar de diferentes formas, cabendo lembrar que as estruturas mais clássicas estão sendo alteradas e substi‐ tuídas por novas, como as organizações de estrutura celular, as sem centro, as em rede e as virtuais. Segundo Cury1, ʺo organograma é conceituado como a representação gráfica e abreviada da estrutura da organizaçãoʺ. O mesmo autor aponta suas finalidades, que consistem em representar: os órgãos que compõem uma organização; as funções desenvolvidas de forma genérica; as relações de interdependência e as vinculações entre as partes; os níveis administrativos da organização; a organização hierárquica entre departamentos e/ou funções. 21 Vejamos, a seguir, um exemplo de organograma. Figura 2.1 – Organograma da Petrobras Fonte: PETROBRAS, 2008. Por essa figura, pode‐se perceber que, de formas diferenciadas, é pos‐ sível representar graficamente nos organogramas órgãos, funções, atividades e tarefas. Esses elementos nos levam aos processos de traba‐ lho, sequências de atividades realizadas por meio do estabelecimento de regras, normas e procedimentos, com rotinas específicas da organi‐ zação. 22 2.2 Processos De acordo com Almeida, processo é o conjunto de recursos ‐ humanos e materiais ‐ dedicados às atividades necessárias à produção de um resultado final específico, INDEPENDENTEMENTE do relacionamento hierárquico. Ou é a sequência de atividades que transforma insumos em produtos finais, ou serviços, de valor muito maior para o cliente.2 [grifo nosso]. Aqui é importante lembrar que, segundo Rezende, as funções empresariais não devem ser confundidas com unidades departamentais ou setores da organização ou pessoas que realizam as tarefas, pois algumas organizações não necessariamente têm todas as funções organizacionais com departamentos equivalentes e com o mesmo nome.3 Ou seja, os processos organizacionais ou empresariais são conjuntos de atividades, os quais, por sua vez, são conjuntos de tarefas realizadas segundo uma rotina e procedimentos específicos. Segundo Cury4, podem ser assim classificados: PROCESSOS DE CLIENTES ‐ Relacionam‐se com a confecção de um produto ou com a prestação de um serviço para um cliente ex‐ terno da organização. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ‐ São invisíveis para o cliente externo, mas completamente necessários aos processos de geren‐ ciamento do negócio. PROCESSOS DE GERENCIAMENTO ‐ São aqueles fundamenta‐ dos nas decisões executivas. A eficiência e a competitividade organizacionais são resultado da for‐ ma como as organizações harmonizam o trabalho, a informação e o conhecimento5. Segundo Rezende6 e Oliveira7, as atividades empresariais são as se‐ guintes: PRODUÇÃO ou SERVIÇOS ‐ É a transformação das matérias‐ primas em produtos e serviços. Exemplos: planejamento e contro‐ le de produção ou serviços, engenharia do produto ou serviços, sistemas de qualidade e produtividade, custos de produção ou serviços, manutenção de equipamentos, produtos ou serviços. 23 COMERCIAL ou MARKETING ‐ Diz respeito à identificação das necessidades do mercado. Exemplos: planejamento e gestão de marketing, clientes e consumidores, pedidos de vendas, fatura‐ mento, administração de vendas, contratos e distribuição, expor‐ tação, pesquisas e estatísticas. MATERIAIS E LOGÍSTICA ‐ Refere‐se ao suprimento de matéria‐ prima, serviços e equipamentos, bem como à normatização, ao armazenamento e à movimentação de materiais e equipamentos. Exemplos: fornecedores, compras ou suprimentos, estoque, recep‐ ção e expedição de materiais, importação. FINANÇAS ‐ Envolve o planejamento, a captação e a gestão dos recursos financeiros. Exemplos: contas a pagar, contas a receber, movimento bancário, fluxo de caixa, orçamento, administração do capital, entre outras. RECURSOS HUMANOS ‐ É O planejamento e a gestão dos recur‐ sos humanos. Exemplos: recrutamento e seleção, administração de pessoal, férias, admissão e demissão, folha de pagamento, cargos e salários, treinamento e desenvolvimento, benefícios e assistência social, segurança e medicina do trabalho. JURÍDICO E LEGAL ‐ Diz respeito à garantia do atendimento às normas jurídicas que regem o funcionamento da organização. Exemplos: contabilidade, impostos e recolhimentos, ativo fixo ou patrimônio, livros fiscais de entrada e saída. ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS ‐ Envolve atividades relacio‐ nadas a serviços, como, por exemplo, transporte de pessoas, ad‐ ministração de escritórios, documentação, patrimônio e serviços jurídicos. GESTÃO EMPRESARIAL ‐ Contempla planejamento empresarial e desenvolvimento de sistemas, assim como gestão da tecnologia da informação, que se constitui em uma ferramenta para a inte‐ gração das atividades empresariais. Os processos de trabalho ‐ ou processos organizacionais, ou ainda processos empresariais ‐ podem ser mais bem organizados ou rearran‐ jados conforme a necessidade da empresa. Para isso, pode‐se usar o recurso da sua representação gráfica por meio de fluxogramas. 24 2.3 Fluxogramas Fluxograma é uma representação gráfica muito eficiente usada para a execução de análises administrativas.Por meio dele, pode‐se represen‐ tar as etapas necessárias para a realização de qualquer trabalho, ativi‐ dade, tarefa, processo, como, por exemplo, o desenvolvimento de um produto ou serviço. Ou seja, pode‐se, por exemplo, representar a or‐ dem de execução de determinada tarefa, criticá‐la e, se necessário, construir um novo fluxograma, otimizando as informações represen‐ tadas. Entre as vantagens de usar essa modalidade de representação da in‐ formação, pode‐se citar as seguintes: Permite a verificação do funcionamento e da eficiência de compo‐ nentes de sistemas, mecanizados ou não. É aplicável a qualquer tipo de sistema e de empresa. Agiliza o processo de entendimento das alterações, quando se fizerem necessárias. Facilita a documentação de processos para a verificação de áreas a serem estudadas. Propicia a disciplina mental. Facilita a comunicação entre todas as partes de uma organização. Pode‐se usar diferentes tipos de fluxogramas. No entanto, os mais adotados atualmente são o fluxograma vertical e o de colunas. Veja‐ mos a seguir um exemplo de fluxograma vertical. 