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Design Magazine 06

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Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
2 • Edição 06
Editorial
Diretor e fundador da Design Magazine Brasil. 
Atua com design desde 2010. Focado em direção 
de projetos, mas também domina outras áreas 
do design.
Lucas 
Fernandes
Nessa mesma área de editorial eu comecei 
o ano de 2014, declarando o retorno da Design 
Magazine Brasil, que havia ficado parada por vá-
rios meses (a edição 00 foi lançada em agosto 
de 2013 e a 01 apenas em fevereiro de 2014). Na-
quela época eu nem imaginava que pudéssemos 
crescer tanto. Um bom exemplo disso é nossa pá-
gina no Facebook, que em janeiro possuía menos 
de humildes 400 curtidas, e hoje já tem quase 17 
mil fãs, não só do Brasil, mas do mundo todo. E 
eu acredito que isso é apenas o começo.
Nós ainda temos muito o que crescer, e es-
pero que possamos fazer isso junto com os desig-
ners e outros profissionais criativos brasileiros, 
que tem grande potencial e determinação.
Parafraseando o que eu disse no editorial da 
edição 02, “o designer deveria estar em tudo”. Eu 
acredito que o profissional do design ainda tem 
que conquistar muito do seu espaço por aqui, e 
espero poder ver e fazer parte disso junto com a 
minha equipe.
Estamos preparando coisas novas para o 
futuro, vocês saberão mais sobre isso em breve, 
eu espero. Por enquanto, aproveitem a nossa 
última edição desse ano e, se possível, aprovei-
tem a época de festas para descansar e recarre-
gar as energias.
O ano de 2014 foi bom e espero que 
2015 seja ainda melhor. Boas festas e até o 
ano que vem.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
VENHA E DESCUBRA
FLORIANÓPOLIS
DE 15 DE MAIO A
12 DE JULHO DE 2015
Visite as exposições, workshops, 
seminários nacionais e internacionais, 
e outros eventos de design que 
tomarão conta da cidade.
Cia Aérea OficialApoio InstitucionalCo-realizaçãoRealizaçãoIncentivo
Iniciativa
®
Revista Oficial Patrocínio
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anuncio_revista_DM_A4_pt.pdf 1 08/12/14 10:02
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
4 • Edição 06
Sumário
Minimalismo: menos é mais
Pág. 08
Economia e moda
Pág. 22
ColorADD
Pág. 34 
Place branding
Pág. 14
Palácio da Alvorada
Pág. 28
Design versátil com Renato Saes
Pág. 42
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 5
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
6 • Edição 06
Créditos
Diretor
Capa
Revisão
Logotipo
Site
Email
Redes Sociais
Projeto gráfico
Diagramação
Ilustrações
Idealizadores
Redatores
Lucas Fernandes
Beatriz Vieira
Juliana Teixera
Lourrane Alves
Elementoa À Solta
designmagazine.com.br
lucas@designmagazinebrasil.com.br
facebook.com/revistadesignmagazine.br
twitter.com/DMBr_Oficial
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Thiago Seixas
Vitor Cardoso
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Douglas Silva
Hebert Tomazine
Leandro Siqueira
Wendel FragosoDiego Gomes
Douglas Silva
Gilberto Ferreira
Leandro Siqueira
Lucas Fernandes
Hebert Tomazine
Isabelle Soares
João Valle
Thiago Seixas
Tiago Krusse
Vitor Cardoso
Edição #06 - Dezembro/2014
 A Design Magazine Brasil é uma revista digital derivada da Design Magazine de Portugal.
O conteúdo textual e imagético da revista pertence aos seus respectívos autores e não 
pode ser reproduzido sem autorização prévia.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 7
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
8 • Edição 06
Minimalismo: menos é mais
Apaixonado e especializado em design editorial, 
grids, proporções e minimalismo. Trabalha na 
área desde 2008. Atualmente atua como designer 
gráfico e editorial na Diocese de Duque de Caxias.
Hebert 
Tomazine
Arte da vitrine: Hebert Tomazine.
“É vital destacar o que realmente 
é importante, ao ponto de tornar 
todo o restante irrelevante.”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 9
Design Magazine Brasil
Sendo um dos movimentos artísticos e cultu-
rais mais importantes do século XX e início do sécu-
lo XXI, o minimalismo se tornou não o mais popular, 
mas o movimento adotado em mais campos do 
que qualquer outra tendência do design. A razão é 
desconhecida, sendo de fato ele mais conceitual do 
que um estilo visual, não é chamativo, mas possui 
forte influência, difundido principalmente nas artes 
visuais, design e na música.
No século XX, ocorreram três grandes ten-
dências que podem ser chamadas de minimalistas: 
construtivismo, vanguarda russa e modernismo.
O design minimalista possui diversas influên-
cias, algumas delas são: a simplicidade do design 
tradicional japonês, e do movimento artístico “De 
Stihl” (O Estilo), que tem como base a simplicidade 
e abstração, reduzindo projetos à sua forma essen-
cial, valores, formas e cores primárias.
Influências
Im
agem
: decorativedecorideas.com
Design tradicional japonês, shouji.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
10 • Edição 06
Im
agem
: lissongallery.com
O arquiteto Ludwig Mies van der Rohe 
definiu o estilo como “menos é mais”, e o de-
signer BuckminsterFuller como “fazer mais 
com menos”. 
Possui como característica o mínimo de 
recursos e elementos, omitindo informações e 
elementos desnecessários. Limita-se ao uso de 
cores, utilizando um alto nível de contraste para 
facilitar a legibilidade. Destacando formas geo-
métricas simples e repetidas, dando foco ape-
nas no essencial. Espaços sem preenchimento 
são uma forte característica do minimalismo.
Evita o uso de informações textuais, 
mas quando necessário, são utilizadas tipo-
grafias simples com um alto nível de legibili-
dade, geralmente sem serifas. Não possui um 
alinhamento definido, mas sempre se utiliza 
de arranjos legíveis.
Características
Referências
Uma dica importante é remover elementos 
até um passo antes que o projeto pare de “funcio-
nar” ou ser compreendido. Este teoricamente é o 
ápice do design minimalista.
