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TEMA: sentença e coisa julgada EXERCÍCIOS: 01-no que consiste a sentença? Segundo Alexandre Freitas Câmara, sentença é, o ato que extingue o processo ou alguma de suas fases (cognitiva ou executiva). Existem, segundo a doutrina, duas espécies de sentença, ou seja, a definitiva e a terminativa. 02-estabeleça a distinção entre sentença definitiva e sentença terminativa. A sentença definitiva é aquela que contém a resolução do mérito da causa (decide sobre o pedido do autor) e é proferida com base no artigo 487 do CPC. A sentença terminativa é aquela que não contém a resolução do mérito da causa (não decide sobre o pedido do autor) e é proferida com base no artigo 485 do CPC. A sentença, definitiva ou terminativa, é impugnável por meio de recurso de apelação. 03-cite as hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito. Ocorre quando o juiz depara, no curso do processo, com obstáculo capaz de impedir a apreciação do mérito da demanda. As hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito estão alinhadas no artigo 485, I a X, do CPC (O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código.). A extinção do processo (com ou sem resolução do mérito) dar-se-á por sentença (artigo 316 do CPC). 04-cite as hipóteses de extinção do processo com resolução do mérito. Ocorre a extinção do processo com resolução do mérito quando o juiz depara, no curso do processo, com alguma das hipóteses previstas no artigo 487, I a III, do CPC (Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.). A extinção do processo (com ou sem resolução do mérito) dar-se-á por sentença (artigo 316 do CPC). 05-cite os elementos essenciais da sentença e manifeste, academicamente, sobre cada um deles. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. Artigo 489, I a III, do CPC. 06-discorra sobre a classificação da sentença de mérito. Conforme artigo 313, V, a e b, diz-se que, quando a sentença de mérito depende do julgamento de outra causa, a decisão desta constitui prejudicial àquela, assim, torna-se imperiosa a suspensão do processo até o deslinde da questão prejudicial. Todavia, no caso de prejudicial externa (objeto de outro processo), situação caracterizadora de conexão e que normalmente autoriza a reunião dos processos a fim de que sejam julgados simultaneamente, não tem aplicação o aludido preceito normativo, artigo 313, V, a. No artigo 313, V, b): trata-se a referida alínea da verificação de determinado fato ou de produção de prova requisitada a outro juízo por carta. Todavia, essa diligência (verificação de fato ou produção de prova por carta), por força do artigo 377 do CPC, só suspenderá o curso do processo, quando, tendo sido requerida antes da decisão de saneamento, a prova nela solicitada apresentar-se imprescindível. 07-discorra sobre os efeitos da sentença. A sentença, à luz da lição do professor Luiz Rodrigues Wambier, contempla efeitos principais, anexos e secundários: a)-efeitos principais da sentença: são aqueles que advêm da sentença considerada como ato jurídico, ou seja, emergem do comando alinhado no seu dispositivo, dentre eles, no caso de sentença de mérito, está a condenação, a declaração ou a constituição, e, em se tratando de sentença terminativa, a extinção do processo sem apreciação do mérito; b)-efeitos anexos da sentença: são aqueles atribuídos pela própria lei para determinadas espécies de sentença, atuando em decorrência da própria lei e independentemente de estarem contemplados no conteúdo do provimento. Exemplos: a hipoteca judicial, no caso de sentença condenatória (artigo 495 do CPC); a dissolução da comunhão de bens, no caso de sentença de separação judicial (artigo 1.575 do CC); c)-efeitos secundários da sentença: são aqueles que independem de pedido da parte, entretanto, precisam estar contemplados na sentença para que se produzam (exemplos: condenação em honorários; condenação por litigância de má-fé). 08-no que consiste a coisa julgada? Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, artigo 502 do CPC. 09-estabeleça a distinção entre coisa julgada material e coisa julgada formal. A coisa julgada formal: consiste no fenômeno da imutabilidade da sentença pela preclusão dos prazos para recursos. É a imutabilidade da sentença dentro do processo em que foi proferida pela impossibilidade da interposição de recurso; b) coisa julgada material: consiste no fenômeno que impede o reexame da sentença no mesmo processo ou em outro processo, em virtude da impossibilidade da interposição de recurso. Do fato da preclusão de todos os recursos, verifica-se a coisa julgada formal, que consiste na imutabilidade da sentença, e, como conseqüência, a coisa julgada material, que consiste na imutabilidade dos efeitos da sentença. Dessa forma, coisa julgada consiste na imutabilidade da sentença como ato (coisa julgada formal) e na imutabilidade dos efeitos que produz (coisa julgada material). São, portanto, degraus do mesmo fenômeno. 10-discorra sobre os limites objetivos da coisa julgada. “A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida” (artigo 503 do CPC). A sentença, decidindo a lide, acolhe ou rejeita o pedido delineado na petição inicial, visto que ela consiste na resposta do juiz ao pedido do autor. Está na conclusão da sentença, no seu dispositivo, o pronunciamento do juiz sobre o pedido, acolhendo-o ou rejeitando-o. Esse pronunciamento, que consiste num comando acolhendo ou rejeitando o pedido é que se torna firme e imutável por força da coisa julgada. A sentença está vinculada ao pedido e ao pedido se liga a coisa julgada que da sentença emerge. Assim, a parte da sentença que faz coisa julgada material é o dispositivo. 11-discorra sobre os limites subjetivos da coisa julgada. “A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros” (artigo 506 do CPC). 12-discorra sobre a coisa julgada e relações continuativas. “Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei” (artigo 505, I e II, do CPC). “Isto se dá naquelas situações de julgamento rebus sic stantibus, como é típicoo caso de alimentos. Como os fatos que motivaram o comando duradouro da sentença podem se alterar ou mesmo desaparecer, é claro que a eficácia do julgado não deverá perdurar imutável e intangível. Desaparecida a situação jurídica abrangida pela sentença, a própria sentença tem que desaparecer também. Não se trata, como se vê, de alterar a sentença anterior, mas de obter uma nova sentença para uma situação também nova. A modificação do decisório será objeto de outra ação – a ação revisional – cuja sentença, se for de procedência, terá natureza constitutiva, pois alterará a relação jurídica vigente entre as partes” (Humberto Theodoro Júnior). 