25 Figura 2.2 - Fluxograma vertical: processo de recebimento de matéria-prima Para concluir este capítulo, devemos lembrar que as atividades desen‐ volvidas nas empresas compõem um fabuloso recurso para maximizar o processo de organização das informações e, assim, trazer benefícios operacionais no momento da tomada de decisão. Atividades 1) Reúna‐se com dois ou três colegas e, juntamente a eles, escolha determinada atividade empresarial. Depois, use uma das ferra‐ mentas (organograma ou fluxograma) para fazer a representação gráfica da atividade selecionada. 2) Pesquise e descreva outras ferramentas que, como as apresenta‐ das, apoiam os gestores na organização de funções, atividades e processos. 3 COMO REPRESENTAR GRAFICAMENTE AS INFORMAÇÕES Adriana Teresinha Rebechi Capellão No capítulo anterior, apresentamos os organogramas e os fluxogramas, que são as principais formas de representar graficamente o fluxo das informações que circulam em uma organização, bem como os proces‐ sos das quais estas fazem parte. Neste capítulo, baseando‐nos nas obras do Microsoft Official Acade‐ mic Course (MOAC)1, mostraremos os aplicativos que permitem ela‐ borar esses instrumentos. Quanto maior for a qualidade visual deles, mais fácil será a análise dos processos e do fluxo das informações na organização e mais bem operacionalizados serão os processos de co‐ municação empresarial, beneficiando, ao final, os processos de tomada de decisão. Inicialmente, são três os aplicativos que podem ser usados: o Microsoft Word, o Microsoft PowerPoint e o Microsoft Excela. Esses aplicativos oferecem as ferramentas básicas para a representação gráfica das in‐ formações. No entanto, precisamos lembrar que cada uma delas tem uma finalidade diferente, respectivamente: editoração de textos, edição e exibição de apresentações, criação e manipulação de planilhas de cálculo. Ou seja, não são aplicativos específicos para representação gráfica, embora possam ser facilmente empregados para esse fim. 3.1 Ferramentas Fluxograma Como se pode visualizar na Figura 3.1, os aplicativos citados oferecem a possibilidade de trabalhar com a barra de ferramentas Desenho, que é exibida na parte inferior da janela e pode ser habilitada pelo usuário. Na ferramenta Desenho, existe a opção Autoformas, conforme é demons‐ trado a seguir. a .Nesta publicação foi usada a versão 2002 dos respectivos aplicativos. 27 Figura 3.1 - Ambiente de trabalho do Microsoft Word Convém salientar que as ferramentas Fluxograma e Conectores oferecem as mesmas facilidades nos três aplicativos (Microsoft Word, Microsoft PowerPoint e Microsoft Excel). Vejamos, então, as possibilidades da ferramenta Fluxograma. Figura 3.2 - Ferramenta Fluxograma Ao selecionar a opção Fluxograma, pode‐se escolher o tipo de represen‐ tação gráfica desejada. Ao posicionar o ponteiro do mouse sobre uma figura, o sistema informa sua função, tal como demonstrado na Figura 3.2 (Fluxograma: Decisão), ou seja, trata‐se de uma figura cuja função é representar ações de decisão (do tipo ʺSim ou Nãoʺ). 28 Para inserir uma figura, deve‐se primeiro selecioná‐la e, depois, clicar no botão direito do mouse sobre algum ponto da área de edição ‐ nessa etapa, o ponteiro é representado pelo símbolo ʺ+ʺ. Uma vez iniciada a inserção, deve‐se manter o botão esquerdo do mouse pressionado para, desse modo, ser possível dimensionar a figura, conforme é ilustrado a seguir. Figura 3.3 - A construção das figuras Vejamos agora como trabalhar com a ferramenta Conectores. Figura 3.4- Ferramenta Conectores A inserção de um conector é semelhante à de uma figura de fluxo‐ grama. Antes, é importante lembrar que se inclui um conector com a intenção de ligar duas figuras. Para tanto, deve‐se selecionar o conec‐ tor desejado (Figura 3.4) e posicioná‐lo sobre a lateral de uma das figu‐ ras a serem ligadas (Figura 3.5). Deve‐se tomar cuidado com a escolha correta dos pontos de ligação, que são visíveis nas figuras. Figura 3.5 - Inserção de um conector Também não se pode esquecer de identificar o departamento, o setor ou a atividade que cada figura representa (ver exemplo no tópico 2.3 do capítulo anterior). Para isso, deve‐se pressionar o botão direito do mouse sobre a figura, para possibilitar a inserção do texto, conforme ilustrado na figura a seguir. 29 Figura 3.6 - Inserção de texto na figura geométrica Uma vez selecionada a opção Adicionar texto, basta digitá‐lo. Lembra‐ mos ainda que, após inserir um texto, pode‐se usar as opções relativas à formatação da fonte, como tipo, tamanho, cores, linhas etc. 3.2 Ferramenta Organograma Como se pode visualizar a seguir (Figuras 3.7 e 3.8), o Microsoft Word, o Microsoft PowerPoint e o Microsoft Excel também oferecem a possi‐ bilidade de trabalhar com organogramas. Para tanto, basta selecionar as opções Inserir, Imagem e Organograma, conforme demonstrado na Figura 3.7, lembrando que essa possibilidade existe nos três aplicati‐ vos. Figura 3.7 - Organogramas no Microsoft Word 30 Depois, basta seguir os comandos da tela. Figura 3.8 - A construção do organograma Não se esqueça de salvar os arquivos diversas vezes, a fim de evitar que uma queda de luz, por exemplo, faça com que você perca seu trabalho. Enfim, diversas são as ferramentas que nos possibilitam representar graficamente as informações e os processos nas organizações. É impor‐ tante que você tenha contato com pelo menos uma delas, para agregar valor ao seu trabalho2. Atividade Escolha um dos aplicativos apresentados neste capítulo e elabore um organograma e um fluxograma. 4 INFRAESTRUTURA DE TI Iria Margarida Garaffa Neste capítulo, contemplamos uma abordagem conceitual sobre a infraestrutura de TI normalmente usada nas empresas, tendo como objetivo permitir uma melhor compreensão sobre o seu emprego nas organizações. Os autores Laudon e Laudon1 afirmam que essa infraestrutura é for‐ mada por cinco componentes principais, coordenados entre si: hardwa‐ re, software, tecnologias de gerenciamento de dados, tecnologias de redes e de telecomunicações e serviços de tecnologia. Genericamente, pode‐se dizer, então, que a infraestrutura de TI con‐ templa a base que sustenta todos os sistemas de informação computa‐ dorizados de uma organização. Um sistema de informação baseado em computador é um sistemaque utiliza a infraestrutura de TI para execu‐ tar as funções desejadas. Pode compor‐se de apenas um computador pessoal ou incluir uma rede com diversos computadores, além de impressoras e outros equipamentos, bem como redes de comunicação e bancos de dados2. Detalhamos, a seguir, os seus principais compo‐ nentes. 