Minimalismo: menos é mais
Uma fonte interessante de referência e 
para maior conhecimento sobre o assunto é o 
blog (em inglês) Minimalissimo (minimalissimo.
com), um blog focado em diversas categorias do 
design minimalista, incluindo arte, arquitetura, 
design gráfico e design industrial.
Eu particularmente me apaixonei pelo blog, 
é uma ótima fonte de referências e tendências 
dentro deste tema, principalmente por fugir da 
atual overdose de ‘cartaz minimalistade tudo’, 
que eu também sou usuário. Sendo o minimalis-
mo muito mais do que isso. Essa frase chega a ser 
cômica pelo conceito do movimento, ou não.
Por Robert Mangold
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 11
Design Magazine Brasil
Im
agem
: dem
ilked.com
Design Magazine Brasil
“Minimalist Black and White Photography”
por Hossein Zare
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
12 • Edição 06
Minimalismo: menos é mais
O conceito minimalista é uma atual tendência 
para web design e aplicativos. No passado, o foco era 
em sites com ilustrações chamativas e animações, 
que supostamente impressionavam os visitantes. 
Depois, veio uma mudança que tentou trazer a vida 
real para a tela, com texturas realistas, sombras e ca-
racterísticas reais dos objetos. Hoje o foco se opõe a 
todas estas técnicas de design “artificiais”, em favor 
de uma estética digital mais simplificada e clássica. 
É dito que um dos principais aspectosque tor-
nam um site minimalista é utilizando em sua cons-
trução poucas cores e inserindo poucos elementos 
em suas páginas, o conteúdo, por ser o mais impor-
tante, deve ter destaque e ênfase, e tudo isso d eve 
contribuir para que o usuário tenha uma navegação 
mais intuitiva, encontrando aquilo que precisa rapi-
damente, fazendo com que sua experiência seja a 
melhor possível. 
Creio que a melhor maneira para identificar 
o conceito minimalista na web e em aplicativos, 
são os layouts limpos, de fácil navegação, intui-
tivos, com uma diagramação milimétricamente 
organizada, transmitindo uma sensação de nave-
gação agradável ao usuário, onde o conteúdo é o 
mais importante.
O background não é mais importante que a 
informação. Se algo não é relevante, simplesmen-
te não precisa estar lá, mas o que muito se vê pela 
web são planos de fundo confusos e esteticamente 
desagradáveis, texturas fortes, que atrapalham a 
leitura e cansam mais rapidamente a visão do usuá-
rio. Em geral, elementos que diminuem o tempo de 
permanência e que acabam com o desejo do usuá-
rio de retornar aquele site. Simplicidade é a chave.
Um fato interessante do movimento minima-
lista e obviamente pelo tamanho da internet é que 
cada web designer trabalha de maneira diferente 
do outro, dependendo de sua formação, gerando 
vários tipos diferentes de minimalismo. O que é óti-
mo para a criação e para o movimento, mas impos-
sibilita classificar um padrão. 
Tendência
Im
agem
: pixelbot.ro
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 13
Design Magazine Brasil
Dissidência: Flat Design
O ‘flat design’ é uma estética visual dissidente 
do minimalismo, que ao pé da letra significa ‘design 
plano’, podendo ser aplicada em qualquer layout. 
Em termos de interface, tem como principal carac-
terísticas a redução de efeitos e de tudo que possa 
poluir e causar interferência visual.
O conceito do flat design tem relação com 
a ideia de não se utilizar elementos que simulem 
tridimensionalidade, mantendo a simplicidade 
e privilegiando a informação. Com o uso de cores 
chapadas e bons contrastes, e sem a utilização de 
recursos como sombras e gradientes, temos ele-
mentos visuais minimalistas mais extremos.
Em um site eficaz com base nos conceitos 
flat design, todos os elementos devem ser cen-
trados sobre a ideia de simplicidade e função do 
elemento. Com elementos sólidos e cores vivas 
dando a ênfase necessária para separá-los, forne-
cem um ambiente limpo e nítido, texto conciso e 
direto, elementos de interface com botões e links 
claros e perceptíveis. Tudo deve ser projetado com 
o mesmo objetivo para criar um projeto visual e 
funcional coeso.
O ideal, como sempre, é ter bom senso, tendo 
em mente que, não é porque está em evidência, que 
esse estilo deve ser aplicado em qualquer projeto.
Embora o mundo esteja seguindo a tendên-
cia do liso, o design não vai ser plano para sempre. 
Depois do nivelamento radical, provavelmente va-
mos ver o retorno cuidadoso da dimensionalidade 
onde ela for realmente necessária.
Im
agem
: unitydes.com
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
14 • Edição 06
Place branding
Designer gráfico e de produto, apaixonado por 
artes e futebol. Buscando conhecimento e expe-
riências, para um dia poder ser uma referência e 
inspiração para os novos designers.
Thiago 
Seixas
Arte da vitrine: Douglas Silva.
 “Apesar do recorrente interesse 
acerca do assunto, é preciso ter 
em mente que o desenvolvimento 
da marca de um lugar não é uma 
tarefa simples e rápida.”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 15
Design Magazine Brasil
No dia dezoito de outubro aconteceu no 
Instituto Europeu di Design do Rio de Janeiro o 
Directions, evento que reuniu diversas autorida-
des do campo do place branding. O desenvol-
vimento de marcas para cidades e países vem 
ganhando relevância e notoriedade, atraindo 
atenção de diversos órgãos públicos e privados, 
que muitas vezes se juntam para realizar pro-
jetos que tragam benefícios sócio-econômico 
para o lugar.
A abordagem do place branding dentro do 
design não é um assunto novo, porém vem sen-
do cada vez mais discutido e desenvolvido nos 
últimos anos, todavia no mundo globalizado em 
que vivemos hoje, cidades modernas disputam 
entre si pela atenção de investidores, turistas e 
grandes eventos. Governos vêm tomando cons-
ciência dessa movimentação e buscam por es-
pecialistas que possam desenvolver novas es-
tratégias para suas cidades e países.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
16 • Edição 06
“Portanto, o place 
branding é um 
campo enorme para 
ser explorado e os 
designers têm um 
papel fundamental 
dentro dele.”
