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Design Magazine 05

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Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
2 • Edição 05
Editorial
Diretor e fundador da Design Magazine Brasil. 
Atua com design desde 2010. Focado em direção 
de projetos, mas também domina outras áreas 
do design.
Lucas 
Fernandes
Como já disse anteriormente, nossa equipe 
se esforça para que a Design Magazine Brasil esteja 
sempre melhorando e evoluindo. Acredito que essa 
edição é uma prova disso. Sempre sou o responsá-
vel por finalizar e fechar o arquivo final da revista, e 
ao fazer isso dessa vez, percebi que essa é, ao me-
nos na minha opinião, nossa melhor edição até o 
momento. Fiquei apaixonado pelo conteúdo.
O prazer e a satisfação de trabalhar com aqui-
lo que você gosta é uma das melhores coisas que 
pode acontecer. A DMB é meu primeiro grande pro-
jeto e sempre me surpreendo com o crescimento 
dela, o qual espero que não pare jamais.
Além da revista por si só, também é mui-
to bom poder compartilhar dessa paixão com os 
membros da minha incrível equipe. Quando os vejo 
se dedicando, a minha vontade de continuar com 
esse projeto só tende a crescer. Muitas vezes tenho 
que ficar no pé deles, é verdade, mas ainda assim 
no final das contas, nós conseguimos cumprir cada 
missão da melhor forma possível.
Às vezes é cansativo, parece que tudo vai des-
moronar, mas não podemos desistir nunca!
Termino esse texto o resumindo em duas 
mensagens. A primeira, é para aqueles que estão 
ao meu lado: um muito obrigado pela dedicação 
de todos vocês, vamos continuar a batalhar para 
evoluirmos ainda mais. E a segunda, para todos os 
nossos leitores: lutem sempre para fazer aquilo que 
vocês desejam, que vocês gostam, aquilo que lhes 
fazem bem, não desistam nunca, pois com o tempo 
a recompensa virá.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 3
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
4 • Edição 05
Sumário
Um olhar bem brasileiro
Pág. 08
Design de serviços com
Gustavo Bittencourt
Pág. 20
O design no Brasil na última década
Pág. 32 
Design e a cidade - Parte 2
Pág. 14
MAC de Niterói
Pág. 26
Entrevista com Bernardo Clarkson
Pág. 40
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 5
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
6 • Edição 05
Créditos
Diretor
Capa
Revisão
Logotipo
Site
Email
Redes Sociais
Projeto gráfico
Diagramação
Ilustrações
Idealizadores
Redatores
Lucas Fernandes
Thiago Seixas
Juliana Teixera
Lourrane Alves
Lucas Fernandes
Elementoa À Solta
designmagazine.com.br
lucas@designmagazinebrasil.com.br
facebook.com/revistadesignmagazine.br
twitter.com/DMBr_Oficial
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Thiago Seixas
Vitor Cardoso
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Beatriz Vieira
Douglas Gomes
Douglas Silva
Gilberto Ferreira
Wendel Fragoso
Diego Gomes
Douglas Silva
Gilberto Ferreira
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Eliezer Santos
Hebert Tomazine
João Valle
Mayara Wal
Thiago Seixas
Vitor Cardoso
Edição #05 - Outubro/2014
 A Design Magazine Brasil é uma revista digital derivada da Design Magazine de Portugal.
O conteúdo textual e imagético da revista pertence aos seus respectívos autores e não 
pode ser reproduzido sem autorização prévia.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 7
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
8 • Edição 05
Um olhar bem brasileiro
Carioca amante do conhecimento, cultura artís-
tica, idiomas e computação gráfica. Youtuber e 
autodidáta, atua como designer na Rede Solaris 
Network e como freelancer. 
Vitor 
Cardoso
Arte da vitrine: Douglas Gomes.
“Sergio Rodrigues deixou um 
legado do arquétipo de identidade 
nacional em suas obras.” 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 9
Design Magazine Brasil
Um dos maiores nomes no design brasileiro e 
o pioneiro no despontar do processo industrial de 
um mobiliário nacional, Sergio Rodrigues, deixou 
um legado do arquétipo de identidade nacional em 
suas obras. No dia 1° de setembro deste ano, aos 
seus 87 anos, o arquiteto e designer faleceu em sua 
residência. Conforme informações de seu escritó-
rio, ele mantinha constante vigilância no seu trata-
mento para o fígado e já se encontrava debilitado 
nos últimos dias.
Ilu
st
ra
çã
o:
 D
ou
gl
as
 G
om
es
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
10 • Edição 05
Sergio Rodrigues nasceu no Rio de janeiro 
e cresceu em meio a uma família de intelectuais, 
onde adquiriu o senso crítico e a simpatia pelo 
gosto artístico. Era neto de Mario Rodrigues, 
criador do jornal “A Crítica”, sobrinho de Mario 
Filho e do dramaturgo Nelson Rodrigues. Seu 
pai, o ilustrador e artista plástico Roberto Ro-
drigues mantinha além de admiração, o contato 
com Cândido Portinari, segundo este, Roberto 
seria um dos maiores artistas plásticos brasilei-
ros. Isso só não ocorreu devido a um incidente 
aos seus 23 anos na redação do jornal de seu 
avô, onde Roberto interpelou o tiro que atingiria 
Mario Rodrigues.
