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Formação da Sociedade Brasileira e Identidade Cultural

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Unidade II
ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA
Profa. Dra. Jane Barros
A formação da sociedade brasileira
 Trataremos da formação da sociedade brasileira e da 
identidade cultural do nosso povo a partir das análises de 
Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro.
 Cultura como: popular, erudita e de massa.
Histórico da formação da sociedade brasileira
Identidade – conceito
 São características que cada sujeito se atribui e a que os 
outros reconhecem nas pessoas. 
 A identidade dos sujeitos se constrói a partir das condições 
históricas e culturais em que vivem.
Dinâmica – flexível – mutável 
 Por isso, podemos possuir várias identidades como: nacional, 
regional, de classe, de grupo, de profissional, de gênero 
(feminino/masculino) etc.
Histórico da formação da sociedade brasileira
 Objetivo: mostrar esse processo de constituição 
do povo brasileiro.
 A partir de referências.
 Identidade nacional é resultado de uma construção contínua.
Brasil – colonização 
 Portugueses (europeus).
 Indígenas.
 Negros.
 Perspectiva não etnocêntrica.
Histórico da formação da sociedade brasileira
Brasil Colônia
 1808 – Família Real chega ao Brasil.
 1822 – Independência.
 1870 – crescimento da população, expansão da produção 
cafeeira, estradas de ferro.
 1874 – criação da Escola Politécnica.
 Século XX – modernização, processo de industrialização, 
consolidação de uma burguesia industrial.
 USP – 1930.
Histórico da formação da sociedade brasileira
Assim, na década de 1930, as preocupações dos intelectuais 
foram (COSTA, 2005):
 A descoberta do Brasil como realmente foi.
 A busca pelo sentimento de nacionalismo para unir as 
camadas sociais. 
 Um grande desejo de modernizar toda estrutura social da 
nossa sociedade.
Interatividade 
Os estudos de “Identidade” são importantes para a 
Antropologia, sobretudo para se conhecer, de modo mais 
rigoroso, a cultura de um povo. Assinale abaixo a alternativa 
que melhor explique o significado dos estudos de identidade.
I. A identidade é a expressão do superego, forjado 
na Psicanálise.
II. É o sentido de “si”, que é formado na interação entre o eu e 
a sociedade. A identidade é formada na interação com o 
“outro”. É justamente nas fronteiras que a identidade é 
construída.
III. A identidade é a negação do registro funcional que nos 
identifica na sociedade civil onde vivemos e trabalhamos, 
e a reafirmação da cultura como única, imutável e inflexível.
Interatividade 
a) Nenhuma das alternativas está correta.
b) Apenas a II está correta.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) Somente as alternativas I e III estão corretas.
e) Somente as alternativas II e III estão corretas.
Uma Antropologia do Brasil – os pilares: a perspectiva 
de Gilberto Freyre em “Casa-grande e senzala”
 Descreve a vida cotidiana nos engenhos e como aconteceu a 
formação da economia brasileira a partir da escravidão – 1936.
Bases da sociedade brasileira: 
 A agricultura (latifúndio).
 A estabilidade patriarcal da família.
 A regularidade do trabalho por meio da escravidão.
 A união do português com a mulher índia.
 Visão otimista sobre a miscigenação racial.
A perspectiva de Gilberto Freyre em 
“Casa-grande e senzala”
 Gilberto Freyre deu início às análises da cultura brasileira de 
uma maneira bastante original: viu com otimismo a 
miscigenação racial e as particularidades das relações 
sociais no Brasil. 
 Freyre busca compreender a relação entre raça e cultura.
 Os problemas do Brasil não estariam relacionados ao caráter 
mestiço do povo brasileiro.
 Pensamento contrário ao Determinismo Biológico.
A perspectiva de Gilberto Freyre em 
“Casa-grande e senzala”
 Freyre demonstra a existência de uma forte ligação sexual entre 
os portugueses e seus escravos, que resultou na miscigenação 
e no encontro cultural.
 Esse contato cultural teria transformado o português, levando-o 
a não se importar com a raça. Particularidade dos “portugueses”.
 Comportamentos do português são caracterizados como “vagos 
e imprecisos”, isto é, ao mesmo tempo que são utilitaristas, 
caem em sonho, saem da alegria para a tristeza, alternando o 
amor com a aventura.
A perspectiva de Gilberto Freyre em 
“Casa-grande e senzala”
 Tese da suposta democracia racial: essas contradições 
resultantes do encontro entre as duas culturas, a europeia e a 
africana: repercutindo na vida, na economia, na moral, na arte 
do povo português. 