4.1 Hardware O hardware é o equipamento físico usado para atividades de entrada, processamento e saída de um sistema de informação. Em um compu‐ tador, é constituído pelos seguintes componentes: dispositivos de entrada, dispositivos de saída, unidade central de processamento (CPU), memória principal ou memória RAM, memória secundária e dispositivos de comunicação. Os dispositivos de entrada recolhem os dados e os convertem para uma forma que o computador possa entender. O quadro a seguir apre‐ senta um resumo dos principais deles. 32 Quadro 4.1 - Dispositivos de entrada de dados DISPOSITIVO DESCRIÇÃO Teclado É o dispositivo mais amplamente usado para inserir dados textuais e numéricos nos sistemas de computação. Mouse Dispositivo manual que serve para apontar e clicar. Funciona com a interface gráfica com o usuário (GUI ‐ Graphical User Interface). Tela sensível ao toquea Dispositivo pelo qual se pode inserir dados tocando‐se a superfície sensibilizada de um monitor de vídeo. Encontra‐se frequentemente esse tipo de tela em quiosques de informação instalados em shoppings, lojas de varejo, restaurantes etc. Reconhecimento óptico de caracteres E um dispositivo que permite a inserção direta de dados no computador. O código óptico mais usado é o código de barras, comum em sistemas de pontos de venda de supermercados e lojas de varejo. Entrada por caneta (Stylus) Dispositivo que converte para formato digital os movimentos feitos por uma caneta eletrônica pressionada sobre uma tela sensível ao toque. Entrada de áudio Dispositivos de entrada por voz que convertem palavras faladas em formato digital para processamento por computador. FONTE: ADAPTADO DE LAUDON; LAUDON, 2007, P. 108. Os dispositivos de saída apresentam os dados processados de uma forma que as pessoas possam entendê‐los. Os principais são: a saída de voz (converte dados digitais em fala inteligível), o monitor (tela de vídeo que mostra entradas e saídas) e a impressora (de impacto, a laser, a jato de tinta, de transferência térmica e plotadora). A CPU manipula os dados e controla as tarefas realizadas pelos outros componentes. A memória principal ou memória RAM (armazenamento interno) armazena temporariamente dados, resultados e instruções de progra‐ mação durante o processamento e caracteriza‐se por ser volátil, isto é, as informações são perdidas com o desligamento do computador. A memória secundária (armazenamento externo) é separada da me‐ mória principal e da CPU, mas se conecta diretamente a elas por meio do hard disk (HD) ou disco rígido, do compact disc (CD), do digital video disc (DVD), do pendrive etc., tendo como finalidade armazenar dados e programas permanentemente. a A Microsoft prevê o uso desse recurso para a próxima versão do Windows, que sucederá o Windows Vista, com previsão de lançamento em 2010, de acordo com reportagem publicada na Folha Online em 28 de maio de 2008. 33 Por fim, os dispositivos ou redes de comunicação usam diferentes meios de transmissão física de dados, tais como par trançado, cabo coaxial, fibra óptica, meios de transmissão sem fio, que permitem compartilhar arquivos, programas e recursos diversos entre as redes de computadores de uma empresa3. Há computadores de todos os tamanhos, com diferentes recursos e capacidade para o processamento de dados. Eles se distinguem pela capacidade de processamento e são classificados conforme se mostra a seguir. Supercomputador É um computador sofisticado que tem mecanismos de computação extremamente rápidos, permitindo executar tarefas que requerem cálculos complexos. Usa a tecnologia de processamento paralelo, em que a maior parte do processamento das transações é executada ao mesmo tempo (paralelamente). Sua velocidade é medida em teraflopsb. De acordo com Turban, McLean e Wetherbe4, os supercomputadores são utilizados, geralmente, nas áreas científica e militar. Os autores citam alguns exemplos de uso: fazer previsões climáticas, projetar aeronaves (o Boeing 777, por exemplo), criar cenas e efeitos especiais em filmes (como o Parque dos dinossauros). Um exemplo de supercom‐ putador é o IBM Blue Gene/L, composto por 131.072 processadores PowerPC e tem 32 terabytesc de memória RAM. Mainframe É um computador de grande porte, com alto desempenho e capacida‐ de para processar grande quantidade de dados com extrema velocida‐ de. Oferece serviços de processamento aos usuários por meio de mi‐ lhares de terminais conectados diretamente ou por meio de uma rede. Companhias aéreas, por exemplo, ʺusam mainframes para processar mais de três mil reservas por segundoʺ5. Estação de trabalho (workstation) Uma workstation tem grande capacidade de processamentos gráfico e matemático, possibilitando realizar cálculos com altíssima velocidade, b .Esse indicador é usado para medir o desempenho de um computador. Em informática, é o acrônimo de Floating Point Operations per Second (ʺoperações de pontos flutuantes por segundoʺ). Portanto, um teraflop equivale a um trilhão de pontos flutuantes por segundo. É um valor utilizado para indicar a taxa de velocidade dos microprocessadores (em computadores), expressando, desse modo, a performance do microprocessador. c . Unidade de armazenamento de dados. Um terabyte equivale a 1.024 gigabytes. 