Com 20 anos de idade, Sergio Rodrigues 
começava a cursar arquitetura e já formado, 
participou junto com David Azambuja, Olavo Re-
dig de Campos e Flavio Regis do Nascimento do 
projeto do Centro Cívico de Curitiba. Seguiu se-
melhante caminho percorrido por Villa Nova Ar-
tigas, Oswaldo Bratke, Paulo Mendes da Rocha, 
arquitetos inclinados na defesa da importância 
do espaço interno nos projetos de arquitetura, 
no entanto deteve mais afinidade com o traba-
lho mobiliário, decorativo e cenográfico.
“Não tínhamos tempo de 
desenhar os móveis,
o volume de trabalho 
para a nova capital
era enorme.”
Oscar Niemeyer
Um olhar bem brasileiro
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 11
Design Magazine Brasil
“De fato, naqueles
anos ele fez coexistir o
Brasil-brasileiro e o 
Brasil-de-Ipanema, 
além do Brasil da 
industrialização paulista.”
Lúcio Costa
Como consequência deste interesse, na 
Praça General Osório, em Ipanema, foi criada a 
“Oca”, um misto de loja, ateliê e galeria de arte, 
um local aconchegante que se tornou ponto de 
encontro de intelectuais e artistas da década de 
50. Também se tornou referência mediante ao 
panorama nacional da indústria mobiliária da 
época, que se encontrava estagnada no estilo co-
lonial e importado. A Oca promovia o frescor com 
um retorno às fontes de cunho indígena, uso de 
materiais nacionais como palha, couro e madeira 
de jacarandá e design condizente com a necessi-
dade do usuário.
O designer foi reconhecido por Niemeyer 
e Lúcio Costa e preencheu a lacuna que se en-
contrava nos projetos modernistas da cons-
trução de Brasília. De acordo com Lúcio Cos-
ta, ele incorporou a identidade brasileira dos 
movimentos musicais vigentes em 50 (a bos-
sa-nova e samba canção) e o zelo da escola 
paulista de arquitetura com o espaço interno 
aos seus projetos.
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12 • Edição 05
Sua peça mais conhecida, a poltrona Mole 
foi resultado de um pedido de Otto Stupakoff pro 
seu estúdio, o custo era elevado e se tornou parte 
somente da vitrine da loja. Todavia esta mesma 
peça foi a que atingiu o posto máximo de conde-
coração do Concurso Internacional do Móvel em 
Cantú, Itália. Após isso ela começou a ser pro-
duzida internacionalmente pela companhia ISA 
de Bérgamo com o nome Sheriff (atualmenteela 
faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de 
Nova Iorque).
Um olhar bem brasileiro
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 13
Design Magazine Brasil
Outras peças também ganharam tal impor-
tância, como: poltrona Tonico (1963), com almofa-
da para apoio do pescoço, a poltrona Aspas “chifru-
da” (1962), com encosto em compensado curvado, 
a poltrona Kilin PL-104 (1973), premiada pela IAB 
em 75, suas cadeiras Oscar e Lúcio Costa (1956), 
como homenagem aos profissionais e a poltrona 
Diz (2001), que entra em contraposição com sua 
mais conhecida peça como ele mesmo afirma: “A 
poltrona Diz é toda de madeira, porém tão confor-
tável quanto a Poltrona Mole” 
Seu modo de pensar o mobiliário e valoriza-
ção internacional abriu espaço para o design brasi-
leiro como um todo, passando a ter representações 
nas feiras de Colônia e Milão pela ClassiCon. Não 
somente seu ideal e técnica profissional caracteri-
zavam o espírito brasileiro, como também o conta-
giante humor, sempre perceptível em seu cotidiano 
e histórias contadas.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
14 • Edição 05
 “Se você participa por um tempo 
da dinâmica da cidade começa 
a entender as interações e o 
desenho da mesma”
Design e a cidade - Parte 2
Designer de produto de formação e metida a docei-
ra nas horas vagas. Formada desde 2011, buscando 
sempre estar antenada e se atualizar na área, atual-
mente estuda Design de Serviços e Interação.
Mayara
Wal
Arte da vitrine: Wendel Fragoso.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 15
Design Magazine Brasil
Sim me descobri uma aficionada pela cidade.
Como estudante de design aprendi que a ca-
pacidade de observação é uma qualidade quase 
que intrínseca a essa profissão. Juntou-se a isso 
minha paixão por viajar, que herdei dos meus pais. 
Assim, viajando e observando, comecei a entender 
que de certa forma, cada cidade faz sentido dentro 
do seu contexto. E por contexto quero dizer: popu-
lação, estilo arquitetônico, cultura, língua, cores, 
cheiros, meios de transporte, natureza, história e 
muito mais. Se você participa por um tempo da di-
nâmica da cidade começa a entender as interações 
e o desenho da mesma, e vê que tudo que a com-
põe se conecta de alguma maneira.
Cada cidade tem um modo de funcionamen-
to que envolve todos esses fatores. Longe de mim 
querer fazer uma análise etnográfica ou antropoló-
gica das cidades. Apenas comecei a relacionar cer-
tos pontos com minha singela visão de designer, e 
gostaria de compartilhar aqui com vocês algumas 
das cidades que tive a oportunidade de conhecer e 
que me fascinaram!
Foto: Vinicius Pinheiro
Foto: Josu.orbe
Foto: Paul Bica
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16 • Edição 05
Design e a cidade - Parte 2
A primeira cidade que me marcou foi Toron-
to. A cidade era fria, cheia de fast foods, constru-
ções mais sóbrias e não muito altas, muitos pré-
dios, muitos shoppings. Não havia muitas cores, 
a maioria do colorido vinha dos luminosos ou da 
comunicação publicitária, no mais era tudo num 
tom concreto ou tijolo. Uma mistura de pessoas 
sem fim, de todas as nacionalidades imagináveis. 