 Representando o interesse público neste 
assunto, o Directions foi aberto com a palavra do 
ministro do turismo Vinicius Lages, que mostrou 
o interesse do governo brasileiro em investir de 
uma maneira incisiva nesta área. Ele deixou bem 
claro que o governo brasileiro tem como objetivo 
desenvolver uma estratégia para que o próprio 
povo conheça mais o seu país e valorize suas di-
versas culturas, além disso, querem repensar for-
mas para atrair mais turistas. Vinicius frisou que 
para alcançarmos o sucesso de outros países, 
precisamos transpor a barreira partidária que faz 
com que as estratégias mudem toda vez que no-
vos governantes assumam o poder.
Apesar do recorrente interesse acerca do 
assunto, é preciso ter em mente que o desenvol-
vimento da marca de um lugar não é uma tarefa 
simples e rápida. É necessário compreender que 
o place branding não é apenas a criação de um 
logotipo ou de um slogan. Criar a marca de um 
lugar vai muito além disso. Ela exige um grande 
estudo, diversas estratégias e, principalmente, 
Place branding
“PEOPLE MAKE GLASGOW”, 
marca oficial da cidade de 
Glasgow, na Escócia.
Im
agem
: Thom
as N
ugent
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 17
Design Magazine Brasil
objetivos muito claros. Desenvolver um projeto 
em longo prazo também é um dos requisitos para 
se criar uma marca de sucesso. 
O branding de lugares assemelha-se ao 
branding para empresas, ou produtos. Raquel 
Goulart, diretora de branding da agência Sara-
vah, diz que é preciso estar muito atento a ima-
gem do lugar e, também, a reputação que ele está 
passando. Raquel também é professora do curso 
de Place branding do Instituto Europeu di Design 
do Rio, e faz parte do Best Place Institute, uma 
sociedade de especialistas que se uniram para 
desenvolver pesquisas e estudos no campo do 
branding e marketing para lugares. Em sua pa-
lestra no Directions, Raquel chamou a atenção 
para a importância da marca não tentar agradar 
e atingir a todos, é necessário entender qual é a 
ambição do lugar e com isso definir os objetivos 
claramente. Outro tópico levantado por ela foi o 
sentimento de afeição que os cidadãos desen-
volvem pelo local em que moram e visitam. O elo 
afetivo que une as pessoas ao local é crucial para 
que os projetos de branding para lugares sejam 
bem sucedidos. Fazer com que o cidadão repen-
se o que é dele e qual é o seu papel com relação à 
sociedade também é a função do place branding.
A marca de um lugar é seu DNA, como diz 
Paul O’Connor, diretor executivo do World Busi-
ness Chicago. É a sua essência, é aquilo que passa 
de geração para geração, de uma forma autêntica 
e que a diferencia dos outros lugares. Cada lugar 
tem seu valor, seu significado, suas histórias e suas 
expectativas.Dentro deste contexto, outro pales-
trante do Directions, o geógrafo urbano Martin 
Ministro do Turismo Vinícius Lages
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
18 • Edição 06
Boisen, diz que são esses aspectos que carregam 
a reputação do lugar para além de suas fronteiras. 
Martin foi consultor de mais de cinquenta projetos 
pela Europa e também é membro do Best Place 
Institute. Martin diz que ações falam mais alto do 
que um logotipo, um dos segredos para o sucesso 
de uma marca é engajar as pessoas, fazendo com 
que eles participem do projeto e ajudem a espa-
lhar as ideias. 
Falando sobre isso, um ponto extremamen-
te relevante é a devida atenção que um projeto 
de place branding deve dar aos seus stakeholders 
(todas as partes que possuem algum interesse no 
projeto). Pensar nos cidadãos, visitantes, órgãos, 
empresas e todos aqueles que têm uma conexão 
com o lugar é primordial, pois são para eles que a 
“I amsterdam”, marca oficial 
da cidade de Amsterdã, nos 
Países Baixos.
Place branding
Im
agem
: Jos van Zetten
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 19
Design Magazine Brasil
marca será desenvolvida. Saber sobre a diferença 
entre o objetivo da marca e a percepção do lugar 
por seus stakeholders é a chave para o desenvol-
vimento de uma estratégia coerente. 
Um bom exemplo disso é o caso da Colôm-
bia, que recentemente desenvolveu uma nova 
marca, que levou em conta a participação de 
todos como investidores, tanto o público-alvo de 
fora do país, quando os próprios moradores. Assim 
eles diminuíram a diferença entre aquilo que que-
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
20 • Edição 06
riam transmitir para o mundo e a realidade do pon-
to de vista interno. O resultado disso foi uma nova 
representação gráfica que transmite toda a riqueza 
e diversidade do país, tanto a tangível como a in-
tangível, e uma estratégia que mostra para todo o 
resto do mundo que a Colômbia possui inúmeros 
aspectos positivos, e convidando-os a conhecê-los. 
Assim a Colômbia se posta diante dos outros países 
como a resposta para o destino de turistas e investi-
dores, e evoca de sua população um sentimento de 
orgulho e amor pelo seu país. Com objetivos claros 
e técnicas bem definidas, a Colômbia já colhe bons 
frutos de seu place branding. 
Portanto, o place branding é um campo 
enorme para ser explorado e os designers têm 
um papel fundamental dentro dele. É importan-
te perceber que o branding de lugares vai muito 
Ana Lycia Gayoso - Rio Eu Amo Eu Cuido
Place branding
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 21
Design Magazine Brasil
além da imagem, porém este é, sem dúvidas, um 
aspecto fundamental. Os projetos bem sucedi-
dos provam que o desenvolvimento da marca de 
um país ou cidade traz inúmeros benefícios, dos 
quais os principais são o crescimento econômi-
co e uma ligação mais positiva das pessoas com 
o lugar. Logo, pesquisar, discutir e difundir o co-
nhecimento desta nova abordagem é de extrema 
importância para progredirmos na área, aumen-
tando o número de casos de sucesso, trazendo 
assim mais notoriedade e confiança por parte 
dos governos, das organizações e da sociedade 
como um todo.
Rio Eu Amo Eu Cuido - Aplicação
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
22 • Edição 06
 “[...] a moda, por sua vez, 
proporciona emprego para 
aproximadamente dois milhões de 
pessoas [...]”