 Equilíbrio-desarmonia: antagonismo: é justamente esse 
caráter que vai formar, na sociedade brasileira, no momento 
da colonização, o antagonismo (ideias opostas, 
comportamentos opostos).
Questões sobre a obra de Freyre
 Há intelectuais que o criticam por encontrar na obra uma 
mensagem de que, naquele tempo, existia uma “democracia 
racial”, mas esse termo não é usado por Freyre em seu texto. 
 É preciso ter claro que toda obra tem um contexto histórico 
que precisa ser levado em conta para sua compreensão.
Questões sobre a obra de Freyre
 Por mais que os portugueses preferissem a mulher brasileira, 
assim mesmo transparece na fala de Freyre (1997, p. 10) o 
preconceito racial existente na sociedade, a partir de ditado usual: 
“Branca para casar, mulata para f..., negra para trabalhar”.
 Os portugueses seriam despreocupados com a unidade ou pureza 
de raça. 
 O único requisito exigido para um estrangeiro vir ao Brasil era que 
professasse a religião católica.
 Entravam com os europeus e os negros de todos os territórios, 
sendo a religião católica o “cimento da nossa unidade”. 
(FREYRE, 1997, p. 30)
Interatividade 
Ao escrever “Casa-grande e senzala”, Gilberto Freyre deu início 
às análises da cultura brasileira de uma maneira bastante 
original. É considerada uma das grandes inovações dessa obra:
a) A análise da sociedade escravista e patriarcal.
b) A metodologia utilizada, a observação participante.
c) A análise otimista sobre a miscigenação racial e as 
particularidades das relações sociais no Brasil.
d) O estudo mais aprofundado sobre o indígena brasileiro.
e) Todas as alternativas estão corretas.
A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em 
“Raízes do Brasil”
1936: “Raízes do Brasil”
 Critica a formação das elites culturais e políticas do Brasil.
 Objetivo: delinear uma “psicologia” do povo brasileiro, a partir 
do processo colonizador.
 Influência weberiana na análise: tipos ideais.
 Análise do contrário: colonização lusitana da espanhola – o 
aventureiro e o trabalhador.
 Os portugueses buscavam riqueza, sem que isso lhes 
custasse esforços ou trabalho.
A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em 
“Raízes do Brasil”
 Um problema causado pela escravidão e pela monocultura 
latifundiária na economia brasileira colonial foi a ausência de 
outras atividades produtoras.
 Aquele que tinha um ofício muitas vezes o deixava para ter as 
regalias que sua função não lhe concedia. Por exemplo, “a 
certo Manuel Alves, de São Paulo, que deixa em 1639 sua 
profissão de seleiro para subir à posição de ‘homem nobre’ e 
servir os cargos da República”.
 Trabalho manual x trabalho intelectual.
A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em 
“Raízes do Brasil”
 Abolição: momento crucial.
 1888: temos uma revolução silenciosa – organização político-
administrativa moderna.
 Estado não é uma ampliação da família.
 Crise na transição do trabalho rural para o trabalho industrial 
– dificuldade de abolir a ordem familiar e implantar outra.
A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em 
“Raízes do Brasil”
 Holanda afirma que a pedagogia moderna se coloca como 
favorávela essa separação, colocando a liberdade como 
condição necessária para o ser humano se adaptar à vida 
prática. Reconhece que a sociedade brasileira possui base 
muito sólida na família, em especial a patriarcal.
 Para ele, isso passa a ser um problema, já que acaba por não 
auxiliar na formação de uma sociedade do modo de produção 
capitalista, isto é, não incentiva valores como a iniciativa 
pessoal e concorrência entre os cidadãos.
A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em 
“Raízes do Brasil”
 Holanda considera que a família é a instituição que mais 
influenciou o desenvolvimento de nossa sociedade dentro 
desses padrões: as relações domésticas nos forneceram um 
modelo de organização social na qual as relações de sangue e 
de sentimento determinam nossas escolhas profissionais.
 Relação público e privado.
O homem cordial
 Cultura da personalidade: apego pelo prestígio pessoal, 
resultado da ausência de uma moral de culto ao trabalho, 
diferente dos países protestantes. 
 Valorização do indivíduo autônomo e não à organização 
formada pela coesão social.
 Por exemplo: (1) no uso de nome e sobrenome, normalmente 
o sobrenome é deixado de lado para haver mais 
personalização nas relações sociais; ou (2) na religião, pela 
superficialidade, para que não haja extremismos.
O homem cordial
Homem cordial: resultado da cultura patriarcal e rural.
 O homem realiza determinadas atitudes mais pessoais em 
momentos que deveria ser mais formal.