A cidade era limpa, o transporte público muito 
bom, constituído de uma grande linha de metrô e 
ônibus, o pagamento era feito por um cartão que 
deveria ser adquirido todo mês, e o controle era 
praticamente inexistente. Os pontos de ônibus 
eram como aquários de vidro, fechados devido 
ao frio, a neve e a chuva que é presente na maior 
parte do ano. As pessoas eram em geral educadas 
(no sentido de limpeza, organização), mas não 
eram amigáveis pelo contrário, eram frias. A cida-
de tinha letreiros bilíngues, inglês (primeira língua 
oficial) e francês. Mas na verdade extraoficialmen-
te se falavam muito mais línguas como espanhol, 
koreano, português, e etc. Muitas comunidades de 
moradores de outras nacionalidades se formam lá. 
Pessoas que se mudaram em busca de uma condi-
ção de vida melhor nesse enorme país que, com 
uma eximia população, acolhe e estimula a vinda 
de imigrantes. Mas o engraçado é que parecia que 
os próprios canadenses não gostavam muito des-
sa mistura, daí comecei a entender o porquê das 
pessoas serem frias, distantes, elas não se mistu-
ravam muito, canadenses praticamente só convi-
viam entre eles, e assim os estrangeiros. E assim 
é a dinâmica da cidade, fria a maior parte do ano, 
tem muitos estrangeiros, uma sociedade que de-
vora fast food e é super consumista vive em uma 
cidade de cores sóbrias, mas que possui luz e cor 
vindas da publicidade que revela o caráter super 
consumista dos mesmos.
Foto: Paul Bica
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Outubro 2014 • 17
Design Magazine Brasil
Toronto Yonge-Dundas Square, o que 
faz lembrar da Times Square em NY.
Foto: Pedro Szekely
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18 • Edição 05
Em uma vibe completamente diferente, 
Istambul é uma explosão populacional, um 
caos no trânsito, uma poluição sonora que não 
tem fim, infinidade de cores, sabores e cheiros. 
É uma cidade barulhenta, assim como seus 
moradores, dentre esses barulhos um é muito 
peculiar, até bonito e te lembra 5 vezes ao dia 
que está em uma cidade de maioria islâmica.
Por sua grande população quase não se vê ca-
sas, a cidade é infestada de prédios de 5 anda-
res que colorem o relevo acidentado com su-
bidas e descidas íngremes, que deu a cidade o 
apelido carinhoso de “7 hills”.As cores variam 
sempre numa palheta mais quente, e parece 
que até o pôr do sol tem mais cores daqueles 
lados. A estética da cidade possui também mo-
vimento, é um mix do conservador e do moder-
no, a linha do horizonte da cidade é linda, com 
sua diferença de relevos acompanhada pelas 
linhas verticais dos minaretes das mesquitas 
que dão vida a cidade. A maioria da população 
é turca é claro, mas se vê muitos estrangeiros 
que se misturaram na multidão, pois como a ci-
dade, a população é composta por um mix de 
raças, cores e estilos. É uma contradição até, 
uma cidade tão colorida e alegre, com tantas 
misturas, muitas vezes se vê representada por 
um tecido preto.
Foto: Vladim
ir Losinsky
Foto: Pedro Szekely
Foto: Josu.orbe
Design e a cidade - Parte 2
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 19
Design Magazine Brasil
Outra cidade que me fascina e que tem 
uma similaridade com Toronto é Bruxelas. Ca-
pital de um país dividido por três línguas (Fran-
ces, holandês e alemão), faz parte da comuni-
dade francesa, por isso tem como língua oficial 
o Frances, o holandês e o Inglês! Sim, a barreira 
linguística lá é bem forte, cada lado obviamen-
te defende a sua língua e muitas vezes não quer 
aprender a outra, portanto usam o inglês como 
intermediário nessa comunicação. Uma cidade 
efervescente por dentro, mas que não reflete 
nada disso por fora. A primeira vista é depri-
mente, cinza, fria, gótica, chega até a ser feia. 
Mas conforme você se permite descobri-la, se 
abre outra face da cidade, que é surpreenden-
te. Cheia de eventos culturais, gastronômicos e 
musicais para todos os gostos e bolsos. É como 
que misteriosa com suas construções antiguís-
simas, que lembra muito a colonização France-
sa, que escondem dentro de suas paredes toda 
essa efervescência. Tem muitos estrangeiros 
devido a União Europeia, e também devido à 
questão histórica com o Marrocos, e a facilida-
de de acesso para os trabalhadores ilegais. E 
assim é Bruxelas, a cidadeque contém muitas 
cidades paralelas, é a cidade dos flandres e a 
dos franceses, é a cidade dos estrangeiros e a 
dos belgas, é o submundo dos ilegais e a cidade 
sede da União Europeia. É a cidade do design, 
das galerias de arte e a cidade dos festivais de 
música. É a cidade dos chocolates e a cidade 
da batata-frita. É a cidade dos Smurfs e a cida-
de do Tintin. É a cidade das cervejas artesanais 
e a cidade da cerveja de cereja. São “lês cites 
obscures” como descrevem os autores Schui-
ten-Peeters do quadrinho Brusel.