Economia e moda
Designer de moda com foco por artes. Apaixonada pela 
anatomia humana e pela utilização do mesmo como 
tela para seus trabalhos. Ama a moda por ser a forma 
mais comum das pessoas transmitirem quem são.
Isabelle 
Soares
Arte da vitrine: Douglas Silva.
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 23
Design Magazine Brasil
Como matéria de estréia, gostaria de iniciar 
falando sobre a importância da moda na economia 
brasileira, como algo tão superficialmente relata-
do move a vida de tantas pessoas, que, entretanto, 
nem sempre estão relacionadas diretamente com a 
moda: os consumidores. O que se esconde por trás 
do glamour das passarelas e dos editoriais de moda 
das revistas e internet, e o que isso verdadeiramen-
te representa. Qual a importância da segmen-
tação de mercado no mundo da moda, como o 
comportamento do consumidor influencia na 
projeção das marcas?
A moda está presente na vida de todos, é 
de consumo inevitável e completamente comum, 
isso não inclui apenas grandes marcas, grifes fa-
mosas e as mais variadas lojas de departamento, 
mas também existem num mundo desconhecido 
por nós a grande produção independente de mar-
cas e pessoas desconhecidas, a moda, por sua 
vez, proporciona emprego para aproximadamente 
dois milhões de pessoas, e segundo a ABIT (Asso-
ciação Brasileira de Indústria Têxtil) contribui para 
a economia brasileira com participação de 5% do 
PIB (Produto Interno Bruto).
Im
agem
: stevepb
Design Magazine Brasil
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
24 • Edição 06
Economia e moda
Tudo o que conhecemos que não é perecí-
vel no mundo da moda é considerado Economia 
Criativa, que também inclui outros 14 setores, 
como Gastronomia, Artesanato e Design. Econo-
mia Criativa é um conceito emergente que trata 
da interface entre criatividade, economia, cultu-
ra e tecnologia, segundo a UNCTAD (Conferência 
das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvol-
vimento). A economia também se dá a partir dis-
so, e envolve vários profissionais que trabalham 
na área. Segundo a ONU, a Economia Criativa é 
um setor responsável por 10% do PIB mundial, e 
a moda faz parte disso. Segundo dados encon-
trados no Instituto Nacional de Moda e Design, 
a Economia criativa é considerada a Terceira 
Revolução Industrial e deve movimentar US$ 6 
trilhões até 2020. Enquanto o comércio interna-
cional registrou em 2008 uma queda de 12%, o 
mercado de bens criativos e serviços continuou 
a crescer, atingindo US$ 592 bilhões no mesmo 
ano, indicando um crescimento de 14% em 6 
anos consecutivos.
Im
ag
em
: d
aB
in
si
Im
ag
em
: L
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nd
ro
 S
iq
ue
ira
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 25
Design Magazine Brasil
É muito fácil observar, o ser humano se divi-
de em várias categorias e estilos, sendo eles res-
ponsáveis pela segmentação de mercado, onde se 
criam áreas para facilitar a procura do consumidor 
pelo produto idealizado. Sendo assim, com o mer-
cado segmentado, há facilidade também para a 
indústria na hora de produzir, na opinião de vários 
atuantes na área de moda, o mesmo reduz desper-
dícios e tempo, pois o contato com fornecedores 
se torna mais hábil. O mesmo se dá ao consumi-
dor, que com praticidade saberá onde e quando 
encontrar o que precisa. 
O mercado da moda se torna com o tem-
po cada vez mais competitivo por ser uma 
área de ampla atuação, o que irá influenciar 
na compra do consumidor são fatores como 
qualidade, preço e facilitação na hora de ob-
ter o produto. As empresas, assim, decidem em 
Im
agem
: Andi_Graf 
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
26 • Edição 06
qual dessas áreas quer se destacar, portanto, a 
grande produção nem sempre é o alvo das em-
presas, produzir com qualidade pode também 
influenciar muito na hora da compra, esse fator 
depende do tipo de público que a empresa pre-
tende atender, onde mora, o que pensa, aonde 
vai e até mesmo o que come. São exemplos de 
como pesquisar quem é seu cliente.Por se tra-
tar de comportamento e identidade, a moda é 
bastante renovável, e muda assim como o con-
sumidor, o que aumenta a movimentação na 
economia. A grande produção se dá pela ne-
cessidade da indumentária e o grande desejo 
pela moda atual.
Assim, podemos observar que a econo-
mia não está apenas na produção e venda de 
roupas, os profissionais da área também são 
Im
ag
em
: m
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Economia e moda
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 27
Design Magazine Brasil
reconhecidos e apoiados em diversos progra-
mas por seu trabalho criativo e renovável. O 
que move a economia na moda não é apenas 
o seu consumo, mas toda produção, pesquisa, 
arte e criação. Hoje, por ser uma área bastante 
influente, com um crescimento muito grande 
em todo o mundo, a geração de empregos na 
área também tende a aumentar junto à indús-
tria da moda. Percebemos também a amplitu-
de que tem esse segmento, com a introdução 
ao assunto “Economia e Moda” de forma mais 
técnica, para explicar com praticidade a impor-
tância econômica dessa grandiosa área. Com 
esse crescimento, a moda ainda terá sua opor-
tunidade de atingir a maturidade, e como eco-
nomia criativa nunca entrará em declínio.
Im
agem
: w
ikim
edia
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
28 • Edição 06
Palácio da Alvorada
Estudante de arquitetura e urbanismo na Unigran-
rio, formado em técnico de design de interiores no 
Senac, apreciador de vinho e artista plástico de 
fim de semana.
João
Valle
Arte da vitrine: Wendel Fragoso.
“Em sua composição foi adotada 
uma forma simples e pura onde 
a beleza da obra decorresse 
apenas de suas proporções e 
da própria estrutura, o que num 
passado era característica de 
grandes obras arquitetônicas.”
Licenciado para Elisabete Lima, contato@soullisa.com
Dezembro 2014 • 29
Design Magazine Brasil
Nesta edição da Design Magazine Brasil, dis-
correremos sobre mais uma das obras do Arquiteto 
Oscar Niemeyer, o Palácio da Alvorada, construído 
para ser a residência dos presidentes brasileiros. 