34 tais como os relacionados ao desenho assistido por computador (CAD). Esses computadores encontraram ampla aceitação na comuni‐ dade científica e no setor empresarial. Computador pessoal (PC) Também chamado de microcomputador, é a categoria menor e mais barata de computadores de uso geral. Eles podem ser subdivididos em categorias, com base em seu tamanho: desktop, laptop, notebook, palmtop e assistente pessoal digital (PDA ‐ Personal Digital Assistant). A catego‐ ria desktop, é um tipo de microcomputador que se usa em ʺmesaʺ. Normalmente são modulares e seus componentes podem ser substitu‐ ídos. Os laptops e os notebooks (também chamados de minilaptops, pois são laptops menores) são microcomputadores portáteis e, por isso, são leves e pequenos. Foram projetados para oferecer maior conforto e mobili‐ dade, permitindo aos usuários acesso a dados sem ficarem presos ao ambiente do escritório. Os palmtops são microcomputadores pequenos o bastante para serem carregados na mão. Apesar de serem capazes de realizar atividades de computação geral, eles normalmente são configurados para aplicações específicas e têm um limite de possibilidades para entrada e saída de dados. O PDA é um computador palmtop que tem um sistema operacional multitarefa e entrada de dados por meio de caneta, em vez de teclado. Difere de outros computadores pessoais pelo fato de ser especialmente configurado para usuários individuais, podendo ser considerado antes um dispositivo de computação do que um computador de uso geral. Alguns PDAs permitem ao usuário comunicar‐se via fax, correio ele‐ trônico e paging ou acessar serviços on‐line, conforme esclarecem Tur‐ ban, McLean e Wetherbe6. Computador de vestir (wearable computer) É projetado para ser usado no corpo. Essetipo de computador é em‐ pregado, por exemplo, em sistemas para automação de fábricas e ge‐ renciamento de depósitos e na visualização de manuais técnicos ou diagramas enquanto se constrói ou se repara algo. A empresa United Parcel Service (UPS), por exemplo, emprega essa tecnologia para a entrega de encomendas ‐ seus mensageiros carregam uma prancheta eletrônica ‐ e os governos têm avaliado esses dispositivos para possível uso militar.7 35 A área da saúde também está se beneficiando dessa tecnologia. Um exemplo é o sistema biométrico da LiveShirt®, um computador de vestir que ʺcoleta, analisa, monitora e alerta, de forma autônoma, vari‐ áveis biomédicas de seu portador, como temperatura corporal (interna e ao nível da pele), batimento cardíaco, pressão sanguínea, CO2 no sangue, ritmo cerebral etc.ʺ, segundo observado por Mandel8. Computador embutido É colocado dentro de outros produtos para aumentar seus recursos e habilidades. Por exemplo, um automóvel de tamanho médio tem mais de 3 mil computadores embutidos, chamados de controladores, que monitoram cada função, desde os freios até o desempenho do motor e os controles de assento com memória. Outros dispositivos desse tipo são os crachás ativos e os botões de memória. Os crachás ativos podem ser usados como crachás de identificação. Eles ficam conectados aos computadores e dispositivos de comunicação da empresa enquanto os funcionários se movem pelas suas instalações. Os botões de memória são dispositivos pequenos, do tamanho de uma moeda, que armaze‐ nam um conjunto de dados, comunicando‐se com qualquer coisa à qual estejam conectados. São semelhantes a um código de barras, mas têm mais conteúdo informacional, o qual é sujeito a alterações, de acordo com Turban, Rainer Jr. e Potter9. 4.2 Redes de computadores Atualmente, empresas dos mais diversos portes, ramos e atividades têm seus computadores interligados em rede, o que facilita o inter‐ câmbio de dados e a integração de diversos sistemas10. Turban, Rainer Jr. e Potter11 definem uma rede de computadores como ʺum sistema que conecta computadores através de meios de comunica‐ ção de modo a possibilitar a transmissão de dados entre elesʺ. É a liga‐ ção entre dois ou mais computadores para compartilhamento de da‐ dos, aplicativos, recursos e periféricos. Independentemente do tamanho da rede ou da sua complexidade, o seu objetivo básico é garantir que todos os recursos sejam comparti‐ lhados rapidamente, com segurança e de forma confiável. Para que os dados trafeguem em uma rede, é necessário um meio de comunicação (canal), que pode ser um cabo (par trançado, cabo coaxial e cabo de fibra óptica, por exemplo) ou uma tecnologia sem fio (rádio, celular, transmissão por microondas, satélite). 36 Conforme Laudon e Laudon12, a maioria das redes conta com um switch ou hub. Um hub é um dispositivo que tem a função de conectar os componentes de uma rede, enviando pacotes de dados de um com‐ putador para todos os outros dispositivos. Um switch é um aparelho semelhante ao hub, entretanto mais sofisticado, pois possibilita filtrar dados para um usuário específico e cria, assim, uma espécie de canal de comunicação exclusivo entre a origem e o destino, contribuindo para aumentar o desempenho da rede. Quando há uma ligação entre duas ou mais redes, é necessário um roteador ‐ processador de comunicações inteligente que interconecta várias redes ‐ para que um pacote de dados possa ser encaminhado até seu destino13. Há vários tipos de redes, como as redes de alcance local (LAN ‐ Local Area Network), de alcance metropolitano (MAN ‐ Metropolitan Area Network), de longo alcance ou área global (WAN ‐ Wide Area Network), de alcance pessoal (PAN ‐ Personal Area Network) e a internet. Uma LAN conecta dois ou mais computadores entre si, em uma região geográfica limitada, variando de poucos a aproximadamente mil me‐ tros (ver Figura 4.1a). Pode‐se também dizer que redes locais conectam computadores e outros dispositivos em uma área física limitada, tais como escritórios, salas de aula, prédios, fábricas. Em geral, a comuni‐ cação física é feita por cabo, embora esteja em amplo crescimento o uso de sistemas de comunicação sem fio14. A rede MAN é maior do que a LAN, podendo atingir alguns quilôme‐ tros. É geralmente usada para interligar as redes LAN de diferentes unidades de uma mesma organização, conforme apresentado na Figu‐ ra 4.1b. Côrtes15 elucida que a conexão entre as redes pode ser realiza‐ da por meio de linhas dedicadas (fibra óptica, por exemplo) ou por conexão direta (rádio ou internet). As redes de computadores que cobrem uma ampla área geográfica denominam‐se redes de longo alcance, redes de área global ou WANs. São redes de banda largad, normalmente de acesso público, que podem interligar diferentes LANs ou MANs. A comunicação geralmente é efetuada por linha dedicada ou pela internet. No primeiro caso, contra‐ ta‐se uma linha de transmissão de dados de empresas de telefonia ou de provedores globais de serviços de comunicação16. No segundo, conecta‐se uma LAN à internet e, com softwares específicos, faz‐se a d. Banda larga diz respeito à tecnologia de alta velocidade usada para a transmissão de dados. Designa também um meio de comunicação único que permite a transmissão simultânea de dados. 