Com esses três exemplos quis caracterizar o 
que resolvi aqui chamar de design da cidade. Cada 
uma com seu contexto possui uma forma, um movi-
mento, uma palheta de cores, uma linguagem, uma 
forma de comunicação, um desenho, e no final das 
contas esse conjunto dá um resultado visual com-
pletamente diferente, mas que faz sentido.
Foto: M
atthias Ripp
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
20 • Edição 05
Design de serviços com
Gustavo Bittencourt
Designer gráfico e de produto, apaixonado por 
artes e futebol. Buscando conhecimento e expe-
riências, para um dia poder ser uma referência e 
inspiração para os novos designers.
Thiago 
Seixas
Arte da vitrine: Gilberto Ferreira.
“O diferencial de um designer 
[...] é a capacidade de se colocar 
no lugar de outras pessoas, é 
entender necessidades e a partir 
daí projetar coisas que sejam
de fato relevantes.”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 21
Design Magazine Brasil
É muito difícil definir o 
que é design. Muitas pessoas 
possuem opiniões particula-
res acerca da nossa profissão. 
Porém, uma forma de definir o 
design é dizer que é um método 
de pensar que profissionais uti-
lizam para resolver problemas. 
Mas, diversas outras profissões 
também têm como objetivo so-
lucionar problemas. Então, o 
que diferencia o designer dos 
demais profissionais?
Para o designer Gustavo 
Bittencourt, sócio diretor da Li-
vework, a grande diferença está 
na empatia. “O diferencial de um 
designer - e quando digo isso não 
me refiro somente às pessoas que 
tem um título - é a capacidade de 
se colocar no lugar de outras pes-
soas, é entender necessidades e 
a partir daí projetar coisas que 
sejam de fato relevantes. Isso é 
o que faz com que o design seja 
algo muito importante, especial-
mente nos dias de hoje.”
Gustavo Bittencourt
Foto: Arquivo pessoal Gustavo Bittencourt
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
22 • Edição 05
Design de serviços com Gustavo Bittencourt
Com este pensamento podemos dizer que 
design pode ser aplicado a praticamente tudo. E 
uma nova abordagem tem crescido cada vez mais 
aqui no Brasil, o design de serviços.
Gustavo nos explica como esse pensamento 
começou: “Se você pensa em design como uma 
abordagem, onde pessoas criam coisas relevantes 
para outras, sejam produtos, interfaces gráficas, in-
terações digitais ou pra qualquer coisa, por que não 
existe alguém que pensa design para os serviços? 
Hoje boa parte dos serviços que usamos são muito 
ruins, eles são muito mal pensados, são mais como 
um processo interno das empresas que você está 
experimentando, parece que não foi desenhado 
para um ser humano usar.”
Pesquisas mostram que atualmente o PIB dos 
países em desenvolvimento e, principalmente, dos 
países mais desenvolvidos vem principalmente dos 
serviços. Então, qual o sentido de utilizar a aborda-
gem do design apenas para projetar objetos? 
Foto: livew
orkstudio.com
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 23
Design Magazine Brasil
Esse pensamento ganhou forma na década 
de 1980, quando Lynn Shostack desenvolveu um ar-
tigo para a Harvard Business Review, citando a apli-
cação do design para a criação de serviços. A partir 
daí o tema ganhou relevância no meio acadêmico e 
culminou na aplicação do service design no merca-
do com a criação da Livework, em 2001. Pioneira na 
área, a consultoria desenvolve soluções para me-
lhorar os serviços de seus clientes, focando tanto na 
experiência do usuário final quanto no retorno para 
a empresa. Fundada em Londres, hoje está presen-
te em Oslo, São Paulo, Rotterdam e Brasília.
Apesar de ser um assunto relativamente novo 
no Brasil, na Europa esse mercado já é muito gran-
de, e profissionais buscam se especializar nesta área 
cada vez mais. Ao explicar o que o profissional desta 
área precisa ter, Gustavo diz: “Eu não gosto de colo-
car o design em silos, como design de produto, de-
sign gráfico, etc., no fundo se você é designer, você 
pensa design, pode projetar em diversos cenários, 
o que muda são apenas as ferramentas que utiliza. 
Talvez as ferramentas que você utiliza para proje-
tar um avião não sejam as mesmas que utiliza para 
projetar um livro, assim como não serão as mesmas 
para um serviço de um banco, o design de Serviços 
tem uma forma de pensar que é específica.” 
Foto: livew
orkstudio.com
Gustavo Bittencourt
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
24 • Edição 05
Gustavo diz também que para se projetar ser-
viços é necessário ser um profissional multidiscipli-
nar. “Se você deseja trabalhar com serviços, preci-
sa ter uma perspectiva mais profunda sobre como 
enxerga design. Você precisa agregar outros conhe-
cimentos, entender de negócios, de psicologia, de 
processos, entre outras coisas que estarão conecta-
das ao serviço que estará desenhando. Um serviço 
é prestado por uma empresa de forma interdiscipli-
nar, são várias áreas, várias pessoas e vários conhe-
cimentos, logo, é importante ter vários interesses, e 
entender de negócios de uma forma ampla.”
Não existe ainda no Brasil uma faculdade es-
pecífica de design de Serviços, porém existem al-
guns cursos, principalmente em São Paulo. Dentre 
eles se destaca a EISE, a Escola de Inovação em Ser-
viços. Existem dois formatos de engajamento com a 
escola, um de 6 meses, mais focado nas ferramen-
tas de service design e um de 1 ano, mais comple-
to. Cada estudante da escola escolhe a sua própria 
jornada, com os módulos que mais se interessam e, 
ao longo do curso, aplica o que está aprendendo na 
construção de um novo serviço. 