Sua construção foi iniciada em 3 de abril de 
1957 e sua inauguração foi dada em 30 de junho de 
1958. Erguida sob o solo da então nova capital do 
Brasil, decretada pelo presidente Juscelino Kubits-
chek, Brasília tinha sido criada com o propósito de 
ser uma utopia, baseada nos conceitos socialistas, 
entretanto, na prática nunca alcançou esse propó-
sito. O palácio da Alvorada recebeu esse nome do 
próprio presidente Juscelino Kubitschek, quando 
indagado pelo nome “Alvorada” ele respondeu: “O 
que é Brasília, senão a alvorada de um novo dia 
para o Brasil?”
Im
agem
: copa2014.gov.br
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30 • Edição 06
O palácio começou a ser executado antes 
mesmo de aprovado o Plano Piloto do urbanista 
Lúcio Costa. Em sua composição foi adotada uma 
forma simples e pura onde a beleza da obra decor-
resse apenas de suas proporções e da própria es-
trutura, o que num passado era característica de 
grandes obras arquitetônicas. 
O palácio está localizado numa península que 
divide o Lago Paranoá em Lago Sul e Lago Norte, 
também é um dos ícones da arquitetura moderna 
no Brasil, além de ter sido símbolo do progresso 
cultural e técnico do País durante a década de 50. 
Composição Arquitetônica
Palácio da Alvorada
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Dezembro 2014 • 31
Design Magazine Brasil
Foi erguido de alvenaria, revestido com már-
more e vedado com folhas de vidro que proporcio-
nam a integração entre o ambiente interno e exter-
no. Sua estrutura é suportada por pilares internos 
que aliviam a carga suportada pelas colunas exter-
nas, que passam a ter uma função secundária, re-
cebendo apenas as cargas mais leves da cobertura 
e a da laje do passadiço perimetral, elevada de 1,50 
metros do solo. Neste trecho, a laje de cobertura não 
apresenta continuidade com a laje da parte interna, 
ela é curva e se afina em direção à borda, reduzindo 
ainda mais a carga transferida para a fachada. Nos 
pilares internos, recuados da fachada e dissimula-
dos por um invólucro externo de aço, se concentra 
a função principal do suporte. Essas mesmas colu-
nas externas em forma de parábola, cujo formato 
deu origem ao emblema da cidade, foi disposta de 
acordo com o que Niemeyer propunha, dando-se a 
impressão de leveza à edificação. 
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32 • Edição 06
O lado externo da edificação possui um lago 
que espelha o palácio dando uma impressão de 
imensidão, além de ser complementado com a es-
cultura feita em bronze, chamada de As Laras, pelo 
artista plástico brasileiro Alfredo Ceschiatti. O am-
biente interno possui 3 pavimentos, a laje do piso 
térreo localiza-se brevemente elevada em relação 
ao solo exterior, em nível coincidente com os setores 
de maior dimensão horizontal dos pilares externos, 
e é neste piso que se encontram os setores sociais 
do palácio e os salões utilizados pela presidência 
em eventos e solenidades. Pela elevação do piso 
térreo, o subsolo recebe ainda ventilação natural e 
insolação, nele localizam-se os ambientes de servi-
ços (como cozinha e almoxarifados) e os cômodos 
e dormitórios dos funcionários, além de possuir um 
auditório com capacidade para 30 pessoas e um sa-
lão de jogos. No primeiro pavimento se encontra o 
setor efetivamente residencial do palácio, no qual 
se localizam os ambientes privados usados pela fa-
mília do presidente. 
Palácio da Alvorada
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Dezembro 2014 • 33
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Após as obras de restauração, a iluminação 
disposta nos pilares do palácio possuem um efei-
to chamado “cancelamento de sombras” onde po-
sicionam-se os refletores um ao lado do outro, em 
linha, de maneira que o facho luminoso de um vai 
cancelando a sombra do outro. Foram empregadas 
lâmpadas de vapor metálico 4200K, com filtro de 
correção para elevar a temperatura de cor a 5200K, 
conhecida como “luz do dia”. Para evitar uma possí-
vel monotonia branca, as palmeiras do jardim foram 
iluminadas com lâmpadas do tipo PAR, com tem-
peratura de cor 3000K, “aquecendo” ligeiramente os 
tons da vegetação, sem exageros, para não causar 
incômodo ou parecer artificial demais.
Iluminação
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34 • Edição 06
ColorADD
Fundador e diretor da DESIGN MAGAZINE. Jorna-
lista profissional há mais de 20 anos. Sempre se 
dedicando à produção de informação sobre de-
sign, arquitetura e arte por esse mundo afora.
Tiago 
Krusse
Imagens: Cortesia de Miguel Neiva.
 “[...] e aqui o design entra no 
expoente máximo do racionalismo.”
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Dezembro 2014 • 35
Design Magazine Brasil
O que é o ColorADD?
É um código gráfico, que eu criei, que re-
presenta as cores. No fundo a ideia foi criar 
uma ferramenta que permitisse que um daltô-
nico conseguisse identificar as cores, sem vê
-las. O daltonismo é uma patologia, sem cura, 
de transmissão hereditária e que afeta maio-
ritariamente os homens. A ideia foi, depois 
de uma investigação desenvolvida durante 
oito anos, muito deste tempo com daltônicos, 
perceber se a ferramenta fazia sentido, se eles 
precisariam dela e aferir sobre os tipos das 
suas necessidades. 
Surge assim o código,que é uma lingua-
gem gráfica fundamentada naquilo que é o 
conceito adquirido, que todos nós trazemos 
da escola. No fundo foi criar algo que pudesse 
ter um processo de aprendizagem muito rápi-
do, muito intuitivo - fosse ele para uma crian-
ça de 5 anos ou para um adulto de 95 - e que 
tem por base o conceito das cores primárias. 