37 interligação entre redes diferentes. A Figura 4.1c apresenta o exemplo de uma WAN instalada em uma empresa que tem matriz em Porto Alegre e filial em Belém ‐ nesse caso, existe uma LAN em Porto Alegre e uma em Belém. Quanto à rede PAN, ela é usada para conexões de curta distância, em geral de poucos centímetros até poucos metros com o objetivo de solu‐ cionar problemas específicos, como conexão à internet, impressão ou transferência de arquivos. Seu uso normalmente se concentra em equi‐ pamentos como PDA, desktop, laptop, notebook e palmtop ou que usam tecnologias do tipo wireless, como Bluetooth®, infrared ou mesmo Wi‐ Fi® as quais serão abordadas na continuidade deste capítulo17. Como destacam Turban, McLean e Wetherbe18, existe também a rede de valor agregado (VAN ‐ Value Added Network), um tipo importante de WAN. Adotada somente para tráfego de dados, é uma rede privada gerenciada por terceiros que pode diminuir os custos dos serviços e do gerenciamento da rede, pois é usada por diversas empresas. Os assi‐ nantes economizam nos preços das linhas e nos custos de transmissão, pois estes são pulverizados entre seus inúmeros usuários. As VANs podem oferecer serviços de teleconferência e de armazenamento de mensagens, entre outros. Por último, há a rede privada virtual (VPN ‐ Virtual Private Network), que consiste em uma rede remota operada por terceiros e que usa a internet como sua principal estrutura. Para Turban, Rainer Jr. e Pot‐ ter19, a VPN pode ser empregada para estabelecer uma ligação entre uma LAN empresarial e a internet e é uma forma de permitir acesso controlado ao correio eletrônico, a arquivos compartilhados ou à intra‐ net por meio de uma conexão de internet. O provedor VPN gerencia a segurança (como a autenticação, por exemplo), permitindo, assim, o acesso seguro à intranet de uma empresa. Segundo O´Brien20, as VPNs permitem a uma empresa usar a internet para obter intranets seguras entre suas filiais e unidades de produção, bem como estabelecer extra‐ netse seguras com seus clientes e fornecedores. 4.3 Tipos de processamento em rede Em uma rede de computadores, existem sistemascentralizados ou distribuídos de processamento. Na arquitetura centralizada, o proces‐ samento é realizado por um computador central denominado de host (hospedeiro) ou servidor, que tem grande capacidade de processamen‐ e . Intranets e extranets constituem‐se em dois tipos de rede que se baseiam na internet, conforme é abordado no tópico 4.4. 38 to e armazenamento interno. Diversos equipamentos periféricos que não têm processadores internos, como os terminais baseados em Win‐ dows (WBT ‐ Windows Based Terminal)f e as impressoras, podem ser conectados a um host, permitindo a inserção, distribuição, armazena‐ mento ou comunicação de informações por meio desses equipamen‐ tos21. Figura 4.1- Exemplo de redes LAN, MAN e WAN f . Um WBT é um subconjunto do computador de rede que oferece menos recursos que os microcomputadores, permitindo, assim, reduzir os custos de manutenção e de suporte. Os usuários do WBT têm acesso a aplicativos Windows por meio de servidores centrais, mas, na prática, é como se esses aplicativos estivessem rodando localmente. 39 O processamento distribuído divide o trabalho de processamento entre dois ou mais computadores. Conforme Laudon e Laudon22, um tipo comum de processamento distribuído é baseado na arquitetura clien‐ te/servidor. Em uma rede que usa essa arquitetura, os computadores são interconectados por redes locais e compartilham o processamento de aplicações com o servidor23. Para Turban, Rainer Jr. e Potter24, um servidor é um computador agre‐ gado a uma rede que compartilha serviços de computação entre os clientes dela. Por exemplo, um servidor web é a máquina que faz o papel de repositório das informações contidas na intranet. É lá que os clientes vão buscar páginas HTML, mensagens de e‐mail ou qualquer outro tipo de arquivo. Um cliente é um computador agregado a uma rede que requisita ao servidor aplicações, dados, processamento e outros serviços. Por exemplo, quando alguém envia um e‐mail, está acessando um servidor que disponibiliza esse serviço ou, quando um servidor armazena e disponibiliza um banco de dados por meio de um software aplicativo (um sistema de informação), possibilita ao cliente que acesse e opere esse sistema por meio de uma LAN ou da internet, isto é, consulte, altere e exclua dados, tal como ocorre com os bancos, nos sistemas de internet banking. Protocolos A conexão de equipamentos por meio de rede (LAN, MAN, WAN etc.) é viabilizada pelo uso de protocolos, cuja aplicação é padronizar a comunicação entre equipamentos e redes dos mais diversos tipos. Segundo Laudon e Laudon25, um protocolo ʺé composto de um conjun‐ to de regras e procedimentos que comanda a transmissão de informa‐ ções, entre dois pontos de uma redeʺ. Ele permite a troca de dados entre computadores que usam diferentes plataformas de hardware ou de software. Côrtes26 esclarece que há diversos protocolos, sendo o mais utilizado o TCP/IP (Transmission Control Protocol/ Internet Protocol). O TCP lida com o tráfego de dados entre os computadores. Tem recursos para recuperação de dados perdidos, eliminação de dados duplicados e restabelecimento de comunicação interrompida. O IP fornece um en‐ dereço para cada máquina ligada na rede, promovendo a entrega dos dados entre os computadores. 