Foto: youtube.com
A essência do servir: Gustavo Bittencourt at TEDxUFRJ
Design de serviços com Gustavo Bittencourt
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 25
Design Magazine Brasil
Uma dica final para quem quer entender mais 
sobre essa área é a leitura especializada. Gustavo 
indica três livros que são básicos: Design Thinking 
Brasil, que mostra como o design pode ser aplica-
do de diferentes maneiras sobre um ponto de vista 
estratégico; Service Design, dos fundadores da Li-
vework, que é focado em design de serviços e fala 
bastante sobre projetos e ferramentas, e por último, 
o livro The Service Startup, que foi lançado há pou-
co tempo e é indicado, principalmente, para empre-
sas que estão começando. Fora isso, buscar leituras 
relacionadas à Customer Experience, e aos serviços 
prestados pelas grandes empresas como Apple, 
Disney, Starbucks e Zappos. “É importante estudar 
além dos assuntos relacionados diretamente com 
design” encerra Gustavo.
EISE, escola de Design Thinking em SP, instituição onde Gustavo leciona.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
26 • Edição 05
MAC de Niterói
Estudante de arquitetura e urbanismo na Unigran-
rio, formado em técnico de design de interiores no 
Senac, apreciador de vinho e artista plástico de 
fim de semana.
João
Valle
Arte da vitrine: BeatrizVieira. Artes da matéria: Douglas Silva.
“Não é o ângulo reto que me atrai, 
nem a linha reta, dura, inflexível, 
criada pelo homem. O que me 
atrai é a curva livre e sensual”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Outubro 2014 • 27
Design Magazine Brasil
Nesta edição da Design Magazine Brasil nós 
vamos falar sobre uma das obras mais marcantes 
de um dos maiores precursores do movimento mo-
derno, o brasileiríssimo Oscar Niemeyer. O museu 
de arte contemporânea, ou MAC Niterói, está loca-
lizado sobre o Mirante da Boa Viagem, na orla de 
Niterói. Sua conclusão deu-se em 1996 e destaca-se 
pelas formas curvilíneas características do próprio 
Niemeyer, que disse:
“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha 
reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me 
atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro 
nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos 
seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher. 
De curvas é feito todo o universo, o universo curvo 
de Einstein.”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
28 • Edição 05
“Para a sua construção 
foram retirados 5.500 
toneladas de material 
escavado e consumidos 
3.200.000 m³ de concreto, 
o suficiente para construir 
um prédio de 10 andares.”
Durou cerca de 5 anos para ficar pronto e tem 
um acervo de cerca de 1.217 obras da Coleção João 
Sattamini.  Um conjunto reunido desde a década 
de 1950 pelo colecionador, constituindo a segunda 
maior coleção de arte contemporânea do Brasil. A 
idéia de criação do museu, segundo Roberto da Sil-
veira, surge da intenção de Sattamini de doar sua 
coleção de arte para a cidade, e o museu nasce pre-
cisamente para abrigá-la.
O museu possui 16 metros de altura, uma 
cobertura de 50 metros de diâmetro e quase de 
2000 m² de superfície que se sustenta em um 
solo central cilíndrico de 9 metros de diâmetro 
ancorados em uma sapata de dois metros de al-
tura e possui quatro pavimentos que se instalam 
numa praça  de 2.500  m². O projeto consiste de 
um pavimento no subsolo e um corpo superior 
formado por três pavimentos, o 1º pavimento 
com cerca de 393,13 m² e o 2º com 697,40 m² e 
mais um mezanino de 398,02 m² alocado entre o 
1º e 2º pavimento.
Composição
MAC de Niterói
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30 • Edição 05
Subsolo
Primeiro andar
Mezanino
Segundo andar
É o local para o armazenamento de obras, 
mas também, existe um restaurante, um auditório 
e um bar. No restaurante, uma janela fina abre hori-
zontalmente ao longo da fachada permitindo con-
templar a baía.
Além da recepção, um escritório, um espa-
çoso hall de entrada e alguns escritórios adminis-
trativos, se tem acesso à grande sala hexagonal e 
do dobro de altura, cercado por uma circular que 
se abre através de uma janela contínua que rodeia 
todo o volume. 
Este se encontra entre o primeiro e o segundo 
pavimento, envolve todo o interior do museu que é 
destinado também a exposições.
Neste andar há cinco galerias com exposições 
das obras contemporâneas.
Uma rampa curvilínea externa serve como 
uma ligação para os dois primeiros andares do mu-
seu, conectando o espaço público com o núcleo 
central, que contém a sala de exposição.
 O Museu de Arte Contemporânea é um mar-
co tão impactante na cidade de Niterói que além de 
ofuscar os outros patrimônios, ao nos referirmos à 
cidade, nos lembramos imediatamente de sua for-
ma e sua aparência que nos remete a um disco voa-
dor ou a um cogumelo.
Para a sua construção foram retirados 5.500 
toneladas de material escavado e consumidos 
3.200.000 m³ de concreto, o suficiente para cons-
MAC de Niterói
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truir um prédio de 10 andares. A tampa circular re-
cebeu um tratamento térmico e impermeabilizante, 
as vigas foram construídas com concreto protendi-
do. Na construção do pavimento da grande rampa 
de acesso foi usado concreto vermelho, combinado 
com as paredes laterais brancas. Os pisos das salas 
foram revestidos com 3.000 m² de carpete azul. As 
placas de vidro foram fabricadas exclusivamente 
para o projeto, cada folha tem 18 milímetros de es-
pessura, 4,80 metros de altura e 1,85 de largura, en-
quadradas por perfis de aço e com uma inclinação 
de 40º em relação ao plano horizontal.