Nós aprendemos e testamos que existem 
as três cores primárias: o azul o vermelho e o 
amarelo, e juntando essas cores dão todas as 
outras. O que eu fiz foi procurar uma simbo-
logia gráfica que teria que cumprir uma série 
de requisitos, o código tinha de ser simples 
pois estamos falando de uma linguagem que 
pudesse ser entendida por todas as pessoas – 
não só por quem tem uma cultura visual mais 
apurada, como um designer ou um arquite-
to. O aspecto essencial era a simplicidade, a 
fim de permitir que esse código pudesse ser 
reproduzido em diferentes suportes e deriva-
ções, sem nunca perder a sua silhueta, a sua 
forma, e mais do que isso, foi ligar-se entre 
eles da mesma maneira que nós, se ligarmos 
as cores conseguimos ter o desdobramento 
da simbologia, também em outros símbolos. 
Ou seja, o amarelo mais o vermelho dá o la-
ranja e se pegarmos no símbolo do amarelo 
mais o do vermelho temos o símbolo do la-
ranja. E o processo, apenas com três elemen-
tos gráficos, consegue fazer a identificação de 
todas as cores com base no tal conhecimento 
adquirido, tornando-o assim muito mais sim-
ples de aprender e muito mais fácil de levar a 
todo o lado.
Miguel Neiva é o designer responsável pela pesquisa, criação 
e desenvolvimento do ColorADD, o sistema gráfico de representa-
ção das cores pensado para as cerca de 350 milhões de pessoas 
que sofrem de daltonismo em todo o mundo. Desde o arranque do 
projeto em 2000 até os nossos dias, esta entrevista nos deixa um 
relato de um profissional empenhado e apaixonado por uma causa 
de inclusão social para a qual ele criou uma espécie de design de 
medicamento para uma patologia hereditária que só no Brasil afeta 
9 milhões de pessoas.
Uma conversa sobre bom design
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36 • Edição 06
ColorADD
Quando é que se iniciou o processo de pes-
quisa e desenvolvimento do código?
Este projeto teve como base a minha tese de 
mestrado, iniciado em 2000, e depois de pesquisar 
percebi que nada no mundo poderia resolver, nem 
que parcialmente, esta questão do daltonismo. Esta-
mos falando de uma dificuldade que é um problema 
da sociedade, pelo fato de existirem 350 milhões de 
pessoas, 9 milhões no Brasil por exemplo, que não 
identificam corretamente as cores, sendo que 90% 
da comunicação é feita através da cor/ideia. 
Quando em 2000, numa primeira abordagem 
com médicos fiquei sabendo que não havia cura para 
o daltonismo e que era uma limitação ou uma defi-
ciência com diferentes níveis e graus e, mais do que 
isso, quando estive com os daltônicos me dei conta 
da enorme vontade deles de que existisse alguma 
coisa que os ajudasse. Arranquei com um pressupos-
to muito claro: incluir sem discriminar.
O processo extravasou logo, e logicamente 
aquilo que era uma tese de mestrado, começaram a 
ser oito anos de investigação e de desenvolvimento, 
de maneira que a ferramenta pudesse ser muito mais 
do que uma publicação enfiada numa biblioteca de 
uma universidade, e sim algo que tivesse uma aplica-
bilidade prática e que garantisse essa tal criação de 
acessibilidade e essa tal inclusão. 
Terminados esses oito anos em que fiz a pro-
teção do projeto, em que defendi a minha tese, esti-
ve um ano e meio escrevendo artigos, que são lidos 
em diversos congressos internacionais para garantir 
o reconhecimento e a acreditação da área científica. 
Isso para mim era muito importante, não era eu di-
zendo que o que tinha feito era a solução mas sim as 
pessoas com as competências e as responsabilida-
des na área validando a solução. 
Passado todo esse percurso, o projeto tornou-
se naturalmente muito mais simples de divulgar, 
muito mais simples de implementar e com gran-
de cobertura midiática, também fruto de toda essa 
publicação científica. No final de 2008, princípios 
de 2009, foi criada uma equipe para começarmos a 
trabalhar, desde aí até hoje na implementação do 
código. A implementação do código tinha de sair da 
publicação, que era a minha tese, e entrar nos produ-
tos, suportes, serviços em que a cor é um fator deter-
minante de identificação, orientação ou escolha. E aí 
estamos desde 2010, que foi a data da primeira im-
plementação do código, trabalhando com diferentes 
empresas e diferentes áreas.
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Dezembro 2014 • 37
Design Magazine Brasil
Que tipos de perturbação na incapacidade 
de distinguir as cores podem ser identificados?
Há vários tipos de daltonismo e tem tudo a 
ver com a falha dos bastonetes na retina. O pro-
blema do daltonismo é na zona da retina, em que 
estão os bastonetes, são esses elementos que nos 
direcionam aos três cones que temos e os cones 
consequentemente emitem um sinal ao cérebro 
que nos permite identificar as cores. O daltonismo 
é a falha desses bastonetes. 
Os diferentes tipos de daltonismo que exis-
tem dependem da quantidade de bastonetes que 
falham, e nós temos 125 milhões deles em cada 
olho. Depende também da zona onde eles falham. 
O que eu quero dizer com isto é que, por exemplo, a 
maior parte dos daltônicos faz a confusão entre ver-
des e vermelhos e tudo que anda à volta disso, pois 
quanto mais falharem, mais isso se alastra aos tons 
castanhos, aos laranjas, e esta tipologia é designada 
por deuteranopia. Precisamente porque nós temos 
o canal do verde e do vermelho no cromossoma x. O 
azul está no cromossoma sempre. O cromossoma x 
se teve uma limitação ou uma deficiência vai afetar 
esses dois canais de cor. 
Mas há outros tipos, a tritanopia que afeta a 
zona do espectro do azul e do amarelo. Curiosamen-
te no estudo que eu fiz com os daltônicos havia um 
que dizia que tinha um carro azul banana, pois para 
ele a cor da banana e a cor do mar eram exatamente 
vistas da mesma maneira. 
Dos 350 milhões de daltônicos 2% são mono-
cromáticos, são pessoas que vêem o preto e o bran-
co e que não têm nenhum elemento que possa fazer 
essa informação direta aos cones. Curiosamente co-
nheço alguns e ainda mais raro algumas mulheres, 
porque uma mulher também pode ser daltônica.
Quem é mais afetado por esta doença?
Os mais afetados são os homens, porque a 
questão está no cromossoma x. A mulher, como 
tem dois cromossomas x se receber do pai o cro-
mossoma, torna-se apenas portador, pois um x 
compensa o outro.
