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realidade virtual x realidade presencial trabalho

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Estácio de Sá
Psicologia
Métodos de Observação em Psicologia
REALIDADE VIRTUAL
X
REALIDADE PRESENCIAL
A Internet e Sua Importância
A internet é uma das invenções mais brilhantes da humanidade. A ideia de criar uma rede de computadores conectados entre si, vem transformando e redefinindo comportamentos ao longo de várias gerações. Um dos mais importantes cientistas sociais da atualidade, o espanhol Manuel Castells, afirma em seu livro “A Galáxia da Internet”, que o nascimento da web pode ser comparado ao surgimento da energia elétrica. Com esta afirmação, é possível dimensionar o grau de importância que este meio adquiriu e continua adquirindo em nossas vidas, afinal o céu não é o limite para a expansão da rede.
Mudanças Visíveis No Tempo
Quem está na faixa dos vinte anos ou mais, pode voltar no tempo e comparar o salto que a internet e todas as outras formas de tecnologia deram em um intervalo de tempo de aproximadamente dez anos. Como não lembrar dos famosos disquetes, do barulhinho inconfundível da conexão discada, as pesquisas feitas na biblioteca do colégio ou quando ouvir música era só através dos “moderníssimos” CDs que passavam de mão em mão até todos terem gravados em uma fita cassete as suas músicas prediletas?
Bons tempos aqueles, podem afirmar ou mais saudosistas, mas o que vemos atualmente é uma reconfiguração de ações e comportamentos jamais vista e que a cada dia se dá de forma mais rápida e mais difícil de acompanhar. O fato é que no Brasil, a geração dos anos, ou anteriores, viveram os dois lados da moeda, ou seja, nasceram em mundo pouco interligado e carente de tecnologias globalizantes, mas cresceram junto com elas e, de certa forma, se adaptando ao mundo virtual, mas mantendo as raízes no mundo real.
Já as gerações do final dos anos 90 e início do ano 2000, nasceram imersas em um mundo altamente conectado e, por isso, nunca passaram por uma vida sem internet. As pessoas que têm até 15 anos, nasceram quando a onda internet estava a todo vapor, sendo assim, pode-se afirmar que é mais difícil para eles diferenciar a barreira entre o real e virtual.
Contudo, não podemos generalizar e afirmar que todos os jovens desta faixa são vidrados em tecnologia, mas se perguntarem para alguma criança, independentemente da sua idade, o que é um site ou celular, causará espanto se ela não tiver na ponta da língua uma resposta. É inegável que hoje somos a cada dia mais máquina e menos humanos, pois muitas vezes preferimos mandar um “whatsapp” para um amigo, o felicitando pelo seu aniversário, ao invés de irmos até sua casa e desejar-lhe parabéns.
Com tantas facilidades proporcionadas pelas novas tecnologias, é indiscutível o fato de nos sentirmos atraídas por elas. Foi assim com a eletricidade, com o automóvel, a geladeira, o fax, a máquina de escrever e, claro, não seria diferente com a internet. Mas, até que ponto estas facilidades são positivas? Até que ponto facilitar tanto nossa vida deixa de ser algo positivo e se volta contra nós?
“Net Addiction”
O uso patológico dos videogames já é mencionado na quinta edição do Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais, espécie de cartilha da psiquiatria, lançada em janeiro. A “dependência de internet” está a um passo de se tornar a mais nova classificação psiquiátrica do século 21. Na China, tornou-se problema de saúde pública, com a abertura de 150 centros de tratamento para dependentes de games. 
Apesar de ainda não ter status de doença, o termo “net addiction” foi cunhado pela professora norte-americana de psicologia Kimberly Young, em 1996, para designar usuários que abusam da rede mundial de informações. Ela e outros especialistas renomados tentam estabelecer o padrão a partir do qual os usuários começariam a desenvolver a dependência. A média de uso semanal daqueles que preencheram os critérios para dependência foi de 38 horas semanais, algo em torno de quatro a 10 horas por dia, aumentando para 10 a 14 horas nos fins de semana. 
Calcula-se que a cada cinco crianças e adolescentes, um sofre de um transtorno que necessita de tratamento especializado por se tornar antissocial, sofrer de insônia e apresentar queda no rendimento escolar. 