Na sala central a iluminação é técnica envol-
vendo o meio ambiente, juntamente com a ilumi-
nação das janelas, o mesmo aplica-se para o andar 
superior. De dentro da moldagem, formada pelo en-
contro do piso com o telhado, esconde-se uma luz 
indireta que ilumina suavemente o ambiente. Exter-
namente, o museu é iluminado por luzes de 1000 
watts, cada uma, e instaladas na base do edifício.
Para garantir a segurança dos visitantes, 
tanto de dia como de noite, a rampa que leva 
para o museu tem seu contorno delimitado por 
um feixe de luz.
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32 • Edição 05
O design no Brasil na última década
Atua como freelancer desde 2012 com criação 
de logotipos, peças publicitárias, etc. Atual-
mente tem se dedicado a edição de vídeo e 
motion design.
Eliezer 
Santos
Arte da vitrine: Gilberto Ferreira.
“O brasileiro é conhecido pelo seu 
enorme potencial em criatividade, 
fundamento básico para um bom 
profissional de design.”
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Outubro 2014 • 33
Design Magazine Brasil
Quando eu fazia o curso de design gráfico, eu 
me lembro de uma história que meu professor con-
tou. Ele disse que sempre que alguém perguntava 
a sua mãe qual era a profissão de seu filho, ela res-
pondia: “Meu filho? Ah, ele mexe nessas coisas de 
computador aí…” Esta pequena ilustração mostra 
nitidamente, e infelizmente, a forma como o design 
ainda é visto e encarado no Brasil.
A profissão DESIGNER ainda é muito nova 
no Brasil, e como tudo aqui é atrasado, devido a 
problemas crônicos de burocracia e má vontade 
por parte dos governantes, ela sequer foi regula-
mentada no país. Isso contribui para o surgimento 
de aproveitadores, que oferecem cursos livres co-
mo“profissionalizantes” e cobram caro por isso, ilu-
dindo jovens talentosos e bem intencionados, que 
querem ganhar a vida com os dons que possuem.
Foto: U
FV
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34 • Edição 05
Im
agem
: Paul Bica
O design na verdade, só se tornou conhecido 
no Brasil na década de 80, quando as associações 
de design mais famosas surgiram, como a Associa-
ção dos Profissionais em Design do Rio Grande do 
Sul (APDESIGN, em 1987) e Associação dos Desig-
ners Gráficos (ADG, em 1989), mas ainda não houve 
uma popularização do tema e da profissão, e isso 
contribui para um enorme desperdício de talento 
e de bons profissionais espalhados pelo país, que 
faz com que os mais favorecidos sempre optem por 
sair do Brasil para serem reconhecidos e valoriza-
dos lá fora.
O brasileiro é conhecido pelo seu enorme po-
tencial em criatividade, fundamento básico para 
um bom profissional de design. Num país sério, 
haveria políticas governamentais visando a popu-
larização da profissão, com campanhas de cons-
cientização, apoio do governo para as instituições 
de ensino, qualificação dos professores e incentivo 
aos alunos, visando criar uma geração de designers 
e explorar ao máximo este potencial característico 
de nosso povo, certo?
O problema é que vivemos no Brasil, e aqui é 
cada um por si.Quem tem grana estuda, se qualifica 
e recebe os louros. Quem não tem, ou seja, a gran-
de maioria, ou “se mata” como freelancer, levando 
calotes ou “se prostituindo” (entenda: aceitando fa-
zer serviços bem abaixo do preço), ou trabalha de 
carteira assinada recebendo um salário irrisório. 
Já aquele pobre coitado que escolhe ganhar a vida 
como Motion Designer ou Designer 3D tem que se 
virar para arrumar grana e se mandar do país, pra 
tentar a sorte em terra estrangeira. Poucos, como o 
diretor Carlos Saldanha (A era do Gelo, Robôs, etc.) 
conseguem a Glória. Muitos ficam pelo caminho e 
voltam frustrados, ou ficam por lá e tentam ganhar 
a vida em outra profissão.
Resumidamente, muito pouco se avançou 
por aqui nos últimos 10 anos. Mas nem tudo é tris-
teza e sofrimento pra quem opta por esta profis-
são no Brasil. Há alguns anos, eu diria dos últimos 
cinco anos pra cá, uma verdadeira revolução se 
O design no Brasil na última decada
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Toronto Yonge-Dundas Square 
Este é Yonge-Dundas Square de Toronto, o 
que faz lembrar de Times Square em NY.
Im
agem
: Stux
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36 • Edição 05
iniciou no país, e uma popularização da profissão 
começou a ser construída, justamente com o sur-
gimento de várias instituições de ensino voltadas 
para a área. Isso tem trazido a esperança de que 
o design “ganhe as ruas” e deixe de ser encarado 
pela maior parte da população como “coisas de 
computador”. Só a popularização da profissão po-
derá trazer à população o devido esclarecimento, 
e naturalmente, a valorização devida desta profis-
são tão importante (e do seu profissional). E pare-
ce que já há pessoas e instituições sérias que estão 
atentando para este fato. Nos últimos anos, graças 
a proliferação dos cursos voltados para a área e a 
ajuda do “boom” das mídias sociais, o tema tem 
sido cada vez mais abordado e proliferado, com 
uma infinidade de blogs, fan pages e publicações 
que tem impulsionado a popularização do tema. 