 Cordialidade do povo brasileiro foi formada pelo predomínio de 
relações humanas mais simples e diretas que rejeitavam a 
polidez e a padronização, características da civilidade.
 A contribuição do brasileiro para a civilização seria a 
cordialidade.
 Isso não representa boas maneiras, muito menos civilidade.
 O povo brasileiro é contrário à civilidade, à delicadeza, 
à polidez.
Interatividade 
Em “Raízes do Brasil”, Sergio Buarque de Holanda demonstra 
duas formas opostas de comportamento psicológico, dois tipos 
ideais, para analisar o português e o espanhol. São eles:
a) O aventureiro e o trabalhador.
b) O primitivo e o superior.
c) O religioso e o trabalhador.
d) O guerreiro e o aventureiro. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
 Entender o desenvolvimento e as desigualdades sociais 
existentes desde a formação nacional.
 O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (1995).
 O povo brasileiro é novo: uma etnia formadora a partir de 
nossa mestiçagem.
 Unidade étnica – não uniformidade.
 Processo de aculturação.
 O povo brasileiro se origina sob a base da escravidão, 
da servidão.
 Conformismo.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
 Migração, industrialização – inchaço das cidades.
 Graves problemas sociais: entraves para o desenvolvimento.
 Marginália: agressividade, o sexo eventual, famílias 
desestruturadas, miseráveis e alcoólatras.
 Favelização.
 Reforma agrária e reforma urbana.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
Estratificação atual:
 Classe dominante: é formada por um pequeno número de 
pessoas e tem o apoio das outras classes. 
 Classe intermediária é a que mantém a ordem social. 
 Classes subalternas são formadas por aqueles que estão na 
vida social, já que trabalham no sistema produtivo e são os 
consumidores, sindicalizados.
 Classes oprimidas: os excluídos da vida social, que lutam 
para entrar no sistema produtivo pelo acesso ao trabalho.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
 Estratificação social: divisão da sociedade em 
camadas sociais.
 O patrão brasileiro foi formado a partir de relações sociais da 
escravatura, do qual tirava do escravo o maior proveito 
possível. Assim, quando o escravo é substituído pelo 
parceiro, depois pelo assalariado agrícola, os valores que 
persistem nas relações com seus empregados são as mesmas 
que tinha com o escravo, valores desumanos.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
A sociedade resultante desse contexto tem problemas 
impossíveis de serem resolvidos:
 A impossibilidade de garantir um padrão de vida satisfatório 
para a maioria da população brasileira.
 A incapacidade de ter uma cidadania livre e, por isso, 
a impossibilidade de fundar uma sociedade democrática. 
 Segundo Ribeiro, “a eleição é uma grande farsa em que 
massas de eleitores vendem seus votos àqueles que 
seriam seus adversários naturais”.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
 A única forma de mudar essa estrutura de opressão é a partir 
do surgimento e da expansão do movimento operário.
 Além da distância econômica entre pobres e ricos, também há 
discriminação entre negros, mulatos e índios, sendo os 
negros os que mais sofrem.
A perspectiva de Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro”
 Há uma grande multidão de negros e mulatos que, por terem 
perdido a sua cultura africana, e não sendo nem índios nem 
brancos, encontraram sua identidade como brasileiros.
 O racismo no Brasil não ocorre devido à origem racial, mas 
sim sobre a cor da pele. Aqueles que passam a integrar os 
grupos dos brancos passam a ser e a se sentir como brancos.
 Desconstrói o mito da democracia racial.
 Democracia racial – só com democracia social.
Interatividade
O mito da democracia racial é presente na sociedade brasileira já 
há bastante tempo. A ideia propagada e reforçada por Gilberto 
Freyre de que aqui há uma democracia das três raças originárias 
é divulgada por todo o mundo. Todavia, Darcy Ribeiro discorda 
dessa visão, que para ele é simplista. Assinale a alternativa 
correta, segundo Ribeiro:
a) A função do mito é garantir o fim do racismo.
b) O mito existe para apresentar a construção e a fundação da 
história étnica do Brasil, não é um conceito mais utilizado na 
atualidade.
Interatividade
c) A função do mito é evidenciar a supremacia dos indígenas na 
constituição da identidade brasileira.
d) O mito é uma forma sutil de esconder uma sociedade que 
ainda não se sabe hierarquizada e dividida entre múltiplas 
possibilidades de classificação, de negar a existência do 
racismo, como se a relação entre as três “raças” fosse 
harmônica e democrática.
e) A função do mito é reforçar a luta dos cidadãos por mais 
direitos sociais.
ATÉ A PRÓXIMA!

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