Transtorno de Ansiedade Social
Como as tecnologias globalizantes tendem a encurtar distâncias, um fenômeno vem sendo percebido essencialmente por sociólogos e psicólogos: a mudança na  formação dos relacionamentos pessoais. Uma das doenças que afligem muitos viciados em internet é o chamado Transtorno de Ansiedade Social, que se caracteriza pelo receio das interações sociais, como, por exemplo, ir à escola, sair na rua, falar em público ou paquerar. 
À primeira vista, estes sintomas podem ser observados em pessoas muito tímidas, entretanto é muito além de timidez que o cerne do problema se deve pelo fato do medo que portadores deste transtorno possuem de receber avaliações, seja de juízos de comportamento, estético ou mesmo de falarem o que pensam.
A crescente detecção deste e demais transtornos em jovens com menos dos 18 anos, mostra que os adolescentes estão mais sujeitos a isso, porque a formação da personalidade de grupo se dá justamente nesta fase. Como os jovens estão trocando as conversas pessoais por chats, redes de relacionamento, jogos online e a própria internet, há um vão no desenvolvimento deste fator relacional, o que reflete em adolescentes mais tímidos, com poucos amigos reais, mais consumistas e elevação do número de problemas psicológicos.
Reality Shows Que Falam Sobre Vida Virtual x Vida Real
Uma prova desta nova configuração dos relacionamentos, principalmente entre os jovens, pode ser percebida em uma série norte americana chamada True Life e exibida no Brasil pela MTV. Em um dos episódios, é possível acompanhar o drama de três meninas norte- americanas que não conseguem ser quem realmente são fora do mundo virtual. Este episódio, chamado “Vivo outra vida na Web”, reflete que a compulsão pela realidade virtual, sem dúvida afeta nossa vida real. Também temos o Catfish exibida no Brasil também pela MTV. Eles falam sobre jovens que namoram pela internet mas se fazem passar por outras pessoas durante anos, criam um relacionamento afetivo à distância, pois não são aceitas como realmente são na vida real. 
Epidemia Virtual x Família
Hipoteticamente, essa epidemia virtual tem origem no seio familiar, no modo infrutífero quase que inutilizado atualmente entre familiares. Isso requer pensar no modo quase que “arcaico” de viver a vida, onde “em tempos remotos” se colocava a mesa e todos se reuniam para o jantar, no modo como a mãe estimulava o filho a pisar na grama e brincar na terra, no modo como o pai usava seu “melhor tempo” para ensinar a filha a andar de bicicleta e no modo como famílias inteiras se despojavam num canto qualquer da casa para “jogar conversa fora”. A inexistência de troca de afetos, abraços e afagos tão essenciais para todo e qualquer ser vivente não pode ser omitida, tampouco substituída. Não há substitutos para as relações familiares. Assim, como uma fuga da realidade presencial, o mundo real, visto como pobre de comunicação e afeto, tido como um lugar desinteressante, passa a dar lugar ao meio virtual, lugar de conforto, segurança e “imunidades” que contrapõem a realidade nua e crua.
A internet e seus recursos passam a operar como instrumentos de encorajamento no qual não se pode ser atingido, e, no mais próximo que isso possa ocorrer, um toque basta para se “bloquear” aquilo que emerge como possível ameaça. Vigora aqui um espaço psicológico construído para escapar da vida cotidiana, do caos gerado pela ausência de interlocuções reais, ou pela ausência de recursos para lidar com conflitos verdadeiros. Desse modo, um mundo ilusório é tomado com verdade.
Nesta perspectiva, uma vida paralela é criada e mantida através das representações que fazemos dela, seria como dizer que se construindo um “fake”, por exemplo, pudéssemos desconstruir a percepção da vida real, e que, como num refúgio compensatório, pudéssemos viver
mais, nos expor mais, experimentar mais, sentir mais e nos arriscar mais. Encontramos aqui uma “pseudoverdade”, uma vez que dessa defesa psíquica do plano virtual resultam ameaças concretas conseguidas do engano dos sentidos e da mente.
Para tanto, tem que se trabalhar a causa no tocante do sistema familiar para erradicar a sintomatologia doentia canalizada nas redes sociais. Resgatar os valores familiares, porque o mal do século não está na internet, mas no modo como nos relacionamos com ela.
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Nome: Nathalia Tomaz
Matrícula: 201409056732
Rio De Janeiro, Junho de 2017

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