Faltam ainda políticas que visem o acesso aos cur-
sos para as pessoas de baixa renda, e é aí que esta 
“Revolução” tem encontrado entraves. 
Im
agem
: Design U
niso
Alexandre Wollner palestrando no
UDesign 2010, em Sorocaba.
O design no Brasil na última decada
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No design gráfico, por exemplo, há quem 
acredite que se deve priorizar a qualidade do pro-
fissional, valorizando as instituições que oferecem 
formação superior. Isso é válido, mas foge da rea-
lidade do nosso país. Com isso, o que acontece é 
que, devido à falta de políticas públicas, o estudan-
te de design menos favorecido fica refém de cursos 
livres, que prometem uma formação profissional, 
mas muitas vezes, os próprios professores destas 
instituições sequer tem formação, e o aprendizado 
destes alunos fica defasado, além de serem rejeita-
dos pelo mercado de trabalho.
Por outro lado, a popularização traria um 
acesso maior destes estudantes ao ensino superior, 
e consequentemente, um aumento significativo de 
profissionais qualificados no mercado. 
A situação do design no Brasil hoje é de uma 
profissão elitizada demais, de difícil acesso ao mer-
cado de trabalho, sem apoio do governo e sem uma 
estrutura, sem uma linha de desenvolvimento. O 
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38 • Edição 05
resultado disso se vê nítido nas 
ruas: Peças publicitárias de gosto 
duvidoso, sem qualquer funda-
mento ou princípio básico, fei-
tas por curiosos ou “sobrinhos”, 
encomendadas por pessoas que 
não fazem a mínima ideia do que 
seja design, ou da importância e 
benefício que ele pode trazer ao 
seu negócio.
A área melhor desenvol-
vida do design no Brasil é sem 
dúvida a do design industrial. 
É onde se concentram a maior 
parte das vagas e dos profissio-
nais oriundos das faculdades. E 
também é onde se concentram 
os melhores salários do ramo. Já 
o design gráfico e as áreas volta-
das para o entretenimento ainda 
estão engatinhando. 
Ao lado, listamos as prin-
cipais instituições de ensino de 
design no país, segundo o GUIA 
DO ESTUDANTE:
(GO) Goiânia - UFG
(MG) Belo Horizonte – UEMG
(RJ) Rio de Janeiro – PUC-Rio
(RJ) Rio de Janeiro – UERJ
(AM) Manaus – Fac Fucapi
(BA) Salvador – Unifacs
(DF) Brasília – UnB
(PA) Belém – Uepa
(PB) Campina Grande – UFCG
(PE) Recife – UFPE
(PR) Curitiba – PUCPR
(RJ) Rio de Janeiro – ESPM-RJ
(RJ) Rio de Janeiro – UFRJ
(RS) Porto Alegre – ESPM-Sul
(RS) Porto Alegre – UniRitter
(SC) Florianópolis – Udesc
(SP) Bauru – UNESP
(SP) São Paulo – Belas Artes
(SP) São Paulo – ESPM-SP
(SP) São Paulo – FAAP
(SP) São Paulo – Mackenzie
(SP) São Paulo – SENAC-SP
FACULDADE ESTRELAS
O design no Brasil na última decada
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Outubro 2014 • 39
Design Magazine Brasil
Im
agem
: fredsharples
Há ainda uma infinidade de cursos livres, mas 
pela dificuldade de investigar e separar “o joio do 
trigo” preferimos não listá-los. 
Se você ainda é um curioso no tema e está 
lendo esta matéria para se aprofundar mais no as-
sunto, e tem planos de seguir esta carreira, nossa 
orientação é que você, caso não possa pagar os pre-
ços caros que as faculdades cobram e opte por um 
curso livre ou técnico, que você procure pesquisar 
bastante e conhecer a fundo a instituição em que 
você pretende ingressar. E mais do que isso: Não 
desista do seu sonho. Apesar de todas as dificulda-
des, apesar da falta de conhecimento da população 
e da falta de estrutura da profissão no Brasil, vale 
a pena encarar essa briga e se tornar um designer. 
Há uma tendência de que as coisas melhorem da-
qui pra frente. Resta se apegar a esta esperança, 
arregaçar as mangas e partir pra luta, pois poucas 
profissões causam tanta satisfação pessoal. Se tiver 
talento, vai em frente!
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40 • Edição 05
Entrevista com Bernardo Clarkson
Apaixonado e especializado em design editorial, 
grids, proporções e minimalismo. Trabalha na 
área desde 2008. Atualmente atua como designer 
gráfico e editorial na Diocese de Duque de Caxias.
Hebert 
Tomazine
Arte da vitrine: Bernardo Clarkson.
“Todo produto tem uma história
por trás dele, resta a você,
como designer, saber “ler”
e entender cada produto”.
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Outubro 2014 • 41
Design Magazine Brasil
Por que ser designer?
Bernardo Clarkson Lebreiro é um designer 
brasileiro, 29 anos, nascido em Niterói, Rio de Ja-
neiro, formado em Desenho Industrial/Projeto de 
Produto pela PUC-Rio.
