Buscar

Memorial Darcy Ribeiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Memorial Darcy Ribeiro, por João Figueiras Lima (Lelé)
História e Características do Projeto
Tanto pode lembrar um disco voador (o lado empreendedor de Darcy Ribeiro), quanto uma maloca indígena (o lado antropólogo) - assim Lelé define o Memorial erguido na UnB, um projeto que reflete a dicotomia entre o passado e o modo de ser de Darcy.
Conta a história que, internado no Hospital Sarah Kubitschek de Brasília para tratar de um câncer, em 1996, Ribeiro reforçou ao amigo Lelé, por meio de videoconferência, o desejo expresso anteriormente de que o arquiteto projetasse uma casa para abrigar os livros e o acervo do antropólogo. Lelé ainda recorda-se que a idéia do memorial surgiu quando Darcy fugiu do tratamento no Hospital Samaritano, no Rio, para refugiar-se em sua casa em Maricá.
Uma semana depois da videoconferência, Lelé mostrou-lhe pessoalmente o primeiro esboço do edifício, ao qual o próprio homenageado deu o nome extraoficial de Beijódromo, já que pretendia que seu memorial fosse também um local de afetos.
Nos desenhos e na maquete, o programa proposto por Ribeiro consolidarase numa mistura heterogênea de Oca e disco voador. Para que a execução do projeto se completasse passaram-se, porém, 14 anos.
Lelé concebeu para o centro cultural e de pesquisa um edifício circular de dois pavimentos com 31,60 metros de diâmetro e cobertura de 37 metros, em cujo centro existe um espaço igualmente circular ajardinado, com 13 metros de diâmetro e pé-direito duplo. O térreo está apoiado no solo.
O pavimento superior possui laje de concreto armado sustentada por 32 vigas radiais metálicas engastadas a pilaretes também metálicos, posicionados na periferia da construção e, no centro, em um anel interno que distribui a carga para oito pilares metálicos tubulares.
Para a estrutura da cobertura, o arquiteto empregou 32 vigas radiais apoiadas externamente nas vigas do piso superior e internamente em um anel metálico com três metros de diâmetro.
A cobertura é de telhas dobradas em chapas pré-pintadas de aço galvanizado e, no trecho correspondente ao jardim interno, de chapas de policarbonato alveolar. No interior do prédio, lâminas de aço pré-pintado funcionam como brises na área vedada com policarbonato, permitindo aproveitar a luz natural na maior parte do dia.
Envolto por um lago, o memorial tem acesso por uma ponte coberta por marquise metálica. Na parte posterior da construção circular fica o teatro, anexo que aproveita a formação em talude constituída pela terra retirada na escavação para o círculo de água.
Um sistema de vaporização resultante da passagem do ar introduzido no prédio por meio de nebulização mecânica da água do lago proporciona conforto ambiental em todo o conjunto.
Salas de aulas, galeria para exposição, cineclube, gabinetes de pesquisa, centro de documentação, café, livraria e anfiteatro estão reunidos no memorial. Ele abriga, além do acervo de Darcy e Berta, a biblioteca do antropólogo, com cerca de 30 mil volumes.
Conforto Térmico
Foi o próprio Darcy Ribeiro quem incentivou Lelé a aprender como os índios construíam. Partindo do princípio de que a concepção estrutural de um prédio é fundamental, Lelé estudou a forma primitiva e intuitiva com que os índios Xinguanos construíam as suas cabanas, desenvolvendo uma tecnologia passada de geração em geração.
Lelé conta que a cobertura tem o mesmo sentido de uma cabana de índio. Possui ventilação, até um shed. Conta também com uma cumeeira por onde sai o ar quente. A escada retilínea, com guarda-corpo de vidro, desloca-se para fora do círculo central, evitando a interferência sonora na biblioteca, situada no pavimento superior. No térreo, uma porta, diametricamente oposta à entrada principal, conduz o usuário ao beijódromo, que agora passa a ser um auditório com 200 lugares. Uma parede curva de argamassa armada funciona como um anteparo, resguardando o acesso ao bloco principal e servindo de fundo do palco elíptico elevado.
Na cobertura foi utilizado telhas especiais dobradas de chapa pré pintada de aço galvanizado branco, com proteção interna de bidim e forro oblongo metálico. Na parte correspondente ao jardim interno, uma grande claraboia garante a iluminação natural, formada por telhas de policarbonato transparente.
Enquanto isso placas verticais metálicas fecham lateralmente o anfiteatro dos dois lados. Para resolver o problema de escurecimento para projeção durante o dia, Lelé desenhou grandes estruturas pivotantes retilíneas, que chegam quase ao teto. Estas placas, funcionando como brises, podem ser fechadas ou abertas, controlando a incidência da luz e proporcionando maior conforto sonoro.
O espelho d'água forma um anel com diâmetro externo de 52 m em volta do edifício, e nebulizadores de água no lago são acionados nos períodos secos, criando uma espécie de névoa. Essas gotículas de água, por evaporação, resfriam o ar que penetra no ambiente.
O ar chega pelas janelas das salas que circundam o térreo e, na parte superior, por orifícios de 2 mm do beiral do anel circular externo, fechado por uma chapa de ferro perfurada. O ar fresco, penetrando pela periferia do prédio, circula por todo o ambiente antes de ser extraído por cima.
Engenhoso, Lelé constrói seu próprio exaustor, de rotação baixa e silencioso, com diâmetro aproximado de 2,5 m, acoplado na cúpula e dissimulado por uma rosácea em fita metálica - ideia já aplicada no auditório do Tribunal de Contas da União de Salvador (1995).
FONTES:
http://www.archdaily.com.br/br/603479/obras-do-lele-por-joana-franca
http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/206/no-memorial-darcy-ribeiro-em-brasilia-lele-adota-planta-circular-214801-1.aspx
https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/joao-filgueiras-lima-centro-cultural-20-07-2011
http://arqpb.blogspot.com.br/2010/12/memorial-darcy-ribeiro.html
Faculdade Mauricio de Nassau – Parnaíba
Arquitetura e Urbanismo
Aluna: Moanna Aguiar
Análise de Conforto Ambiental: Memorial Darcy Ribeiro
Projeto: João Figueiras Lima (Lelé)
PARNAIBA-PI
2017

Outros materiais