É uma doença congênita e hereditária?
Certo, embora possa ser adquirida por proble-
mas de diabetes, tiroide ou por consumos excessivos 
de drogas. Tudo aquilo que pode degenerar proble-
mas de visão consequentemente de acuidade visual, 
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38 • Edição 06
ColorADD
acaba se refletindo na acuidade visual à cor, mas es-
ses valores que falamos derivam de transmissão he-
reditária. Na relação, é um para cada dez no caso dos 
homens e uma para cada duzentas mulheres.
Este código de cores foi pensado para ser 
implementado em que tipos de situações?
Qualquer situação, desde que nós as inter-
pretemos como uma vertente, e aqui o design en-
tra no expoente máximo do racionalismo. Um dal-
tônico não vê um pôr-do-sol igual a uma pessoa 
que não o seja, mas aí o código não traz a solução 
porque não se vai colocar os símbolos na nature-
za. Sempre quea cor é um fator de identificação, 
orientação ou escolha, quer seja de um produto, 
uma peça de vestuário, lápis de cor, linhas dos ma-
pas de transportes ou outras situações, essa trans-
versalidade é total e já a testamos, aí o código faz 
sentido porque o daltônico precisa de ser orienta-
do para a cor. Ele não vai vê-la mas ele precisa sa-
ber onde está a linha amarela, qual o lápis laranja 
ou a camisola verde.
Até ao momento quais têm sido os maiores 
exemplos da aplicação deste código?
São muitos e todos eles são relevantes, pois 
a grande preocupação que tive com este projeto 
foi testar a sua transversalidade. Uma das mais 
emblemáticas implementações do código é in-
questionavelmente a dos lápis de cor. Porque os 
lápis de cor representam a sua utilidade efetiva, 
que é pintar com uma determinada cor, porque 
faz uma ligação às crianças e porque está envol-
vido em todo um processo de pedagogia e edu-
cação. Agora se houver um daltônico para quem 
esta aplicabilidade não seja importante, acabo 
por não ter relevância. 
Daí o nosso enfoque ser na transversalidade 
e por conseguinte, isso resulta que todas as imple-
mentações sejam importantes, mas os exemplos 
com mais destaque são os lápis de cor, ao nível da 
educação, a sua aplicabilidade em manuais esco-
lares, exames nacionais, etc. E neste capítulo da 
educação há a intenção de equipar as bibliotecas 
escolares com a simbologia, porque segundo as 
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Dezembro 2014 • 39
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normativas da Unesco a cor é um fator relevante 
para a identificação das diferentes temáticas. 
Uma outra área é a da saúde, em que a cor é 
importante e o código já é utilizado nos fármacos 
hospitalares. No setor dos transportes, com a utiliza-
ção nos mapas metropolitanos, onde a cor segundo 
testes já publicados e conclusões comprovadas é de 
fato, o elemento de identificação das linhas. No ves-
tuário, onde 90% dos daltônicos precisam de ajuda 
para comprar roupa e em casa têm a necessidade 
do código para decidir na escolha de indumentária 
que fazem no seu dia-a-dia. Neste setor do vestuário 
o código já está presente em 30 milhões de peças de 
roupa que são vendidas por todo o mundo. Na área 
financeira, em que a cor sublinha a importância dos 
valores e dos riscos, com uma espécie de semáforo 
de cores utilizando o código. Na área alimentar, onde 
o semáforo nutricional ajuda a perceber se os pro-
dutos têm muitas calorias, sais, açúcares e gorduras. 
Em parques de estacionamento, em contentores de 
recolha seletiva de resíduos. A transversalidade da 
aplicabilidade do código é plena.
Qual tem sido a reação dos daltônicos a esta 
solução para a sua incapacidade visual?
Isso tem sido muito gratificante para mim e 
para toda a equipe que trabalha no código porque 
a reação é impressionante. Por exemplo, ainda há 
poucos dias recebi um email de uma mãe na Argen-
tina que soube que uma universidade estava de-
senvolvendo um estudo e uma investigação sobre 
o ColorADD e por isso nos informava que o seu filho 
se disponibilizava para fazer parte dessa iniciativa. O 
impacto é incrível e motivador, no fundo eles recebe-
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40 • Edição 06
ram uma ferramenta que não têm que pagar por ela 
e que lhes permite preservar a sua condição pois não 
têm que se expor. Este pormenor foi importante e as-
sumido desde o início, preservar e proteger a pessoa 
que tem essa incapacidade de distinguir as cores, 
até porque há casos de bullying e de discriminação 
social. E ainda tem as diversas associações de dal-
tônicos, nacionais e estrangeiras, que todos os dias 
nos enviam informação assim como também a divul-
gam. Isto resolve um problema social.
O código integra-se dentro do Design de 
Comunicação com uma inequívoca compo-
nente social no sentido de promover a me-
lhoria de vida de um conjunto de pessoas com 
necessidades específicas. De que forma é sus-
tentada a implementação do código e como 
foi pensado o retorno pela sua pesquisa, de-
senvolvimento e aplicação?
O Design tem de fato a nobre missão de tornar 
o mundo mais acessível e mais inclusivo, dentro do 
conceito design for all. É portanto design de comu-
nicação puro, fazendo algo que pudesse ser tão sim-
ples que todos pudessem entendê-lo. Num artigo 
que ainda não tinha referenciado, este meu design 
foi descrito como um medicamento porque é usado 
para resolver um problema que é uma patologia.
O projeto para ser garantido, sustentável e em 
permanente trabalho procurou essencialmente uma 
autonomia a todos os níveis que nos garantisse não 
depender de outros e prosseguir o caminho idealiza-
do por nós. Criamos um modelo de negócio social 
em que todas as empresas que tenham na cor um fa-
tor de comunicação dos seus produtos possam utili-
zar o código. Para esse efeito nos é paga uma licença 
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Dezembro 2014 • 41
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da internacionalmente e com uma grande expressão 
no Brasil, me elegeu como seu fellow. Sou portanto o 
único português membro desta organização que tem 
três mil pessoas trabalhando por todo o mundo atra-
vés de um projeto de design, e daí o reconhecimento 
inquestionável da vertente social da história: a inclu-
são. Por outro lado menciono o programa Zero Pro-
ject, promovido pelas Nações Unidas, que reconhe-
ceu o ColorADD como uma das 50 inovações práticas 
na área das acessibilidades a nível mundial e, aqui, já 
é numa vertente funcional. O Estado Português me 
condecorou com a Medalha da Declaração Universal 
dos Direitos do Homem.