40 Dispositivos sem fio O uso de dispositivos sem fio (wireless) para conexão com redes locais ou com a internet está se disseminando rapidamente, substituindo ou complementando a computação com fio. A tecnologia wireless usa ondas eletromagnéticas (em vez de fios ou cabos), que transportam os sinais entre dispositivos de comunicação. Alguns exemplos são: ondas de rádio, microondas, ondas infraverme‐ lhas27. De acordo com Turban, Rainer Jr. e Potter28, essa tecnologia viabiliza a computação móvel entre um dispositivo móvel (PDAs, notebooks, tele‐ fones celulares) e outros ambientes de computação, como a internet ou uma intranet. Além disso, permitiu o surgimento do comércio móvel e da computação ubíqua. O comércio móvel, também denominado de m‐commerce, refere‐se às transações de comércio eletrônico realizadas em um ambiente sem fio, por meio da internet, e a computação ubíqua, à capacidade de estabelecer conexões com ou sem fio a uma rede glo‐ bal, a qualquer momento, nas mais variadas situações. Laudon e Laudon29 destacam que são vários os benefícios da computa‐ ção sem fio para uma organização: facilita o contato com clientes, for‐ necedores e colaboradores; a estrutura organizacional torna‐se mais flexível; diminui os custos de instalação ou de extensão de redes de computadores e, mais importante que isso, viabiliza a criação de novos modelos de negócios e de novos produtos ou serviços para os clientes. Na última década, novos padrões foram estabelecidos, em decorrência do surgimento das tecnologias de comunicação sem fio. Entre eles, podemos citar o Bluetooth®, o Wi‐Fi®, o Wi‐Max™, o infrared e o RFID30, que serão examinados a seguir: Bluetooth® ‐ Permite a troca de dados entre dispositivos de com‐ putação (como telefone celular, notebook, PDA, teclado, mouse, im‐ pressora, câmera fotográfica digital, entre outros) por meio de ra‐ diofrequência. A distância de comunicação pode variar de 10 cen‐ tímetros até 100 metros. Wi‐Fi® (Wireless Fidelity) ‐ É adotado pela maioria dos fabricantes de hardware/software para redes locais sem fio (WLANsg). As WLANs oferecem acesso rápido à internet ou à intranet por banda larga, por meio de redes públicas instaladas em aeroportos, hotéis, g . Uma WLAN é similar a uma LAN, mas sem fio. 41 cafés, universidades, casas, escritórios e outros. A distância de comunicação pode variar de 10 a 50 metros. WIMAX™ (Worldwide Interoperability for Microwave Access) ‐ Esse padrão é similar ao Wi‐Fi®, mas seu alcance de acesso sem fio é de até 40 quilômetros. Sua velocidade é maior que a dos outros pa‐ drões, além de possibilitar que um maior número de usuários se conecte à rede. Permite também interconectar diversas redes me‐ nores, além de viabilizar o acesso à internet em áreas rurais ou pe‐ riferias urbanas que não têm infraestrutura de linhas ADSL. Infrared ‐ A radiação infravermelha (infrared) é empregada para conexão sem fio de curta distância, para transmissão de dados e para conexão de periféricos (teclado, mouse e impressora). RFID (Radio Frequency Identification) ‐ Também chamado de identi‐ ficação por radiofrequência (por usar ondas de rádio), o RFID é uma tecnologia similar ao código de barras, sendo empregado pa‐ ra a identificação e a captura de dados automáticos. Os sistemas RFID usam minúsculas etiquetas (tags) com microchips embutidos, os quais contêm dados sobre um item e sua localização. Essas eti‐ quetas transmitem sinais de rádio a curta distância para leitores RFID, os quais, por sua vez, enviam os dados por rede a um com‐ putador, para processamento. Os dados embutidos no microchip permitem a identificação de um item numa linha de produção e de mercadorias em trânsito, assim como a localização e a identifi‐ cação de um veículo, de um animal ou de um indivíduo. 4.4 A internet e os negócios eletrônicos De maneira simples, pode‐se definir a internet como uma rede mundi‐ al de computadores, ou melhor, como uma rede que envolve milhares de outras. Internet: histórico e funcionamento A internet teve início na décadade 1970 como uma rede do Departa‐ mento de Defesa dos Estados Unidos. Inicialmente denominada de Arpanet, tinha o propósito de conectar cientistas e pesquisadores ao redor do mundo. Turban, McLean e Wetherbe31 acentuam que, em 1993, empresas comerciais tiveram permissão de participar da Arpanet, que passou a se chamar internet. É possível conectar‐se à rede mundial de computadores por meio de um provedor de serviços de internet (ISP ‐ Internet Service Provider), 42 mediante o pagamento de uma assinatura ‐ mas há também provedo‐ res gratuitos. Um ISP é uma organização comercial que tem conexão permanente com a internet e vende conexões temporárias a assinantes. Linhas telefônicas, linhas a cabo (NET) ou tecnologias wireless são alguns dos recursos disponíveis para realizar essas conexões32. A internet está baseada no pacote de protocolo de rede TCP/IP e na tecnologia cliente/servidor, descritos anteriormente neste capítulo. Um cliente solicita os serviços por meio de um software de navegação ‐ também conhecido como browser ‐, como o Microsoft Internet Explorer ou o Mozilla Firefox, por exemplo. Todos os dados são armazenados em um servidor, tornando‐se, assim, disponíveis para o acesso dos clien‐ tes33. A world wide web (web) é um sistema com padrões universalmente aceitos para armazenar, recuperar, formatar e apresentar informações. As páginas da web são baseadas em uma linguagem padrão de hiper‐ texto (HTML ‐ Hypertext Markup Language), a qual permite formatar documentos, bem como criar ligações (links) entre documentos, estejam estes armazenados no mesmo computador ou em computadores remo‐ tos. Essas páginas são acessadas por meio do protocolo de transferên‐ cia de hipertexto (HTTP ‐ Hypertext Transfer Protocol), que é o padrão de comunicação usado para transferir páginas na web34. Assim, quando se digita um endereço web em um navegador, como http://www.ulbra.br, este envia uma requisição HTTP ao servidor ulbra.br para solicitar acesso à homepage dessa universidade. A intranet (ou web interna) é o uso das tecnologias e protocolos da internet para criar uma rede privada, em que o acesso é geralmente restrito aos membros de uma organização. Essas redes são projetadas para serem abertas, seguras e internas, e o software de navegação usado possibilita que os usuários acessem informações e serviços usando conceitos e ferramentas da web35. Por exemplo, com a intranet, um gerente de Recursos Humanos, usando um navegador, consegue visu‐ alizar currículos de funcionários, acessar as normas e