13-discorra sobre a coisa julgada nas ações coletivas. Estudamos, linhas atrás, que, via de regra, a coisa julgada alcança as partes do processo, não beneficiando e nem prejudicando terceiros que não participaram da relação processual, todavia, quando se trata de demandas coletivas a questão ganha outro colorido. “O tema de que ora tratamos está regulado no art. 103 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC). Segundo este dispositivo, a sentença fará coisa julgada erga omnes, exceto se for de improcedência por insuficiência de provas, quando a demanda versar sobre interesses difusos; utra partes, limitadamente ao grupo categoria ou classe, salvo se de improcedência por insuficiência de provas, quando versar a demanda sobre interesses coletivos; e erga omnes, apenas nos casos de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, nas demandas que versarem sobre interesses individuais homogêneos” (Alexandre Freitas Câmara). No mesmo sentido é o preceito contido no artigo 16 da Lei nº 7.347/85 (Ação Civil Pública): “A sentença civil fará coisa julgada “erga omnes” nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de prova, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova”. A Lei nº 4.717/65 também contempla semelhante preceito. Dessa forma, é imperativo concluir, via de regra, da seguinte forma: a)-a sentença de procedência faz coisa julgada “erga omnes”; b)-a sentença de improcedência por ser infundada a ação (ilegitimidade material da pretensão) faz coisa julgada “erga omnes”; c)-a sentença de improcedência por carência de suporte probatório não faz coisa julgada “erga omnes”. 14-marque V nas alternativas verdadeiras e F nas alternativas falsas: 1)-( V )-a extinção do processo por abandono da causa pelo autor, oferecida a contestação, depende de requerimento do réu; 2)-( F )-a extinção do processo por negligência das partes só ocorre se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta no prazo de 10 (dez) dias; 3)-( V )-expirado o prazo para contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação; 4)-( V )-a litispendência, a coisa julgada, a carência de interesse processual e o indeferimento da petição inicial são motivos que autorizam a prolação de sentença terminativa; 5)-( F )-a morte do autor, no caso de direito intransmissível, acarreta a suspensão do processo para a devida habilitação dos herdeiros da parte falecida; 6)-( V )-a propositura de nova ação, no caso de perempção e de coisa julgada, depende da correção do vício que levou à prolação de sentença sem resolução do mérito; 7)-( V )-o juiz conhecerá de ofício da litispendência, da coisa julgada e da perempção em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado da sentença; 8)-( F )-a sentença interposta contra sentença que extingue o processo sem resolução do mérito, ou seja, contra sentença terminativa, não admite juízo de retratação; 9)-( V )-extingue-se o processo com resolução do mérito quando o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, reconhece a prescrição ou a decadência; 10)-( F )-o reconhecimento da prescrição ou a decadência, pelo juiz, dispensa, em qualquer situação, manifestação prévia das partes; 11)-( V )-o juiz, desde que possível, resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento sem resolução do mérito; 12)-( V )-são elementos da sentença de mérito, que deve ser clara e precisa, o relatório, os fundamentos e o dispositivo; 13)-( F )-o princípio da demanda traduz-se no fato de que o pedido é a condição e o limite da jurisdição, e, por outro lado, o princípio da congruência significa que o pedido formulado pelo autor na petição inicial é condição sem a qual o exercício da jurisdição não se legitima; 14)-( V )-o juiz não pode tomar em consideração, no momento de proferir a decisão, fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito superveniente à propositura da ação, ainda que possa influir no julgamento do mérito; 15)-( V )-sentença constitutiva é aquela que cria, modifica ou extingue um estado ou relação jurídica; 16)-( V )-efeitos secundários da sentença são aqueles que independem de pedido da parte, entretanto, precisam estar contemplados na sentença para que se produzam; 17)-( V )-a decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro, desde que a condenação não seja genérica, vale como título constitutivo de hipoteca judiciária; 18)-( F )-esta sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença que condenar o Distrito Federal ao pagamento de valor correspondente a 501 (quinhentos e um) salários mínimos; 19)-( V )-não esta sujeita ao duplo grau de jurisdição, a sentença proferida contra a Fazenda Pública (União, Estado, Distrito Federal e Município) com base em entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas; 20)-( F )-a coisa julgada, por se tratar de matéria de interesse privado, deve ser argüida em preliminar da contestação, sob pena de preclusão; 21)-( V )-nenhum juiz, mesmo tratando-se de relação jurídica de trato continuado, decidirá novamente a questão já decidida relativa à mesma lide; 22)-( V )-a sentença proferida em demanda versando sobre direito difuso, se procedente ou improcedente, fará coisa julgada “erga omnes”; 23)-( V )-a sentença proferida em demanda versando sobre interesse (direito) individual homogêneo, se de procedência, fará coisa julgada “erga omnes” para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores; 24)-( V )-a relativização da coisa julgada material, instituto processual não previsto na legislação e defendido pela doutrina, só deve ser utilizado depois de expirado o prazo para o manejo da ação rescisória; 25)-( F )-a prescrição e a decadência, em regra, não serão reconhecidas pelo juiz sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se; 26)-( V )-a decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. Brasília, 22 de outubro de 2017.
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