Bernardo nos conta que desde criança sem-
pre foi muito curioso, desmontava de tudo para 
ver como funcionava, desde uma simples caneta 
até um rádio, e por causa de sua timidez somada 
a sede do conhecimento, sempre procurava saber 
as coisas por conta própria. Também adorava dese-
nhar com muitos detalhes, pois era muito observa-
dor do mundo a sua volta. 
Concluiu todo o ensino fundamental e mé-
dio no Centro Educacional de Niterói, que ele nos 
conta ser uma escola muito “mente aberta”, por ser 
uma escola experimental, teve aula de marcenaria, 
elétrica e artes, isso o incentivou e estimulou muito 
sua criatividade. 
Sempre observador, gostava de enxergar os pro-
dutos de forma diferente, questionando e tentando 
entender porque foram feitos daquela maneira.
Bernardo lembracom saudosismo que ado-
rava ajudar seus pais a montar e instalar produtos 
novos para casa, pelo fato de seu pai ser engenheiro 
e sua mãe estilista, sempre foi influenciado por eles, 
os quais até hoje são suas principais influências, por 
seus talentos e entusiasmos. Através deles, mesmo 
sem perceber inicialmente, aprendeu muito sobre 
criação, produção e empreendedorismo. Bernardo 
se define como uma mistura de seus pais, e por isso 
escolheu o curso de desenho industrial.
Foto: Arquivo Pessoal
Slimme Keuken
Acomoveis - Mesa IPAD Ricardo Eletro2
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42 • Edição 05
Entrevista com Bernardo Clarkson
Os projetos de Bernardo possuem uma ten-
dência por traços mais intuitivo, funcionais e sim-
ples, mas isso se altera dependendo do projeto, não 
possuindo um único estilo de criação. Ele primeira-
mente analisa o público que ira interagir com aque-
le produto, e em cima disto o projeta, “Afinal, todo 
produto tem uma história por trás dele, resta a você, 
como designer, saber “ler” e entender cada produto”.
Bernardo não se considera especialista em 
alguma vertente ou estilo, prefere saber um pouco 
de tudo e estar sempre informado e atualizado so-
bre diferentes tipos de processos, materiais e etc. 
Em cada novo projeto, procura sempre acompa-
nhar todo o processo de criação, para ter certeza 
que está tudo correndo bem, o que acarreta ser um 
constante aprendizado. 
Além da forte influência de seus pais, Ber-
nardo cita suas principais referencias na área do 
design: “Gosto dos cuidados e os detalhes que o 
Jonathan Ive coloca em seus produtos (além do 
“pensar fora da caixa” e a coragem, é claro); A com-
plexidade e leveza dos “monstros” de Theo Jan-
sen; O simbolismo da funcionalidade de James 
Dyson; Os produtos simples/geniais e muito bem 
feitos da Joseph Joseph. Os clássicos da Braun, 
Smart, IDEO, Karim Rashid e etc. Enfim, muitos! 
Interesso-me muito em desenho automotivo, do 
peso que o design tem na concepção dos automó-
veis. Gosto de buscar inspiração em outras áreas 
também como a arquitetura de Santiago Calatrava 
e Oscar Niemeyer. Nas horas vagas gosto muito de 
desenhar e tenho Salvador Dalí e Escher como ins-
piração desde criança”.
Estilo e Influências
Foto: Arquivo Pessoal
Limine
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Outubro 2014 • 43
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Feelin Rio
Bernardo acha graça do fato de que os pro-
jetos que ele considera serem os mais importantes 
para sua carreira, foram os que tiveram menos re-
percussão. Nestes projetos ele obteve grandes res-
ponsabilidades, e são os de maior complexidade, o 
que lhe fez virar diversas noites e finais de semana 
trabalhando para entregá-los no prazo. Mas estes 
mesmo projetos o fizeram perceber que estava no 
caminho certo, que era realmente capaz e tinha es-
colhido a profissão certa, além de terem sido força 
de seu crescimento profissional. 
Projetos
Bernardo considera todos seus projetos impor-
tantes por terem sido fonte de experiências e aprendi-
zados, incluindo os muitos projetos que virão, mas en-
tre seus muitos projetos ele destaca: “Gosto de todos os 
projetos que pude participar quando trabalhei na Cle-
ver Pack. Pude aprender muito com o Dieff Araújo (de-
signer) e o dono da empresa Claudio Patrick sobre pro-
dução, inovação, sustentabilidade e a maneira como 
ele enxerga o design, desde a concepção, passando 
pela ergonomia, forma, função, patentes, ao descarte 
(ou não) de cada produto. Mas, por mais que na Clever 
Pack tivemos muitos produtos premiados, eu tenho 
como projetos preferidos os que pude realizar com um 
coletivo formado apenas por amigos, como o Escorre-
dor Feel’in Rio (finalista no Idea Brasil) e a luminária Li-
mine (finalista no Salão Design deste ano)”.
Bernardo almeja ter um estúdio de criação volta-
do para área de produtos domésticos, ou focado ape-
nas em produtos para cozinha, que é uma área em que 
ele possui grande apreço. Ano que vem pretende fazer 
um curso de especialização em business. No momento, 
Futuro
Mensagem para os leitores
está começando um negócio em parceria com amigos, 
voltado à impressão de objetos 3D, que deve ser lança-
do em breve. 
Foto: Arquivo Pessoal
“Gostaria de agradecer à Design Magazine 
Brasil pela oportunidade, espero que tenham 
gostado e qualquer dúvida ou se quiser entrar 
em contato: bernardo.clarkson@gmail.com ou 
behance.net/bernardoclarkson Grande abraço 
a todos!”
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