procedimentos da empresa, além de revisar qualquer documento desejado. A extranet é uma extensão da intranet. Por meio dela, os usuários remotos podem se conectar de forma segura, via internet ou redes privadas, à intranet principal de uma organização. Segundo O´Brien36, ela oferece acesso limitado às intranets das empresas participantes, usando as mesmas tecnologias da internet. Por exemplo, a Ulbra dis‐ ponibiliza o seu portal corporativo para acesso de alunos e professores no endereço http://www.ulbra.br ‐ essa é a interface da extranet. No entanto, há conteúdos e serviços restritos apenas aos professores, que 43 têm uma senha que lhes permite, por exemplo, acessar o banco de dados e alimentar as notas dos alunos e o conteúdo das disciplinas. Há também áreas restritas aos alunos, nas quais eles podem consultar suas notas, o conteúdo das disciplinas, seu histórico escolar, entre outros dados. Para acessá‐las, eles devem informar sua senha. Outro conceito importante é o de portal corporativo, também conheci‐ do como portal empresarial. Baseado na web, é desenvolvido a partir de aplicações de intranet das empresas para fornecer informações de diferentes sistemas aos membros da empresa a partir de um único ponto de acesso. Tem função de apoio, uma vez que oferece informa‐ ções para dar suporte às decisões da organização37. Negócios eletrônicos Mais conhecidos como e‐business, os negócios eletrônicos referem‐se ao uso das tecnologias da informação e da internet para a realização das atividades internas da empresa e para a integração com seus parceiros de negócio (clientes, fornecedores etc.). Têm como principal objetivo efetuar as transações eletrônicas de uma organização. Com eles, é possível, por exemplo, a compra e venda de bens e serviços, o atendi‐ mento aos consumidores, a colaboração com parceiros comerciais e a realização de transações dentro da empresa38. Enquanto estratégia, os negócios eletrônicos contribuem para diminuir custos, eliminar a ineficiência, melhorar a qualidade do fluxo das in‐ formações, pela redução ou eliminação de erros, e reduzir o tempo de ciclo para a execução de transações comerciais, simplificando a coor‐ denação e a colaboração ao longo da cadeia de suprimento, conforme esclarecem Laudon e Laudon39. O comércio eletrônico, também chamado de e‐commerce, é parte inte‐ grante do e‐business e envolve especialmente compra e venda de pro‐ dutos e serviços pela internet, atividades de marketing, suporte ao cli‐ ente, segurança, pagamento e logística40. É comum que os dois termos ‐ e‐business e e‐commerce ‐ sejam empregados indistintamente. Existem vários modelos de comércio eletrônico. Sob o ponto de vista de Turban e King41, os principais são: Empresa ‐a‐ empresa (B2B ‐ business to business) ‐ São transações em que tanto compradores quanto vendedores são organizações. Um exemplo é uma empresa que usa a rede para fazer solicitações aos seus fornecedores, receber pedidos e fazer pagamentos. 44 Empresa ‐a‐ consumidor (B2C ‐ business to consumers) ‐ Nesse caso, os vendedores são organizações e os compradores, indivíduos. É a categoria de varejo eletrônico. Existem shoppings eletrônicos por toda a internet, oferecendo de tudo, desde bolos e vinhos a com‐ putadores e carros. Consumidor ‐a‐ consumidor (C2C ‐ consumer to consumer) ‐ São transações em que os indivíduos vendem produtos ou serviços a outras pessoas. Um exemplo são os classificados eletrônicos. Governo eletrônico (e‐government) ‐ Nesse caso, o governo fornece serviços aos seus cidadãos, empregando as tecnologias da inter‐ net. Um exemplo é o site da receita federal: http://www.receita.fazenda.gov.br. Comércio móvel (m‐commerce) ‐ É o comércio eletrônico que en‐ volve o uso de um dispositivo portátil e sem fio, como o telefone celular, por exemplo. O e‐business melhora o resultado das empresas, pois emprega tecnologi‐ as eletrônicas e padrões universais e abertos para a interligação de seus clientes e parceiros de negócios. Contribui também para o fortaleci‐ mento das relações entre empresas parceiras e entre as empresas e o consumidor final. Atividade Marque V para as proposições verdadeiras e F para as falsas. ( ) Os dispositivos de entrada de um sistema de computação forne‐ cem dados aos seus usuários. ( ) Uma rede de alcance local (LAN) conecta computadores e outros dispositivos dentro de uma área física limitada. ( ) Uma rede de área global (WAN) cobre grandes áreas geográficas. ( ) A extranet é uma extensão da intranet. Por meio dela, os usuários remotos se conectam de forma segura, via internet ou redes priva‐ das, à intranet principal de uma organização. ( ) Uma rede de valor agregado (VAN) é considerada um tipo impor‐ tante de LAN. ( ) Uma rede de valor agregado (VAN) é uma rede privada usada somente para tráfego de dados. ( ) Uma rede privada virtual (VPN) pode ser empregada para estabe‐ lecer uma ligação entre uma LANempresarial e a internet. ( ) Os supercomputadores e os mainframes são usados por pequenas empresas. 45 ( ) Em uma rede cliente/servidor, o servidor é o computador princi‐ pal, tendo como função fornecer serviços aos clientes dessa rede. ( ) Em uma rede cliente/servidor, um cliente é um computador agre‐ gado a uma rede que usa os recursos por ela disponibilizados. 5 INFRAESTRUTURA DE TI: SOFTWARE Iria Margarida Garaffa Neste capítulo, abordaremos aspectos relacionados ao software e ao gerenciamento de dados, complementando as informações sobre a infraestrutura de TI vistas no capítulo anterior. Salientamos que esse estudo se torna relevante na medida em que é preciso ter uma compre‐ ensão cada vez melhor sobre a complexidade das tecnologias e dos softwares empregados nas organizações. 