Que novo projeto com características se-
melhantes ao ColorADD podemos esperar do 
Miguel Neiva?
Neste momento é impossível deixar todo 
este processo e tudo isto só faz sentido quando 
levado a um número máximo de pessoas. Incluir 
sem discriminar, e todo o sistema andará sempre 
em torno destas bases. 
que é acessível e indexada à dimensão de cada em-
presa. Para nós é um processo que só fazia sentido 
desta maneira e que tem uma vantagem, que é esta 
noção do valor partilhado. 
Quero dar o exemplo da empresa que pro-
duz os lápis, a Viarco, que o fato de utilizar o códi-
go nos seus produtos permitiu que ela exportasse 
para diferentes países. Estes fatores de inovação e 
de responsabilidade social acabam sendo muito 
positivos para as empresas, bem como para todo 
o processo de divulgação e de utilização do código 
por diversos produtos.
Qual tem sido a repercussão e o reconheci-
mento deste trabalho?
Nunca imaginei que fosse ter toda esta reper-
cussão e reconhecimento. Todo o percurso e os prê-
mios que o código vai ganhando é para mim, como 
designer, um orgulho. Isto porque o design saiu do 
âmbito da esfera do que é o design e entrou na socie-
dade. A Ashoka que é uma organização mundial com 
uma missão de empreendorismo social, reconheci-
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42 • Edição 06
Design versátil com Renato Saes
Carioca amante do conhecimento, cultura artís-
tica, idiomas e computação gráfica. Youtuber e 
autodidáta, atua como designer na Rede Solaris 
Network e como freelancer. 
Vitor 
Cardoso
Imagens: Cortesia de Renato Saes.
 “Todo produto e/ou serviço 
pode ser inovado, isto somente é 
questão de projeto.”
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Dezembro 2014 • 43
Design Magazine Brasil
Por muitas vezes o designer é visto ou rotula-
do como um profissional restrito a um determinado 
ramoe produto ou geralmente com um profissional 
da área de interiores. No entanto, por mais que ele 
venha seguir um ramo com mais vigor, é apto a tra-
balhar em diversas esferas do mercado.
“Renato Saes é uma 
dessas mentes criativas 
e versáteis, capaz de 
expandir sua área de 
atuação”
Renato Saes é uma dessas mentes criativas e 
versáteis, capaz de expandir sua área de atuação, 
como também abranger elementos de âmbitos di-
ferentes em um único projeto. Segundo ele, o pro-
fissional da área deve ter sempre o anseio de ino-
var e ser incessante na busca de novas referências 
e tipos de projetos, isso mantém o profissional 
com maior vivacidade e estabilidade no mercado, 
uma vez que há possibilidade de uma demanda 
maior de projetos. 
Formado em Design de Produto pela Univer-
sidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado 
pelo Instituto Europeo di Design, atuou de designer 
a coordenador em grandes escritórios premiados 
no Brasil e exterior. 
Ao longo desses escritórios, participou 
de várias etapas de projeto e obteve o conheci-
mento de diversos materiais e seus respectivos 
usos. Além disso, obteve a assimilação do papel 
Renato Saes
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44 • Edição 06
“Trabalhar com a criação 
promove a possibilidade 
de desenvolvimento de 
projetos
de skates até produtos 
médico-hospitalares.”
profissional conforme a ótica da economia na-
cional. Estes conhecimentos, somados a absor-
ção dos ideais europeus de design e a vontade 
de ter seu próprio negócio, foram motivadores 
para a criação de seu próprio escritório. Desde 
então, seu escritório segue o ramo do Design 
Industrial, no entanto de modo multifacetado. 
Hoje seu Studio, mantém uma excelente parce-
ria com clientes no Brasil e França, e indústrias 
de diversos ramos de atividade.
Como ele mesmo afirma, trabalhar com 
a criação promove a possibilidade de desen-
volvimento de projetos de skates até produtos 
médico-hospitalares. Outro fator também pe-
culiar nos trabalhos de Renato Saes é a incli-
nação de sua participação em todas as etapas 
de um projeto. Além do prazer de ver a evolu-
ção de seus projetos até seu produto final, isso 
também assegura que o projeto seja funcional, 
viável e atrativo.
Entre seus projetos, destacamos dois que 
podem mostrar tanto a qualidade do seu traba-
lho, quanto a inovação e a sua versatilidade:
Swizee Skateboards. Shape desenvolvido em alumínio naval. Skate + Design
Design versátil com Renato Saes
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Dezembro 2014 • 45
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Moeda do Ayrton Senna
Moeda especialmente confeccionada e 
com lançamento no Instituto Ayrton Senna. 
Em um lado aparece uma inscrição da Rai-
nha Elizabeth II junto ao valor nominal, ano e 
país emitente, do outro uma imagem do piloto 
colorida. A moeda é uma homenagem que repre-
senta um pouco de cada brasileiro que vibrou e 
chorou, de todos os fãs, amigos e familiares de 
Ayrton.  A embalagem também apresenta ele-
mentos que não poderiam ficar de fora, como a 
velocidade, uma bela ultrapassagem e a chuva.
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46 • Edição 06
Desodorante corporal masculino Axe. Design gráfico. Estudos conceituais de novos grafismos. AXE Design.
Studio Renato Saes Desenvolvimento de produto. Co-autoria.
Design versátil com Renato Saes
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Dezembro 2014 • 47
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Lustre Linha Pontilhada
A luminária remete ao origami e kiriga-
mi, ainda também ao design de embalagens. 
Elas são feitas de alumínio e podem ser reu-
tilizadas, recicladas e ganhar novas formas 
no pós-uso.
Esta luminária foi finalista do Prêmio 
House&Gift 2014, desenvolvida para a Mun-
clair Lustre Brasil e lançadas na Expolux 
2014, também foi exposta na Light Fair - Las 
Vegas 2014.
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48 • Edição 06
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