5.1 Software básico e software aplicativo Como vimos no capítulo anterior, a infraestrutura de TI é formada por hardware, software e tecnologias de gerenciamento de dados. Para usar o hardware, é necessário o software, pois o computador não consegue executar nenhuma ação sem receber instruções. Essas instruções são codificadas pelo que chamamos de linguagens de programação, usadas para o desenvolvimento de softwares ou programas. Existem dois tipos principais de software: o básico e o aplicativo1. O software básico, também denominado de software de sistema, atua como intermediário entre o hardware e o software aplicativo, por meio de um conjunto de instruções. Já o software aplicativo visa atender às necessidades específicas de uma pessoa ou organização, como é o caso, por exemplo, de um programa desenvolvido para o Departamento de Recursos Humanos de uma empresa. Segundo Turban, Rainer Jr. e Potter2, é projetado para reali‐ zar uma tarefa ou processamento específico. É interessante observar que o termo sistema de informação é normalmente usado como sinônimo de software aplicativo. Pela Figura 5.1, pode‐se perceber que o software básico é um intermedi‐ ário entre o hardware e o software aplicativo e, portanto, este não pode ser executado sem aquele. 47 Figura 5.1 - Software básico e software aplicativo FONTE: TURBAN, McLEAN e WETHERBE, 2004c, p.2 Segundo Turban, McLean e Wetherbe3, o software básico pode ser agrupado em três modalidades: suporte do sistema, desenvolvimento do sistema e controle do sistema. Os programas de suporte do sistema oferecem suporte às operações e aos usuários, servindo para executar tarefas comuns, como verificar a integridade de discos magnéticos, criar diretórios e subdiretórios, restaurar arquivos apagados por engano, localizar arquivos em diretó‐ rios, gerenciar o uso da memória, entre outras. Os programas de desenvolvimento do sistema são tecnologias empre‐ gadas pelos especialistas de TI para desenvolver os programas que compõem um sistema de informação. Entre eles, os principais são os tradutoras e editores de linguagens de programação e os pacotes de ferramenta Casea (Computer ‐ Aided Software Engineering ‐ Engenharia de Software Assistida por Computador). Os programas de controle do sistema são aqueles que controlam o uso do hardware, do software e dos recursos de dados. O mais importante programa dessa categoria é o sistema operacional (SO), que gerencia, controla e supervisiona as atividades e a operação geral do computa‐ dor. O SO executa várias funções. As principais são4: a . Software aplicativo que auxilia os profissionais de TI envolvidos na tarefa de desenvolver sistemas de informação. 48 GERENCIAMENTO DE TAREFAS ‐ Envolve o preparo, o agen‐ damento e o monitoramento de tarefas em um sistema computaci‐ onal. GERENCIAMENTO DE RECURSOS ‐ Abrange o controle sobre o uso dos recursos do sistema computacional tanto pelo software bá‐ sico quanto pelos softwares aplicativos. O SO gerencia, por exem‐ plo, as memórias principal e secundária, os dispositivos de entra‐ da e saída e o tempo de processamento da CPU. GERENCIAMENTO DE DADOS ‐ Refere‐se ao controle sobre a entrada e saída dos dados, bem como sobre sua localização, arma‐ zenamento e recuperação. O SO controla a alocação dos dispositi‐ vos de armazenamento secundário, o formato físico e a cataloga‐ ção do armazenamento de dados, bem como a movimentação dos dados entre as memórias principal e secundária. INTERFACE COM o USUÁRIO ‐ Compreende um conjunto de funções que permite ao usuário executar tarefas e se comunicar com o computador. Há diferentes tipos de SO, classificados de acordo com a sua aplicação: podem ser projetados para aceitar um único usuário, em dispositivos móveis de mão (como os PDAs, por exemplo) e em computadores de pequeno porte (desktops e estações de trabalho), ou para aceitar deze‐ nas ou milhares de usuários, em computadores de grande porte, con‐ forme destacam Turban, Rainer Jr. e Potter5. O quadro a seguir apre‐ senta um resumo dos principais sistemas existentes no mercado. Quadro 5.1 - Principais sistemas operacionais SISTEMA OPERACIONAL CARACTERÍSTICAS Windows Vista É o mais recente sistema operacional Windows, com aperfeiçoamentos na segurança, na busca interna e na sincronização com dispositivos móveis, câmeras e serviços de internet, além de melhor suporte para vídeo e TV. Windows XP É um sistema operacional para PCs, voltado para usuários domésticos e corporativos. Tem suporte para internet, recursos multimídia e para trabalhos em grupo, além de avançados recursos de rede, de segurança e de gerenciamento corporativo. Windows Server 2003 É o sistema operacional Windows para servidores. Windows CE Plataforma É voltado para dispositivos com pouca capacidade de armazenamento, como pequenos computadores de mão, PDAs, dispositivos de comunicação sem fio e outros. 49 Unix É usado em PCs de grande capacidade, em estações de trabalho e em servidores de rede. Trata‐se de um sistema operacional multitarefa (que executa vários processos ao mesmo tempo) e multiusuário (que compartilha os recursos do computador entre diversos usuários). Linux E um software de código‐fonte aberto (disponível pública e gratuitamente), representando uma alternativa ao Unix e ao Windows. Pode ser livremente modificado pelos desenvolvedores de software. Mac OS X Tiger É a versão mais recente do sistema operacional para Mac. Traz um navegador web muito rápido, avançados recursos de busca e suporte para processamento de vídeos e imagens. JavaOS da Sun Executa programas escritos na linguagem Java sem a necessidade de um sistema operacional tradicional. É projetado para aplicações de internet e de intranet, para dispositivos embutidos e para produtos de mão. FONTE: ADAPTADO DE LAUDON; LAUDON, 2007, p.111. Como já citado, um software aplicativo é composto de uma série de programas que atendem às necessidades de processamento de infor‐ mação dos usuários. Para se desenvolver esses programas, usa‐se um conjunto de instruções, que se estruturam em uma linguagem de pro‐ gramação ‐ a exemplo do Cobol, Visual Basic, Delphi, C++ e Java. Os softwares aplicativos dividem‐se em programas de aplicação de finalidade geral e programas de aplicação de finalidade específica6: PROGRAMAS DE APLICAÇÃO DE FINALIDADE GERAL ‐ Executam trabalhos comuns de processamento de informações pa‐ ra os usuários, apresentando diferentes finalidades. Vejamos, a se‐ guir, alguns exemplos: Programas de processamento de textos: StarOffice, da Sun, Micro‐ soft Word. Programas de planilhas: Microsoft Excel. Navegadores de
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